sexta-feira, maio 30, 2008

Museu da Língua Portuguesa

Estive recentemente no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Recomendo a visita.

Foto tirada no chão da Praça da Palavra, Museu da Língua Portuguesa, SP, 2008.

É uma experiência emocionante! É incrível ver como a língua portuguesa é bonita e merece ser apreciada!

quarta-feira, maio 28, 2008

Acidentes verbais

I

Era um dia comum, como qualquer outro. Dia que podia começar bem, ou não. Não me lembro de nenhuma característica especial daquele dia: se fazia sol, ou se estava chovendo, se estava calor ou frio, se eu estava bem ou mal humorada... enfim, era um dia normal.

Cheguei no escritório, comecei a tratar dos assuntos rotineiros, até que tive que ir ao pool de impressoras para buscar uma impressão. Fiquei observando as pessoas que chegavam e saíam, atraídas pelo café quente (que, por acaso, também fica à disposição de todos, próximo aos equipamentos de impressão e fotocópia, na configuração atual).

De repente, enquanto eu recolhia e classificava as cópias, um dos meus colegas entrou na sala, vestindo uma maravilhosa camisa cor-de-rosa de mangas compridas, enfiada em uma calça jeans azul escuro. Para mim, o traje perfeito para um casual day. Sem pensar no que dizia, proferi as terríveis palavras:

- Uau! Adoro homem de rosa! Fica perfeito! Parabéns pela escolha, a combinação ficou ótima!

Me arrependi quase que imediatamente. Meu colega ficou morrendo de vergonha, tentou se esquivar dizendo que quem havia escolhido a camisa fôra asua mulher, que a princípio ele não sabia se teria coragem de usá-la, mas que, agora, já estava se acostumando. Eu fiquei me sentindo como se tivesse escorregado numa casca de banana. Foi um acidente tamanho, que eu não sabia se dava tempo ou se valia à pena consertar. Só queria dizer a ele que aquilo não era assédio sexual, não era uma cantada. Eu só quis dizer que gosto de homem vestido de rosa, principalmente porque eu acho que o cara tem que ser muito macho para vestir rosa... Sorte minha que não haviam testemunhas...

E passei o resto do dia envergonhada com aquele mico, tentando não encará-lo todas as vezes que passava por ele.

II

Duas semana depois, meu chefe me pediu que o substituísse em uma reunião. Eu fui, sabendo que só os gerentes estariam lá. Minha obrigação era anotar tudo para contar ao chefe, evitando dar opiniões inadequadas (a esta altura eu já estava enquadrada na cultura da empresa).

Como fui uma das primeiras a chegar, fiquei brincando com o lápis, com a cabeça enfiada no caderno, aguardando os demais. Eles foram se acomodando um a um, atrasados como sempre, para desgosto do chefão, enquanto eu ia fazendo uma lista dos presentes no meu caderninho.

De repente, lá veio ela: a temida camisa rosa. Meu colega estava lá, vestindo a bonitona de novo. Eu olhei para ele e pensei: ai, meu Deus. Aquela camisa de novo, não! Deixa eu ficar quietinha aqui no meu cantinho!

Quando a reunião estava quase começando, as piadinhas de entrada estavam sendo servidas, o povo se acomodando, pedindo café ao garçom, água com gás, por favor, ele me solta essa, olhando para mim:

- Hoje quando escolhi esta camisa, pensei em você!

Não, isso não era uma cantada, podia pôr minha mão no fogo, mas foi um desastre. Todos me olharam. Eu, que ainda sou uma mulher à moda antiga, fiquei imediatamente vermelha, um pimentão! Ele, percebendo os terríveis pensamentos que inundaram a sala, certamente pensou em cavar um buraco, para enfiar a cabeça...enfim, silêncio total, todo mundo fazendo caretas em minha direção.

Foi quando lembrei do lema de uma amiga e respondi:

- Ficou ótimo, como sempre! Sua mulher tem muito bom gosto!

