quarta-feira, setembro 21, 2011

Perdendo o medo de cara feia

Estou relendo o livro “Coragem de Crescer”, da psicóloga Maria de Melo Azevedo, da USP. Comprei este livro em 2006, e não me lembro mais o que me atraiu nele: o título, a simplicidade da capa, ou alguma coisa que li...

A autora faz uma discussão em tornos de relatos de casos de pessoas que ela trata, não divulgando os nomes dos pacientes, é claro. E em cada caso, há, inevitavelmente, algo com o que me identifico.

Ontem, estava lendo á respeito de uma paciente que tinha medo das caras feias do pai. Eu tive medo das caras feias do meu pai durante um tempo na minha vida, acho que da pré-adolescência a adolescência, especialmente quando se tratava das notas na escola. Eu era muito fraca em História e Geografia, e papai não admitia notas como 7,0, 7,5. Então, cada vez que eu tirava uma nota dessas, era um sufoco (sim, porque nota vermelha nem pensar). Mas, não eram caras de desprezo, eram caras de reprovação, caras de quem dizia: "você pode fazer melhor!". Um dia, eu me libertei disso, e consegui ir adiante, sabendo que as minhas notas, ou qualquer coisa que eu fizesse na vida, eram de minha inteira responsabilidade e que não adiantava lamentar ou ralhar, o caso era tocar em frente e seguir adiante, para reverter a situação, se fosse possível.

Mas, algumas caras feias ficam. As que a Maria de Melo relata no livro. O trecho é tão bom que vou me permitir reproduzir aqui, com meus comentários.

“(...) Medo de que, afinal, eu insistia (...) Em primeiro lugar, de caras feias (...) Dessa estratégia de apequenar os outros por meio de expressões faciais, “caras e bocas”, como se diz. É uma tática sempre muito eficiente, mesmo com adultos. Imagine então com crianças, como era o seu caso com o pai, na infância. Preste atenção quando estiver com alguém que usa esse recurso. Ele é forte, funciona. A gente diz algo a uma pessoa. Ela fica imóvel, não mexe um músculo. Não dá resposta alguma, nos deixa no vazio. A gente não tem nenhum indício de como lhe chegou aquilo que dissemos. Este conjunto já sinaliza que não estamos agradando muito, joga um pouco de água fria no nosso movimento. Diminui nossa excitação, desvitaliza. Mas a gente agüenta e segue adiante, agora com mais força, colocando ainda mais energia, desejando muito conseguir tocar o tal sujeito, o nosso interlocutor. Aí ele faz algo mais forte: uma cara toda especial, torce o nariz, a boca, numa expressão de quem sente cheiro de merda em algum lugar... E aí, batata! Se você não estiver muito preparada pela vida, começará a cheirar seu sapato para verificar se não pisou no cocô do cachorro. Na próxima tacada do rei em questão, cuidado! Você pode instintivamente cheirar a manga da sua blusa, ou sei lá o quê... As caras dele vão lhe informando que você só fala merda. E em seguida, repentinamente, ele vai mudar de assunto, como se você não existisse e não tivesse falado aquelas besteiras. Como se lhe desse uma chance, apagando generosamente suas ações incompetentes, apagando você! E, é claro, a postura dele indica que a resposta correta de sua parte é agradecer a gentileza... Aí você já estará pequena como um grãozinho de arroz, ou de gente. Gente, a esta altura, você já nem se sente. Encolheu-se toda. E o rei lá em cima, enorme, inatingível. Agora imagine esse tipo de treinamento a vida toda, desde o berço! (...)

O segundo medo é o de abandono (...) Ou seja: as caras feias expressam desprezo. E contêm algo mais perigoso: a ameaça de abandono. Uma chantagem afetiva é jogo duro. Se bobear, (...) é descartada do jogo da vida como um traste qualquer. (...)”

