segunda-feira, abril 16, 2007

Desesperança

Faz meses que não escrevo neste blog uma só linha...

Penso, penso muito. Sou cada vez mais crítica com o mundo ao meu redor. Mas, ainda insisto em me emocionar. Trago comigo um encantamento e um medo...

Hoje, este medo está tão forte. Medo da morte. Medo de não ter tempo de viver para te dizer "eu te amo".

Fui percorrendo as entre-linhas do que você passou a me escrever com um certo fervor, quase uma dedicação. E quanto mais eu achava que me aproximava de você, mais longe eu estava do seu mundo, do seu universo, da sua vida. Ia lendo um amor inexistente entre os trechos dos e-mails curtos e longos que você me escrevia e buscava encontrar explicação para as fotografias que você me enviava, todas elas submersas em uma aura de mistério e fantasia, que chegavam a me enebriar.

Sentia nelas o teu cheiro. E ao fechar os olhos, quase podia ouvir a sua voz, e a sua respiração ofegante depois do sexo. Sexo que eu não fiz com você. Sexo que eu somente ouvi falar. E nos meus sonhos, eram os fios dos teus cabelos que iam parar nas minhas mãos. E o toque suave do seu corpo a pesar sobre o meu parecia algo tão real. Mas, todos os dias, ao acordar, me dava conta de que aquilo tudo não passava de uma singela e avassaladora desesperança.

Tenho este medo da morte, tão forte, tão presente. Queria poder te dizer que meu amor por ti é real, que a fé que tenho em você é diretamente proporcional à admiração que eu sinto. Queria poder estar perto, mesmo longe, e ter significado.

Tenho medo da morte. De me arrepender por não ter feito, de deixar cair no esquecimento, de não me permitir viver todo esse amor. Tenho medo da morte.