domingo, outubro 31, 2010

Missão dada...

Fomos ver "Tropa de Elite 2" na última sexta-feira. Eu, que não vi o primeiro por medo da tal da denúncia, sabia o que me esperava. Depois de ouvir o comentário unânime de todo mundo que eu conheço (o público desse filme já são 6 milhões de pessoas), dizendo que o filme "É demais!", "É uma p...denúncia!", "Tem cenas incríveis", ele não podia ser nada menos do que isso...

O que mais me amedrontava no que eu ia ver era que se tratava do Rio de Janeiro, cidade onde eu nasci e que eu amo tanto. E olha que eu saí do cinema muito mais triste do que eu imaginei que ia sair.

Não, o filme não é ruim! Ao contrário, ele é ótimo! Muito bem feito, digno de indicação para o Oscar, ao contrário do "Lula, o filho do Brasil". Cá pra nós, né?

Como disse a minha irmã, o Wagner Moura carrega o filme nas costas. Ele está muito bem mesmo. O drama do policial que vive alheio ao convívio com o filho, que é criado por um padrasto que o critica o tempo todo, que critica a sua profissão e que o chama de assassino "pra-baixo", comove a gente... (Mas, a propósito, ele é o que mesmo? Ele foi treinado pra que mesmo? Ah, pra matar, né, gente? ok!)

A gente está precisando de quem nos defenda... só posso concluir isso. Me lembra da época da escola, quando vivíamos com medo dos meninos que desciam o morro e nos roubavam quando saíamos da escola. Quando eles eram pegos, nós urrávamos com uma combinação de alegria-e-raiva que nos fazia quase seres irracionais. Era a nossa vingança contra os "pivetes" (tolos que éramos). O fato é que com dez, onze anos de idade, e em desvantagem (porque nós nem sabíamos o que era aquela violência toda - arrancar lóbulo de orelha pra roubar brinco era algo surreal!), nós só queríamos que alguém nos protegesse, sem entender que o problema da diferença de classes era algo muito mais grave e ainda é... Político nenhum tinha, e ainda não tem coragem de botar a "mão naquela cumbuca"...

Essa cena do helicóptero sobrevoando o morro Santa Marta é mesmo fantástica, como o Padilha disse na tv, mas muita coisa passou pela minha cabeça naquela hora. Todo moleque correndo no morro na hora do tiroteio é bandido? Todo mundo que está na linha de tiro tem que ser morto? Que justiça é essa dos que entram no morro "para resolver"? Onde está a nossa capacidade de se indignar com isso? Por que a gente continua apoiando aqueles que dizem que "bandido bom é bandido morto"?
Na hora da raiva, na hora que somos assaltados, na hora que eles fazem arrastão, bonde, e tudo mais, a gente só quer mesmo vê-los mortos, mas esse nosso comportamento (o famoso "tapar o sol com a peneira") é solução para um problema crônico? Essa história de UPP funciona mesmo? Já ouvi taxista dizendo que a boca continua funcionando nas comunidades que têm UPP... e então, é tudo história pra boi dormir? Pra gringo ver? Dá pra acreditar nisso?
Não está na hora de pensarmos numa solução de verdade pra esse problemão do Rio de Janeiro?


A gente fica com vergonha de quem permite que certas ações sérias, que envolvem a vida (e a morte) das pessoas, decida tudo com base na política. E o pior é ir identificando os governantes que estão por aí nos personagens retratados na tela. E isso porque o filme começa com aquela frase clássica "esse é um filme de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência"(ou algo parecido).

Pra finalizar, o que é essa criatura (o ator André Mattos) gritando "Imperador, fecha o close! Close em mim, Imperador! Isso não é possível?" Te lembra alguém?

Esmalte do dia

Hoje é aniversário do maridão. Para comemorar a data, comprei um vestido muito bonitinho, do jeitinho que eu gosto. De malha, mas com o tom de jeans.


Chegando no trabalho outro dia, por coincidência, Cacau me presenteou com um vidro do esmalte "Jeans", da Colorama. A cor do vestido.




Eu não resisti e pintei a unha hoje, pra combinar com o vestido.


Pras meninas do Esmaltes S.A., blog que é uma graça e muito bem humorado. Um dia, mostro a vocês as minhas caixinhas!

quarta-feira, outubro 27, 2010

Eleição presidencial 2010

Do Zé Simão hoje na Band News: os eleitores do Serra estão todos em Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte. São cidades-sem-praia! Por isso, ele pede que o povo vote e depois viaje no feriadão! Está apavorado!