Pensando a respeito, vou me dando conta de que nasci numa família onde muitas pessoas estão habituadas a fazer isso. Não falo de meus pais, que são pessoas tranquilas, e arrisco a dizer, sofrem com isso tanto quanto eu, mas de todo o resto. Eles sempre dão um jeito de te mostrar que você não vale o pão que come, que só fala besteira, que é melhor ficar calada(o). Outro dia, fui a uma reunião de família, uma comemoração de aniversário, e ao chegar em casa, meu marido me perguntou porque eu estava tão calada. Eu disse a ele que havia desistido de falar, que era muito sacrifício tentar ser ouvida. Ora, isso não acontece em nenhuma outra situação, em nenhum outro núcleo. Aliás, quando há pessoas de fora da família, o papo rola solto. Mas, com meus ‘parentes’, o que se recebe de volta é sempre uma cara de quem comeu pudim de limão, quando a gente fala. E isso cansa. Ainda mais se você não está habituado a pagar na mesma moeda. Aí vira monólogo, só o ‘interessante’ pode falar, você não. Então, é melhor ficar quieto, observando os tais a fazer o mesmo com os outros e vendo como as pessoas ficam desconcertadas nestas situações. Eles deviam ser filmados e depois, obrigados a assistir as atitudes perversas com as quais agem neste pequeno clã.

O mesmo acontece no trabalho. Uma ou duas criaturas agem do mesmo jeito. A tudo que falamos, a todas as contribuições que damos, a resposta é sempre uma careta, uma cara de nojo. Como incomoda! Dá vontade de perguntar: “Está com fome?” Porque cara feia para mim é fome...

Eu fico me perguntando como é que se aprende a ser assim. Acho que é uma estratégia de defesa, que alguns adotam e outros não. Começa com alguém muito importante, egocêntrico e egoísta, o “rei” daquela casa, ou daquele ambiente de trabalho, e se propaga para todos os que precisam se defender dele e que vão impondo esse comportamento aos demais.

Ainda bem que sou transparente e segura o suficiente para mostrar às pessoas, respeitosamente, que não concordo com os seus argumentos, e que tenho os meus, para sustentar uma discussão saudável e produtiva.

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MELO, Maria de. "A coragem de crescer - Sonhos e histórias para novos caminhos". Rio de Janeiro: Ed. Record, 2005.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Colecionadora de receitas


Quando eu casei, aos 28 anos, ninguém me disse que a vida seria procurar por receitas. Naquela época, eu mal sabia fritar um ovo, passar um café... e tive que encarar as dores e as delícias da vida a dois.

Eu pensava que tinha alguma sorte porque quando casei meu marido tinha 35 anos e vivia desde os 18 anos sozinho. Então, ele sabia como fazer... arroz, feijão e tudo o mais (naquela época, eu ainda estava interessada em aprender apenas o trivial variado, para dar conta de um cardápio de dia-a-dia). Mas, ele não me ajudou muito não. Aliás, devagarzinho, foi deixando todas as responsabilidades da casa para mim. E nós nunca tivemos uma pessoa para nos ajudar, era tudo comigo e com ele (mais comigo do que com ele).

Ainda me lembro do dia em que, sentada no chão da sala do nosso pequeno apartamento alugado de 58 m2, eu liguei aos prantos para a minha avó e pedi que ela me ensinasse a fazer um arroz... soltinho. Lembro do desespero ao ouvi-la dizendo para eu fazer um refogado (o que era isso, meu Deus?) e para colocar água até que o arroz cozinhasse... Como assim? O quanto de água? Tinha que ser água fervente? Era muita informação para uma menina que tinha passado a vida dando aula para crianças* e, quando estava em casa, pouco levantava a bunda do sofá.

Depois de casada, uma coisa que a gente aprende é que não vai ter muito tempo de esquentar a bunda no sofá, e começa a ter uma saudade danada dos paparicos de mamãe. Logo que me casei, não tinha essa de buscar receitas na Internet. Então eu comprei um caderno de capa dura, assim como a minha mãe tinha o seu, e comecei a anotar tudo nos mínimos detalhes. Até o que era refogado. Demorei muito tempo para ter coragem de fazer um feijão na panela de pressão, não tive uma dessas até que achei que podia dominá-la, tinha medo que explodisse...

