sábado, julho 31, 2010

Mundo real

Não suporto a idéia do não-dizer. Não suporto, simples assim. Me sinto péssima quando quero mas não posso dizer. Sinto que um dia, aquelas palavras não ditas cairão no esquecimento e o que poderia ter mudado um destino, uma vida, de nada servirá.

Odeio me sentir acoada. Uma grande amiga minha diz que eu me transformo nessa hora... e avanço em quem me ameaça. Não aguento a idéia de não poder dizer: "Não, obrigada". Ora bolas, eu tenho esse direito!

Estou formando um bolo na garganta, um nó que não se desfaz. Estou ficando rouca, resfriada, com vontade de gritar pro mundo tudo que está entalado.

Não vou chorar, não vou me abater, mas vou quebrar o paradigma da mesmice. Ah, vou!

quinta-feira, julho 29, 2010

Frase do dia

Estou lendo o livro do Miguel Sousa Tavares, chamado "No teu deserto (Quase romance)", que eu estou adorando. Separei uma frase, que diz tudo e tem tudo a ver com essa viagem que eu fiz:

"A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem sabe olhar" -- pg. 51



Essa é uma frase de um homem que apreciou muito a contemplação. Era como eu estava lá nesses lugares, muito contemplativa. Impossível ser diferente...


Eu recomendo a leitura!

quarta-feira, julho 28, 2010

Por onde andei [20] - Eschborn e o reboot

Por enquanto, acho que vocês ainda vão ter que ler muitas estórias da viagem. Ela não sai de mim. Não consigo deixar de reviver tudo aquilo que vivi, de sentir de novo todas aquelas impressões... incrível é voltar pro Brasil e sonhar um dia em francês, o outro em alemão, apesar de não falar essas línguas.

[!!!!????]


Uma das coisas mais incríveis que vivi com meus amigos alemães foi a "garten party" na casa deles, quando paramos, literalmente, para jantar às 19:30 e só entramos lá pela 1 da manhã. Vocês vão dizer: "nossa, mas aqui isso é tão comum! Em qualquer cantinho, em qualquer playground, em qualquer lage, a gente faz uma festinha"...


É, mas essa foi uma festa de jardim diferente. Imaginem a cena...


Um jardim maravilhoso, que o dono levou mais de dez anos para construir, com as flores mais lindas do mundo.

Uma cidade pequena, silenciosa, onde quase não passa carro na rua (Eschborn, uma cidade a 15 minutos de carro de Frankfurt).


Uma festa sem música, onde só se escuta o barulho de uma fonte no jardim. Uma festa sem iluminação, onde as pessoas se valem da iluminação natural, já que é verão, e só está anoitecendo lá pelas 22:30 da noite (e quando começa a escurecer, o anfitrião acende velas pelo jardim, nada mais bucólico e romântico). E quando a noite cai, a gente olha pro céu e vê um mar de estrelas que não está acostumado a observar, já que é hemisfério norte, e um monte de vagalumes vem brincar ao nosso redor...


Uma festa com seis pessoas, três casais, ao redor de uma mesa, para conversar e se conhecer melhor, falar de suas culturas e de seus países, de suas principais características, músicas, atores ...


Um jantar com vários pratos, cerimonial (mas simples!), muito vinho, onde as pessoas estão dispostas a experimentar novos sabores, abrindo o paladar para o desconhecido, como o "apple wine".


E quando começa a ficar frio, há mantas de lã espalhadas pelo jardim, que as pessoas podem usar para se aconchegar e ficar mais quentinhas...


Uma festa simples, um jantar gostoso, pessoas interessantes e uma grande paz. Esse foi o meu reboot, eu zerei o HD, fiquei tranquila, adorei tudo que ouvi, que comi, que bebi, que senti. Não tive problemas para dormir, dormi bem, dormi gostoso, aquele sono dos Deuses...


Olhem só se o jardim não é lindo...





Acho que todo mundo devia ter direito a isso... ao silêncio, a paz de espírito...

sexta-feira, julho 23, 2010

Por onde andei [19] - nada mais parisiense

Hoje, ao abrir o Google para fazer uma pesquisa rápida, descobri que era o 150o. aniversário do nascimento de um famoso designer gráfico tcheco, Alfons Mucha...


Logo do Google, comemorativo da data.
Foto do Alfons Mucha.

Seus desenhos, dentre eles o retrato de Sarah Bernard, que, por coincidência vimos retratada hoje em exposição no Petit Palais, são a cara de Paris. Veja só...

