Quem era aquela que te amou
no sonho, quando dormias?
Para onde vão as coisas do sonho?
Vão para o sonho dos outros?
E o pai que vive nos sonhos
volta a morrer quando despertas?
Florescem as plantas dos sonhos
e amadurecem seus frutos?
_________________
Livro das Perguntas - Pabro Neruda, Ed. Cosacnaif, trad. Ferreira Gullar.
segunda-feira, agosto 30, 2010
domingo, agosto 29, 2010
Moska e Kevin Johansen
Sexta-feira, dia 27/08, foi aniversário do Paulinho Moska e ele festejou a data com um show incrível no Canecão. A banda era fantástica, o som estava incrível, o astral, excepcional. Saí de lá com a sensação de que quem tenta fechar o Canecão não frequenta a casa, pois aquilo é uma senhora casa de show.
Do repertório, destaco algumas pérolas do disco duplo novo "Muito Pouco": Nuven, Waiting for the Sun to Shine, Provavelmente Você, do disco "Pouco", e Quantas vidas você tem?, Muito pouco, Canção Prisão e Soneto do teu corpo, do disco "Muito". Além dessas, Paulinho cantou algumas antigas e levou a platéia ao delírio por poder cantar junto, como Tudo novo de novo, A seta e o alvo, Admito que perdi, Lágrimas de Diamantes...
Paulinho apresentou a platéia a música de Kevin Johansen, um cantor e compositor argentino muito bem humorado. Procurando por mais dele na Internet, ganhei de presente uma mensagem em forma de canção, que me trouxe alegria e um pouco de sol neste final de semana nublado. Olha ela aí...
Do repertório, destaco algumas pérolas do disco duplo novo "Muito Pouco": Nuven, Waiting for the Sun to Shine, Provavelmente Você, do disco "Pouco", e Quantas vidas você tem?, Muito pouco, Canção Prisão e Soneto do teu corpo, do disco "Muito". Além dessas, Paulinho cantou algumas antigas e levou a platéia ao delírio por poder cantar junto, como Tudo novo de novo, A seta e o alvo, Admito que perdi, Lágrimas de Diamantes...
Paulinho apresentou a platéia a música de Kevin Johansen, um cantor e compositor argentino muito bem humorado. Procurando por mais dele na Internet, ganhei de presente uma mensagem em forma de canção, que me trouxe alegria e um pouco de sol neste final de semana nublado. Olha ela aí...
Fin de Fiesta (Lágrimas en Wall Street)
Ya se terminó,
ya se va la gente,
ya sé lo que me vas a decir:
que no hay que llorar,
que son cosas que pasan...
y yo siempre lloré por no reir.
Pero no me queda más memoria
y no hay foto que quiera borrar.
Ya se acabó,
ya es el fin de fiesta,
y nace el tan temido qué dirán.
Si se fue con él,
si ella se fue con ella...
Los que no entregaron, ya lo harán.
Si la vida es una orgía lenta,
lo mejor debe estar por llegar.
Ya se terminó... (repite)
Ya se terminó,
ya se va la gente,
ya sé lo que me vas a decir:
que no hay que llorar,
que son cosas que pasan...
y yo siempre lloré por no reir.
Pero no me queda más memoria
y no hay foto que quiera borrar.
Ya se acabó,
ya es el fin de fiesta,
y nace el tan temido qué dirán.
Si se fue con él,
si ella se fue con ella...
Los que no entregaron, ya lo harán.
Si la vida es una orgía lenta,
lo mejor debe estar por llegar.
Ya se terminó... (repite)
E pra gente curtir um pouco do forte Kevin Johansen, como Paulinho assim o definiu, veja o vídeo dele no Youtube e divirta-se, como eu me diverti!
sábado, agosto 28, 2010
Por onde andei [21] - praia berlinense
Dando um tempo na tristeza e olhando as fotos que ainda tenho no pen-drive, me dei conta de que ainda há muito para mostrar pra vocês. Adorei passear pela praia em Berlim, às margem do rio Spree, ainda mais porque era dia de jogo do Brasil na Copa, e eu estava vestida à caráter, com a camisa do Brasil, o que me aproximava muito das pessoas. Nunca vi tantos desconhecidos me cumprimentando como naquele dia (o Brasil havia ganho a partida, e o clima era de alegria).