E com a internet, as receitas foram aparecendo, eu as fui colecionado, e hoje, cá estou, com um certo domínio dessa disciplina, me arrisco a fazer até sopa de ervilha na panela de pressão, mesmo a mamãe dizendo que a ervilha faz a panela explodir, sei lá porquê...

Sinto que passei a colecionar receitas, depois de casada. Receita de como equilibrar as minhas vontades com as vontades do marido - e às vezes até com as vontades de papai e mamãe e do resto da família. Receita de como demonstrar ao marido que estou a fim de namorar... aliás, muito a fim, porque quando é só um pouquinho, ele não enxerga! Receita de como ouvir certos desaforos em casa e não levar a ferro e a fogo, porque não tem jeito, a gente traz pra casa os problemas do dia-a-dia no trabalho, invariavelmente. Receita de como lidar com um telefone que não pára de tocar, e que meu marido não se habilita a atender, nem pra evitar que eu acorde.

Enfim, a gente acorda um dia e se vê responsável pela roupa de cama, de mesa e de banho. Tem que pensar no cardápio da semana e fazer a lista do supermercado. Tem que passar a roupa bem passada e ver o que tem que ser levado para a lavenderia. Tem que trocar os lençóis, pôr as toalhas pra lavar e ver se tem mancha no colarinho da camisa do marido. E não ganha nada por isso.

Ainda esses dias, de molho em casa, eu me dei conta de que, aos poucos, à medida que eu ia melhorando, essas responsabilidades iam voltando a cair sobre os meus ombros. Hoje, ouvi do marido que "tenho ainda uma semana para curtir minhas férias"... e que "ele não ia ficar em casa... mofando!" Vem cá!? Eu não estou de férias!!!! É a eterna busca por uma receita que nos faça compreender como lidar com essas palavras desagradáveis, esses sinais de intolerância de quem convive conosco, os atos de impaciência para com quem está doente em casa, entediado, vendo a vida pela janela da varanda e da internet.

Talvez eu esteja mesmo mofando. Tenho sentido mais frio do que o normal, tenho falado com as paredes, tenho tentado arrumar o que está fora do lugar. Mas, não consigo. Não, as coisas só ficam arrumadas até que ele chegueem casa. Aí, quando todas estão fora do lugar, o meu "marido-criança-grande" reclama que está tudo bagunçado. Desfarço, finjo que não entendi e sigo a vida mofada. Mas, como uma mulher que se preze, eu tenho até tentado manter as unhas feitas, o cabelo arrumado, uma roupinha descente. Tenho aturado a faxineira e seu rádio de oração todas as 5as. feiras, mas ela não me faz companhia. Coitada, ela mal enxerga onde está sujo e eu odeio dar ordens.

Só sei que preciso tirar um aprendizado disso. Percebi que conseguiria fazer um monte de coisas que nunca tive coragem, como costurar, por exemplo. Preciso achar qual a receita para os próximos anos.

Ah, e acho que tem muita senhora idosa, que vemos retratadas na tv, que já acharam uma outra receita-de-ouro: abaixar o volume do aparelho para surdez toda vez que a conversa não lhe interessa... Acho que vou ser uma dessas...

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* Eu sustentei as duas faculdades que fiz (condução + livros) dando aula particular. Fazia Engenharia de manhã, dava aula de 1 às 5 da tarde e depois emendava com a Administração das 6 às 10 da noite. Era barra. Mas, eu adorava. Ainda lembro muito dos meus meninos, e até da garotinha chinesa que alfabetizei, a Wenjin. Com saudades!

quinta-feira, setembro 15, 2011

Presente da mamãe


Adorei!

Agradável surpresa de uma tarde chuvosa

Ontem, zapeando impaciente com meu controle remoto, enquanto esperava um retorno da médica, me deparei com um filme fofo no Telecine Pipoca. Eu recomendo. Para aqueles dias em que não se quer sofrer, pensar, refletir, quando tudo o que se quer é apreciar uma comedinha romântica que, de quebra, nos apresenta uma criança pra lá de fofa, que faz um personagem "mega perturbado"...