E a reunião começou, sem maiores burburinhos, voltando à burocracia do dia-a-dia. A propósito, o lema da minha amiga, que ela roubou do Garfield, é:

NA DÚVIDA, MANTENHA O CHARME!

terça-feira, maio 27, 2008

Admiração

Admiração
Paulinho Moska

Meus olhos, famintos, não se cansam
de te acariciar
Procuram sempre um novo ângulo
pra te admirar
E sonham mergulhar na sua boca de vulcão
Provar todo o calor que há na sua erupção

Escorregar nos rios claros
das margens dos teus pêlos
E encontrar o ouro escondido
que brilha em seus cabelos
Devorar a fruta que te emprestou o cheiro
E talvez desfrutar de um amor puro e verdadeiro

Esquecer o espaço, o tempo e o viver
Perder a noção do que é ter a noção do perder
Se um dia eu fui alegria ao te conhecer
Agora canto porque sinto a dor de não te ter

__________________________
Lindo, não é?
Veja um pedacinho do show em...
http://www.youtube.com/watch?v=C8ZeHWbwbtI ou
http://www.youtube.com/watch?v=4pU77ZCTRVw&feature=related
e aproveite!

domingo, maio 25, 2008

Mulher-cachorra

Este tipo, tenho que admitir, não está circunscrito ao universo feminino apenas. Existe muito homem-cachorro por aí. Não trato aqui dos "cachorros" que pintam e bordam, que são egoístas e egocêntricos... estou falando dos que correm atrás dos outros abanando o rabinho de felicidade, toda vez que o outro chama por eles.

Que triste, não é mesmo? Esse é o primeiro passo para o surgimento dos tipos "pratinho" e "migalha": a baixa auto-estima e a falta de amor-próprio. Só corre atrás de alguém quem não tem consciência de si próprio, das suas capacidades e do seu valor. Quando algo acaba, acabou, outra coisa vai começar, está escrito. Maktub!

Dá pena esse tipo "cachorro"! Está sempre em busca de um carinho, um cafunézinho... nunca sossega o facho! Mesmo que todos digam: "não liga para ele, ele não quer nada contigo...", a mulher-cachorra liga, se faz de capacho, pede para que o outro a maltrate. Invariavelmente, volta triste para casa...

Quem não viveu um momento "cachorra"? Não viveu? Então, prepare-se! São muito poucas as pessoas que conseguem virar uma página para começar uma outra história quando se dão conta de que aquele relacionamento é furado, não vai dar em nada. Insistir no erro é burrice, não é mesmo?

Se o cara ainda não transformou o relacionamento de vocês em namoro depois de mil encontros furtivos, desista, não vai rolar nada além disso. Se você tem esperança que ele te queira para mulher dele, depois de usar e abusar de você (porque você deixou), esqueça! A mulher-cachorra, quando assume este papel, incorpora uma posição de inferioridade e transmite um recado quase impossível de modificar: ela diz para ele que aceita o jogo e todas as suas regras, sem questionar!

Lembro de um namorado que dizia: primeiro eu, segundo eu, terceiro eu, quarto eu, depois quem sabe meus filhos, minha mãe, meus amores... enfim, esse amor-próprio todo funcionava quase como antídoto para estes comportamentos bizarros. E, então, aprendemos alguma coisa com ele?

Um beijo roubado...

Não é bom?


Foto de Rebecca Leão, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 25 de maio de 2008.

Ainda mais assim, no meio da tarde de domingo... ai, ai!

Olhai os lírios do campo...

Lírios, os símbolos da pureza.

Foto tirada com a minha máquina fotográfica nova.


"Olhai os lírios do campo; eles não trabalham nem tecem; no entanto eu vos digo: mesmo Salomão, em toda sua glória, não se vestiu como um deles".

(Palavras de Jesus, no Evangelho segundo São Matheus)


Pés pretos

Tem gente que gostaria de andar com os pés na terra, sentindo a fundo o contato com a mãe Natureza...

Como não pode, vira-se com a poeira de asfalto que invade a casa.

E se a limparmos todos os dias, como insandecidos, ainda assim, ela estará lá, a emporcalhar tudo, vindo da varanda que se debruça sobre a rua.

Pobres de nós, que temos que nos contentar com a terra no vazinho de flores...

