O grupo vem caminhando animado na volta do restaurante, em direção ao prédio da empresa. Quando param, outras pessoas se aproximam, até que uma outra pessoa chega, empolgadíssima. Cumprimenta dois deles, seus clientes internos anteriormente, e os que foram seus antigos colegas de Departamento, ah, esses, ela os ignora solenemente.
Todos se entreolham esperando ao menos um "Boa tarde", como diz a boa educação. Mas, ela somente se preocupa em ficar bem na "fita" com os "clientes". Até que seus colegas pedem licença e entram, deixando-a em liberdade para continuar o papo.
No dia seguinte, um deles está na Copa para um café quando a mulher chega. E pede desculpas por não tê-lo cumprimentado no dia anterior. Ele a olha com cara de espanto, "é isso mesmo?" Pra quê tanta hipocrisia, ele se pergunta?
E voltam os dois para os seus lugares, com uma sensação que ali dentro só há esquizofrênicos...
domingo, setembro 19, 2010
quarta-feira, setembro 15, 2010
Bolas, ora bolas
Hoje, perdi a hora. Acordei mais lenta do que o normal, às 7:20. Podia ter tomado um banho, colocado qualquer roupa, e saído. Mas, não. Decidi que tinha que me dar um tempo. Tomei meu café da manhã, que preparei delicadamente. Escolhi uma roupa e fui desamassá-la do aperto do armário. Tomei meu banho, mas não sem antes ler o jornal. Vi uns trechos do Bom Dia Brasil. E só saí de casa 9:10. Já atrasada. Dane-se o mundo, que meu estômago não está bem.
Ontem, voltando de viagem, de carro, três horas, tive náusea, mal estar, dor de cabeça, e acabei a noite com uma enxaqueca terrível, que só passou a base de muito Digesan e Neosaldina e um quarto escuro. Anteontem, na estrada, cinco horas de viagem de ônibus, cheguei a jurar que estava pagando meus pecados -- T-O-D-O-S! Foi pior. Quando chegamos, o motorista nos deixou no meio da rua, a 1 km de distância do hotel, e ainda tivemos que arrastar aquela mala pelo caminho, de salto alto. Pelo menos, não quebrei minha unha, coisa que sempre acontece quando manuseio malas. (Mentira, ainda bem que não fui assaltada, em se tratando de uma cidade violenta como Macaé). Mas, tudo era ruim. As instalações do curso, nossa. A comida do restaurante, péssima. Não sei como não peguei uma desinteria. Pensando bem, acho que fiquei enjoada por causa da comida pesada que insisti em comer. E aí, hoje, resolvi chegar atrasada.
Estou preocupada com estas bolinhas que ando tomando. O médico disse que rapidamente cura essa minha deprê, mas eu não queria me tornar uma quimico-dependente. É difícil parar depois. Hoje, eu experiementei não tomar o remédio. E só chorei, a manhã inteira, a tarde inteira. Estou cansada, estou exausta. A minha terapeuta não se cansa de me ouvir dizer isso.
Precisava de um pouco de paz. Só um pouco.
Do site Toothpaste for Dinner. Vale à visita.
quarta-feira, setembro 08, 2010
Praga de amor cola?
Estava ouvindo o meu iPod esses dias e me deparei com uma gravação belíssima de "Detalhes", com a Gal Costa e o 'tremendão' Erasmo Carlos. É essa aqui...
Não dá pra não pensar no tamanho da praga que o Rei e o Tremendão estavam pensando contra a tal mulher quando escreveram essa música, porque a letra é linda, mas é de lascar!
Veja só esse trecho...
"Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim..."
Eu me peguei pensando em outras 'pragas' incríveis que marcaram a minha vida e, lógico, me lembrei do Sting... "every breath you take" é realmente uma praga homérica. O cara pensa numa música que seja 'chiclete' o bastante para fazer um sucesso monumental, tocar horrores no rádio e fazer a mulher pensar nele o tempo inteiro... Será que ele mesmo não enjoou de tanto ouvir essa dor de amor sendo disseminada aos quatro ventos?
