Luana revirou toda a casa, chamou aos gritos. Em vão. O menino evaporara. Eis que, nariz no vidro da porta da cozinha, deu com os olhos cinco palmos acima da mangueira espraiada no quintal: Vilongo pairava no ar, como se sentado num colchão de vento, e tocava em paz a sua flauta de prata.
O menino escorregou pelos galhos da mangueira ao chamado da mãe. Desculpou-se, oferecendo-lhe u'a manga.
Luana rasgou a casca, chupou a fruta e o caroço se partiu: dentro, havia uma cidade.
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PS1.: Frei Betto, A Arte de Semear Estrelas. Rocco, 2007.
PS2.: Porque eu queria ter escrito isso.
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