terça-feira, agosto 10, 2010

A arte de semear estrelas

Adoro o livro que tem o mesmo título desse post, do Frei Betto. Separei três trechos para vocês, porque acho que são brilhantes, dentre tantos outros dessa preciosidade que é esse livro.

"Ainda que um homem e uma mulher fiquem sem roupas, trancados num quarto, entregues às infinitas possibilidades do jogo erótico, não significa que estejam nus. Estão despidos. Nudez é outra coisa. É enfiar a faca até o cabo, arrebatar a lua com as mãos, destampar todos os recônditos da alma, os mais obscuros e ínfimos. Se nem suportamos ficar nus diante de nós mesmos, quanto mais diante dos outros".

"Viver é um descuido prosseguido".

"Há quem tenha saudades do futuro. De um tempo destemido. Saudades quando se é estrangeiro no próprio ser e exilado em ilusões, anseia por aportar no âmago de si e decifrar o código que guarda mistérios. Pois não são raros aqueles que navegam ao sabor de ventos que os conduzem para onde não querem ir. Por isso, têm saudades da coragem e da liberdade que não ousam e, no entanto, aspiram. Têm saudades de si".
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Foto tirada por mim no Parlamento Alemão, em Berlim, em junho de 2010.

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