todo dia, uma esperança... |
À medida que ia ao Souza Aguiar visitar a Bia na UTI, Marco familiarizava-se com rostos e expressões dos enfermeiros e médicos daquele lugar. Um deles ficou especialmente cativado com o amor de Marco. Era uma enfermeira e se chamava Marisa.
Toda vez que Marisa estava de plantão, e Marco passava lá para ver a Bia, ela dava um jeito de espiar pela porta, enquanto ele parecia rezar, e nunca saia do quarto sem antes arrumar seus cabelos.
Conversava com os médicos, perguntava porque Bia não tinha acordado ainda, agarrava-se a qualquer fio de esperança que pudessem lhe dar. Marco era maduro, já tinha vivido muita coisa nesta vida, mas não sabia como lidar com aquela impotência que lhe deixava um gosto amargo na boca.
Marisa sempre lhe dava atenção e buscava tranquilizá-lo, dizendo-lhe que seria uma tortura breve, que logo Bia estaria acordada ao seu lado. Marco já pensava em pedí-la em casamento, tudo havia mudado depois daquele acidente. Não queria mais viver longe dela, tinha a sensação de que haviam sido feitos um para o outro, que deveriam cuidar um do outro por toda a vida...
Um dia, encheu-se de coragem e pediu a Marisa que anotasse seu telefone. Podia ligar a hora que fosse para avisá-lo de qualquer mudança no estado de Bia. Queria ser avisado em primeira mão, e não pelo médico do hospital, que entre telefonar para um amigo, quase namorado, optaria por avisar a família.
Um dia, depois de negociações e reuniões estressantes, Marco estava mais uma vez divagando em seus pensamentos, com o olhar perdido naquela paisagem da janela do escritório, quando recebeu uma ligação:
- Boa noite, é o Marco? É Marisa... Ela acordou.
Continua na parte 10.
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