Depressão e Melancolia

Hoje, a Ana Cristina Reis publicou uma crônica na qual se dizia melancólica. Eu me sinto assim há muito tempo. Sem conseguir me concentrar no trabalho, com um rendimento muito abaixo do que eu espero, com uma tremenda irritabilidade, prestes a matar um colega que faça qualquer barulho.

Pensei que isso fosse depressão, já que existem problemas que eu não consigo resolver. Segundo ela, não é. Vamos à diferença:

Depressão.
A depressão é uma doença preocupante e necessita ser tratada. Ela é fruto de um distúrbio no humor e provoca o desinteresse na realização de tudo que possa gerar prazer. Não adianta tentar curar esta enfermidade apenas com palavras de estímulo, é preciso ouvir o paciente e, se ficar claro que ele não está apenas momentaneamente triste, tentar encaminhá-lo ao especialista. Este distúrbio é de natureza neurológica, e, portanto, de longa duração, acompanhado dos sintomas específicos. Este mal ocorre com maior freqüência nas mulheres do que nos homens, e é mais normalmente encontrado em pacientes entre 24 e 44 anos. São muitas as fontes da depressão, entre elas fatores de ordem genética, alimentação, stress, drogas e outros.

Determinar os sintomas desta enfermidade nunca é uma tarefa definitiva, pois somente os pacientes, os mais variados, sabem o que sentem e conhecem seu próprio sofrimento. Mas alguns deles são mais comuns, tais como pensamentos negativos, modificações sensoriais no organismo – dores e náuseas -, carência energética e de interesses, mutações no humor, perda da concentração, mudanças no apetite e no sono, as tarefas físicas e mentais são cumpridas com maior lentidão, sensação de fracasso. No corpo físico costuma haver batimentos cardíacos incômodos, prisão de ventre, dores de cabeça, problemas na digestão. Alternam-se os momentos de alívio e de recaída, o que muitas vezes provoca no paciente a sensação de não estar se recuperando, ou de estar se convalescendo sozinho. Os sintomas dificilmente se apresentam em sua totalidade, geralmente variam de paciente para paciente, e se manifestam ora de uma forma, ora de outra. Com o tratamento, a melhora é gradual.

Melancolia.
A melancolia – em grego ‘bílis negro’ – caracteriza-se por ser um estado mental depressivo sem uma causa definida. Assim como a depressão, ela também apresenta sintomas como a falta de ânimo e de energia para realizar determinadas ações. Freud, em seu clássico texto Luto e Melancolia, já previa uma certa dificuldade para definir esta condição emocional. Segundo o psicanalista, ela se assemelha ao luto, mas sem o contexto da perda. O problema na identificação da melancolia é que ela se manifesta de diversas formas, dificultando seu enquadramento em um bloco único.

Assim, Sigmund Freud, o pai da psicanálise, definia a melancolia como um árduo estado de desânimo, de desinteresse pelas coisas do mundo, incapacidade de amar, contenção na realização de qualquer tarefa, baixa gradual da auto-estima, até alcançar um patamar de desejo de uma punição. Estes mesmos sinais estão presentes, segundo ele, no luto, exceto o desequilíbrio da auto-estima.

Você já se olhou no espelho hoje? Gostou do que viu? Se você está se sentindo cansado(a), parecendo ter anos a mais do que realmente tem, acima do peso ou magro(a) demais, procure ajuda. Nunca é tarde! Cuide-se!

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Fonte: http://www.infoescola.com/psicologia/, acesso em 24 de maio de 2008.

Propaganda para classes C, D e E

Todos os dias, quando chego do trabalho cansada, pensando no que diabos eu vou fazer para jantar, me deparo com as terríveis propagandas das Casas Bahia, Casa e Vídeo, Lojas Americanas e, agora, Ricardo Eletro (que me disseram ser um revival da Arapuã).

Invariavelmente, fico me perguntando o porquê de tantos berros. Parece que somos todos surdos. As promoções que eles fazem também parecem infalíveis: 30, 40, 50, ou até 70% de desconto. Este último foi a oferta da Ricardo Eletro neste último final de semana. Mas, atenção, são apenas para produtos fora de linha! Ai, ai, ai! Não vá se enganar, heim!

