Lá estava eu... no fundo do oceano, roadeada de pequenas criaturas marinhas que eu não reconhecia, oprimida pela enorme pressão da coluna d'água, sem conseguir ver quase nada, o ar acabando...
Que dor! Que angústia! Parecia que o coração ia sair pela boca, de tanto que ele pulava acelerado! O esofago se comprimia, se retorcia, e eu ali, sem saber o que fazer. Só chorava.
De repente, surge uma luz. Como se alguém estivesse me procurando, como se soubesse que eu estava perdida... há muito tempo.
E logo eu entendi que aquela luz era a minha salvação. Que ali eu ia encontrar o ar que eu precisava para respirar, bastava nadar em direção à superfície. E foi o que eu fiz. As criaturas marinhas me acompanharam, como se estivessem mostrando o caminho. Foram até um certo ponto, como se dali em diante não pudessem ir mais, para não perder a mística, para não se revelarem diante daquela luz branca, forte, que nos guiava.
Ao vencer a coluna d'água, fui sentindo a dor diminuir, o corpo ficar mais leve, a água ficar mais quente... ele (Ele?) estava ali, me iluminando, me trazendo de novo à vida.
E ao romper a superfície, ganhei todo o ar que encheu os meus pulmões...e muito mais. E senti aquela luz me iluminar e me inundar, até que comecei a irradiá-la para todos os lados, todas as direções. E fêz-se o dia de novo, sem escuridão, só amor.
Aiêiê, mamãe Oxum.
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