Eu estou com nojo desta campanha!

Alguém por acaso já viu o acampamento dos pró-Dilma, os bolsa-tudo, no viaduto-passarela entre Petrobras e BNDES?

Ninguém faz nada, ficam deitados o dia todo! E o mal cheiro?! Aff...

Eu já não quero mais votar em ninguém... pena que o voto é obrigatório!

terça-feira, outubro 26, 2010

Aprendizados dos últimos dias

"Um dia a gente perde a inocência... pode demorar, mas a gente perde, ô se perde!"

"Não está morto quem peleia" (numa referência a historinha contada pelo meu marido sobre uma ovelinha desgarrada perdida no meio de cem lobos ferozes!)

segunda-feira, outubro 25, 2010

Cateribúnticos - saudades

Paulinho parou com o blog. Enjoou.

Eu, que dava risada cada vez que entrava no blog dele, fiquei órfã. Paulinho já era ácido nos comentários, mas PRG era mais.

Agora, eu quero que ele volte. Estou com saudade do blog!

Saudade mata a gente, PRG!

Um viva a uma nova vida - um presente de aniversário!

Vida de esperança. Duas músicas, um só cantor. Lindas, lindas. Eu o adoro, ele é demais.





Seu nome? Jason M'raz! Um presente pra mamãe e pra titia que fazem aniversário hoje!

domingo, outubro 24, 2010

Keep_moving...

Gostei do conselho que a Fernanda Souza publicou em seu blog sob a forma de imagem, então, cá está ela...


Eu me sinto como alguém que misturou "Jonnie Walker" com "Activia"! Estou c... e andando!

Palavras

Palavra que eu não sei o que foi que eu fiz.
Eu juro.
Numa só semana, ouvi tudo de bom que há.
E o que há de pior.
Saldo: fiquei com as coisas boas.
Ontem, a fala da médica na Clínica foi como uma injeção de ânimo.
Está tudo bem, temos chances aqui.
Muito bom para alguém com 40 anos.
A palavra é poderosa.
Eu senti isso. Aquela fala me
deixou bem um sábado inteiro,
como há muito tempo eu não me sentia.
Quanto as palavras ruins, elas estão aqui dentro.
Estão me pedindo desesperadamente: mude.
Faça mais por você do que faz pelos outros, o tempo todo.
Ouça o que o seu coração diz, o que o seu coração quer.
Mude já. Transforme-se. Mas, não abra mão de seus valores.
Não aceite mais nenhum tipo de abuso.
Mesmo que venha de 'amigos' que só querem o seu bem.
Não aceite.
Não aceite esmolas. Nem as financeiras, nem as afetivas.
Você não precisa disso.




Santas palavras ruins. Só elas para te fazerem ver a verdade.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Virar a página

Como o jornalista que de uma hora pra outra decide investir numa floricultura. Ou o engenheiro que resolve cuidar de cachorros. Ou a psicóloga que compra um restaurante. A gente é livre pra mudar. Todo dia, toda hora. A vida é um caderno onde só se escreve a caneta. Não dá para apagar, sem deixar a marca do liquid-paper, nem rasurar o texto, sem lembrar que há um erro, uma escolha, um outro caminho ali embaixo.

Eu quero rasgar a página. Arrancar tudo o que vivi nestes últimos dois meses de dentro do meu coração. Eu não mereço isso, não quero ouvir ecoando e se repetindo aqui dentro tudo o que ouvi. Mas, o fato é que eu não paro de ouvir as insanidades que ouvi vezes e mais vezes. Como vaca que rumina o pasto, como os mineiros chilenos que ficaram presos 69 dias sem saber se o terreno não ia ruir sobre suas cabeças, antes que fossem salvos.

Não estou sendo dramática, só sei que tudo é muito perdoável quando não é com a gente! Quando é na pele do outro que arde, você até pode se indignar, mas não o suficiente para conclamar os demais a fazer alguma coisa. E quem bate, esquece rapidamente. Quem leva, não esquece nunca.

Sei que só fazem conosco o que permitimos que façam. Sei que pra tudo há um limite. E eu sou teimosa. Não, meu caro, isso não é um defeito. É uma qualidade. Nunca vão tirar de mim o meu orgulho, isso não. Eu sou mulher-valente-sem-medo-do-perigo. Há um preço a pagar? Eu sei. Tô pagaaaaando... Minha liberdade de escolha não tem preço. É priceless.