Já li alguma coisa sobre o público alvo destas lojas, a população que é enquadrada nas classes C, D e E. Bom, eu também compro nestas lojas, quando é necessário, mas tenho que admitir que elas parecem a filial do Inferno de tão cheias de gente e com filas intermináveis. Li também que esta fatia da população não vê Jornal Nacional, porque as informações que são veiculadas neste telejornal não lhes são compreensíveis. É porque roubalheira, corrupção, assassinatos, descaramento e tudo mais não são mesmo compreensíveis para ninguém! Se eles não vêem Jornal Nacional, então por que estas propagandas continuam no ar neste horário, com aqueles locutores aos berros nos meus ouvidos?

Qual o motivo deles estarem berrando? Seria por que os publicitários creêm que todos os menos favorecidos são surdos? Seria por que pensam que precisam narrar a propaganda num volume maior do que o do funk do Tigrão? Seria por que acham que está rolando uma festa na casa da galera e, para que sejam ouvidos, têm que falar mais alto do que todo mundo? Seria por uma tremenda falta de educação?

E por que as ofertas são sempre tão infames? Será que os menos remediados não têm direito de juntar um dinheirinho e comprar um produto que preste? Será que estamos começando a adotar a política de incentivo ao consumo desenfreado - de porcarias - que os EUA adotaram tempos atrás e que hoje está provocando um colapso naquela economia? Será que eles pensam que somos todos burros?

Eu sempre me sinto invadida por estas propagandas, agredida mesmo. Acho que se há algo para se reavaliar, não são as propagandas de cerveja, mas as destas lojas. Abaixo a gritaria! Um viva para a boa educação!

Um homem de ferro

Acabei de assistir ao filme "Homem de Ferro", com a sensacional atuação do Robert Downey Jr., no papel de Tony Stark, e da ótima e graciosa, como sempre, Gwyneth Paltrow, encarnando a Pepper Potts.

Um filme delicioso que, apesar de não mostrar um só beijinho dos protagonistas, diverte, embala e é uma excelente pedida para um final de noite. Ah, e ainda tem uma última cena, depois de todos os créditos, que apenas 5% da galera assiste, porque o resto já saiu correndo da sala do cinema, com pressa de tirar o "pai da forca"!

Esse é o poster do filme, mas vale dar uma conferida na página oficial.



http://www.homemdeferro.com.br

Mas, cá entre nós, eu fiquei mesmo de cara com o Jeff Bridges. Caramba, ele está praticamente irreconhecível. Ainda lembro o impacto que ele me causou em "Susie and The Baker Boys", quando atuou com o irmão, Beau Bridges, e com a linda Michelle Pfeiffer (eu tinha então 19 anos, louca por homens mais velhos). Eles tocavam piano, ela cantava envolta em um maravilhoso vestido vermelho e - uau! - como o Jeff estava sexy naquele filme. Só para que a gente tenha uma idéia, estou postando as duas fotos, a de outrora e a de hoje. Não se assustem!


Michelle e Jeff, em "Suzie and The Baker Boys", 1989.


Jeff Bridges em "Homem de Ferro", 2008.

Está ou não irreconhecível? O que fizeram com você, meu caro? Onde foi parar aquela vasta cabeleira? Que barba branca é essa?

Confesso que a sua atuação me lembrou muito a de outro cara que eu adoro, o Gene Hackman, garantia de filme bom! Enfim, mais do que ninguém, você é o meu "homem de ferro", a grande revelação do filme.

segunda-feira, maio 19, 2008

Mulher-migalha

Continuando a série dos tipos indefectíveis de mulheres...

Lá estava ela, sábado à noite, vendo a novela das nove, maldizendo a hora de não haver se programado para fazer alguma coisa, nem que fosse pegar um cineminha com as amigas, quando de repente, uma personagem da novela - de muita personalidade - soltou essa:
- Você é a mulher-migalha, sempre cata as minhas sobras, sempre fica com os restos de homens que eu não quero mais!!!!