Procurei tirar fotos que retratassem aquele clima de descontração, para mostrar como é que se faz uma caipirinha com um limão, pois foi assim que eu percebi os berlinenses naquele verão europeu, como um povo capaz de transformar o nada em coisa à beça.
Aqui vão algumas fotos.
__________________
Fotos de Rebecca Leão. Julho de 2010.
Procurei tirar fotos que retratassem aquele clima de descontração, para mostrar como é que se faz uma caipirinha com um limão, pois foi assim que eu percebi os berlinenses naquele verão europeu, como um povo capaz de transformar o nada em coisa à beça.
Aqui vão algumas fotos.
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Fotos de Rebecca Leão. Julho de 2010.
sexta-feira, agosto 27, 2010
Não preciso explicar...
Todos os lenços de papel não são suficientes para secar as minhas lágrimas, que insistem em rolar minuto após minuto, como se meus canais lacrimais fossem uma torneira defeituosa, que não fecha. As pessoas me olham e perguntam: "o quê que você tem?" Eu não quero explicar. Quero ficar bem quietinha esperando essa dor passar, torcendo para que ela passe logo e que logo chegue o dia em que eu vou me perguntar: "por que que eu sofri tanto mesmo?"
Nem pareço a pessoa que voltou serena de viagem e que estava flutuando de tanta alegria por todas as coisas boas que viveu. Hoje, eu me olho no espelho e não me reconheço. Faço uma prece antes de dormir que não me traz paz. Quase não durmo. E quando durmo, sinto como se não houvesse. E acordo acabada. Vivo com uma angústia que me aperta o peito, mas sei que tenho que me perdoar. Pois sou humana, eu falho como qualquer pessoa. Não sou a dona das palavras, nem tenho os melhores textos. Não sou digna da verdade que não posso dizer. Essa verdade é a razão pro destempêro, pra falta de controle. Quanta coisa eu já tentei dizer e tive que sufocar aqui dentro. Meu coração já não cabe mais em mim. Assim não quero mais brincar...
Se choro com um sorriso, ou com um abraço, ou com palavras duras, ou com conselho dos amigos, é porque estou frágil. Eu sei. A gente cai em certas armadilhas nessa vida que nem sabe como, nem porque. Percebe desde o primeiro minuto que caminha para o precipício, mas não consegue evitá-lo. Ele te chama como um buraco negro que suga e destrói tudo o que há por perto. É como o vício da droga mais pesada. Arrebenta. Dói a cabeça, dói o corpo.
Eu olho a minha volta e vejo outros com o coração tão dilacerado quanto o meu. E me pergunto onde foi parar a nossa serenidade, para onde levaram a nossa paz de espírito, por que é que sofremos tanto?
Se há uma dúvida em mim que não tem resposta, ela está representada pelas palavras de um grande amigo: "Eu acho você uma pessoa formidável e não me conformo de você se doar tanto e pedir tão pouco em troca".
Logo ele, que vive tão longe de mim, parece me conhecer tão bem. Eu sou um ser humano, também sangro, também tenho sentimentos. Tudo dói. Mas, pra quem aprendeu desde cedo a não reclamar, só nos resta lembrar que vai passar. Tudo passa.
Nem pareço a pessoa que voltou serena de viagem e que estava flutuando de tanta alegria por todas as coisas boas que viveu. Hoje, eu me olho no espelho e não me reconheço. Faço uma prece antes de dormir que não me traz paz. Quase não durmo. E quando durmo, sinto como se não houvesse. E acordo acabada. Vivo com uma angústia que me aperta o peito, mas sei que tenho que me perdoar. Pois sou humana, eu falho como qualquer pessoa. Não sou a dona das palavras, nem tenho os melhores textos. Não sou digna da verdade que não posso dizer. Essa verdade é a razão pro destempêro, pra falta de controle. Quanta coisa eu já tentei dizer e tive que sufocar aqui dentro. Meu coração já não cabe mais em mim. Assim não quero mais brincar...
