domingo, março 02, 2008

Mediocridade

Hoje vou deixar de lado um pouco o tema principal deste blog, que são as relações amorosas, para tratar de um tema que anda me incomodando muito recentemente. Desta vez, resolvi abordar a mediocridade, na vida profissional e na pessoal . Ele é mais adequado ao blog de uma amiga, o Esquizofrenia Corporativa, mas vou tratá-lo aqui mesmo; no entanto, recomendo a visita ao blog da minha amiga, pois ela escreve muito bem sobre a temática do locus organizacional, com extrema sensibilidade.

Mas, voltando aos medíocres, como tentar entendê-los?

Quando comecei a trabalhar na empresa em que estou hoje, recebi um conselho muito valioso (mas ao qual só dei o devido valor agora, anos mais tarde) de um cara com muita experiência – de vida e de mercado. Ele me disse que trabalhar nesta empresa não seria difícil como eu imaginava. O difícil seria ter que lidar com os medíocres, em posições hierárquicas superiores a minha.

Me dei conta, com o passar do tempo, que os medíocres são realmente terríveis. Assistindo agora pouco ao “Saia Justa” no GNT, vi as meninas falando sobre o “Fodão-merda”, aquele cara que se faz de “o melhor de todos”, mas que no fundo é um fraco. Ele trabalha o tempo todo estabelecendo relações de assédio moral com as pessoas de seu núcleo e as transforma – ou, pelo menos tenta transformá-las – em camundongos, daqueles que os gatos gostam de jogar de um lado para o outro. Perto destas criaturas, a gente se sente um “nada”, rebaixado, diminuído, como se nossa opinião não tivesse nenhum valor, ou se não fossemos dignos de crédito.

Difícil mesmo lidar com estes caras (sejam eles homens ou mulheres). Eu tenho identificado alguns tipos característicos: os que tentam menosprezar as nossas idéias, os que dizem sempre que o trabalho que fez é melhor do que o nosso, os que passam grande parte da reunião da gerência tentando expor suas idéias, escolhendo palavras bonitas para parecer cultos e importantes, como aquele jogador de futebol que ao final do jogo fica batendo bola com os amigos para passar o tempo só porque acha que já ganhou.

Pior é aquela pessoa que, por não conseguir lidar com um tipo específico, cria tantos problemas de comunicação que acaba não tendo mais ambiente para conversar com a pessoa, discutir os problemas mais insignificantes. E aí estes probleminhas viram problemões e a esta pessoa só resta reclamar com o chefe, na esperança que ele intervenha a seu favor. Ora bolas, por que é tão difícil conversar, pôr as cartas na mesa? Por que esse comportamento tão infantil, de alguém que precisa sempre usar a tática: “vou falar com a minha mãe!!!”???

E quando a pessoa ameaça chorar na sua frente, mostra suas suscetibilidades e fraquezas, como se isso demonstrasse uma honradez maior, uma hombridade, uma grandeza de caráter? Porra nenhuma! Serve apenas para que a gente se sinta culpado por ser superior. Porque quando se é superior, a gente se concentra em ser apenas profissional, respeitando os outros, as opiniões dos outros e suas idéias, dando crédito a elas, fortalecendo a equipe, enxergando que quando todos crescem, o nível das discussões melhora e todos aprendem juntos. E isso não é balela, eu é que já não sei mais ser diferente.

No meio de tantos medíocres, como não ficar contaminado? Como não absorver todo esse horror para a sua vida, como chegar em casa totalmente limpo dessa energia?

Parece que o superior medíocre precisa de outros medíocres para sustentar sua mediocridade. A gente fica precisando de espaço para respirar, como se estivesse afundando na areia movediça. E a tal da mediocridade imobiliza. Num dado momento, parece que a gente não é mais capaz de fazer nada de bom, de concreto, de prazeroso.

Como se não bastasse isso tudo na vida profissional, às vezes, a mediocridade insiste em invadir a nossa vida pessoal. Ela se revela como alguém muito próximo que é muito covarde, como aquele que abandona planos e nos deixa na mão, como alguém que faz coisas sem sentido, e nos deixa desorientado, como quem teme dizer o que pensa e quando resolve dizer, sai magoando a todos a sua volta.

Eu já passei por isso uma vez. E me prometi que não iria passar de novo. Porque viver uma situação assim é como ser engolido por uma onda, a gente fica sem chão, sem direção, sem saber o que fazer. Eu sei que não é fácil para alguém lidar com isso. Já vi tantas amigas passarem por situação semelhante que agora sei bem no quê os autores de novela se inspiram para escrever aquelas cenas absurdas – elas realmente acontecem na vida real.

Enfim, preciso de ar. Preciso de uma bomba de oxigênio. Não, não quero entrar em transe, quero minha lucidez bem aqui comigo. Mas, quero uma vassoura, para varrer para bem longe todos esses medíocres que resolveram assolar a minha vida...

3 comentários:

Letícia disse...

Calma!

O_PRG disse...

quae sera tamen: CARÁLEO ! ! !

Anônimo disse...

Cruzes!
Sabe aquela pessoa que faz de tudo pra te ridicularizar por fazer seu trabalho corretamente?

Tem uma dessas onde eu trabalho. Eu sou vendedora, e ela chegou ao cúmulo de dizer que eu não tenho personalidade por vender mais e fazer o que o patrão quer.

Aqui tem um texto incrivel sobre os mediocres.

http://www.revistaandros.com.br/mediocre_vamp.html