domingo, novembro 29, 2009

Com a cabeça na Lua

Por causa do meu trabalho, este é um tema que está me interessando muito ultimamente. Por isso, resolvi mostrar pra vocês alguns filmes que andei encontrando na Internet.

O primeiro é o homem pousando na Lua pela primeira vez, expedição que completou 40 anos este ano. O incrível é ver a quantidade de pessoas que dizem que o filme, na verdade, é uma montagem da NASA e do Governo Norte-Americano e que, de fato, o homem nunca esteve lá.

Vejam esse filmete de pouco mais de 1 minuto... com a frase clássica do Neil Armstrong:

"That's one small step for [a] man, one giant leap for mankind"





Eram três os astronautas, mas apenas dois desceram. O terceiro, Michael Collins, parece ter gostado tanto de ficar sozinho na pequena Columbia, que não se importou de não ter seguido até a Lua junto com Armstrong e Edwin Aldrin, no módulo Lunar.

Se vocês querem saber mais, visitem a Wikipedia.

Mas, ontem, meu professor de inglês me apresentou a outro filmete interessante. Vejam só:



O tal do Joe Kittinger foi, em 1960, o primeiro homem a chegar ao espaço, num módulo puxado por um balão de gás hélio. Muito louco o cara! Ele tentou duas vezes, uma dois anos antes, na qual ficou desacordado, e outra em 1960, quando teve problemas com a mão esquerda devido a um defeito na sua roupa de "astronauta".

Precisa ter coragem para fazer o que ele fez. Vejam que incrível que é o momento em que ele pula! Nossa!

Teve também o Yuri Gagarin, o russo que em 1960 deu uma volta na Terra. Olhem ele voando aí...



Virou herói nacional!

E por que a gente não repete tudo isso? Cadê as Lições Aprendidas? Heim, cadê?

Visitem a página da NASA. Tem muito pra ver por lá!

sábado, novembro 28, 2009

Mulheres Possíveis, por Martha Medeiros

Eu adoro ela. Esse texto saiu na Revista de Domingo. Apreciem!

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe
e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que
operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.
Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe
apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que
desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida
interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser semprepoliticamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é
atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente
organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela
quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não
for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e
vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo.

Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe
Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente,
está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o
rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

Frase do dia


"If I had asked people
what they wanted,
they would have
said faster horses".

Henry Ford (1863 - 1947)
US Industrialist

quinta-feira, novembro 26, 2009

Muppets e Queen: Bohemian Rhapsody

Para o meu marido que adora esta música! (que eu também adoro!)



Adorei a porquinha em cima do piano no final! E achei que o Phil Collins estava perdido no meio da galera! Ha ha ha!

Nothing really matters
Anyone can see
Nothing really matters
Nothing really matters to me

Anyway the wind blows

Utilidade pública: doze conselhos para se ter um bom infarto!

Recebi esta mensagem e de cara lembrei do episódio do meu pai tendo uma tremenda arritmia cardíaca na academia de ginástica e pegando o carro para ir para casa... Vejam que dicas interessantes.

DOZE CONSELHOS PARA TER UM INFARTO FELIZ !!!
Dr. Ernesto Artur - Cardiologista

Quando divulguei estes conselhos 'amigos-da-onça' em meu site, recebi uma
enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu
de alerta, pois muitos estavam, inconscientemente, adotando esse tipo de vida.

1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e
familiares são secundárias.

2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder, também aos domingos.

3. Se não puder permanecer no escritório, à noite, leve trabalho para casa
e labute até tarde.

4. Em vez de dizer não, diga sempre sim a tudo o que lhe solicitarem.

5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias,
conselhos, e aceite todos os convites para conferências, seminários,
encontros, reuniões, simpósios etc.

6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranquila. Ao
contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar
negócios ou fazer reuniões (cacetes) importantes.

7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando futebol
ou tênis, enfim, se distraindo. Afinal, tempo é dinheiro.

8. Nunca tire férias, você não precisa disso! Lembre-se que você é de
ferro (e ferro, também enferruja!!)

9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para
certificar-se de que nada está errado. Delegar é pura bobagem; é tudo com
você mesmo.

10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de
estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão lhe
deixar tinindo.

11. Se tiver dificuldades em dormir, não perca tempo: tome calmantes e
sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de
oração, meditação, tempo para ouvir uma boa música e para refletir sobre
sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.

