Se tem uma coisa da qual eu gosto, é de decoração. Durante muito tempo, essa era o único tipo de revista que eu comprava. E eu não me contentava com as nacionais, gostava de comprar também as espanholas, cheias de ideias que se aproximavam muito do meu gosto, como a Interiores.
Com a internet, isso tudo mudou. A gente vai pesquisando, pesquisando, e acaba encontrando alguns sites maravilhosos, como o Apartment Therapy, que tem dicas sobre tudo, além de alguns blogs que eu sigo e estão aqui na minha barra lateral direita.
Os amigos Erica e Pachá estão em busca de um cantinho de leitura para a casa deles. Isso eu não criei na minha casa, porque eu tenho tanto livro, mas tanto livro, que todos os cantinhos são de leitura. Mas, dando uma olhada nestes sites, eu acabei esbarrando em ideias que acho que eles podem gostar.
Vejam só:
Eu adoro a ideia da mistura de estampas nas almofadas e de texturas nos móveis e objetos, colocando a palha junto a madeira. A rusticidade nos aproxima bastante das nossas origens, e acho que é por isso que gostamos tanto das propostas mineiras. Gosto também do fato dos três ambientes terem janelas bem próximas, que dão a possibilidade da leitura a base de luz natural.
Bem, cada vez eu me conheço mais e acredito que será o que farei no futuro. Trabalhar com decoração é um sonho que acalento e que, tenho certeza, vai me fazer muito feliz um dia.
Eu não me considero uma pessoa vingativa. Não, não sou. Normalmente, sento e espero a raiva passar antes de agir com a cabeça quente.
Já me vinguei de uma pessoa, há muito tempo atrás. Quando ainda era muito jovem. Sabe aquelas coisas que você faz, intencionalmente? Pois é. Eu fiz. Não é nada agradável, se você tem no espírito a filosofia de ser bom, principalmente quando seu plano dá certo. Daí você fica remoendo o resultado e eu posso atestar: "não vale à pena"! Decididamente!
Meu vizinho no edifício anterior tinha um cachorro, um weimaraner. Eu até fiz um post sobre isso, certa vez. Depois, comprou outro, um dinarmaquês. Morávamos num apartamento de 105 m2, eu em cima, ele embaixo com o filho adolescente, a mulher e os dois cachorros.
São esses aqui.
O dinamarquês
O weimaraner
Confesso que, do dinamarquês, eu tinha medo. Quando sobre as duas patas trazeiras, ficava mais alto do que eu. Imaginava todo dia que ele me derrubaria no chão se resolvesse brincar comigo. Então, passva longe. Fora que meu vizinho não gostava de pet shop. Ou seja, sempre dava banho nos cachorros em casa, no banheiro embaixo do meu. O cheiro era insuportável. Parecia que tinha um bicho morto dentro da minha casa.
O dinamarquês era bem novinho, e como criança, grande e desengonçado, derrubava tudo a sua volta assim que chegava em casa de suas andanças pelo quarteirão. O weimaraner era bem mais velho, mais quietão.
Meu marido tinha um apreço especial pelos cachorros, talvez por ter tido cachorros na infância. Eu torcia fervorosamente para que Deus colocasse um pouco de sanidade na cabeça daquele vizinho e ele resolvesse se mudar para uma casa, onde os cachorros pudessem correr e brincar livremente. Com o tempo, os demais vizinhos de andar passaram a se queixar com o sindíco do mal cheiro dos cachorros e o pobre dono foi se sentindo rejeitado por todos, que torciam-lhe a cara quando passava e brigavam com ele invariavelmente em todas as reuniões de condomínio.
E, para a minha felicidade, houve um dia em que ele resolveu que era hora de se mudar para uma casa em Piratininga. Lá foi ele para Niterói com os dois cachorros. Eu só faltei soltar rojão!
Recentemente, me mudei de apartamento, deixando para trás as histórias daquele edifício. Não é que meu marido chegou em casa outro dia, munido das correspondências que ainda estavam sendo enviadas para o endereço antigo e com a triste notícia que os dois cachorros haviam morrido? O weimaraner, morreu de velho, não se adaptou. O outro, foi atropelado, pois alguém esqueceu o portão aberto.