Se choro com um sorriso, ou com um abraço, ou com palavras duras, ou com conselho dos amigos, é porque estou frágil. Eu sei. A gente cai em certas armadilhas nessa vida que nem sabe como, nem porque. Percebe desde o primeiro minuto que caminha para o precipício, mas não consegue evitá-lo. Ele te chama como um buraco negro que suga e destrói tudo o que há por perto. É como o vício da droga mais pesada. Arrebenta. Dói a cabeça, dói o corpo.
Eu olho a minha volta e vejo outros com o coração tão dilacerado quanto o meu. E me pergunto onde foi parar a nossa serenidade, para onde levaram a nossa paz de espírito, por que é que sofremos tanto?
Se há uma dúvida em mim que não tem resposta, ela está representada pelas palavras de um grande amigo: "Eu acho você uma pessoa formidável e não me conformo de você se doar tanto e pedir tão pouco em troca".
Logo ele, que vive tão longe de mim, parece me conhecer tão bem. Eu sou um ser humano, também sangro, também tenho sentimentos. Tudo dói. Mas, pra quem aprendeu desde cedo a não reclamar, só nos resta lembrar que vai passar. Tudo passa.
segunda-feira, agosto 23, 2010
Ainda sobre sonhos
Declarado pelo próprio Diretor, o filme "A Origem", que comentei no post anterior, foi baseado na obra de Jorge Luis Borges, um escritor que adora esse tema de um sonho dentro do outro. Para muitos, isso tudo pode parecer loucura, ou mesmo uma bobagem.
O filme ainda nos remete a "Matrix", quando mostra os personagens conectados a uma máquina através de um fio, que lhes permite sonhar o mesmo sonho, com o cenário produzido pelo arquiteto do grupo.
Lembrei-me da vez que, já casada, tive um sonho estranhíssimo. Sonhei que estava perdida, andando de pijama pela Marina da Glória, de madrugada, tentando achar o caminho de casa. Neste sonho, um grande amigo aparecia para me salvar.
Trabalhávamos juntos naquela época. No dia seguinte, quando eu cheguei no escritório, contei-lhe que havia sonhado com ele, todo vestido de terno de linho branco, chapéu de panamá, sapato bicolor, e que havia ido me buscar...
E ele completou... na Marina da Glória, de madrugada, você estava perdida, sem saber o caminho de casa. Eu te levei para a casa da sua mãe, não foi isso?
Ficamos muito surpresos por havermos sonhado o mesmo sonho, cada um com o seu ponto de vista, mas foi o mesmo sonho, estávamos no mesmo lugar. Ele, imbuido na tarefa de me salvar, me levar para casa; eu, esperando pela ajuda de alguém que não poderia ser ninguém além dele.
Se é verdade que nossos espíritos se despreendem de nossos corpos à noite e fazem grandes viagens, neste dia, eu fiz uma viagem interessante e o melhor, não estava sozinha, estava muito bem acompanhada.
domingo, agosto 22, 2010
Sonhar acordado
Adorei o filme "A Origem", do Christopher Nolan. Gostei de tudo, da fotografia, aos atores, e a trilha sonora perfeita do Hans Zimmer. Não dá para não ficar tenso vendo o filme, mas o grande barato dele é mesmo essa tensão que te invade e te leva a quase não sentir o tempo de duração daquilo tudo.
Uma das cenas com a qual me identifiquei imediatamente enquanto via o filme foi aquela em que a personagem interpretada por Elen Page, a estudante de arquitetura Ariadne, se joga de costas do alto de um prédio para "acordar". Quantas e quantas vezs a gente não se dá conta de que está no meio de um sonho ruim e resolve acordar, se jogando do alto de uma ponte, de um prédio ou de uma torre...? O pior é quando a gente acaba caindo da cama por conta disso.