O nome do filme? "Coincidências do Amor"... com a Jennifer Aniston (de Friends) e o Jason Bateman (um ator que eu ainda não conhecia, mas que, por coincidência - ou não - me lembrou muito uma pessoa...)... E o menino? Chama-se Thomas Robinson. Taí o cartaz do filme.



Ele foi lançado em 2010 e, sinceramente, não sei se foi um grande sucesso no cinema. Não ligo para esse tipo de filme e raramente me lembro de algum, tempos depois que vi o trailler. Mas, esse me chamou a atenção, mais pelo ator desconhecido (por motivos óbvios, já que eu disse que ele me lembrava uma pessoa) do que pela Jennifer e seus personagens todos-iguais.

A história trata de uma mulher (Kassie) na casa dos 40 anos, sem namorado ou marido, que quer ter um filho e que resolve pagar a um doador pelo seu sémen e fazer uma inseminação artificial. Ela resolve então dar uma festa, chamando todos os seus amigos, inclusive o perturbado e tímido Wallie. Todos bebem muito, enquanto o doador está fazendo o serviço no banheiro. Mais tarde, quando Wallie vai ao banheiro "tirar-água-do-joelho", descobre aquele pote com o "ouro-mágico" da amiga, fica supercurioso e resolve dar uma conferida no material (olha a cara dele na foto acima). Só que, nem tudo é perfeito, o pote cai aberto na pia, e seu conteúdo escorre junto com a água pelo ralo abaixo. O amigão (!!!) não vê outra alternativa a não ser substituir o material do doador pelo seu... e daí se desenrola toda a história.


Mas, o máximo é o Sebastian, o garoto, o filho dos dois, que Wallie só vai conhecer seis anos depois, quando Kassie volta à NY. Ele é demais. Perturbado. Colecionador de porta-retratos, cria histórias com os personagens das fotos que vêm com eles, e ali estão um avô, um tio, enfim, uma família fictícia.


Esse menino lembra demais o pai-personagem, age da mesma maneira, tem os mesmos trejeitos, é hipocondríaco como o pai, não gosta muito de contato físico, é esquisitíssimo... uma gracinha. Na cena abaixo, ele se recusa a comer pato, porque leu na internet o que fazem com os patos quando se produz patê de foie gras. Ah, as crianças de hoje e o excesso de informação ao qual estão expostas diariamente...! Estamos nós criando pequenos-monstrinhos!



A mãe sabe quase nada de como é lidar com uma criança inteligente desse jeito e vai cedendo às chantagens do garoto. Mas, é tudo muito leve, a gente se pega dando muita risada várias vezes. Ela se mete em um monte de confusões, mas acho que a cena mais bacana é quando o amigo-pai (ainda sem que os outros saibam dessa paternidade) é convocado de emergência para salvar o garoto que está com a cabeça infestada de piolhos. Ver aquele cara esquisito catando piolhos é surreal... Quantos homens assim não existem por aí... eles só precisam de alguém (pequenino) que lhes toque o coração... E depois do pente fino, o garoto ganha um pote de vidro, cheio de piolhos (já mortos, é claro), que ele leva pra ver televisão, tomar café da manhã... essas coisas de criança maluca...



Bom, o final... o final você já pode imaginar. Eu não vou contar, mas é tão óbvio! O legal é ver o menino finalmente tendo a oportunidade de comemorar seu aniversário do jeito que quer. E, é claro, sem deixar de fazer uma chantagenzinha básica.

Vale à pena, numa tarde chuvosa, é melhor que "Sessão da Tarde". Com direito à pipoca e tudo...


terça-feira, setembro 13, 2011

Tecendo saberes na primavera...

Quem quer, arruma um jeito.
Quem não quer, arruma uma desculpa.

Caio Fernando Abreu

Música do dia

Aliás, e a propósito, a música do dia hoje é...



... porque eu fiquei sozinha o dia todo com meus pensamentos!

Moda nas unhas

Empolgada com a chuva de tendências que tenho visto nas revistas, e com as explicações de craques da moda de como utilizá-las, como o estilista Reinaldo Lourenço, na Revista UMA de agosto de 2011, resolvi que já era hora de experimentar e sair dos tradicionais rosas, vermelhos, marrons e corais.