Grande descoberta!

Por onde andei [18] - Nem tudo está perdido

Anteontem, peguei um resfriado fortíssimo, daqueles que te impedem de dormir. Ontem, fui à Farmácia e a moça me medicou, sabendo que eu era turista. Havia um farmacêutico bom lá e eu me senti amparada. Os remédios começaram a fazer efeito. Estou bem melhor, apesar da tosse.

Hoje, a moça do restaurante do hotel perguntou se eu estava melhor e depois sorriu pra mim. Meu primeiro sorriso em Paris. Depois, ganhei outro de um hóspede que tomava café, meio envergonhado. Dois sorrisos no mesmo dia, e ainda abriu o sol!

Adorei! Existe alegria nesse lugar de gente séria. Voilá!

Trilha Sonora da Viagem [3]

Mais uma que eu considero impossível não gostar. O nome é Nothin' on You, e é do BoB e do Bruno Mars.

Escuta só! Toca muito por aqui!

quarta-feira, julho 21, 2010

Por onde andei [17] - Montmartre




















Adorei esse lugar! Um cantinho de paz... conheci logo que cheguei.

Por onde andei [16] - Paris, je t'aime?

Eu não me identifiquei com essa cidade. Não, mesmo. Talvez tenha sido o fato de ter vindo no verão. Talvez, Paris no inverno, ou no outono, tenha outra aura. Então, só posso concluir que elegi o período errado para visitá-la. Paris, essa cidade-personagem.

Aqui faz muito calor. É exaustivo andar por todos os pontos turísticos e museus em uma semana com o sol na cabeça o tempo todo. E ainda ter que lidar com os franceses e os japoneses.

Não, nunca tive nada contra os franceses. Nem contra os japoneses. Tive dois professores queridos no Mestrado que são franceses e eu sempre me dei muito bem com eles. Mas, eu nunca me senti tão irritada assim na minha vida quanto estou me sentindo nessa semana. Vou explicar porquê.

Os franceses, eles se bastam. Uma propaganda ótima no metrô mostrou bem isso: "Vá a Las Vegas e conheça outra Torre Eiffel"! É mole? Eu conheço essa Torre Eiffel de Las Vegas, é a coisa mais brega que há. É como a Estátua da Liberdade do New York City Center, na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Não pode haver coisa pior. Tem muita mais coisa interessante para se fazer em Las Vegas do que ver a réplica da Torre Eiffel, ora bolas!

Pegamos um taxi na sexta-feira, quando chegamos, e caímos na asneira de perguntar ao taxista se ele falava outra língua além do Francês. Sabe o que ele respondeu? "Somos 60 milhões de pessoas falando Francês, por que eu deveria saber falar outra língua?" Pois é, né, Bebé, por que? Então, eu deveria pensar o mesmo do meu bom Português?

Essa é ou não é uma cidade que é quase a capital do turismo no mundo?

Estou cansada deles rosnando pra mim e também de perguntar alguma coisa em inglês, e eles me responderem em Francês. Eu não entendo, p... Não adianta nada porque eu fico ali olhando pra cara da pessoa, como um burro olha pra uma parede. Ou para uma porta - que não abre!!!

Quanto aos japoneses, que povo mal educado. Eu, que até agora não tinha soltado os meus bichos, pulei em cima de uma japonesa hoje. Ela me tirou do sério. Fomos ao Museu do Louvre hoje, preparados para enfrentar uma fila de horas. Não, nós não saímos cedo do hotel, nem madrugamos na porta do Museu. Apenas fomos. E quando estávamos conversando com a moça do Museu que checava os bilhetes de entrada, a japonesa FUROU a fila e encaixou um grupo de uma CABEÇADA de japoneses na nossa frente. Aí, ela se deu mal, porque ela não esperava se deparar com uma Maçaranduba, louca para dar porrada em alguém (que sou eu). Armei o maior barraco, chamei o coordenador das filas, bati boca com a japa (ela em Japonês, eu em Inglês, surreal!). Na nossa frente, ela não passou. Ainda teve que aturar o senhor que coordenava as filas lhe dizendo que ela estava tentando ser mais esperta que o rei...

Depois de já entrar no Louvre com a maior adrenalina correndo no sangue, tive que aturar um japonês atrás do outro tirando as fotos das obras de arte com flash... Ah, o quê que há? O tempo todo. Cheguei a pedir para um cara não fazer isso, mas não adianta. Vi várias pessoas revoltadas com o uso do flash, mas eles não estão nem aí. E quando chegam para ver uma obra, eles não esperam você terminar de vê-la, eles se postam na tua frente e você que se dane. Tenho vontade de mandar todo mundo se f...

