sexta-feira, janeiro 21, 2011

Para mudar o mundo, mude você primeiro


"Você tem recebido notícias de si mesma?" - Martha Medeiros

Uma idéia na cabeça e muita força de vontade. Foi assim que eu me senti quando voltei da Europa. Não aceitei ouvir opiniões negativas, do tipo "sinto muito, mas não vai dar" e corri atrás do meu sonho. Ele estava lá guardado, e enquanto eu não fazia nada para colocá-lo em prática, sofria à beça, como uma condenada numa cadeia de segurança máxima, daquelas que fazem você perder a fé na vida...

Para colocar a minha idéia em prática, eu comecei a pensar no que precisava mudar... Queria que as pessoas à minha volta se transformassem também, como o maridão, mas não conseguia fazê-lo ver que aquele caminho que estávamos trilhando não nos levaria à nada. O tempo foi passando, e eu comecei a me mexer. Comecei a fazer uma revolução pessoal, ao me dar em conta que eu precisava cuidar de mim, porque ninguém ia fazer isso por mim, no meu lugar.

E ao começar a me cuidar, sem o suporte dos livros de auto-ajuda, nem nenhuma mudança brusca na linha de investigação da minha terapia, percebi o quanto era bom tirar um período do meu dia para olhar pra mim: pro corpo e pro espírito. Mens sana in corpore sano. Enchi a agenda de compromissos comigo mesma. Foi doloroso, me deixou exausta, mas eu quis tudo isso pra mim.

Como alguém que gerencia um projeto pra uma empresa, eu resolvi gerenciar o projeto da minha vida, a fazer as tarefas que eu precisava fazer para que o projeto desse certo. Foi só isso, eu listei as tarefas e com um pouco de disciplina e seguindo o cronograma, fui fazendo o que era necessário para seguir a minha vontade, para me realizar como pessoa e como mulher.

O grande barato desse processo foi ver que à medida que eu mudava, as pessoas mudavam comigo. No início, algumas não me reconheceram, porque a minha escala de prioridades passou a ser outra. Comer bem, praticar exercícios físicos, estar com os amigos, fazer massagens relaxantes, yoga, meditação, isso tudo era muito mais importante do que aquela teleconferência da hora do almoço que não levava a nada e que me fazia sentir uma escrava do trabalho.

Ah, o trabalho, esse componente maravilhoso e estressante. Rasguei o currículo, mudei tudo, abri mão de tudo que eu tinha construído. E, por incrível que pareça, estou me sentindo tão livre, tão disponível para fazer o que eu quiser... Por mais louca que as pessoas tenham me visto, hoje eu sinto que as rugas de tensão se foram, que nada me abala, e que nada melhor do que duas ou três respirações profundas para dar conta de qualquer ataque de esteria que tenham na minha frente. Por trabalho, eu não perco mais a minha razão... Como eu demorei pra aprender isso...!

Meu maridão é hoje meu melhor amigo, meu parceiro, ele entendeu, acordou, está tão bem. Estamos tão bem... Nem pareço aquela pessoa que procurou terapia há dois anos para me preparar para uma vida nova, de mulher sozinha... ficar junto não era mesmo a minha idéia. Hoje, tudo que eu posso fazer é agradecer a Deus por ter me dado mais essa chance.

Agora, é deixar tudo nas mãos do acaso, do destino, e torcer para que os Anjos dêem uma forcinha e me tragam boas novas daqui à dez dias...

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