Passando por uma loja O Boticário, não resisti e comprei o esmalte azul turqueza da segunda foto abaixo. Custa R$ 9,90, preço um pouco acima do mercado de esmaltes, mas nada comparado a um Chanel ou Lancome. O esmalte é de boa qualidade e seca super rápido (nem precisa usar olho secante). Pintei as unhas no sábado para um almoço no domingo. E fui de roupa básica, para não brigar com o cintilante do esmalte.



Na segunda-feira de tarde, já tinha tirando o tal esmalte. Sabe o que é? É cintilante demais. Muito aceso. Eu bem que tentei, mas voltei pro meu rosinha, que está aqui nas minhas unhas, tranquilo, tranquilo.

Um dia, quem sabe, consigo fazer até uma inglesinha, que eu achei demais...



Enfim, fazendo uma pequena busca na internet, deu pra ver que o povo inventa, viu? Ô, se inventa. Mas, como sou eu mesma que faço minhas unhas (não tenho paciência pra fofoca do salão, nem pros bifes que tiram da gente), eu tenho que aprender a ter coordenação motora para caprichar na mão direita (já que eu sou destra).

Se conseguir, posto as fotos aqui.

34/45

O tempo está passando bem devagar. Nossa! Tem dias que penso que vou enlouquecer. Desde que resolvi desligar a tv, melhorei. Me dei conta de que a tv é uma máquina de criar malucos, de endoidecer gente. Aproveito agora para não ouvir nada, nem rádio. É bom. No silêncio, só o barulho do teclado, das minhas próprias ideias, me acompanha.

Já que eu não conseguia ler, por uma incrível falta de concentração, encomendei uma caixa de dvds, com filmes que há muito tempo eu queria ver. Foi uma ótima pedida. Mas, a cada filme que vejo, me dou conta que há outros tantos que ainda não assisti e que eu ainda quero assistir, ou que já vi no cinema, e quero ver de novo. Estou pensando em testar o Netflix, pois assim não preciso ocupar espaço físico em casa com as embalagens. Ou talvez, eu abra uma vídeo-locadora depois, com tanto filme por aqui... prometo que faço um preço baratinho...

A lista da semana passada foi a seguinte:

  1. "Frida" - com a Salma Hayek;
  2. "A Vida é Bela" - com o Roberto Benigni;
  3. "Snatch - Porcos e Diamantes" - com o Brad Pitt e o Benicio Del Toro;
  4. "Os homens que encaravam cabras" - com o George Clooney;
  5. "Coração Louco" - com o Jeff Bridges;
  6. "O Turista" - com o Johnny Depp e a Angelina Jolie;
  7. "Minhas Mães e Meu Pai" - com a Julianne Moore e a Annette Bening;
  8. "De Pernas pro Ar" - com a Ingrid Guimarães e a Maria Paula.

Já assisti à três deles, nesta ordem:

"De Pernas pro Ar" - que decepção, muito careta!

"Os homens que encaravam cabras" - indicação de meu amigo argentino, é tão louco, tão louco, que é imperdível!

"Minhas mães e meu pai" - lança umas questões interessantes sobre a constituição familiar contemporânea, mostrando como é complicado para um casal de meio-irmãos adolescentes ter duas mães, como é estranho encontrar o doador de sémen, como a traição é vista num relacionamento gay, enfim, é um filme para pensar. E a Annette Bening está perfeita.

Mas, como eu disse no início do post, já quero comprar mais filmes... da lista dos que quero muito ver estão "Além da Vida" e "O pequeno Nicolau".

A conclusão que eu cheguei nestas duas últimas semanas reclusa é que eu preciso ir mais ao cinema. Pronto, falei.

A propósito, eu tenho ido aqui e ali, devagarzinho, encontrando pessoas, retomando as minhas atividades, terapia, acupuntura. É difícil, cansa. Dá vontade de deitar, no meio da rua. Se eu pudesse carregar comigo um sofá portátil, seria ótimo. É tão diferente de férias, a gente se sente inútil. Mas, vai passar...


Cena de "Minhas mães e meu pai"... elas estão fantásticas...