E olha que a praga pegou... veja só a música nada sutil...
"Every breath you take
Every move you make
Every bond you break
Every step you take
I'll be watching you
Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you..."
O Phil Collins também era outro que gostava de bater na mulher e depois ficava lá, com aquela cara de bundão, cantando "take a look at me now, cause has just an empty space "... Essa "Against all odds" fez muito sucesso como a trilha sonora de um filme do mesmo nome e, arrebentou de tanto tocar no rádio, fazendo muita gente da minha geração chorar de amor...
Dá pra dizer que é um certo tipo de praga, pois o cara está tentando colocar a maior culpa na moça porque ela se cansou do relacionamento e foi buscar coisa melhor... Ah, como ele é coitadinho!!!
"I wish I could just make you turn around,
turn around to see me cry
There's so much I need to say to you,
so many reasons why
You're the only one who really knew me at all
So take a look at me now, 'cause has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Just take a look at me now,
'cause there's just an empty space..."
Ouvindo todas essas músicas, me veio uma idéia na cabeça... Nós, moças, somos consideradas, historicamente, mais românticas do que os rapazes. No entanto, percorrendo a trilha sonora da minha vida, e o que toca no meu iPod, notei poucas músicas das meninas no mesmo tom tão desesperado dos meninos...
Será que é só impressão minha? Você se lembra de alguma música cuja intérprete seja uma cantora de respeito que mereça registro como "praga"?
Eu vejo a gente fazendo justamente o oposto... Adoro a letra da música da Ivete que é o tema da novela..."quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja eu sou o sol..." É, ela é quase uma "praga", mas uma "praga" de salto-alto!
"Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...
Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão..."
Bom, no final é tudo "dor-de-cotovelo". Acho que é o que move o mundo!
Não dá pra não pensar no tamanho da praga que o Rei e o Tremendão estavam pensando contra a tal mulher quando escreveram essa música, porque a letra é linda, mas é de lascar!
Veja só esse trecho...
"Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim..."
Eu me peguei pensando em outras 'pragas' incríveis que marcaram a minha vida e, lógico, me lembrei do Sting... "every breath you take" é realmente uma praga homérica. O cara pensa numa música que seja 'chiclete' o bastante para fazer um sucesso monumental, tocar horrores no rádio e fazer a mulher pensar nele o tempo inteiro... Será que ele mesmo não enjoou de tanto ouvir essa dor de amor sendo disseminada aos quatro ventos?
E olha que a praga pegou... veja só a música nada sutil...
"Every breath you take
Every move you make
Every bond you break
Every step you take
I'll be watching you
Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you..."
O Phil Collins também era outro que gostava de bater na mulher e depois ficava lá, com aquela cara de bundão, cantando "take a look at me now, cause has just an empty space "... Essa "Against all odds" fez muito sucesso como a trilha sonora de um filme do mesmo nome e, arrebentou de tanto tocar no rádio, fazendo muita gente da minha geração chorar de amor...
Dá pra dizer que é um certo tipo de praga, pois o cara está tentando colocar a maior culpa na moça porque ela se cansou do relacionamento e foi buscar coisa melhor... Ah, como ele é coitadinho!!!
"I wish I could just make you turn around,
turn around to see me cry
There's so much I need to say to you,
so many reasons why
You're the only one who really knew me at all
So take a look at me now, 'cause has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Just take a look at me now,
'cause there's just an empty space..."
Ouvindo todas essas músicas, me veio uma idéia na cabeça... Nós, moças, somos consideradas, historicamente, mais românticas do que os rapazes. No entanto, percorrendo a trilha sonora da minha vida, e o que toca no meu iPod, notei poucas músicas das meninas no mesmo tom tão desesperado dos meninos...
Será que é só impressão minha? Você se lembra de alguma música cuja intérprete seja uma cantora de respeito que mereça registro como "praga"?
Eu vejo a gente fazendo justamente o oposto... Adoro a letra da música da Ivete que é o tema da novela..."quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja eu sou o sol..." É, ela é quase uma "praga", mas uma "praga" de salto-alto!
"Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...
Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão..."
Bom, no final é tudo "dor-de-cotovelo". Acho que é o que move o mundo!
segunda-feira, setembro 06, 2010
Lições de uma pessoinha velha conhecida nossa...
" 'What are you doing here?', he said to the drunkard whom he found sitting silently in front of a collection of bottles, some empty and some full.
'I'm drinking', answered the drunkard lugubriously.
'Why are you drinking?', the little prince asked.
'In order to forget', replied the drunkard.
'To forget what?', enquired the little prince, who was already feeling sorry for him.
'To forget that I am ashamed', the drunkard confessed, hanging his head.
'Ashamed of what?', asked the little prince who wanted to help him.
'Ashamed of drinking!', concluded the drunkard, withdrawing into total silence.
And the little prince went away, puzzled.
'Grown-ups really are very, very odd', he sad to himself as he continued his journey.
_______________________
Gente grande é mesmo muito estranha, Pequeno Príncipe, você tem toda razão!
* "The Little Prince", Antoine de Saint-Exupéry.
domingo, setembro 05, 2010
Tempo
Fui a uma festa ontem, na qual reencontrei pessoas que não via há muito tempo. Meu marido, quando chegou em casa, ponderou que tem coisas que só o tempo para resolver mesmo... e citou Caetano...
Oração Ao Tempo
Caetano Veloso
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...
Oração Ao Tempo
Caetano Veloso
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...
quinta-feira, setembro 02, 2010
Linda demais
Sonhos
Peninha
Tudo era apenas
Uma brincadeira
E foi crescendo
Crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim
Completamente seu...
Vi a minha força
Amarrada no seu passo
Vi que sem você não tem caminho
Eu não me acho
Vi um grande amor
Gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia realmente
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...(2x)
Linda intepretação de Caetano!
Compare com a versão do Paulinho Moska!
Peninha
Tudo era apenas
Uma brincadeira
E foi crescendo
Crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim
Completamente seu...
Vi a minha força
Amarrada no seu passo
Vi que sem você não tem caminho
Eu não me acho
Vi um grande amor
Gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia realmente
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...(2x)
Linda intepretação de Caetano!
Compare com a versão do Paulinho Moska!
Quando...
Quando as palavras não fazem mais sentido,
Os olhares trocados não são mais de cumplicidade,
parceria e companheirismo,
não adianta forçar a barra, nem tentar mais um pouquinho.
É só uma corda esticada ao máximo... uma hora ela arrebenta.
Se não tem conserto, melhor virar a página.
Se está tudo errado, mas vale ir cada um pro seu lado
que ficar insistindo...
Não há mais vontade de falar, porque tudo que se diz é
mal-interpretado.
Não há mais vontade de sorrir, porque qualquer sorriso
pode trazer em si um traço de ironia.
Não há mais vontade de ouvir, porque ouvir de fato é muito
mais do que simplesmente escutar.
Quando se ama alguém, esse fim é um turbilhão de emoções.
É muito, muito diferente da indiferença de
quem não sente mais nada.
Nessa hora do Adeus, estamos todos
surdos, mudos, cegos.
Estamos todos de luto,
luto pelo que não foi.
Não adianta velar o morto muito tempo.
Tem que enterrar, senão o corpo começa a feder.
Tem que seguir adiante, deixar pra trás o que ficou pra trás.
E se for possível, trazer consigo um pouco das boas lembranças.
Porque essa é a única coisa que se leva dessa vida.
Porque eu amo essa música...
Por onde andei
Nando Reis
Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Amor eu sinto a sua falta
E a falta
É a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava..
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Nando Reis
Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Amor eu sinto a sua falta
E a falta
É a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava..
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Flauta de Prata
Luana revirou toda a casa, chamou aos gritos. Em vão. O menino evaporara. Eis que, nariz no vidro da porta da cozinha, deu com os olhos cinco palmos acima da mangueira espraiada no quintal: Vilongo pairava no ar, como se sentado num colchão de vento, e tocava em paz a sua flauta de prata.