Repita para si:
EU NÃO PERCO TEMPO COM ESSAS BOBAGENS!!!
##################

OS ATAQUES DE CORAÇÃO

Uma nota importante sobre os ataques cardíacos.
Existem outros sintomas de ataques cardíacos, além da dor no braço
esquerdo(ou direito). Há também, como sintomas possíveis, uma dor intensa
no queixo, assim como náuseas e suores abundantes.

Pode-se não sentir nunca uma primeira dor no peito, durante um ataque
cardíaco. 60% das pessoas que tiveram um ataque cardíaco enquanto dormiam,
não se levantaram... Mas a dor no peito, pode acordá-lo de um sono
profundo.

Se assim for, dissolva imediatamente duas Aspirinas na boca e engula-as
com um pouco de água. Ligue para Emergência (193 ou 190) e diga ''ataque
cardíaco'' e que tomou 2 Aspirinas. Sente-se numa cadeira ou sofá e force
uma tosse. Sim, forçar a tosse, pois ela pode fazer o coração pegar no
tranco. Tussa de dois em dois segundos, até chegar o socorro...
E NÃO SE DEITE !!!

...........................................................
Acho que eu realmente preciso pensar mais sobre isso! Cuidem-se!

Carne e Osso

Ainda sobre o post "Fidelidade e outras reflexões", minha mãe diz que quem tem telhado de vidro não pode viver de julgar os outros. E quem não tem, não é mesmo? Tenho uma colega que está sempre olhando a tudo e a todos com cara de quem comeu pudim de limão. Eu tenho vontade de dizer pra ela: Sou de Carne e Osso! Entendeu? Preciso repetir?

A Zélia tem uma música linda, que ela fez com o Moska, que reflete bem isso. Aliás, eu adoro a Zélia e o Moska, já deu pra perceber, né?

Olha a música aí...

Carne e Osso

Composição: Moska e Zélia Duncan

Alegria do pecado às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu

E eu gosto de estar na terra cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano

Perfeição demais me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso, pra não ser carne e osso

E como não pode faltar, uma palinha...



Pra quem me observa e me julga, quem me escuta e me julga, quem me lê e me julga, e é incapaz de uma crítica construtiva, um recadinho... EU SOU DE CARNE E OSSO!

Jura secreta

Depois de ter escrito o post "Fidelidade e outras reflexões", meu amigo PRG me perguntou se eu conhecia a música Jura Secreta. Conheço, PRG, conheço, e A-M-O! Comprei um CD da Zélia Duncan só por causa dela, que já era linda na voz do Fagner.

Olha a letra aí...

Jura Secreta

Composição: Sueli Costa / Abel Silva

Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei

Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis

Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofrí

Veja a Simone a Zélia Duncan cantando juntas esta pérola!



Bjs para meu amigo PRG e para todos que gostam de boa música...

terça-feira, novembro 24, 2009

Os cinco estágios da carreira, por Max Gehringer

Existem cinco estágios em uma carreira:

1. O primeiro estágio é aquele em que o funcionário precisa usar crachá,
porque quase ninguém na empresa sabe o nome dele.

2. No segundo estágio, o funcionário começa a ficar conhecido dentro da
empresa e seu sobrenome passa a ser o nome do departamento em que trabalha.
Por exemplo, o Heitor da Contabilidade .

3. No terceiro estágio, o funcionário passa a ser conhecido fora da empresa
e o nome da empresa se transforma em sobrenome. Heitor do banco tal.

4. No quarto estágio, é acrescentado um título hierárquico ao nome dele:
Heitor, diretor financeiro do banco tal.

5. Finalmente, no quinto estágio, vem a distinção definitiva. Pessoas que
mal conhecem o Heitor passam a se referir a ele como "o meu amigo Heitor,
diretor do banco tal". Esse é o momento em que uma pessoa se torna, mesmo
contra sua vontade, um amigo profissional" .

Existem algumas diferenças entre um amigo que é amigo, e um amigo dito
profissional. Amigos que são amigos trocam sentimentos. Amigos
profissionais trocam cartões de visita.

Uma amizade dura para sempre. Uma amizade profissional é uma relação de
curto prazo e dura apenas enquanto um estiver sendo útil ao outro.

Amigos de verdade perguntam se podem ajudar. Amigos profissionais solicitam
favores. Amigos de verdade estão no coração. Amigos profissionais estão em
uma planilha.