E aí, você me indica mais algum para a lista? Thanks!

quinta-feira, setembro 08, 2011

29/45

Hoje é meu 29o. dia de prisão domiciliar. Esta semana foi mais folgada. "Obtive" do maridão alguns alvarás de soltura e fui à rua sozinha. Confesso que ainda tenho um pouco de medo de sair sozinha, de cair de joelhos, como vinha acontecendo antes. Então, dei uma de Angélica e fui de táxi.

Consegui retomar minhas seções de acupuntura, voltei à terapia, fui fazer os exames de sangue sozinha. Ontem, fui ao shopping. Queria dar um presente pro maridão, já que a loja que ele gosta estava com uma super promoção de 70%. Confesso que, combinando feriado e shopping cheio, eu fiquei muito, mas muito cansada. Olha que não andei quase nada, estava com ele, que me deu o braço e tomou conta de mim o tempo inteiro... mas, o fato é que ainda não estou pronta para essas estripulias. Tenho mesmo é que ficar em casa. Full time. O resultado é que peguei um resfriado, não sei como, mas também não preciso saber... agora não estou podendo pegar nada...

O sono agora anda bastante irregular, uma hora durmo muito, na outra tenho insônia. Vida boba essa minha...

Tenho descoberto muita coisa na Internet. Agora que voltei a ler (pois antes não estava conseguindo), retomei alguns dos livros que estavam na cabeceira... e até voltar a trabalhar, espero ter conseguido acabar a leitura.

Estou apaixonada por um site de fotos que está aí, na barra lateral direita (We heart it!)... tem cada imagem linda...

É isso, um tempo de esperar, esperar, esperar... espero pelas ligações dos amigos, pelos e-mails deles, pelos alôs, pelas visitas em casa... espero por qualquer sopro de contato com a realidade, com o mundo lá fora, que continua girando, girando, girando...

Esse tempo reclusa tem me feito pensar nos idosos. Eles ficam tão alheios ao que acontece na vida das pessoas, os mais novos os deixam tão abandonados (e eu me incluo neste grupo), que viver é quase como estar semi-morto. Ver a vida pela janela, pela Internet, ou pela tv, é algo desesperador. Tenho cada vez mais certeza de que, para envelhecer bem, você deve se cercar de atividades e de amigos, evitando a reclusão. O joelho está doendo? Esquece, vai pra rua... Você acordou fraca hoje, busque energia na hidroginástica... Não esmoreça, faça alguma coisa...

Se eu tenho mais uma coisa para aprender desse tempo, é que o corpo só está bem, se a cabeça está bem também!

Música do dia:


PS.: Deixa eu explicar o título do post. Serão 45 dias em casa. Eu já cumpri 29. Sabe o encarcerado que marca na parede cada dia com um tracinho, até formar 5 (4 com um na diagonal), e vai somando de 5 em 5? Estou quase assim... Ninguém merece!

segunda-feira, setembro 05, 2011

Isso é que é presente


Andei fazendo umas compras no meu site favorito, o da Lancome, e dessa vez, na hora de escolher os brindes (sim, porque eles sempre oferecem brindes a quem é cadastrado), eu pude escolher um potinho de Génifique, um creme que eu estava namorando há muito tempo e que nem no ano passado, quando estive na França, tive coragem de comprar, de tão caro.

Não precisa comprar muito para ganhar brindes, mas é lógico que, quanto mais se compra, mais se ganha. Eu estou usando o Génifique desde que chegou aqui em casa, há mais ou menos dez dias. Como eu já tinha lido em resenhas nos jornais e revistas, é realmente maravilhoso. A sensação é de estar com uma base poderosa o dia todo, e ainda com efeito lifting. E olha que eu só passo o creme à noite, antes de dormir, logicamente depois de ter limpado muito bem o rosto das impurezas do dia.

Tenho lá minhas dúvidas se o produto mesmo é tão bom quanto a amostra, porque já vi muita gente reclamando que a amostra era mil vezes superior do que o produto em si. Mas, como a Lancome é uma marca na qual eu confio, e da qual eu sou fã de vários produtos, acho que não vou me decepcionar, não.

