O livro conta a noite de núpcias de um casal muito jovem - para os padrões atuais - que está hospedado em um hotel na praia de Chesil, perto do Canal da Mancha, na Inglaterra. Uma noite de núpcias que não acontece porque a mulher não gosta de sexo: nem de fazer, nem de falar, nem de pensar em sexo, como ela mesmo se define. Enquanto eu lia esse pedaço do livro, a única coisa que eu conseguia pensar era em como eu fui sempre bem resolvida em relação à isso.
Mas, ler esse livro achando que ele trata apenas da frigidez de uma mulher jovem é realmente um grande erro - que eu quase cometi! Posso dizer, ao final, que eu gostei do livro, depois que eu venci a barreira do quarto capítulo. Na verdade, o livro trata também de convenções sociais, de falsos moralismos, de mágoas e ofensas que nos marcam fundo, de tudo que um amor verdadeiro não é capaz de vencer em seu nome, do medo que se tem de se ver ridicularizado diante da sociedade, da família, dos amigos.
Quando não se tem o real despreendimento para ouvir àquele que se ama, suas súplicas verdadeiras, suas necessidades e demandas mais íntimas, corre-se o risco de, um dia, muito tempo depois do abandono, ver que a vida passou, que não se fêz o que se queria e que o orgulho é implacável, pois envenena a tudo e a todos e dá como troco apenas a mais profunda solidão.
Um comentário:
Ian é um ser incômodo.
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