É bom ter uma penca de amigos profissionais. É isso que, hoje em dia,
chamamos networking, um círculo de relacionamentos puramente profissional.
Mas é bom não confundir uma coisa com a outra.

Amigos profissionais são necessários. Amigos de verdade, indispensáveis.

Algum dia, e esse dia chega rápido, os únicos amigos com quem poderemos
contar serão aqueles poucos que fizemos quando amizade era coisa de
amadores.

[Max Gehringer
]

PS.: Este texto devia estar no Esquizofrenia Corporativa, mas achei oportuno que,
desta vez, estivesse aqui.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Fidelidade e outras reflexões...

Sempre fui a favor dessa tal fidelidade. Sempre, sempre! Porque por mais que eu até achasse outras pessoas interessantes, estava tão ligada ao cara com quem estava que não conseguia olhar pro lado. Era o que eu encarava como paixão.

Com o tempo, e depois de algumas frustrações e decepções, eu fui me permitindo ser fiel a mim mesma. A querer o melhor pra mim, a me colocar sempre em primeiro lugar, a não fazer algo que não estivesse a fim de fazer só para agradar ao outro.

Está certo, vocês até vão dizer, a vida é feita de concessões. Mas, não o tempo todo, não apenas para os outros e nunca pra você. Se a gente não se priorizar, quem vai? Eu tive um namorado que dizia: primeiro eu, segundo eu, terceiro eu, quarto eu, quinto eu, depois eu começo a pensar na minha mãe, em você, na torcida do Vasco... enfim, ele era um cara radical. Não sei se mudou agora que tem filhos, porque com filhos as coisas mudam de figura, mas ele se amava muito, acima de todas as coisas. E nem por isso era um cara inflexível, ao contrário. Topava muitas coisas que, não se pode dizer, todos topariam... até aqueles programas terríveis de final de noite!

Este assunto veio a baila hoje porque, conversando com uma amiga, confessei, sem saber muito bem como o assunto descambou pra isso, que um dia, num passado bem remoto, já pretérito imperfeito, optei por mim ao invés do outro, e cheguei a cogitar fazer algo que não faria se não fosse por impulso (esse é o máximo de detalhe que vou me permitir dar a vocês num blog assim tão público). Cheguei a cogitar... - e fiquei só no plano do planejamento, porque, apesar de ter me decidido pelo abismo ao invés da insana vida monótona, a coisa não aconteceu, não se concretizou, não foi a frente. E eu continuei a mesma de sempre, séria, reta, aquela que "não faz xixi fora do pinico", e de quem sempre se sabe o que se pode esperar...

O tempo passou e hoje eu, olhando pra trás, vejo que não teria me arrependido se tivesse feito, porque aprendi a só me arrepender do que não fiz. E arrependimento é como um pé na porta travando tudo e impedindo a entrada de alguém desejado no dia que seria o dia mais feliz da sua vida: dói. Ô, como dói!

Mas, de fato, depois de tanto tempo, e de tantas vidas passadas, e de tantas Rebeccas que surgiram com elas, o que me incomodou mesmo hoje foi o julgamento. Ser julgado por algo já tão distante soa um tanto desbotado, soa demodé, soa estranho mesmo. Mas, pode ser um sinal de que alguém esteja começando a te ver como você é de verdade. Essa culpa, eu não tenho, estou sã. Já curei essas feridas, já virei as páginas, guardo tudo aquilo como lição aprendida. Tenho tantas... se errei muito, é porque me permiti arriscar. Se fiz alguém sofrer com isso, não foi a intenção, mas sei que faz parte do jogo da vida.

Só sei que não tenho mais essa ânsia de ser tão perfeita. A mulher perfeita não existe. Sei de mulheres perfeitas que fazem tudo certo, mas que choram por outro debaixo do chuveiro pro marido não ouvir. Todo mundo tem um segredo guardado, uma dor mal tratada, um chute no traseiro que quer esquecer. Quem diz que não tem, não viveu.

E o importante é ter história.

Para minha irmã...

... que odeia pombos! Final feliz!

domingo, novembro 22, 2009

Amado

Mas uma do time da trilha sonora da semana. Cada vez que escuto os discos da Vanessa descubro alguma música linda. Essa andou tocando no rádio, mas precisa ouvir com atenção para entender a letra. A vozinha da Vanessa é tão suave, tão delicada... adoro essa música!

