Eu não me identifiquei com essa cidade. Não, mesmo. Talvez tenha sido o fato de ter vindo no verão. Talvez, Paris no inverno, ou no outono, tenha outra aura. Então, só posso concluir que elegi o período errado para visitá-la. Paris, essa cidade-personagem.
Aqui faz muito calor. É exaustivo andar por todos os pontos turísticos e museus em uma semana com o sol na cabeça o tempo todo. E ainda ter que lidar com os franceses e os japoneses.
Não, nunca tive nada contra os franceses. Nem contra os japoneses. Tive dois professores queridos no Mestrado que são franceses e eu sempre me dei muito bem com eles. Mas, eu nunca me senti tão irritada assim na minha vida quanto estou me sentindo nessa semana. Vou explicar porquê.
Os franceses, eles se bastam. Uma propaganda ótima no metrô mostrou bem isso: "Vá a Las Vegas e conheça outra Torre Eiffel"! É mole? Eu conheço essa Torre Eiffel de Las Vegas, é a coisa mais brega que há. É como a Estátua da Liberdade do New York City Center, na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Não pode haver coisa pior. Tem muita mais coisa interessante para se fazer em Las Vegas do que ver a réplica da Torre Eiffel, ora bolas!
Pegamos um taxi na sexta-feira, quando chegamos, e caímos na asneira de perguntar ao taxista se ele falava outra língua além do Francês. Sabe o que ele respondeu? "Somos 60 milhões de pessoas falando Francês, por que eu deveria saber falar outra língua?" Pois é, né, Bebé, por que? Então, eu deveria pensar o mesmo do meu bom Português?
Essa é ou não é uma cidade que é quase a capital do turismo no mundo?
Estou cansada deles rosnando pra mim e também de perguntar alguma coisa em inglês, e eles me responderem em Francês. Eu não entendo, p... Não adianta nada porque eu fico ali olhando pra cara da pessoa, como um burro olha pra uma parede. Ou para uma porta - que não abre!!!
Quanto aos japoneses, que povo mal educado. Eu, que até agora não tinha soltado os meus bichos, pulei em cima de uma japonesa hoje. Ela me tirou do sério. Fomos ao Museu do Louvre hoje, preparados para enfrentar uma fila de horas. Não, nós não saímos cedo do hotel, nem madrugamos na porta do Museu. Apenas fomos. E quando estávamos conversando com a moça do Museu que checava os bilhetes de entrada, a japonesa FUROU a fila e encaixou um grupo de uma CABEÇADA de japoneses na nossa frente. Aí, ela se deu mal, porque ela não esperava se deparar com uma Maçaranduba, louca para dar porrada em alguém (que sou eu). Armei o maior barraco, chamei o coordenador das filas, bati boca com a japa (ela em Japonês, eu em Inglês, surreal!). Na nossa frente, ela não passou. Ainda teve que aturar o senhor que coordenava as filas lhe dizendo que ela estava tentando ser mais esperta que o rei...
Depois de já entrar no Louvre com a maior adrenalina correndo no sangue, tive que aturar um japonês atrás do outro tirando as fotos das obras de arte com flash... Ah, o quê que há? O tempo todo. Cheguei a pedir para um cara não fazer isso, mas não adianta. Vi várias pessoas revoltadas com o uso do flash, mas eles não estão nem aí. E quando chegam para ver uma obra, eles não esperam você terminar de vê-la, eles se postam na tua frente e você que se dane. Tenho vontade de mandar todo mundo se f...
O ponto alto (ou baixo) do dia foi a Monalisa. Meu Deus, não acreditei quando vi aquilo. Um milhão de japas e outras criaturas do mundo todo tirando foto do quadro com flash, como se fizesse diferença ter uma foto ou comprar uma reprodução do quadro... Eu não cheguei perto. Pulei a Monalisa, não preciso disso. Não acho aquela pintura coisa demais, acho até que o que vi no Museu D'Orsay e no l'Orangerie eram obras muito mais bonitas e que tinham muito mais a ver comigo...
Não sei, mas acho que já estou cansada demais para aturar certas coisas com o bom do carioca...
Uma galera olhando para a Mona Lisa e batendo foto com flash... ah, a Humanidade!
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