A minha boiada já está na briga faz tempo. O boi que eu quis dar pra não entrar na briga, virou churrasco!

segunda-feira, outubro 18, 2010

Guanabara, tudo por você!

O pai do Fiuk e da Cléo Pires, sensação da Playboy e da nova novela das seis, está fazendo charminho pra cantar a música do comercial do supermercado na tv.

"Guanabara, tudo por você!"

Olha pra câmera com olhar 43 que o consagrou nas novelas, nosso eterno "Jorge Tadeu" das plantas encantadas e eróticas.

Em nada lembra aquele hippie de "Ciranda, cirandinha", nem o mauricinho de "Cabocla", época em que pegou a Glória!

Gasta a voz de "Pai" e "Enrosca" no jingle do supermercado popular, emoldurado pela presença das moças do balé do Faustão ao fundo e pela companhia do sertanejo que também busca um momento de fama no palco do Guanabara. Fim de linha. Derrota.

Ai, eu acho terrível essa propaganda! Ainda mais quando ouço a voz do locutor dos preços dos produtos - Antônio Carlos, locutor de AM, que faz uma locução cafona até para dizer "Papel Higiênico, R$ 2,99" e no rádio arremata a propaganda com um "Vai lá, eu vou!".

Arght!

Preconceituosa, eu? Não, realista, meu bem!

Quem diria? Greta Garbo acabou no Irajá!

sábado, outubro 16, 2010

Como tornar o Rio de Janeiro uma cidade horrorosa

Bom, que os nossos governantes são doidos de carteirinha a gente já sabe há muito tempo. Desde os tempos do Obelisco de Ipanema, a gente pensava que nada de pior poderia acontecer a nossa cidade. Não sabe do que estou falando? Ah, que isso?! É dessa coisa horrorosa aqui...



A gente devia ter desconfiado desse arco terrível ligando nada a lugar nenhum e esse falo, cosmeticamente em nada ajudou a região, ao contrário. Se o prefeito queria ser lembrado por alguma coisa, como esquecê-lo ao olhar para aquele 'monumento'?

Mas, não bastasse a coisa horrorosa, ele construiu a Cidade da Música, uma obra que ficou inacabada e assusta qualquer um que passe pelas imediações, como já comentei em outro post tempos atrás.

Só que não ficou por aí. Vieram os jogos PanAmericanos e as autoridades acharam que tinham que construir um 'senhor' estádio de futebol. E então, fizeram o Engenhão! Olha os arcos aí, gente! Chora, cavaco!

A gente pode até ter dúvida se ficou bonito ou não, mas quando se começa a espalhar arcos inacreditáveis por todos os cantos...

Tem o arco do viaduto do Metrô, na altura do Viaduto dos Marinheiros, que foi carinhosamente apelidado de "penteadeira de puta" quando ainda tinha uma iluminação roxa de assustar os piores vampiros cariocas.


E agora, num arroubo de insanidade que ninguém entende, eles estão fazendo uma passarela sobre a Av. Presidente Vargas, na altura do Teleporto, que é medonha!


Aliás, por que eles querem mesmo derrubar a Perimetral? É pra deixar o Rio de Janeiro mais bonito? Sei não, acho que só camisa-de-força resolve! Isso não é coisa de engenheiro, nem de arquiteto. Isso é coisa de gente que está muito-de-mal-com-a-vida!

E você, o que achou?

quarta-feira, outubro 13, 2010

Mudando o layout

Cheguei no escritório hoje e lá estava a terra arrasada, tudo mudado, novo cenário. Meu cantinho, uma toca horrorosa. Odiei. De frente pra mim, um muro, tornando o mundinho novo mais pavoroso. Me senti em Berlim, mas precisamente na "Berlim Oriental". Sabe o que de fato acontece por lá? De vez em quando, jogam umas batatas do outro lado do muro e a gente se alimenta. Ou então, abrem a portinha pra que a gente faça compras da Ka De Ve. Nada além disso.

Na "Berlim Ocidental", tudo acontece. Moda, babados, todo o povo gossip e VIP está por lá. Meu chefe me perguntou na-cara-dura se eu gostei de não ter que olhar mais pra cara dele todos os dias. Claro-que-não, ora bolas! Se antes já era impossível conversar com ele, agora então, piorou. Vai ser dureza chegar todos os dias no trabalho e ter que me deparar com aquele cenário pavoroso.

