Como não entendesse os motivos dele, começou a pensar em como sair dali, pois o tempo passava e sua angústia só aumentava. Pensava o tempo todo: e se ele me matar? Se não se acalmar e voltar ainda mais furioso?
Passou então a observar melhor o lugar. Foi até o banheiro e verificou a janela. Estava trancada e tinha grades. Mesmo que quebrasse o vidro, não tinha como passar pelas grades. Voltou para o quarto. Desesperada, abriu o armário como que em busca de uma passagem secreta. Nada, claro. Pôs-se a revirar as gavetas das pequenas cômodas, mas só havia uma barata morando ali. Enojada, sentiu vontade de vomitar. Foi até o banheiro e ficou lá, abraçada ao vaso, cuspindo sua indignação esverdeada. Suava frio. Levantou-se depois de muito tempo e lavou o rosto. Sua imagem no espelho fê-la estremecer.
- Aonde fui parar com essa história, meu Deus? O que eu ganhei com isso? E por que, Deus, por que eu tenho que passar por isso? Me ajuda, por favor! Aponta uma saída...
Nisso ouviu o barulho de chave na porta. Decidiu então trancar-se no banheiro. Correu a passar o trinco e deixou seu corpo escorregar até ficar agachada com as costas encostadas na porta.
(continua...)
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