Como num passe de mágica, ela então reviu, num piscar de olhos, todos os momentos da sua vida nos quais ela fêz questão de não ser uma "mulher-migalha"! Sempre se achou muito boa para ser a que cata a sobra, que é estepe de alguém. O mundo tem muitos milhões de habitantes, não é possível que não exista, perdido por aí, um sapato velho para calçar o meu pé descalço, ela pensava.

Lembrou que, uma vez, um namorado por quem ela foi perdidamente apaixonada tentou fazê-la de estepe. Começaram um namoro, ele se dizendo separado da esposa, e ela mergulhou de cabeça. De repente, sem explicação, a esposa voltou para casa. A separação era muito recente, ela não sabia. O coração dele ainda doía dores lancinantes de saudades da ex-mulher e ela, coitada, estava ali preenchendo um vazio, enquanto não passava aquela chuva e alguma coisa acontecia entre o casal. Tá bom, foi meio mulher-pratinho, meio mulher-migalha. Como ela soube que a mulher voltou para casa? Não, não foi ele quem contou, afinal, sua intenção era torná-la o estepe da vez.

Um belo dia, ela telefonou para ele, sabendo que ele não estaria em casa, só para deixar um recadinho de amor na secretária eletrônica. Qual não foi a sua surpresa, atendeu uma mulher, que se identificou como sua esposa. Sua esposa? Mas, ele não estava sozinho? Como assim?

Seu primeiro pensamento foi: "não posso gagejar, afinal, não fiz nada de errado!" Ela não era amante, nem sabia que esta possibilidade - a da mulher voltar para casa - existia! Depois, pensou em seguida: "tenho que fazê-lo saber que eu sei!" Deixou então um recado com a mulher, para quem se apresentou e foi até muito simpática, pedindo-lhe que entrasse em contato com o grupo do Mestrado, pois já haviam feito a divisão das tarefas do trabalho e ele precisava se inteirar sobre a sua. Só que o trabalho era inexistente, este era o recado mais doido que alguém podia deixar para uma pessoa que já havia cursado todos os créditos. Ele iria saber, pois burro era coisa que ele não era. E ela, depois disso, sumiu, desapareceu. Sofreu para caramba, pensou nas vezes em que ele se sentiu o tal por estar com duas mulheres, nos riscos que ela correu, na idiotice de não ter perguntado sobre o fim do casamento...

E depois deste flashback, ficou se perguntando por que existem mulheres neste mundo que aceitam o posto de segundona... como elas conseguem dividir um amor, sabendo que este amor não está com elas aos sábados, domingos, feriados e se questionando se todas as palavras trocadas, aquelas ditas nos momentos mais íntimos, são mesmo verdadeiras... Como isso deve doer!

O pior é que se uma mulher tem esse tipo de comportamento, o de manter mais de um relacionamento simultaneamente, ela é muito mal vista, mal interpretada, enfim, dela vão dizer tudo aquilo que vocês já devem estar imaginando. Então, se para uma mulher não é factível amar a dois homens ao mesmo tempo, por que aos homens é permitido esse luxo? Sim, porque é um luxo, não é mesmo?

Correu para cama, botou o pijaminha novo e curtiu o filme da tv, com a certeza de que, qualquer que seja o cara, certo ou errado, legal ou careta, avançado ou retrô, para estar com ela, ele terá que ser só dela!

sexta-feira, maio 16, 2008

Mulher-pratinho*

Era uma festa muito feminina. Muitas mulheres sobrando: bebendo, conversando, gargalhando, fumando, falando de homens, da barbárie em que se transformou o ambiente de trabalho, da excessiva competição, dos relacionamentos caquéticos que andamos construindo por aí...

Dos poucos homens presentes à festa, poucos solteiros, muitos acompanhados por mulheres acanhadas, que concordavam com muito do que estava sendo dito, se arriscavam a balançar a cabeça de levezinho, mas que, no fundo, estavam tentando não magoar o macho ao seu lado com aquele papo sinistro.