Leo DiCaprio mostra bastante maturidade no papel de Cobb, muito longe daquele personagem horroroso que ele interpretou no filme "A praia", lembram? Mas, não é só ele que está muito bem... O Arthur, de Joseph Gordon-Levitt, também é um personagem interessante porque é um cara que confia desconfiando, que acha que tudo vai dar certo, mas é meio inseguro, e age sempre nos bastidores, como bom comandado. Por sua vez, Marion Cotillard faz uma Mal que dá pena em alguns momentos, mas que deixa a gente irado em outros, ou seja, ela encontra a dose certa para um personagem dramático e louco, completamente neurórico num amor doente pelo marido. Eu juro que saí do cinema me perguntando se aquilo era amor ou uma necessidade de vingança pelo que ele fez a ela...
Se você não sabe do que eu estou falando, visite o site original do filme, mas não se esqueça de ligar o som do seu computador:
Uma das cenas com a qual me identifiquei imediatamente enquanto via o filme foi aquela em que a personagem interpretada por Elen Page, a estudante de arquitetura Ariadne, se joga de costas do alto de um prédio para "acordar". Quantas e quantas vezs a gente não se dá conta de que está no meio de um sonho ruim e resolve acordar, se jogando do alto de uma ponte, de um prédio ou de uma torre...? O pior é quando a gente acaba caindo da cama por conta disso.
Leo DiCaprio mostra bastante maturidade no papel de Cobb, muito longe daquele personagem horroroso que ele interpretou no filme "A praia", lembram? Mas, não é só ele que está muito bem... O Arthur, de Joseph Gordon-Levitt, também é um personagem interessante porque é um cara que confia desconfiando, que acha que tudo vai dar certo, mas é meio inseguro, e age sempre nos bastidores, como bom comandado. Por sua vez, Marion Cotillard faz uma Mal que dá pena em alguns momentos, mas que deixa a gente irado em outros, ou seja, ela encontra a dose certa para um personagem dramático e louco, completamente neurórico num amor doente pelo marido. Eu juro que saí do cinema me perguntando se aquilo era amor ou uma necessidade de vingança pelo que ele fez a ela...
Se você não sabe do que eu estou falando, visite o site original do filme, mas não se esqueça de ligar o som do seu computador:
E veja mais detalhes sobre a estória aqui.
Divirta-se!
sexta-feira, agosto 20, 2010
Distância
Tenho andado muito distante do blog, como se ele tivesse abandonado, ou como se eu tivesse deixado de escutar meus pensamentos e tivesse me fechado para o ato reflexivo que é escrever aqui. Pode ser.
As minhas sessões de análise têm durado quase uma hora, e é muito, porque às vezes eu saio de lá com uma incrível dor no peito, que me fecha o esôfago e me dá uma certa asfixia.
Mas, o fato é que eu estou exausta. Nem os dias de férias que tirei há quase dois meses foram suficientes para me preparar para o por vir. Foi e está sendo tão difícil no trabalho que tem horas que eu me pergunto se vale à pena.
As minhas sessões de análise têm durado quase uma hora, e é muito, porque às vezes eu saio de lá com uma incrível dor no peito, que me fecha o esôfago e me dá uma certa asfixia.
Mas, o fato é que eu estou exausta. Nem os dias de férias que tirei há quase dois meses foram suficientes para me preparar para o por vir. Foi e está sendo tão difícil no trabalho que tem horas que eu me pergunto se vale à pena.
quinta-feira, agosto 19, 2010
Fazendo pose
Fama
Fama
s.f. Reputação, conceito; renome, celebridade. (Dic. Aurélio)
s.f. Reputação, conceito; renome, celebridade. (Dic. Aurélio)
Tenho pensado muito sobre isso ultimamente. Estamos num mundo em que as pessoas só pensam em ter fama, em serem conhecidas, em se tornarem populares. Me espanta as pessoas que têm o Orkut "lotado", ou seja, são tantos os "amigos", que eles se vêem obrigados a abrir outro perfil na rede social. Tenho um amigo que têm 999 amigos só no perfil ao qual estou associada. Nossa!