O menino escorregou pelos galhos da mangueira ao chamado da mãe. Desculpou-se, oferecendo-lhe u'a manga.
Luana rasgou a casca, chupou a fruta e o caroço se partiu: dentro, havia uma cidade.
___________________________
PS1.: Frei Betto, A Arte de Semear Estrelas. Rocco, 2007.
PS2.: Porque eu queria ter escrito isso.
quarta-feira, setembro 01, 2010
Coisa normal
Liguei pro maridão assim que cheguei no Largo do Machado, para saber se ele estava melhor do resfriado. Não estava. Ele foi logo perguntando "onde é que 'cê 'tá?". E eu fui contando que ia na minha sessão de análise, mas dispensaria o passe no Centro Espírita (dois cuidados com a alma, que me dou ao direito).
Cheguei no consultório atrasada e a minha terapeuta foi logo me mandando entrar, que ela estava me esperando. Falei à beça, chorei, me descabelei, achei que estava ficando louca e saí de lá com a recomendação de procurar por outro médico, porque o buraco estava ficando bem mais em baixo, no meu caso. Deve ser este estado de mulher na menopausa forçada, que me tira do sério, além de proporcionar uns calores horrendos e uma variação de humor sem tamanho.
Quando saí do consultório, achei que o melhor era pegar um táxi para chegar logo em casa (não, não achei. Peguei um táxi porque não estou conseguindo andar de metrô, entrar naquele buraco, e aturar aquele trem cheio de gente que fica me encarando o tempo inteiro e que me dá angústia). Lembrei do marido de uma amiga que é cheio de critérios para pegar táxi, mas fiz sinal apenas pro primeiro táxi novinho que vi (esse foi o único critério que usei, aliás).
O táxi não era de nenhuma cooperativa, e os vidros eram forrados daquele insulfilm bem escuro, o mais escuro que há. Aquilo me deu um certo mal estar. Depois que olhei pro tamanho do motorista (enooooooooorrrrrmmmmmeee e apavorante!), decidi que era melhor manter os vidros da frente abertos. Quando ele me perguntou se eu queria que ligasse o ar, respondi "não, obrigada", com a voz mais doce que eu pude fazer (para disfarçar o meu pânico) e emendei com um "a não ser que você faça muita questão do ar". Ele não fêz e seguimos com os vidros abertos.
Quando saímos do Túnel Santa Bárbara, em direção à Tijuca, ele me perguntou: "Presidente Vargas ou Estácio?"... e eu olhei pro relógio. Pensei comigo mesma, em fração de segundos: "ah, ainda são 19:05, está cedo, vou pelo Estácio". Sugeri então o caminho pelo tobogã, no que ele assentiu e virou o volante, para pegar a direção do Batalhão. Quando começávamos a subir o tal tobogã (é um morrinho que todo mundo conhece por esta alcunha), vi um artefato aceso, com uma luz azul, sendo arremessado na nossa direção. Era uma bomba. Mas, não uma bombinha de São João, nem uma brincadeira qualquer de criança. Era efetivamente uma bomba, que jogaram (!!!!!) na direção do carro. Com que intenção, não sei!
Considerando a aceleração constante do motorista, e a velocidade em que estávamos, calculo que ela tenha estourado uns 30 seg depois que passamos. Só deu tempo de me encolher toda e contrair a barriga, mas ainda fiquei com um pouco de dor nas costas.
O motorista então comentou, com a maior calma, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo: "já imaginou se cai embaixo do carro?" Não, não imaginei. Nem quero imaginar.
Depois do lanche, estava vendo uma reprise de um programa da série "Brava Gente", na tv à cabo, quando o personagem disse: "houve um tempo em que as pessoas do Rio de Janeiro eram tão boas e ingênuas que você precisava importar assassinos de outros cantos do Brasil. Hoje, há um assassino em cada esquina. Tantos, que a gente até exporta..."
Nossa, como eu tive que concordar com a pensata, sem entrar no mérito da questão. O tom era de comédia, mas confesso que não achei graça nenhuma com o que quase aconteceu comigo. Ai, meu Rio de Janeiro...
