Acordei cedo, tomei meu café, um banho rápido e tratei de colocar o vestido que havia deixado esticadinho, passadinho, no dia anterior. Estava me sentindo ótima naquela roupa nova, comprada para uma ocasião especial. Neste caso, iríamos receber uma consultora internacional, então eu achei que eu merecia estar bem, visto que tinha grandes chances de acabar ciceroneando o evento.
Escolhi um casaquinho que combinasse e saí, de vestido preto, sapato-boneca e bolsa verdes e tudo em cima, com maquiagem caprichada. Só que eu me dei conta de que estava irritada, por causa da TPM. Respirei fundo e fui pro trabalho.
O transito estava ótimo, cheguei em quinze minutos no trabalho, bem a tempo de receber a consultora, que chegou com um colega.
A reunião foi ótima, melhor que a encomenda, gastei meu inglês direitinho, as pessoas gostaram, tiraram proveito da mesma, a consultora realmente sabe do que está falando, durou o tempo que deveria durar e, para celebrar, resolvemos convidá-la para um almoço no Da Silva, restaurante português que fica na Av. Graça Aranha.
Na volta, caminhávamos muito tranquilos pela rua (éramos em sete), eu conversava com uma amiga de outra área, quando um camelô nos abordou aos berros:
- Vai um catchup aí, dona?
Se a intenção dele era nos assustar, conseguiu, pois o pânico de ficar com a roupa suja foi maior do que qualquer bom senso que uma mulher na TPM podia ter.
Eu enfiei a mão no camelô...
A única coisa que eu me lembro de ter dito foi:
- Ai, moço, não me assusta! e dei-lhe um tapão no braço, daqueles que deixam a nossa mão doendo...
E ele ficou lá, gritando:
- Calma, dona, calma, dona, pelo amor de Deus, é só brincadeira...
Ô brincadeira sem graça! Por isso que não se deve assustar mulher na TPM, corre-se risco de vida! E a minha amiga ficou tirando uma com a minha cara, cantando:
- Ai, ai, elas estão descontroladas...
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