O ponto alto (ou baixo) do dia foi a Monalisa. Meu Deus, não acreditei quando vi aquilo. Um milhão de japas e outras criaturas do mundo todo tirando foto do quadro com flash, como se fizesse diferença ter uma foto ou comprar uma reprodução do quadro... Eu não cheguei perto. Pulei a Monalisa, não preciso disso. Não acho aquela pintura coisa demais, acho até que o que vi no Museu D'Orsay e no l'Orangerie eram obras muito mais bonitas e que tinham muito mais a ver comigo...

Não sei, mas acho que já estou cansada demais para aturar certas coisas com o bom do carioca...

Uma galera olhando para a Mona Lisa e batendo foto com flash... ah, a Humanidade!

domingo, julho 18, 2010

Trilha Sonora da Viagem [2]

Escuta só essa música, que não para de tocar por aqui. Ela junta a Ferggie (do Black Eyed Peas), com o Chris Willis, com o David Guetta fazendo o remix. É muito boa para dançar!



Aproveite e dance!

sábado, julho 17, 2010

Trilha Sonora da Viagem [1]

Estou começando a recuperar as músicas que estão tocando por aqui, na Europa. A que mais ouvi foi essa, chamada "All the Lovers", da Kylie Minogue, cujo videoclip é um tanto quanto... como direi... "muderno"... vale à pena procurar na MTv.



Espero que vocês gostem!

Por onde andei [15] - Inspiração no metrô de Berlim

Dá pra não reparar nesta imagem?

Por onde andei [14] - o amoire é lindo!

É assim por todo o lado que se vai... casais namorando nas praças, nas ruas, nos jardins, à beira do cais... o verão é inspirador para os portugueses... ah, o amoire!

Por onde andei [13] - ainda Portugal

Torre de Belém

Exterior da Estação do Metrô Oriente



Interior da Estação do Metrô Oriente


Marina de Lisboa


Entrada do Mosteiro dos Jerónimos
Interior da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos
Centro Cultural de Belém
Padrão do Descobrimento

quinta-feira, julho 15, 2010

Notícia na Euronews

"Os russos bebem, refrescam-se e morrem afogados!"

[Apresentadora portuguesa referindo-se ao fato de que está um calor horrível na Rússia, os pobres-coitados-dos-russos estão enchendo a cara, vão para os chafarizes, mergulham e como estão doidões, morrem afogados..., ó, pá!]

Must-have na Europa

Meus amigos Gunther e Achim me ensinaram que existem coisas que você simplesmente must-have!

Aqui na Europa, andando por todo lado, já percebi que a lista é a seguinte:

1) Calça branca larguinha ou de linho... de preferência para combinar com uma blusa nude ou cáqui.


2) Chapéu de panamá (pasme!), de abas curtas, com fita de gorgurão preto para decorar.


3) Espadrille, com salto de cordas (lembra?), sapatilhas bem rasteirinhas e sandálias havaianas (estão com tudo).


4) Out-fit de marinheiro.


5) Bolsa da Longchamp de Paris, que dobra em mil e fica pequenininha dentro de outra bolsa (eu já comprei a minha).


Isso tudo combina com esse verão louco que se vive aqui nestes dias... então, agora é só montar o seu próprio look... e esquecer que aí no Brasil, é inverno e está frio pra caramba!

quarta-feira, julho 14, 2010

Por onde andei [12] - Solidão

Nos comovemos com a solidão dessa lontra...


... ela estava tão sozinha, sem um par...


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Foto tirada no Oceanário de Lisboa, em 13.07.2010.

Por onde andei [11] - O Metrô de Lisboa

Chiado, em Lisboa

Eu sempre pensei que algumas coisas fossem impossíveis. Metrô em Santa Tereza, no Rio de Janeiro, sempre me pareceu uma coisa impossível. O investimento era tão grande, que eu achei que não compensava escavar a rocha para fazer uma estação.

Mas, com certeza, seria uma "mão-na-roda" para a galera que vive lá, ah, isso seria.

Até que ontem, nós descemos por acaso na estação Baixa-Chiado, em Lisboa, para irmos jantar. E não é que nos deparamos com uma escada rolante gigante?!?! E daí eu pensei: Caramba, isso aqui é mais fundo que as estações de Copacabana!!!!

Olha o tamanho da escada rolante!