De repente, chegou um cara lindo e solteiro. Moreno alto, bonito e sensual, talvez eu seja a solução pros seus problemas... (a música das antigas logo veio à cabeça de muitas!) A mulherada pulou em cima, como abelha no mel. O cara ficou se sentindo. Além de bonito, ele faz o estilo culto e inteligente, mas sem aquele ar de almofadinha, que anda com um casaquinho no ombro combinando com a cor da listra da blusa. Todas querem um pouco da sua atenção, um flash de sorriso branco e bem tratado daquele rosto de olhos azuis da cor do mar.

No meio da conversa, uma das balzaquianas** ousou reclamar de um cara com quem ela sai de vez em quando que, segundo ela, só dá pista errada. O cara então se mostrou muito interessado no assunto e, sem perceber, deixou a conviva mais próxima no ar, sem ouvir palavra do que ela estava dizendo. Ficou escutando a reclamante com a maior atenção, mas ela nem percebeu e continuou:
- O cara insiste, liga para a gente sair, a gente sai, fica horas juntos, conversa sobre tudo, sobre nossos planos, ele me dá conselhos, diz que eu estou ótima, faz elogios a minha roupa, repara em detalhes ... que ele não é gay, eu sei. Já vi ele pegando outra mulher. Por que nunca acontece nada? Por que ele sempre me deixa no ar, e depois me pede para não sumir? Qual é a dele?

Do nada, o lindo resolveu se pronunciar:
- É que ele faz o tipo equilibrista de circo, aquele que faz o número dos pratos sobre as varetas. Qual é a função daquele cara? Não deixar os pratos cairem no chão, porque aí eles quebram. Quando ele percebe que um prato vai cair, ele se aproxima e dá um tapa no prato, para ele dar mais algumas giradas. E aí, ele vai mantendo os pratinhos à disposição. O número só é bacana se ele tem muitos pratinhos rodando! Pode ter até um "pratinho oficial", mas a estrela deste número é ele. Ninguém pode brilhar mais.

A balzaca reclamante ficou estarrecida com a metáfora. Isso responde a tudo. Como eu pude ser tão tôla, tão imbecil?

E o cara completou:
- A mulher-pratinho normalmente fica tonta... ou pira de vez ou resolve deixar de ser pratinho. Quer beber alguma coisa?

E saiu para buscar algo para a balzaca, que ficou em estado de choque com esta revelação. Homens são mesmo criaturas surpreendentes!

__________________
* Este texto é uma homenagem a um amigo que vive em Brasília e que é um grande "filósofo" das relações humanas!
** balzaquianas - cunhado por Honoré de Balzac, este termo designa as mulheres com mais de trinta anos e foi popularizado pelo seu romance "A Mulher de Trinta Anos".

domingo, maio 04, 2008

Raça, amor e paixão

Tú és time de tradição
Raça, amor e paixão
Ó meu Mengô...
Eu sempre te amarei,
Onde estiver, estarei
Ó meu Mengô...




E ninguém cala esse chororô...
Chora o presidente,
Chora o time inteiro,
Chora o torcedor!


30o. título do Campeonato Carioca - Fla 2008!

sábado, maio 03, 2008

Jogos de azar...

Imagine você aí...lendo o meu blog e pensando sozinho, com os seus botões: que mulher é essa? quanta loucura passa pela cabeça dela?

Enquanto isso, eu estou aqui, querendo que você me leia, me consuma, me decifre. Escrevo pensando em você, nas suas crenças, nos seus juízos de valor, na imagem que você vai construir de mim.

Nas janelas abertas em que eu me mostro para você, há a mulher forte e também a frágil. Há a que seduz e a que foge de ti. Há a tola e boba e a mais esperta de todas as mulheres.

Elas guardam em mim uma semelhança: gostam de te devorar. E quando te devoram, não sobra pedaço. Os ossos, elas guardam. E aos poucos, você vai ficando nas entranhas delas, impregnado. Quanto mais você as lêe, mais elas sabem de ti.

Que jogo é esse? Onde ele vai parar?

Elas também não sabem... só sabem que não querem parar de jogar!

Speed Racer


Esse aí é o carro do Speed Racer, o Mach 5... ou uma versão dele. Demais!
nono
nono
As fotos, eu fiz com a minha câmera fotográfica Nokia N73. Esse celular é muito maneiro! Ficou todo mundo babando nesse carro uma semana, e loucos para a segurança dar um descuido e a gente pular o cordão de isolamento para ver de pertinho! Mas, não deu... snif...

