Por que os homens constroem barcos? 'Navegando' pelas quase 50 mil fotografias de barcos disponíveis no Flickr, fiquei me perguntando o porquê dessa necessidade, quase uma obsessão, de construir barcos - e fotografá-los!
Barcos são os meios de trasporte mais comuns em praticamente todas as culturas - até para os índios eles são vitais! Aqui, eu incluo as canoas, os botes, as jangadas, os caiaques, os navios, os transatlânticos...
Os barcos servem aos homens para a prática de esportes e para a pesca, além de muitas outras funcionalidades. Mas, por trás deste artefato está o desejo desbravador, de conhecer outros lugares, vencendo rios e mares e descobrindo portos e marinas.
Como fizia o poeta, "navegar é preciso, viver não é preciso"! O que se vê numa carta de navegação é um caminho imaginário, uma rota intangível que viabiliza o desejo de ir de um ponto ao outro. Agora, experimente olhar para a linha do horizonte, deparando-se com o seu infinito particular, e me diga o que ves?
E o que leva os homens a abandonarem seus barcos? A descrença na existência de novos locais a descobrir, de novas paisagens a apreciar? Ou o medo da opressão desse inifinto que é a vida (ou você acredita que ela acaba depois que você morre)? Os barcos estão lá, esquecidos em alguma praia, entre algumas pedras, às vezes congelando, esperando por alguma nova estação ou pela maré cheia, batizados com o nome da mulher amada...
Mulher essa que espera seu homem regressar de sua aventura, dona do abraço mais gostoso do mundo...
Um comentário:
A Arca de Noé e os demais barcos do imaginário humano são, para mim, representações de nossos dois principais e necessários "barcos": o útero materno e o ataúde. Barcos que nos trazem e levam em viagens definidas e indefinidas, sem mapas e cartas de navegação, mas com destino certo: a barca de Caronte.
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