Mas, o principal conceito relacionado com a fama é a reputação, e se pensarmos sobre isso um pouco mais a fundo, vemos que, apesar das pessoas sempre associarem a palavra "reputação" com algo positivo, ela não necessariamente tem que ser boa. A criatura pode sim ter uma péssima reputação. Ser um péssimo chefe, ser um profissional que rouba as ideias dos outros, ser uma criatura desleixada no trabalho, que é um indolente, enfim, existem mil motivos para você ser classificado como alguém de "péssima reputação" ou "má fama".
O mais incrível é que você leva uma vida inteira para construir a sua reputação, mostrar sua competência, amealhar resultados que levem a um bom currículo, elaborar bons trabalhos, e numa fração infinitesimal do tempo, algo ou alguém pode destruir a sua vida. E daí, reconstruir a percepção da maioria é bem complicado. Há quem tenha que mudar de vida pra isso, e virar a página de fato.
Na Alemanha, fiquei sabendo do caso do goleiro Bruno, do Flamengo, meu time do coração, e confesso que fiquei muito chocada com tudo o que ouvi e li. Eu que sempre achei o Bruno um grande goleiro, e um ídolo pro time e pra torcida!!! Lembro que passei a evitar a leitura dos sites de notícias porque tinha medo de saber mais alguma coisa escabrosa daquela história.
E ainda tem gente que pensa que é melhor que falem mal, mas falem delas. Mas, o preço é muito, muito alto. Quem tem coragem de pagar por ela e consertar a rebordosa moral que sobra em seu lugar?
quarta-feira, agosto 11, 2010
Ainda sobre desvios
Conversando com uma amiga sobre essa questão dos pequenos desvios, ela me deu um exemplo interessante.
Disse ela que um pai chegou em casa com um DVD pirata de um desenho animado para o filho de 10 anos, que ele havia comprado num camelô no centro da cidade. Assistiram o filme e comemoraram juntos a barganha de terem pago tão pouco por um filme que o menino queria tanto assistir.
Tempos depois, o garoto apareceu com o Boletim da escola em casa, cheio de notas dez. O pai, todo orgulhoso, comentou com o filho que ele devia ser muito inteligente, já que quase não estudava e conseguia manter aquelas notas. O filho então respondeu que tinha um acordo com um coleguinha, dividia a mesada, a merenda e tudo o que podia, para que o menino fizesse as provas pra ele. E perguntou ao pai:
- Tá vendo como eu sou esperto, pai?
O pai, chocado com a atitude do filho, perguntou à esposa com quem aquele garoto havia aprendido a ser tão safado.
O mais cego é mesmo aquele que finge que não vê.
Disse ela que um pai chegou em casa com um DVD pirata de um desenho animado para o filho de 10 anos, que ele havia comprado num camelô no centro da cidade. Assistiram o filme e comemoraram juntos a barganha de terem pago tão pouco por um filme que o menino queria tanto assistir.
Tempos depois, o garoto apareceu com o Boletim da escola em casa, cheio de notas dez. O pai, todo orgulhoso, comentou com o filho que ele devia ser muito inteligente, já que quase não estudava e conseguia manter aquelas notas. O filho então respondeu que tinha um acordo com um coleguinha, dividia a mesada, a merenda e tudo o que podia, para que o menino fizesse as provas pra ele. E perguntou ao pai:
- Tá vendo como eu sou esperto, pai?
O pai, chocado com a atitude do filho, perguntou à esposa com quem aquele garoto havia aprendido a ser tão safado.
O mais cego é mesmo aquele que finge que não vê.
Viver é risco, não é preciso
Uma hora está tudo bem. De repente, não está mais. De manhã, você toma o seu café, dá uma geral na casa e um beijinho de bom dia no maridão e sai pro trabalho. De noite, sua vida virou um pandemônio.
A gente não pode querer que as pessoas sejam como nós, que pensem como nós, que sintam como nós e que, principalmente, confiem na gente. Duvidar do outro é inerente ao ser humano. Ainda mais, na sociedade atual, onde vale a "Lei do Jerson". Mas, no duro, no duro, a gente espera muito dos outros... Tem horas que o melhor é não tentar ajudar, não dar conselhos, é ficar quietinho, na sua, sem dar pitaco, porque as pessoas acreditam piamente que "de boa intenção o inferno está cheio" e, literalmente, não confiam que você está pensando no bem do grupo ao invés de salvar apenas a sua pele, quando o barco está afundando.