Confesso que achei um triste fim para dois animais tão amados pelo dono. Porque eles podiam ser fedorentos, mas que aquele cara adorava aqueles cachorros, adorava. Ah, adorava.
Se um dia eu pensei nisso, ai, Deus, peço perdão. Aqui, em público. Pobres criaturas, à mercê dos humanos!
Música de hoje: Dust in the Wind - Scorpions
segunda-feira, abril 23, 2012
Valorize suas limitações e, por certo, não se livrará delas.
Acho que o maior desafio - meu e de todo mundo - é fazer o tempo passar mais devagar. Não é novidade que o tempo parece estar correndo, quanto mais a gente se esforça, mais tem a sensação de que o tempo está voando... voando mesmo. Outro dia, estávamos comemorando o Natal, logo em seguida, lá estávamos nós curtindo o Carnaval, e agora, aqui vem eles, uma série de feriados para aproveitarmos, seja para não fazer nada, seja para fazermos tudo ao mesmo tempo agora.
Eu tenho ido pelo caminho da diminuição do ritmo, de fazer algo que eu curto muito, de preparar uma comidinha gostosa no meio da tarde, de cuidar de mim fazendo uma massagem no cabelo ou algo parecido, de ver um bom filme no dvd. Nada de compromissos, nem de hora marcada. Tudo que eu quero é não ter agenda nestes dias.
Acordar cedo, se der na telha, ou tarde, se eu preferir. O lance é estar em paz.
O pior de tudo é que quanto mais a gente sente que o tempo voa, mais temos a percepção de que ele é curto para o tanto que queremos fazer. Não é paradoxal?
Bom, neste final de semana de feriado no Rio de Janeiro, já que hoje é dia de São Jorge e estamos todos em casa, a minha sugestão é ler um bom livro (estou lendo "Leite Derramado", do Chico Buarque, por sugestão do meu amigo argentino), ver um bom filme (a minha intenção é ver "A árvore da vida" com o Sean Penn e o Brad Pitt) e comer um bolinho com café à tarde. Ah, bolinho com café: compre um bolo simples no mercado do sabor que você gosta (pode ser chocolate, baunilha, laranja), derreta uma barra de chocolate meio amargo em banho maria e jogue por cima! Fica très bien!
Ela tinha um pedaço de terra. Fazia daquele cantinho escondido no latifúndio daquele peito, uma colônia perfeita, onde tudo era muito colorido e a qual se supunha que o rei dava a maior importância. Qual o quê?
Um belo dia, ela foi viajar. E deixou alguém lá, tomando conta da colônia. Alguém assim, meio displicente.
O rei resolveu construir uma estrada nova, para facilitar o ir e vir da rainha às compras pelo reino.
Analisando as trajetórias possíveis da estrada, percebeu que a melhor delas implicaria na expropriação de toda aquela pequena colônia.
E assim determinou: - cortem-se árvores, derrubem as casas, livrem o caminho!
Quando retornou, não havia mais colônia...
E assim permanaceu por muito tempo, vagando sem ter mais pra onde voltar...
Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...
Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar
Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.
Eu devia estar preparando aula. Ou me preparando para
dormir. Enquanto isso, estou aqui, atormentada pelos meus pensamentos. Há
tempos que não saio assim da terapia. Mas, hoje foi extremamente difícil. Tanto
por falar, tantas dúvidas e inquietações rondando a minha cabeça,..., e no
fundo, no fundo, acho que o que eu preciso de verdade é de perdão. Eu preciso
me perdoar. Preciso me perdoar de todos os meus arrependimentos, das coisas
erradas que eu fiz, das coisas erradas que eu não fiz, das certas...
E, como nada é por acaso, não foi à toa que eu dei aquele
telefonema antes de chegar ao consultório. Ouvir aquela voz, num estado de espírito tão
diferente do habitual, como se algo de muito ruim tivesse acontecido, foi como
perder o chão, o rumo, a direção... eu fiquei trôpega, perdi a noção do perigo,
só queria chorar... me senti tão abandonada como da vez em que eu descobri a
verdade sobre o dono da voz. É como se perdesse meu porto seguro uma segunda vez.Tão ruim esse sentimento.