O que o povo não sabe é que, nos áureos tempos do Muro, havia na Berlim Oriental umas modas muito loucas, tipo praia de nudismo o tempo todo, dia-das-mulheres (onde os homens cuidavam dos afazeres domésticos e elas ficavam de perna pro ar)... Se a gente resolve se inspirar e armar uma revolução... Até que eu ia gostar...

Aliás, estou começando a ver o circo pegar-fogo! Como diz a minha mãe, essa é a grande alegria do palhaço. Já que me fizeram de palhaça durante todo esse tempo, acho que chegou a hora de eu começar a me divertir... he he he

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PS.: Sabe a história da Ka De Ve? Hoje, ela é uma grande loja de departamentos em Berlim, com marcas excelentes. Mas, antigamente, parecia mais com um supermercado, e os berlinenses que viviam fora do muro podiam ir a Ka De Ve uma vez por ano para fazer umas comprinhas, comprar biscoitos (os últimos lançamentos), potes de sopa, amaciantes de roupa e sabão em pó, essas coisas... Depois, tinham que voltar pro seu mundinho atrasado.

terça-feira, outubro 12, 2010

Estou torcendo por eles...

Depois de 68 dias confinados a mais de 600 metros de profundidade num cantinho de 50 m2 numa mina no Deserto do Atacama, os mineiros chilenos podem começar a ser resgatados hoje às 18 horas da tarde. Bacana por parte do Governo de não ter desistido. Bacana terem sido inventivos para bolar soluções para tirá-los de lá. Como diz o maridão, aprendeu-se muito com essa experiência terrível, nas áreas de Biologia, Medicina, Psicologia, Tecnologia etc. Usaram técnicas de exploração de petróleo para construir o estreito poço por onde eles passarão em segurança, se Deus quiser.

Que dê tudo certo. Estamos torcendo por eles.

Dica de make-up

Para quem acha dificílimo fazer uma boa sombra esfumaçada (como eu!), achei no Youtube alguém com disposição e competência para ensinar. Ela começa logo com uma sobra azulão, da coleção Outono Inverno da Lancôme, chamada Índigo Blue (linda!).



Fiquei me perguntando sobre a cor do batom, talvez eu usasse alguma coisa tipo cor da pele, ou nude, como o pessoal chama agora. Vou experimentar, depois conto se ficou parecido!

segunda-feira, outubro 11, 2010

Clarice?

Há muito tempo, recebi um e-mail que atribuía um texto incrível a maravilhosa Clarice Lispector. Até hoje, não sei se o texto é dela, mas acho o maior barato.

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

O incrível do texto é que ele tem um significado se lido de cima pra baixo e outro, se lido de baixo pra cima.

Será que é da Clarice?

domingo, outubro 10, 2010

Restaurante em SP

Semana passada, estive em São Paulo. Fui conhecer a minha nova sobrinha, Luana, com 1 dia de vida. Uma graça, já tentando ficar toda durinha, um berreiro só. Eu achei ela tão lindinha, com os olhos bem azuis, uma fofa.


Aproveitando a ocasião, fomos conhecer, por indicação de papai Hélio orgulhoso, o Restaurante 348, no Itaim Bibi, bem perto da maternidade São Luiz, no Itaim, onde mamãe Thaís e a fofa da Luana estavam "hospedadas".






Uma delícia de restaurante, me senti na Argentina. A carne era simplesmente divina, os acompanhamentos, idem. A gente sempre vai a São Paulo e nunca tem uma dica quente para conferir. Eu já tinha conversado com o maridão que não tem comparação o Ráscal de São Paulo com o do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. Lá é muito melhor, e eu falo do Ráscal Itaim, que é um charme.


Mas, o 348, nossa, eu adorei. Serviço, comida, ambiente, aquela coisa bem família. O preço é que é um pouco acima da média, mas vale cada centavo. Sugiro uma visita ao site deles.

John Lennon

Se fosse vivo, ontem faria 70 anos. Vi um programa da Marina Person na MTV sobre ele, que me surpreendeu. A imagem que eu tinha dele era a de um chato ciumento que tinha escrito "Imagine" e cantava a música-hino com voz anasalada.