Amado
Vanessa da Mata

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do Sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir, não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

sábado, novembro 21, 2009

Tosa

Hoje eu passei a tesoura na juba. Estou mais leonina do que nunca, com uma juba armada e cacheada. Projeto verão. Projeto "eu-sou-tudo-de-bom". Ai, ai, precisa coragem!

Passeando pelo Rio

É, pessoal. Nós ficamos a semana por conta dos alemães. Eles amaram o Rio de Janeiro.

No sábado, conforme prometido, levamos os dois para conhecer o samba na Lapa. O lugar que queríamos estava lotado - o Carioca da Gema (ai, será que um dia eu consigo ir lá?) - então, apelamos pro ODS (o-de-sempre) que é garantia de boa música e diversão. Fomos para o Rio Scenarium, samba de primeira, os melhores sambas-enredo de todos os tempos. Sambamos até de madrugada.

Como tínhamos programação intensa no dia seguinte, três da manhã já estávamos em casa. Mas, pra uma noite que começou às 20:00, até que deu pro gasto.

No dia seguinte, nosso destino era Niterói. Fomos conhecer o MAC, mas com um detalhe básico: de barca. Eles acharam a barca rápida e confortável e o passeio, muito tranquilo. O dia estava lindo e até a Baía de Guanabara ajudou, pois não estava muito fedorenta.

O maridão foi de carro pela ponte, para nos aguardar lá. Melhor coisa. Os dois alemães adoraram o museu, acharam a arquitetura fantástica, tiraram um monte de fotos do Rio, curtiram a exposição, enfim, amaram o passeio. Ficaram, como todos nós, impressionados com as pessoas que insistiam em tomar banho naquela praia nojenta em Niterói e eu tive que explicar que nem todas as praias de Niterói são assim, que existem praias oceânicas e que estas são mais limpas e mais procuradas.

O dia já ia longe quando resolvemos almoçar, e então, pra não ter dúvidas, fomos ao Porcão de Niterói, na praia de São Francisco. Eles adoraram as carnes, mas também ficaram impressionados com a qualidade da comida japonesa servida. Um dia pra lá de agradável.

Voltamos pela ponte Rio-Niterói que é linda, e como obra de engenharia também atraiu a atenção dos meninos.

Durante a semana, eles estiveram mais soltos. Um deles foi com o maridão para a Faculdade, para dar duas palestras. O outro conheceu o Centro da cidade. Fêz um passeio pra lá de cansativo, mas amou. Sente só o trajeto: camelódromo da Uruguaiana, para compras Cds piratas (é mole?), Lgo. da Carioca, Cinelândia, Glória, Flamendo, esse trecho a pé. O resto até Ipanema, ele fêz de metrô.

Na quarta-feira, o maridão levou os dois ao Cristo e acabamos a noite no Zazá Bistrô, em Ipanema, um charme. Eles foram a praia, curtiram a cidade e acabaram a noite dizendo que não há cidade mais linda e nem povo mais hospitaleiro.

Eu gostei, apesar de ter que falar inglês o tempo inteiro, o que foi cansativo! Pra quem não conhece o Rio e tem pouco tempo, posso dizer que esse é um bom roteiro!

Sobre aquilo em que não acreditamos

Antes de começar, eu preciso dizer que acredito em muitas coisas. Uma das coisas em que acredito é que não existem coincidências. As pessoas entram e ficam na sua vida não por acaso. Há sempre algo a aprender.

Eu estava em casa ontem quando recebi uma ligação no celular do número 00000000. Achei que era essa gente que não tem mais o que fazer e que liga no feriado para tentar vender alguma coisa. Ainda mais na hora do almoço: bem típico. Eles não almoçam, não namoram, não vão a praia. Ficam o tempo todo lá do outro lado do telefone dizendo: vou estar transferindo, vou estar atendendo, vou estar oferecendo etc. Enfim, silenciei o celular e deixei ele tocar. Daí, recebi uma mensagem da operadora dizendo que havia uma mensagem pra mim daquele número. Como assim? Ligam pra nossa casa e ainda têm a coragem de deixar uma mensagem?

Como mulher é um bicho curioso por natureza, resolvi ligar pra caixa postal para saber o motivo da mensagem. Era o meu chefe. Esqueci completamente que quando ele está fora do país, o número que aparece no visor não é o dele. E que onde ele está, não é feriado, então nada mais natural que ele ligar pra mim.