Da hora em que cheguei em casa, foi só o que fiz... chorar... Tenho
pensado na solidão, na saudade, na falta, no vazio, em tudo o que poderia ter
sido se eu tivesse feito outras escolhas... mencionei isso hoje à terapeuta...
tenho reclamado muito da minha covardia... tenho me achado muito covarde.
Enquanto isso, todo mundo insiste em dizer que eu fui muito
guerreira, que foi bacana acompanhar a minha gana de dar a volta por cima. Eu
bem que tento me manter altiva, determinada, com minhas metas e objetivos
sempre em mente, pensando que o que se passa hoje é “café pequeno” perto do que
se pode conquistar no futuro. Mas, enquanto eu penso que não posso, nem devo
fazer “tempestades em copos d’água” como fazia antes, sinto o peso de não dar
importância a certas coisas... E esperar o futuro pra quê? Se tudo o que eu
mais queria era ser feliz agora!
É como se de repente, fosse possível tirar o foco do
indivíduo e colocar o foco no caminho. Eu sei que é difícil, mas é plenamente
possível e realizável. Só que esperar dói. Ter esperança é complicado, a gente
sonha, e demora a realizar... quando, meu Deus, quando? Será que eu mereço?
São muitas perguntas para uma pessoa só. Talvez você, que me
lê, nunca tenha passado por isso, nem esteja entendendo direito o que escrevo. Ou talvez se
identifique com essas minhas loucas palavras. Liga, não. Amanhã é outro dia. E
a jornada continua.
Não é que eu não tenha nada a dizer, nem que eu não tenha vontade de escrever... Mas, ainda não me encontrei com esta configuração nova do Blogger. Na verdade, estou sofrendo para me adaptar a mudança... Uma hora a coisa deslancha!
O metrô anda cada vez pior. Nem aos sábados, em dia nublado, a gente escapa de encará-lo lotado. Está mais parecido com os antigos trens da Central do Brasil, com vagões sujos, rabiscados, do que qualquer outra coisa... isso é o que esperamos na iniciativa privada, que só sabe aumentar o preço da passagem?...
Acho que caminhamos para uma Índia qualquer... aliás, a Índia é aqui!
Eu tive uma varanda. Por doze anos. E tive uma rede também, por um tempo. Ela era de brim, cru. Muito gostoso ver anoitecer naquela rede. Sentir o vento na varanda balançando na rede era bom demais.
Até que um dia, a rede começou a desmanchar. Primeiro foi a franja. Depois, as alças. Nós, eu e meu marido, que prezávamos tanto a rede, não entendíamos como ela podia estar desmanchando.
Ficamos de tocaia, num domingo à tarde. E eles apareceram. Passarinhos, por incrível que pareça. Eles estavam usando os fios da rede para construir seu ninho. E nós, que adorávamos os bichinhos e nos sentíamos felizes com sua visita livres, leves e soltos a nossa varanda, resolvemos deixar a rede por lá mais algum tempo, mas quando ela já estava bem detonada (acreditem, ela foi acabando nessa brincadeira), decidimos que não iríamos substituí-la...
Hoje, não tenho mais varanda e tive que pôr o jardim dentro de casa. Tudo bem. O que mais me faz falta são os dias de preguiça, de não fazer nada.
Desde o carnaval, lá se vão 40 dias, só fizemos trabalhar, mas trabalhar muito, para pôr a casa nova do nosso jeitinho. E aqui e ali, está tudo se arrumando. Já não temos mais caixas espalhadas pela sala, e pudemos incorporar novas peças à decoração. Tudo dentro da filosofia "MENOS É MAIS".
Se eu tiver coragem, tiro umas fotos e posto aqui depois.
Cada passo que damos, é uma satisfação. Ficamos felizes com nossa casa arrumada. Uma casa que vimos ocupada por outras pessoas e que hoje tem a nossa cara, é a nossa casa.
É tão bom ter uma casa para chamar de "lar, doce lar!"