Olhando na internet, descobri que esta é a estação mais profunda de Lisboa, com 45 metros abaixo da superfície. Sei, não, parece mais. Como a saída é no alto de um morro, que é a cara de Santa Tereza, comecei a achar que essa ideia era possível, que Santa merecia ganhar uma estação. Por que não?

Acho que a gente tem que sonhar com coisas possíveis, para o bem da nossa gente. Metrô em Santa Tereza, eu apóio essa causa!

segunda-feira, julho 12, 2010

Rock'n'Roll all night...

Hoje a gente foi conhecer o Hard Rock Café de Lisboa, por sugestão do rapazinho da recepção do hotel. Amei. Comida boa, boa música, uma zoeira só. Atendimento 100. Eles são muito bons no que fazem.

Chegando lá, descobrimos show ao vivo em plena segunda feira. A banda, liderada por uma boa cantora de rock portuguesa, chama-se Brass Guitar Club Band e faz um bom tributo aos Beatles.

Num dado momento, ela cantou, com seu estilo bem particular, a linda "Something", seguida de "While my guitar gently weeps". Essas duas me valeram a noite.

Aqui vai uma provinha, para quem não se lembra delas... (é possível?)



domingo, julho 11, 2010

Entreouvido por aí... em Portugal

"Estranho como o tempo está a passar tão rápido, ó pá!"


--> De duas velhinhas portuguesas conversando sobre uma terceira, que tinha perdido o marido há cinco anos e já estava 'a namorar' (sic) outro... ora, pois!

Por onde andei [10] - indo a Portugal

(não parece Santa Tereza?)

Que loucura foi essa viagem! O vôo de Berlim para Paris estava marcado para às 6:55 da manhã. Como era vôo internacional, o maridão resolveu que tínhamos que chegar no aeroporto às 4:55. Então, pediu ao seu amigo alemão que marcasse o taxi para às 4:00 da manhã, para que tivérssemos alguma folga caso alguma coisa desse errado. Não deu. O taxista chegou pontualmente às 4:00, para pegar dois "bêbados de sono" na porta do edifício.

Para tal, tentamos fechar as malas cedo. De fato, só conseguimos dormir lá pela meia noite, o que nós deu apenas três horas de sono. Eu preferia ter ficado acordada, mas depois ia ter que ter discernimento para fazer as coisas e chegar no hotel em Lisboa, então, tá, dormi essas três horinhas.

Fui despertada pelo celular do maridão, com a música do filme "O poderoso chefão", que por alguns segundos penetrou nos meus sonhos e me fez pensar que estava num filme de mafiosos, sendo torturada por alguém que não me deixava dormir. É, gente, o celular dele toca assim...

Fechamos o restante das malas daquele jeito, colocando tudo o que não podia ficar do lado de fora dentro das malas aleatoriamente, já sabendo que íamos ficar feito loucos para achar as coisas quando chegássemos em Portugal. Mas, tudo bem, àquela hora da madrugada, estava valendo qualquer coisa.

Realmente, trouxemos muita coisa. Quando eu penso na quantidade de peças de meia estação que eu trouxe porque o amigo do maridão disse que estava frio, eu tenho vontade de morrer. Frio de 40 graus? Essas peças vieram passear, literalmente. E por isso, trouxemos mais malas do que deveríamos...

Bom, voltando ao aeroporto. Chegando no check-in da Air France, tínhamos lá 4 malas para despachar e direito à só duas, de Paris para Lisboa. O maridão passou uma conversa na atendente e conseguimos despachá-las sem pagar os tais 55,00 euros por mala extra que nos haviam cobrado antes, quando fomos pedir informação. Aí, foi tudo de bom. Só tivemos que nos precupar com malas em Lisboa.

Em Paris, ficamos quatro horas esperando o vôo, que só saiu às 13:00. Foi uma batalha insana contra o sono. Eu não queria dormir, porque ia apagar, dormir profundamente, e tenho sempre a memória de que no Brasil, se você apaga em lugar público, pode acabar "sem um rim, dentro de uma banheira" (ha ha ha)... tudo bem, estávamos em Paris, mas eu ainda assim não confio.

As pessoas estavam, na sua maioria, com o desodorante vencido. Era um cheirinho de "flores silvestres" no ar, meu Deus. Não sei como aguentam. Elas simplesmente não lavam as roupas, usam a mesma roupa N vezes. E parecem não sentir o cheiro. A pobre coitada que sentou do meu lado no avião, não podia se mexer, que o "perfume" se espalhava... Aliás, coitada de mim!