Tentei falar com ele e ele disse: Espera aí que eu ligo pra você! É que ele estava na rua, estava frio, pois era de manhãzinha, e ele precisava entrar no carro e ligar o aquecimento, caso contrário, ia congelar. Então, quando ele ligou, me explicou que sonhou comigo, e fêz questão de observar que quase não sonha, e quando sonha não lembra dos sonhos. E no sonho, que na verdade, era um pesadelo, eu abria a porta do elevador, e sem me dar conta que não havia elevador, caía no poço. Ele só me ouvia gritando por socorro e não podia fazer nada. E daí ele acordou no meio da noite e não dormiu mais.

E disse: Não é nada, não se preocupe. Mas tome cuidado ao entrar em elevadores, ok?

Eu dei risada, que coisa mais estapafúrdia! Eu e os elevadores, sempre eles. Lá no trabalho, alguém tinha comentado que nossos elevadores são bons, são amplos, ventilados, até até pra ficar preso neles sem problema. Eu, como já fiquei, não achei nenhuma graça do comentário. Mas, vamos ao sonho do meu chefe.

Ele esteve fora esta semana, e ficou me mandando notícias pelo Blackberry. Todo mundo ainda perguntou: por que ele só manda notícias para você????? Acho que é porque o meu e-mail é mais fácil de memorizar! Contou do evento, dos jantares, dos contatos, dos livros, perguntou se alguém queria algo relacionado ao "Crepúsculo" e a "Lua Nova", que lá estava cheio de stuff sobre isso, como ele mesmo escreveu.

Mas no meio das mensagens, ele escreveu algo tocante, em função dos acontecimentos da semana: "Take it easy! Keep cool!"

Ele sabia que o bicho estava pegando. Sabia que, sem a presença dele aqui, tinha gente que tinha resolvido botar as manguinhas de fora, e sabia o quanto eu ficava braba com isso. Acho que o meu chefe tem medo das minhas explosões, porque quando elas acontecem, os resultados são incontroláveis. Antes mesmo dele pedir, eu já havia me conscientizado que tinha que dar uma volta, respirar fundo, e, ao responder qualquer mensagem, precisava ficar calma, tranquila. Como diz uma amiga: respirar paz.

Mas, o ambiente corporativo é uma derrota, uma droga, todo mundo quer comer o fígado do outro. Quando você chega num estágio em que não precisa provar mais nada pra ninguém, aí é que os pobres coitados resolvem que tem que mostrar que são melhores do que você, pra mostrar que têm alguma competência. Precisa disso, não! É só se concentrar em fazer bem o seu trabalho e evitar problemas de comunicação, ruídos, e que tais.

Ao invés de trabalharmos juntos para melhorarmos nosso desempenho, estamos sempre atrás de sermos os melhores, e a tal competição nunca tem fim.


Anteontem, eu desabei. Foi uma semana muito complicada para mim. Quanto mais sapo eu engulo, pior eu fico. Quanto mais eu tenho que lidar com estas pessoas, mais eu sofro. Fico me perguntando às vezes se não teria sido melhor continuar na Universidade, estudando, publicando os meus artigos, dando as minhas aulas.

E o meu chefe, que não acredita em nada, acabou me dizendo, nas entrelinhas, que se preocupa, que sabe que não foi fácil, mas que é só tomar cuidado, que essas coisas são todas contornáveis! Valeu, chefe!

sexta-feira, novembro 20, 2009

Botox

Tem uma consultora muito famosa na área que eu atuo que está ficando com a cara toda deformada de botox e metacril. Acho que, com o tempo, as pessoas vão perdendo a noção de como eram lindas antes de tudo isso e só conseguem enxergar beleza naquela pele lisa e esticada e naqueles lábios carnudos. Bem, não é nada disso, né? A gente sabe...

Mas, ocorre que meu chefe foi jantar com a tal consultora esta semana. Como ele não é bobo, nem nada, chamou mais dois contatos para o tal jantar, para não correr risco de nenhuma espécie.

Um consultor argentino que trabalha conosco me disse brincando que ia sugerir ao chefe que fizesse experiências científicas com a tal consultora. O tema da pesquisa seria como é beijar uma mulher botocada. Pode isso? Homem é fogo!

Estávamos as gargalhadas na reunião, quando alguém resolveu perguntar se boca com metacril perde a sensibilidade... eu disse que achava que sim, mas ninguém me deu ouvidos. Como eu precisava manter o foco no assunto técnico que estávamos discutindo, resolvi apelar e mostrei umas fotos da Donatella Versace.