Fotografias

Eu simplesmente adoro fotografar. Pessoas, coisas, paisagens. Adoro a luz do sol incidindo sobre as plantas, me permitindo olhares diferentes que não tenho sem o auxílio do artefato, da lente.

Fiz uma viagem agora e trouxe um brinquedinho novo. Fantástico!

Se for bem treinada, ela se adapta ao movimento do meu globo ocular e foca no objeto para o qual eu estiver olhando...

Já fiz fotos lindas com ela. Vou fazer um curso e, quem sabe?, vocês verão fotos minhas aqui.

João Ximenes Braga - Zoofilia

Não tem coisa melhor do que você abrir o jornal de sábado e deparar-se com uma delícia de crônica como a do Caderno Ela de hoje.

João, mas você foi fazer o quê no zoológico, meu filho?

Adorei o parágrafo em que você diz que a gente precisa moder muito a língua para não dizer o que está pensando. Eu faço muito isso, principalmente quando eu sei que a pessoa ao meu lado não quer ouvir a minha opinião. Ao contrário, sei que a criatura até pode ser grosseira se eu a disser. Então, é melhor não dizer.

Quando você emenda então dizendo que temos que morder com cuidado, para não morrer envenenado, mas com força para não deixar o veneno virar verbo, fiquei pensando na minha linguinha, toda marcadinha, da força que eu ando fazendo. As pessoas não entendem quando a gente é sincero. Principalmente aqui no Rio de Janeiro, onde aprendemos desde criancinhas como fazer para sermos dissimulados. É o que se espera, portanto, não saia da linha! Seja educado, mas falso como uma nota de duzentos reais!

"Passa lá em casa (mas não espere que eu vá te abrir a porta)!", "Nossa como você está linda (mas que cabelo é esse!?)" são atitudes corriqueiras nesta cidade...

Agora, triunfal é o seu final... que transcrevo aqui:

Os macacos-aranha são de longe os seres mais curiosos do Zôo do Rio. Parecem ter sido coreografados pela turma de "Matriz", mas com uma picardia bem carioca. Capazes de empurrar um colega da corda só pela diversão. Espíritos-de-porco natos. O que mais me chama a atenção neles, porém, é a força e agilidade na cauda.

- É a espécie que mais usa o rabo para subir na vida, depois da mulher brasileira.

Eu não queria ter dito, mas disse. Escapou. Em alto e bom som. Pelos olhares à minha volta, era hora de ir embora.

Queria que você tivesse ouvido as minhas gargalhadas! Obrigada, João, você me fêz feliz hoje!

quinta-feira, maio 01, 2008

Moonlighting

Na minha adolescência, eu era fascinada pelo seriado "A gata e o rato". Ficava fissurada esperando para ver Maddie e David se desentendendo, brigando, entre socos e pontapés (a Maddie gostava de bater nele) e jogando charme um para o outro.

Como milhares de espectadores, também fiquei esperando o momento em que eles iam finalmente se entender, ir para a cama, ficar juntos, dizer um "eu te amo" de boca cheia...

Quando finalmente aconteceu, percebi que o caminho até este ponto foi mais legal do que o "foram felizes para sempre"...

Por que será? Talvez porque esta frase final só exista nos contos de fada. Nós sempre queremos que as pessoas sejam muito diferentes e nos dêem coisas que não podem nos dar. Ser feliz para sempre é também muito monótono, convenhamos. A gente tem que sofrer um pouco ao longo do trajeto para que possa valorizar os momentos bons.

Isso os personagens fizeram bem ao longo da série. Cada olhar, cada toque, cada palavra não dita, cada beijo não dado, foi lenha para o fogo que ardeu depois (minto, este fogo entre eles ardeu sempre).

Às vezes, a vida é assim. É um fogo que arde sem se ver, que nos consome, que a gente não declara, mas que está ali, e cada dia que passa se torna um combustível a mais para a nossa felicidade no futuro.