Então, quer o seu? Olha, não sei se a promoção ainda está valendo, mas passa lá e faz o seu perfil:
http://www.lancome.com.br

I need too much light

The Laughing Hearts

"your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you."

- Charles Bukowski


Música de hoje:

domingo, setembro 04, 2011

25 dias de prisão domiciliar


É assim que eu me sinto. O dia está lindo, posso ver pela janela. Céu azul, clima ameno, ideal para um passeio ao ar livre. E eu aqui esperando. Esperando o corpo vencer a batalha, para voltar ao meu normal. Não ao normal dos outros. Ao meu.

Enquanto espero, me contento com as ligações que recebo, com as poucas visitas. Elas me acalentam, me mostram algum carinho. Eu ainda me pergunto porquê tudo isso, porque uma crise tão intensa. Por que demoro tanto a ficar bem?

Hoje, abri o "Livro do Desassossego", do Fernando Pessoa, numa página qualquer, e era isso que dizia...

"144. Depois dos dias todos de chuva, de novo o céu traz o azul, que escondera, aos grandes espaços do alto. Entre as ruas, onde as poças dormem como charcos do campo, e a alegria clara que esfria no alto, há um contraste que torna agradáveis as ruas sujas e primaveril o céu de inverno banal. É domingo e não tenho que fazer. Nem sonhar me apetece, de tão bem que está o dia. Gozo-o com uma sinceridade de sentidos a que a inteligência se abandona. Passeio como um caixeiro liberto. Sinto-me velho, só para ter o prazer de me sentir rejuvenescer. (...) Todas essas coisas não têm importância. São, como tudo no comum da vida, um sono dos mistérios e das ameias, e eu olho, como um arauto chegado, a planície da minha meditação. (...)"

A vida é mesmo cheia de mistérios, a sensação que tive foi que, por não ter tamanha competência, havia incomendado esse trecho ao Pessoa para ilustrar o meu 25o. dia de prisão domiciliar.


Música de hoje:

sexta-feira, setembro 02, 2011

Transformando um ursinho

Pegue um ursinho sem graça...


Corte um pedacinho de retalho bem bacaninha, como um quadradinho ...


Use uma tesoura de picote para fazer o acabamento...


Dobre ao meio como um triângulo e vinque à ferro para marcar...


Depois, como uma bandana, coloque na cabeça do ursinho.
Use uma linha para prender atrás e dos lados...



Escolha uma fita que combine e faça um lacinho curto...


E voilà, aqui está meu ursinho surfista de bandana!


Ou, dependendo de quem olha, um chef de cuisine!

Quem disse que eu não tinha habilidades manuais, heim?!


A propósito, esse foi pro meu sobrinho-neto, e por isso, e porque papai surfa, eu me inspirei e usei o tecido da bandana. E também, escolhi cores mais sóbrias. Depois mostro outros inventos!

quinta-feira, setembro 01, 2011

Obscuro objeto do desejo


Eu vi essa revista nas bancas e enlouqueci. Adorei esse vestido. Está certo, é um Carolina Herrera. Mas, eu preciso, eu quero, eu necessito!!!! Sei lá o que passa pela nossa cabeça que nos leva a amar alguma coisa que a gente acabou de ver. Comprei a revista. Nada, nenhuma foto interna para que eu pudesse ver os detalhes. Zero. Que frustração!

Mas, um detalhe, vendo o making off da Alinne no site da Marie Claire, pude ver que as alças são cruzadas nas costas, o que me encanta ainda mais. Adoro vestido assim!

Fazendo uma pequena busca na Internet, encontrei o desfile da coleção Primavera/Verão 2011-12. É um festival de vestidos lindíssimos, cada um mais elaborado que o outro. Olha só:


Cá entre nós, a trilha sonora é meio pavorosa, mas os vestidos são lindos. E nada de achar a origem do meu objeto do desejo.

No site Hoy Moda, lá estava ele, numa outra modelo. Confira aqui. Enfim, é lógico que eu não vou ter um... mas, quem sabe um parecido ou inspirado. Aguardem!