Lisboa é uma cidade muito bonita, pelo pouco que eu já vi. Mas, há miséria nas ruas, diferente de Berlim. Aqui, você vê mendigos esmolando, o que raramente vê em Berlim. Até vê pessoas pedindo dinheiro por lá, mas não é como aqui, com a aparência que eles têm aqui. O aeroporto é enorme. E muito perto de uma área residencial belíssima. O que é totalmente diferente do Brasil.

Pedimos informações no aeroporto, porque ao chegarmos aqui, descobri que o maridão tinha decretado que o guia de Lisboa que eu comprei não era importante e o havia deixado no Brasil. E o hotel que reservamos era bem próximo ao aeroporto, o que não daria uma tarifa maior do que 10,00 ou 12,00 euros, no máximo. Então, foi fácil.

Estava um pouco apreensiva porque o hotel era um três estrelas, e eu já fiquei em três estrelas vagabundo no Brasil. Mas, esse aqui tem algumas boas qualidades: os lençóis são novos, limpos e bem brancos; as toalhas são banhão e bem macias (ah, e bem brancas também). As janelas são duplas e têm black-out, o que nos ajuda a dormir apesar do sol lá fora às 3 da manhã. E ele fica ao lado de uma estação de metrô, que nessa viagem tem sido nosso meio de transporte oficial.

Então, é isso. Estou de máquina fotográfica a postos, protetor solar, óculos escuros e muita disposição para caminhar com os meus tênis novos. Lisboa, aqui vou eu!
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PS.: Uma curiosidade: da janela do meu quarto, dá pra ver uma enorme "Igreja Universal do Reino de Deus" do outro lado da praça. Sem comentários.

quarta-feira, julho 07, 2010

Por onde andei [9] - a decepção


Estava torcendo para a Alemanha, por motivos óbvios. Mas, não deu. A Espanha levou essa. De tarde, quando voltávamos para casa, a galera estava empolgada, de caras pintadas, uniforme, bandeira, vuvuzelas... todos rumando para as diversas public viewings (como eles falam aqui) espalhadas pela cidade.

Só que foi 1x0 para os Espanhóis. Teve gente que até comemorou. Ouvi o espocar de fogos aqui perto. Afinal, estamos numa democracia, logo eles têm direito de comemorar.

Acho que vou ter que comprar um chocolatinho para o meu amigo alemão não ficar tristinho.

He he he...

Por onde andei [8] - grandes conclusões

Tenho andado muito tranquila nesta viagem. Apesar da convivência em excesso, eu e o maridão estamos afinados, quase sem discussões. Acho que além do fato de sermos só nós dois, e termos que nos apoiar mutuamente, um dos motivos dessa calmaria toda é a falta de carne vermelha. Incrível como ela deixa a gente meio selvagem, meio animal...

Hoje foi a primeira vez que comi carne vermelha depois de 17 dias. Acho que no Brasil, vou reduzir a frequência e a quantidade...

Por onde andei [7] - a estrangeira

Hoje, estamos praticamente no meio da viagem. Até aqui, foram 17 dias de uma viagem muito interessante, de muito despreendimento e de um aprendizado enriquecedor. Do que eu mais sou grata: de ter aprendido a me abrir para o novo e de ter descoberto que eu preciso de muito pouco para viver.

O novo inclui pessoas, lugares, cheiros, comidas, bebidas e toda sorte de impressões que eu vivi. As pinturas que eu vi, tanto nas telas dos museus quanto nas paisagens, me fizeram acreditar que é possível viver no meio do belo. Que a gente não precisa aceitar a sujeira, a porcaria, a pixação, só porque dá trabalho manter tudo limpo e preservado. Mas, é assim que as coisas na nossa terra deveriam ser, conservadas, bem cuidadas, para que a gente tenha a impressão de que gastamos dinheiro com impostos bem aplicados.

Continuo a minha viagem acreditando na possibilidade da mudança. Quando percebi que ao devolver as garrafas pet de água ou suco no restaurante da universidade, cada pessoa ganhava um crédito de 0,10 Euros no seu cartão (porque lá, eles tem um cartão só para usar no restaurante), fiquei encantada com a possibilidade. E as pessoas voltam pra devolver por causa dos centavos. É que é um incentivo a reciclagem.

Também fiquei de boca aberta quando meus amigos de Frankfurt serviram uma salada com folhas da sua horta. Não é mesmo um luxo ter uma horta caseira e saber que tudo que se está comendo é orgânico, sem a adição de agrotóxicos?