Minha estratégia foi ótima. Acabou com toda e qualquer discussão e conseguimos fechar a reunião rapidinho. Os meninos ficaram arrepiados com o que viram.

Acho que a campanha que deveríamos empreender não deveria ser "foto sem photoshop", mas sim, "mulher sem botox"!

A propósito, o tal metacril, que acaba com as "rugas" ao redor da boca, é derivado do acrílico. Alguém aí se arrisca?

Uma semana com trilha sonora

Às vezes, sumo de mim mesma. Prefiro não ouvir, nem os meus pensamentos. Desabo no choro e imersa nas minhas dores, apago no sofá, só acordando quando a noite já vai longe. Esse tempo, eu sei, é um tempo de não falar, porque ao tentar, somente os olhos conseguem, com lágrimas que não emocionam a ninguém, por não fazerem sentido. Por conta disso, cada verso, cada música, parecem ter outro significado, outra gravidade.

Esta semana, além do Ney Matogrosso e da Simone, com a excepcional música "Migalhas" que vou postar aqui mais tarde, letra lindíssima do Erasmo, o Chico esteve a me perseguir com uma música antiga, que eu amo, e que termina lindamente, com versos fortes e que dizem mais do que tudo.

As Vitrines
Chico Buarque

Eu te vejo sumir por aí
Te avisei que a cidade era um vão
- Dá tua mão

- Olha pra mim

- Não faz assim
- Não vai lá não

Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar

Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

* Grifo meu. São esses os versos que me tocam fundo...



Muy lindo!

quinta-feira, novembro 12, 2009

Esse final de semana promete!

Eu não estou muito animada, mas tenho que tratar de me animar. Vamos receber um professor alemão, e teremos a tarefa de mostrar o Rio de Janeiro pra ele. Engraçado, mas resolvemos mostrar a Lapa e a vista do Rio lá de Niterói, aliás, uma vista muito bonita.

Resolvemos juntar tudo num só liquidificador: dois argentinos, duas americanas, três brasileiros e um alemão. Será que vai dar samba?

No sábado, pensamos em ir ao Carioca da Gema. Tomara que tenha um bom show por lá para que eles se encantem com a música brasileira.

No domingo, MAC de Niterói e talvez o mercado São Pedro, quem sabe.

Temos ainda a possibilidade de visitar o Forte de Copacabana, mas aí vai ser overdose de Rio de Janeiro na veia do alemão. Tomara que ele goste.

Chavear a cabeça entre o inglês e o espanhol vai ser um desafio e tanto. Mas, acho que vai ser legal!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Melancolia, saldo do apagão

Hoje, eu acordei melancólica. Uma música e uma interpretação dessa música não saíram da minha cabeça o dia todo. Nem o mormaço que baixou na cidade, nem o calor, nem a chuva do final do dia, me fizeram sentir diferente. Uma melancolia tão grande que eu não consegui nem chorar.

Modinha
Vinicius de Moraes e Antônio Carlos Jobim

Ah!
Não pode mais meu coração
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão
Que é só desilusão

Ah, não seja a vida sempre assim
Como um luar desesperado
A derramar melancolia em mim
Poesia em mim

Vai, triste canção, sai do meu peito
E semeia a emoção
Que chora dentro do meu coração
Coração





____________________
Eu dava tudo pra trocar essa melancolia por uma gargalhada de moleca.

sábado, novembro 07, 2009

Entreouvido por aí...

"Toda penosa é fedorenta!" (com direito a duplo sentido)

Posso com isso?

Saudades das Tias Fofinhas...

I wanted to be with you alone and talk about the weather
But traditions I can trace against the child in your face
Won't escape my attention
You keep your distance with a system of touch and gentle persuasion
I'm lost in admiration, could I need you this much
Oh, you're wasting my time, you're just, just, just wasting time

Something happens and I'm head over heels
I never find out till I'm head over heels
Something happens and I'm head over heels
Ah, don't take my heart, don't break my heart
Don't, don't, don't throw it away

Throw it away. Throw it away

I made a fire and watching it burn (yeah) Thought of your future
With one foot in the past now just how long will it last
No, no, no, have you no ambitions, (What's the matter with...)
My mother and my brothers used to breathing clean air
(Nothing ever changes when you're acting your age)
And dreaming I'm a doctor
(Nothing gets done when you feel like a baby)
It's hard to be man when there's a gun in your hand
(Nothing ever changes when you're acting your age)
Oh, I feel so...