Mas, não é que o pobre coitado foi abandonado pelo pai e em seguida pela mãe quando ainda tinha 5 anos? Fiquei com pena. Ele ficou com a tia. Então, quando tinha 16 anos, a mãe dele se arrependeu e buscou uma reaproximação, dando-lhe uma guitarra. Só que, por ironia do destino, ela morreu atropelada e John não pôde usufruir de sua companhia.

Para os pais, ele fêz "Mother", que eu finalmente entendi e passei até a gostar, porque é de um sentimento de rejeição incrível... Vejam a letra... coitado do cara!


Mother
John Lennon

Mother, you had me, but I never had you
I wanted you, you didn't want me
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Father, you left me, but I never left you
I needed you, you didn't need me
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye

Children, don't do what I have done
I couldn't walk and I tried to run
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye

Mama don't go
Daddy come home
(repeat 9 more times)



sábado, outubro 09, 2010

Meus medos

Tenho vários. Medo de mudança é um deles. Mas, acho que tenho mais medo de mim, do que vai aqui dentro. Eu acredito muito que ter liberdade é ter auto-controle. Ai, como eu tenho tido que segurar meus instintos nos últimos dias! Todos eles. Já foi o tempo em que a menina-adolescente fazia o que queria sem medir as consequências. Hoje, não dá mais.

Tem horas que tenho vontade de regurgitar verdades em cima das pessoas. Por que você me abraça se não me quer por perto? Por que demonstra tanta consideração se não vai me poupar para salvar sua pele? Por que tenho que ter cuidado com você, ser afetuosa, se no primeiro instante em que preciso de ti você não está ali? E então, eu me seguro.

Essas são apenas algumas das coisas que eu queria dizer, para estravazar toda essa mágoa que eu tenho aqui dentro e que só tem saído em forma de água pelos meus ensopados canais lacrimais. Não, eu não tenho pena de mim mesma. Não, eu não quero que você tenha. Quero apenas que você me admire pela minha força, pela minha coragem. E reconheça que em alguns momentos eu tenho direito a ser frágil. Sei o que diz o livro de estratégia: para ganhar a guerra, às vezes, temos que entregar algumas batalhas. Mas, não me peça para te ser infiel, não queira que eu te traia, não me veja como uma hipócrita. Eu não sou. O que eu não consigo fazer, eu sigo tentando. Para me redimir, para ser menos perfeita e mais humana. Que é tudo o que eu quero ser.

sábado, outubro 02, 2010

Dúvidas

Sabe quando tudo que você queria pra você acontece e você só consegue achar que está tudo acontecendo no momento errado? Tempo de escolhas, de encruzilhada. Tomada de decisão: se você pula da janela do apartamento, existirão os que te acharão corajoso e outros que verão em você um covarde.

Eu me lembro dos últimos acontecimentos e algumas palavras ficam latejando na minha cabeça: "seja corajosa", "as pessoas esperam isso de você", "essa é uma oportunidade que você não pode desprezar", "é a sua carreira, cuide dela", "não atrele a sua felicidade a ninguém, ela está dentro de você"... São coisas que eu já sei, que estão no meu manual de auto-ajuda há muito tempo. Só que eu tenho a sensação de que agora não é a hora. Só que se eu recuar, pode ser que essa hora nunca mais chegue, nunca mais aconteça.

Fico pensando no meu sonho de ser mãe. Hoje, peguei minha sobrinha no colo, com apenas um dia de vida. Juro que não senti inveja da minha cunhada, mas pensei que aquela ali podia ser eu, como eu queria também viver isso. Sei que tenho poucas chances, mas são algumas chances, melhor do que nenhuma. E daí eu fico pensando se vou mais uma vez fazer o que todo mundo quer, para dar o sangue e o suor pela empresa, e adiar mais uma vez um sonho que eu não sei se vou ter tempo de realizar depois...

Tá bom, a chance é boa. Tá bom, seria um salto para o meu currículo, mas, de fato, o que eu vou pensar de mim daqui há dez anos? Que eu me vendi, que eu me corrompi pelo trabalho, que eu vivo pro trabalho e esqueço que o que eu quero é equilibrar a minha vida, curtir as pessoas, ter uma família?

Estou cheia de dúvidas, não sei mais o que pensar, nem o que decidir... queria acordar só depois que tudo estivesse resolvido, mas isso eu preciso pensar por mim...