Mas, a gente não aprende. Nunca!
Tenho pago um preço muito alto por querer proteger a tudo e a todos, carregando uma culpa que não é minha, e agindo como a "mamãe-ganso" que quer por os filhotes embaixo das asas. Acho que preciso ter um filho meu, para exercer plenamente essa minha maternidade potencial.
Aff!
A gente não pode querer que as pessoas sejam como nós, que pensem como nós, que sintam como nós e que, principalmente, confiem na gente. Duvidar do outro é inerente ao ser humano. Ainda mais, na sociedade atual, onde vale a "Lei do Jerson". Mas, no duro, no duro, a gente espera muito dos outros... Tem horas que o melhor é não tentar ajudar, não dar conselhos, é ficar quietinho, na sua, sem dar pitaco, porque as pessoas acreditam piamente que "de boa intenção o inferno está cheio" e, literalmente, não confiam que você está pensando no bem do grupo ao invés de salvar apenas a sua pele, quando o barco está afundando.
Mas, a gente não aprende. Nunca!
Tenho pago um preço muito alto por querer proteger a tudo e a todos, carregando uma culpa que não é minha, e agindo como a "mamãe-ganso" que quer por os filhotes embaixo das asas. Acho que preciso ter um filho meu, para exercer plenamente essa minha maternidade potencial.
Aff!
terça-feira, agosto 10, 2010
A arte de semear estrelas
Adoro o livro que tem o mesmo título desse post, do Frei Betto. Separei três trechos para vocês, porque acho que são brilhantes, dentre tantos outros dessa preciosidade que é esse livro.
"Ainda que um homem e uma mulher fiquem sem roupas, trancados num quarto, entregues às infinitas possibilidades do jogo erótico, não significa que estejam nus. Estão despidos. Nudez é outra coisa. É enfiar a faca até o cabo, arrebatar a lua com as mãos, destampar todos os recônditos da alma, os mais obscuros e ínfimos. Se nem suportamos ficar nus diante de nós mesmos, quanto mais diante dos outros".
"Viver é um descuido prosseguido".
"Há quem tenha saudades do futuro. De um tempo destemido. Saudades quando se é estrangeiro no próprio ser e exilado em ilusões, anseia por aportar no âmago de si e decifrar o código que guarda mistérios. Pois não são raros aqueles que navegam ao sabor de ventos que os conduzem para onde não querem ir. Por isso, têm saudades da coragem e da liberdade que não ousam e, no entanto, aspiram. Têm saudades de si".
_________________________
Foto tirada por mim no Parlamento Alemão, em Berlim, em junho de 2010.
domingo, agosto 08, 2010
Desvios
amoral. a.mo.ral. adj m+f (a4+moral) 1 Que está fora da noção de moral ou de seus valores: O mundo físico é amoral. 2 V amoralista. (Michaelis)
Ao longo da nossa vida, a gente coleciona estórias de amigos que se perderam pelo caminho. Não, não estou falando daqueles amigos que deixamos de ver, que se afastaram e foram para outros lados. Estou falando daqueles amigos que acharam que os fins justificam os meios e, quando a gente menos esperava, fizeram m...
Hoje, conversando com uma grande amiga, enumerei uma série de fatos que serviram de pistas para concluirmos que havia mais gente ambiciosa interessada em conseguir o que queria do que nós imaginávamos. Por exemplo, citei o colega da faculdade de engenharia que roubou uma planta da obra na qual o irmão dele trabalhava e apresentou como se fosse o seu projeto final e um outro conhecido que falsificou uma declaração da faculdade (que ele não cursava) para conseguir um estágio que ele queria muito.
O fato é que, hoje em dia, todo mundo acha que uma mentirinha não faz mal a ninguém. As pessoas falsificam carteirinha para entrar no cinema e pagar meia, falsificam currículo, falsificam documentos, passam por cima dos outros, ou fazem as pessoas de escada, compram monografias na internet, apresentam projetos ou artigos como se fossem seus, quando não são. E o pior, não vêem nada de mal nisso. É como se pensassem que, se ninguém sabe, então está tudo bem.
