Alá-la-ô ô ô
Nássara
Alá-la-ô ô ô,
mas que calor ô ô.
Atravessando o deserto do Saara,
o sol estava quente
e queimou a nossa cara,
Alá-la-ô ô ô.
Viemos do Egito
e muitas vezes nós tivemos que rezar:
Alá, Alá Alá,
Meu bom Alá,
mande água para ioiô,
mande água para iaiá,
Alá, meu bom Alá...
Diz Nássara em entrevista: Eu tinha ido à RCA Victor e o chefe, Mr. Evans, me disse que era preciso adiantar a gravação do Alá-la-ô. Quem fazia as orquestrações para a RCA, na época, era o Pixinguinha. Levei a partitura para o imortal Pixinguinha, que residia na rua Chichorro, 84, em Catumbi. Sabe como é o Catumbi, ao meio-dia no verão? O sol chega a furar o asfalto. Encontrei o Pixinguinha de cuecas, no piano, suando por todo lado e mostrei-lhe Alá-la-ô juntamente com uma parte, já pronta par ao piano. Apesar de bastante atolado com inúmeros trabalhos, Pixinguinha mandou eu cantar e leu a melodia. Falou-me: Nássara, tudo errado! E rasgou a parte feita para o piano cuja linha melódica não caía perfeitamente. Chamou sua mulher, Geny, e disse: Traga papel de música. Escreveu novamente toda a melodia e fez o arranjo que todos conhecem. No dia da gravação eu e Carlos Galhardo ficamos estarrecidos, Pixinguinha tinha dividido a melodia em compassos marcantes, saltitantes, brejeiros, originais, vestindo-a com roupagem da alma popular. E eu tive uma sorte danada porque Alá-la-ô ficou sendo uma das músicas mais tocadas no carnaval. Das que fiz, foi a única música que me rendeu alguma coisa.
Veja o Eduardo Dussek cantando isso daquele jeitinho dele... e de quebra fazendo uma homenagem pra Bethânia!
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