Something happens and I'm head over heels
I never find out till I'm head over heels
Something happens and I'm head over heels
Ah, don't take my heart, don't break my heart
Don't, don't, don't throw it away

And this is my four leaf clover
I'm on the line, one open mind,
this is my four leaf clover

La la la la la, la la la la la, la la la la la la...

In my mind's eye
One little boy, one little man
Funny how time flies



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Tears for Fears, Head over Heels, Songs from the Big Chair, 2001.

quinta-feira, novembro 05, 2009

O mal que uma vendedora de roupas pode te fazer

Ontem eu resolvi tentar comprar uma blusinha fresca, de algodão. Tentar, porque nem sempre isso é uma tarefa fácil. Como estava de bobeira na hora do almoço, fui ao shopping e entrei numa loja que eu gosto muito, para dar uma olhada. Gostei de duas, não de três. Mas, me assustei um pouco com o preço estratosférico. Eram só umas blusinhas de algodão, não tinham nada, mas absolutamente nada, que justificassem uma faixa de preço em torno dos R$ 200,00. Pensei cá com os meus botões: tudo bem, eu experimento, depois peço pra minha tia fazer pra mim.

Pedi as que eu gostei pra vendedora, e lhe informei o tamanho. Ela me tirou com os olhos, dando uma scanneada nada sutil, e me disse, com um ar muito sério: não, querida, seu tamanho não é esse.

Conduziu-me ao provador e em menos de cinco minutos, apareceu com 20 blusas dois pontos menores. Eu, que tinha dito pra ela que não tinha muito tempo, olhei pra aquilo tudo e pensei: como é que eu vou explicar pra essa criatura (nome que eu carinhosamente uso para designar pessoas limitadas) que eu não vou nem começar a experimentar estas coisas se não vou ficar deprimida e com menos tempo ainda?

Ela largou aquilo tudo no provador e eu comecei a pensar num filme do Jason, ou do pequeno Chuck, ou no que eu faria se tivesse um punhal ali comigo.

Em pouco tempo, ela retornou e perguntou: gostou do quê?

Como assim, eu quase não experimentei nada! Nesta hora eu já estava me preparando para sair, quando ela insistiu em me trazer mais roupas. Calças, inclusive. Mas, eu só queria blusas! Qual a parte do "estou sem tempo" ela não entendeu?

Então, eu ainda me dignei a experimentar duas peças, com aquela moça me olhando de cortina aberta, o que eu o-d-e-i-o. Dei um jeito de fugir, desaparecer, antes que meu lado monstro aparecesse e eu começasse a proferir blasfêmias contra ela.

Por fim, passei o resto do dia com um gosto amargo na boca, de quem comeu e não gostou, uma sensação de tempo perdido, de maus tratos, de ter sido feita de besta, que otária!

E cheguei a conclusão de que vendedora boa tem mesmo é que ser valorizada, aquela que te trata bem, conhece seus gostos, não tenta te empurrar peças estranhas só pra vender, te atende com atenção... vender é uma arte, e é para poucos!

quarta-feira, novembro 04, 2009

Sol e lua

Acordou de bom humor, iluminada pelo sol que inundava seu quarto pela janela. Tinha deixado tudo preparado no dia anterior. Como era muito lenta pela manhã, precisava que bolsa, sapatos e roupa estivessem arrumados para que conseguisse se aprontar e tomar o táxi no horário marcado.

De repente, sentia que havia deixado de ser "junior". Muito tempo depois de ter assumido o cargo de "pleno", ela sentia que agora, já um pouco mais velha, a senioridade batia à sua porta, e as responsabilidades, associadas a uma boa dose de autonomia, estavam finalmente permitindo que ela mostrasse ao que veio.

Sentia-se plenamente estimulada por estar se preparando para fazer algo fora da rotina. Tomar um outro caminho, em uma direção diferente, estar de frente pra praia, a mesma praia que ela freqüentou durante a juventude e que agora lhe era tão distante e, ao mesmo tempo, saudosa, ..., era tudo que ela queria. Pensava nos ônibus que teve que enfrentar em busca de um bronzeado jamais conquistado - porque era um dia de praia e dois de preguiça durante as férias naquele tempo. Mas, era bacana. As companhias eram legais, o programa, que às vezes soava como furado, tinha sempre um quê de diferente e algumas histórias para contar. Ela, que era muito observadora e se tornava cada dia mais, estava sempre atenta a tudo, ao mundinho da praia, a galera do ônibus, ao motorista, ao trocador e, principalmente, à paisagem que via no caminho e que ela adorava.