Mas, francamente, não está. Onde foi parar a tal da consciência? As pessoas ainda têm isso? As pessoas conseguem dormir tranquilas, elas sabem o que é o verdadeiro descanso? Será que não se cansam de usar os outros, de levar seus atos às últimas consequências?
Onde é que foi parar o conceito de moralidade?
E daí eu volto para os meus amigos que foram se perdendo... e me pergunto o que terá sido deles? Como será que são os filhos deles? Quem são os seres humanos que estamos deixando para este planeta? Onde é que será que vamos parar enquanto nos preocuparmos mais com o ter do que com o ser?
E me pego com medo de não ter resposta.
Ao longo da nossa vida, a gente coleciona estórias de amigos que se perderam pelo caminho. Não, não estou falando daqueles amigos que deixamos de ver, que se afastaram e foram para outros lados. Estou falando daqueles amigos que acharam que os fins justificam os meios e, quando a gente menos esperava, fizeram m...
Hoje, conversando com uma grande amiga, enumerei uma série de fatos que serviram de pistas para concluirmos que havia mais gente ambiciosa interessada em conseguir o que queria do que nós imaginávamos. Por exemplo, citei o colega da faculdade de engenharia que roubou uma planta da obra na qual o irmão dele trabalhava e apresentou como se fosse o seu projeto final e um outro conhecido que falsificou uma declaração da faculdade (que ele não cursava) para conseguir um estágio que ele queria muito.
O fato é que, hoje em dia, todo mundo acha que uma mentirinha não faz mal a ninguém. As pessoas falsificam carteirinha para entrar no cinema e pagar meia, falsificam currículo, falsificam documentos, passam por cima dos outros, ou fazem as pessoas de escada, compram monografias na internet, apresentam projetos ou artigos como se fossem seus, quando não são. E o pior, não vêem nada de mal nisso. É como se pensassem que, se ninguém sabe, então está tudo bem.
Mas, francamente, não está. Onde foi parar a tal da consciência? As pessoas ainda têm isso? As pessoas conseguem dormir tranquilas, elas sabem o que é o verdadeiro descanso? Será que não se cansam de usar os outros, de levar seus atos às últimas consequências?
Onde é que foi parar o conceito de moralidade?
E daí eu volto para os meus amigos que foram se perdendo... e me pergunto o que terá sido deles? Como será que são os filhos deles? Quem são os seres humanos que estamos deixando para este planeta? Onde é que será que vamos parar enquanto nos preocuparmos mais com o ter do que com o ser?
E me pego com medo de não ter resposta.
Escrever
"Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares demais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer".
Miguel Sousa Tavares, "No teu deserto", pg.100
sábado, agosto 07, 2010
O dia do "não"
Não há mensagens no celular, nem de voz, nem small text messages.
Não há textos interessantes nos blogs dos amigos. Deve estar todo mundo na rua.
Não há e-mails pra você na sua Inbox.
Não há depoimentos no seu Orkut, nem comentários no mural do seu Facebook.
Ninguém retwittou nada pra você hoje.
Não há bons textos no jornal, nem ninguém em casa esperando para perguntar como você passou o dia.
É inverno lá fora, está frio. Hoje a vida resolveu te dizer não e o que te resta é esperar que passe, e passe logo.
quinta-feira, agosto 05, 2010
Frase do dia
"Just because I'm nice, don't you think I'm dumb"
[Amy J. C. Cuddy]
(e não é que tem gente que tem a coragem de pensar isso?)
terça-feira, agosto 03, 2010
domingo, agosto 01, 2010
Os olhos
Chegou no restaurante e foi logo procurando aqueles olhos. Só neles, ela encontrava a paz. É certo que eles vinham sempre acompanhados de um sorriso do tamanho do mundo. Assim não vale, ela pensava, invariavelmente, era muita covardia com aquele pobre coração 'dilacerado' de paixão.
