Copacabana. Foto: Thiago Lontra, Agência O Globo |
Momentos de reflexão, totalmente em silêncio. Enquanto tomo um café ou caminho, vejo/escuto as seguintes cenas:
Cena 1
Rapaz ao telefone, sentado à mesa do café de frente para uma moça. Diz que estão ali porque estão fazendo aniversário de casamento. A moça começa a ficar emburrada. Ele desliga e se põe a teclar loucamente. Ela pergunta duas ou três coisas, mas ele não escuta. Ela fala para irem embora, ele não escuta. Ela pergunta se ele já pagou a conta e ele faz que sim com a cabeça. Ela está visivelmente incomodada de "estar invisível". Eu a percebo perfeitamente.
Cena 2
Na Casa e Vídeo, uma senhora conversa com um rapaz bem novinho enquanto esperam por um embrulho. Ela pergunta se ele já arrumou o quartinho. Ele diz que precisa conversar sobre isso com ela, porque andou fazendo um levantamento de preços e viu que o hospital perto da casa dela (sua namorada) cobra em torno de R$ 6.000,00. Quer dicas de lugares que podem ser mais baratos para o parto. Ela quer saber mais. Não parecem mãe e filho, mas colegas de trabalho.
Cena 3
Na porta de um boteco, uma mulher bêbada diz a uma senhora aos berros que ela "não merece o filho que tem, não merece". A senhora baixa os olhos, consternada.
Cena 4
Um flanelinha muito louco ajuda uma mulher num 4x4 a estacionar e só manda a dita parar depois que ela já derrubou a moto que estava estacionada. Sob o meu olhar, ele me encara e grita pra mim: "Bem vinda à minha casa"...
Continuo a minha caminhada, minha reflexão e meditação. Chego a conclusão que estamos na cidade das almas perdidas...
Essa reflexão faz parte de uma experiência proposta por Howard Gardner no livro "O Verdadeiro, o Bom e o Belo Redefinidos", no qual ele propõe ao leitor que fique um dia sem fazer a avaliação sobre o que é verdadeiro, o que é bom e o que é belo, desconsiderando esta tríade grega.
Eu não consegui. Pela minha descrição das cenas, você pode perceber que eu fiz julgamentos em todas elas.
Essa reflexão faz parte de uma experiência proposta por Howard Gardner no livro "O Verdadeiro, o Bom e o Belo Redefinidos", no qual ele propõe ao leitor que fique um dia sem fazer a avaliação sobre o que é verdadeiro, o que é bom e o que é belo, desconsiderando esta tríade grega.
Eu não consegui. Pela minha descrição das cenas, você pode perceber que eu fiz julgamentos em todas elas.