Não queria, nem podia perdê-la, não agora. |
Enquanto o carro rodava, ela ouvia uma voz ao longe chamando por ela. Era Marco, ao telefone, chamando Bia, Bia, Bia... Isso de alguma forma a mantinha viva, alerta, ciente da vontade de estar de novo nos braços daquele homem.
Só lembrou que estava sem o cinto. Agarrou o celular com força, que caíra entre suas pernas, e contraiu o corpo, escondendo a cabeça entre os joelhos. Esperou pela pancada, o sacolejo, a batida, o barulho final... Sabia que não queria morrer, não agora...
Do outro lado do telefone, Marco sentia pela primeira vez o desespero da perda. Não queria, nem podia perdê-la, não agora. Sentia-se um tanto ridículo e egoísta por pensar assim, mas queria aquela mulher na sua cama, queria tudo que ela podia lhe proporcionar, o prazer de estar com ela, sentir sua pele, a respiração, os pêlos, ainda não era amor, mas se era possível dar um nome pra aquilo tudo, era paixão, com certeza. Uma paixão muito louca... E a possibilidade da perda e a impotência causada por não saber onde ela estava e por não poder protege-la, ouvindo o acidente acontecer, causava em Marco uma angústia...
Bia sentiu o carro rodar uma vez, depois mais uma... E mais uma. Até encontrar o poste. De repente, ficou tudo escuro.
Ao ouvir o barulho, Marco desligou o telefone, pegou as chaves do carro e saiu.
Continua na parte 8.
Continua na parte 8.
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