Na última manhã em Frankfurt, antes de embarcarmos, demos uma voltinha ao redor da casa deles e eu pude conhecer uma pracinha pública para as crianças (playground ou public kindergarten) onde elas ficam numa boa, se esbaldando, e onde a prefeitura estava trabalhando para instalar aparelhos de musculação para os adultos, tudo de graça. A própria comunidade dá conta de conservá-los. Confesso que senti uma pontinha de inveja.

Também vimos diferentes plantações de milho, que pra mim pareceram mais com trigo, mas, eles me juraram que era milho... e tudo aberto, sem cercas, sem preocupações... você não precisa se preocupar com o vizinho, porque ninguém vai invadir o seu espaço, mesmo!

Sou uma estrangeira porque tenho aqui preocupações que não me servem para nada. Fico alerta a bandidos que não existem, tenho medo que me levem a máquina fotográfica, que rasguem minha mochila, que me tomem alguma coisa... Mas, eles não vou tomar, não preciso nem me preocupar... Eles respeitam muito a propriedade alheia, até porque eles não têm muito, não. É tudo contado.

E contados também são os amigos. É por isso que chamar alguém de amigo aqui tem outro significado, é muito diferente. Amigo aqui é quase gente da família. Não existe essa coisa de amigo de buteco, que não vai na casa do outro e não sabe nem um ai do seu passado. Aqui eles perguntam tudo, querem saber tudo, quem você é, o que você pensa, como você vive. E te dão o maior valor se você tem amigos...

Sou um estrangeira porque aqui passei a dar o maior valor ao tamanho do dia e da noite, porque quando anoitece às 22:30 e amanhece às 4:30, você dorme pouco, fica um tanto quanto zureta e só se dá conta do cansaço quando precisa descansar e não consegue pregar os olhos. Os dias balanceados que temos no Brasil o ano inteiro são uma verdadeira dádiva. No verão, quando anoitece às 20:30, a gente estranha, mas se acostuma. E o horário de verão é ótimo, só dá para saber tendo uma experiência como essa. Um calor infernal às 23:00 da noite!

E para ilustrar esse post, uma foto do maridão com nossos amigos de Frankfurt, Günther e Achim.

segunda-feira, julho 05, 2010

Por onde andei [6]


(a casa principal)

Há dois finais de semana, estivemos em Sanssouci, em Potsdam, Alemanha. É um parque maravilhoso, construído pelo Rei Friedrich II em 1744 para ser o seu lugar de relaxamento, aquele lugar onde ele "deixaria a vida lhe levar", onde viveria com o lema "don't worry, be happy" na cabeça ecoando o tempo todo. Plantava uvas e fazia ali mesmo o seu vinho, vivendo embriagado e desconectado do mundo...

Sanssouci tem lá suas peculiaridades e jardins belíssimos, ainda muito bem conservados. O estilo da construção é clássico, e até uma ruína romana o rei importou para ter o que ver da janela, voltada para o pátio onde ele recebia seus convidados em suas carruagens.

O interessante neste parque é que o Rei mandou construir uma casa separada para a Rainha, a uma distância bastante considerável da casa principal, onde ela deveria ficar com as suas amas e a criadagem. Meus amigos, muito inspirados, levantaram a hipótese da Rainha ter lá suas orgias sexuais na sua pequena casinha (na verdade, enorme, é fato) e deixar um guardinha de prontidão para avisar quando o Rei estivesse chegando.

(a casinha da Rainha)




- É o Rei, é o Rei!, ele gritaria, a plenos pulmões, dando tempo para a Rainha esconder o criado-amante no armário. Era o Ricardão em ação! Frederico que se cuidasse, para não ficar galhudo.


Na verdade, a história da humanidade é marcada pela sacanagem. Todo mundo adora. E não dá para imaginar essa galera engomadinha sem suas puladinhas de cerca.


Como rimos em Sanssouci... deixando a vida nos levar! Ô, vida boa!

sexta-feira, julho 02, 2010

Derrota do Brasil

Ganhei um chocolatinho de um alemão para não ficar tão tristinha com a derrota do Brasil para a Holanda e com sua consequente desclassificação. Isso foi o Ó !!!!

Uma imagem...

... vale mais do que mil palavras! Olhem bem pra onde esse cachorro está olhando e imaginem as intenções dele...




Não é a toa que a maioria das esculturas aqui estão sem o bilau! Tem cachorro pra caramba nessa terra, ô!

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Essa foto foi tirada nas minhas andanças em Potsdam, perto de Berlim.