Em tempo, o motorista do táxi enorme e apavorante era um doce de criatura, e o meu preconceito com a primeira impressão foi pura perda de tempo e energia. Eu cheguei em casa sã e salva!
Hoje, confesso, ao sair de casa, olhei pro Cristo Redentor e pedi proteção. Só assim pra se sentir seguro nesta cidade.
Cheguei no consultório atrasada e a minha terapeuta foi logo me mandando entrar, que ela estava me esperando. Falei à beça, chorei, me descabelei, achei que estava ficando louca e saí de lá com a recomendação de procurar por outro médico, porque o buraco estava ficando bem mais em baixo, no meu caso. Deve ser este estado de mulher na menopausa forçada, que me tira do sério, além de proporcionar uns calores horrendos e uma variação de humor sem tamanho.
Quando saí do consultório, achei que o melhor era pegar um táxi para chegar logo em casa (não, não achei. Peguei um táxi porque não estou conseguindo andar de metrô, entrar naquele buraco, e aturar aquele trem cheio de gente que fica me encarando o tempo inteiro e que me dá angústia). Lembrei do marido de uma amiga que é cheio de critérios para pegar táxi, mas fiz sinal apenas pro primeiro táxi novinho que vi (esse foi o único critério que usei, aliás).
O táxi não era de nenhuma cooperativa, e os vidros eram forrados daquele insulfilm bem escuro, o mais escuro que há. Aquilo me deu um certo mal estar. Depois que olhei pro tamanho do motorista (enooooooooorrrrrmmmmmeee e apavorante!), decidi que era melhor manter os vidros da frente abertos. Quando ele me perguntou se eu queria que ligasse o ar, respondi "não, obrigada", com a voz mais doce que eu pude fazer (para disfarçar o meu pânico) e emendei com um "a não ser que você faça muita questão do ar". Ele não fêz e seguimos com os vidros abertos.
Quando saímos do Túnel Santa Bárbara, em direção à Tijuca, ele me perguntou: "Presidente Vargas ou Estácio?"... e eu olhei pro relógio. Pensei comigo mesma, em fração de segundos: "ah, ainda são 19:05, está cedo, vou pelo Estácio". Sugeri então o caminho pelo tobogã, no que ele assentiu e virou o volante, para pegar a direção do Batalhão. Quando começávamos a subir o tal tobogã (é um morrinho que todo mundo conhece por esta alcunha), vi um artefato aceso, com uma luz azul, sendo arremessado na nossa direção. Era uma bomba. Mas, não uma bombinha de São João, nem uma brincadeira qualquer de criança. Era efetivamente uma bomba, que jogaram (!!!!!) na direção do carro. Com que intenção, não sei!
Considerando a aceleração constante do motorista, e a velocidade em que estávamos, calculo que ela tenha estourado uns 30 seg depois que passamos. Só deu tempo de me encolher toda e contrair a barriga, mas ainda fiquei com um pouco de dor nas costas.
O motorista então comentou, com a maior calma, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo: "já imaginou se cai embaixo do carro?" Não, não imaginei. Nem quero imaginar.
Depois do lanche, estava vendo uma reprise de um programa da série "Brava Gente", na tv à cabo, quando o personagem disse: "houve um tempo em que as pessoas do Rio de Janeiro eram tão boas e ingênuas que você precisava importar assassinos de outros cantos do Brasil. Hoje, há um assassino em cada esquina. Tantos, que a gente até exporta..."
Nossa, como eu tive que concordar com a pensata, sem entrar no mérito da questão. O tom era de comédia, mas confesso que não achei graça nenhuma com o que quase aconteceu comigo. Ai, meu Rio de Janeiro...
Em tempo, o motorista do táxi enorme e apavorante era um doce de criatura, e o meu preconceito com a primeira impressão foi pura perda de tempo e energia. Eu cheguei em casa sã e salva!
Hoje, confesso, ao sair de casa, olhei pro Cristo Redentor e pedi proteção. Só assim pra se sentir seguro nesta cidade.
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