A mesa da festa era enorme. Muita gente querendo estar junto daquela pessoa que comemorava aniversário e que, como bom leonino, era solar, não economizava na distribuição de energia e calor, e assim o fazia sem olhar a quem. Ela também queria, mas antes, tinha se certificado se o dono do sorriso estaria lá. E estava.
Como sempre, havia um bando de gente ao seu redor. Ele, que era um sedutor, estava ali para seduzir, lógico, competindo com o dono da festa com garbo e elegância. Ela chegou e ele olhou pra ela. Seus olhos se encontraram pelo caminho, o que o fez levantar e vir na direção dela, deixando quem quer que fosse de boca aberta, no meio da frase, sem a menor atenção. Por mais que eles tentassem disfarçar, era um com o outro que eles queriam estar, era um com o outro que eles queriam conversar, rir, brincar, e curtir aquelas festas cheias de gente. Figuração..., eles diziam, eram a figuração deles. Uma delícia aqueles momentos e o melhor, com direito a trilha sonora, quase sempre escolhida por eles... ainda que a música que tocasse no som do restaurante não fosse a que embalava aqueles dois...
Ela ainda se lembrou de dar o melhor abraço do mundo no aniversariante, antes de sumir na multidão em direção àqueles olhos. E uma vez perto deles, todo o resto desapareceu. Ela ouviu as últimas estórias das viagens pelo mundo, as loucuras do emprego novo, as novidades dos esportes radicais que ele se atreveu a praticar...
E 'embasbacada' com aquilo tudo, nem percebeu quando os garçons começaram a arrumar as cadeiras para fechar o restaurante, onde já não havia mais nenhum sinal da festa além da que acontecia no palco daqueles dois corações, resplandecente naqueles olhos iluminados.
Canción a la Luna - por Renée Fleming
A mesa da festa era enorme. Muita gente querendo estar junto daquela pessoa que comemorava aniversário e que, como bom leonino, era solar, não economizava na distribuição de energia e calor, e assim o fazia sem olhar a quem. Ela também queria, mas antes, tinha se certificado se o dono do sorriso estaria lá. E estava.
Como sempre, havia um bando de gente ao seu redor. Ele, que era um sedutor, estava ali para seduzir, lógico, competindo com o dono da festa com garbo e elegância. Ela chegou e ele olhou pra ela. Seus olhos se encontraram pelo caminho, o que o fez levantar e vir na direção dela, deixando quem quer que fosse de boca aberta, no meio da frase, sem a menor atenção. Por mais que eles tentassem disfarçar, era um com o outro que eles queriam estar, era um com o outro que eles queriam conversar, rir, brincar, e curtir aquelas festas cheias de gente. Figuração..., eles diziam, eram a figuração deles. Uma delícia aqueles momentos e o melhor, com direito a trilha sonora, quase sempre escolhida por eles... ainda que a música que tocasse no som do restaurante não fosse a que embalava aqueles dois...
Ela ainda se lembrou de dar o melhor abraço do mundo no aniversariante, antes de sumir na multidão em direção àqueles olhos. E uma vez perto deles, todo o resto desapareceu. Ela ouviu as últimas estórias das viagens pelo mundo, as loucuras do emprego novo, as novidades dos esportes radicais que ele se atreveu a praticar...
E 'embasbacada' com aquilo tudo, nem percebeu quando os garçons começaram a arrumar as cadeiras para fechar o restaurante, onde já não havia mais nenhum sinal da festa além da que acontecia no palco daqueles dois corações, resplandecente naqueles olhos iluminados.
Canción a la Luna - por Renée Fleming
Frase do dia
Estávamos voltando do restaurante pro trabalho quando constatamos, em uníssono, que nosso amigo argentino é um carente. No que ele respondeu:
- Sí, soy un carente!, misturando o português com o castellano, estoy sempre a buscar pelos seios da minha mãe!
E eu, que já tinha ouvido tudo, tive que encarar de frente essa confissão freudiana.
- Sí, soy un carente!, misturando o português com o castellano, estoy sempre a buscar pelos seios da minha mãe!
E eu, que já tinha ouvido tudo, tive que encarar de frente essa confissão freudiana.
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