De repente, no meio do dia, o inesperado. Voltar para o mundo real, para atender a compromissos de última hora. Tudo bem, faz parte do jogo. Olhar para aquele contexto e de repente sentir que aquilo tudo era a coisa mais certa que ela podia estar vivendo nos últimos tempos foi como beber um bálsamo em pleno deserto e sentir-se plena de felicidade por míseros instantes.

Como nem tudo é perfeito, e o mundo real faz questão de deixar suas marcas (nem que seja pela percepção de um sorriso esperado e querido que não veio em sua direção, ou de um olhar atravessado), ela se viu imersa na tentativa de curar pequenas cicatrizes, resultantes das farpas das pequenas mentiras que insistimos em contar quando sabemos que a grandes verdades - as nuas e cruas - dóem demais. Foi dormir com elas, rogando para que o sono e o inconsciente lhe fizessem o favor de absorvê-las, minimizando seus efeitos, tornando-a mais forte e capaz de lidar com cicatrizes mais profundas que são como pregos na tábua da alma.

E, do mesmo modo que configurou seu humor em função da luz solar e divina no dia anterior, sofreu o resultado da mudança de fase da lua, mulher de fases que é, como todas as mulheres do planeta. E acordou sutilmente amoada, perturbada pelo peso da linda bola branca no céu, a iluminar seres crepusculares, que não dormem, não descansam nunca, e fazem da madrugada o seu refúgio, no qual tentam lidar com inseguranças e incertezas milenares.

E retornou à sua rotina sem ânimo nem disposição para guerrear, totalmente a fim de entregar os pontos, render-se ao inimigo e jogar a toalha. Ainda bem que um dia assim tem menos de 24 horas. Passa lento e rápido ao mesmo tempo, se te permites viver ao sabor do vento.

segunda-feira, novembro 02, 2009

Cenas de amor famosas do cinema

E aí? Quem se arrisca a fazer a lista das cenas de cinema que eles estão representando?



Aguardo seus comentários!

Não pense que...

Existe uma música antiga, já regravada algumas vezes, que sempre me tocou fundo e que eu acho que, cada vez mais, representa o comportamento clássico de uma geração que evita envolvimento. Ela se chama "I'm not in love", e aqui está a letra...

I'm not in love, so don't forget it
It's just a silly phase I'm going through
And just because I call you up
Don't get me wrong, don't think you've got it made
I'm not in love, no-no
(It's because...)

I like to see you, but then again
That doesn't mean you mean that much to me
So if I call you, don't make a fuss
Don't tell your friends about the two of us
I'm not in love, no-no
(It's because...)

I keep your picture upon the wall
It hides a nasty stain that's lyin' there
So don't you ask me to give it back
I know you know it doesn't mean that much to me
I'm not in love, no-no
(It's because...)

Ooh, you'll wait a long time for me
Ooh, you'll wait a long time

Ooh, you'll wait a long time for me
Ooh, you'll wait a long time

I'm not in love, so don't forget it
It's just a silly phase I'm going through
And just because I call you up
Don't get me wrong, don't think you've got it made, ooh

I'm not in love, I'm not in love...

Estava pensando hoje sobre o já batido começo da frase "Não pense que..."

... só porque passamos a noite inteira conversando, e eu joguei um monte de charme pra você, você pode me levar pro motel!

... só porque eu sou cheio de cuidados contigo, te ligo nas horas mais improváveis, quero algo além do que já temos...

... só porque eu deixei você fazer planos de morarmos juntos na minha casa, significa que quero que casemos e vivamos juntos para sempre!

... só porque eu não disse que eu não queria filhos, que eu realmente os quero!

Enfim, estava pensando no porquê é tão difícil dizer quais são os nossos verdadeiros interesses. Será por que sempre temos algum interesse quando estamos envolvidos com alguém e confessá-lo pode significar perder o que já conquistamos, mesmo que para tal estejamos evitando magoar a outra pessoa? Será que isso não é um egoísmo muito grande?

Isso me remeteu a minha adolescência, quando eu era só uma menina magrinha demais que quando se apaixonava preferia manter a amizade do que confessar o que sentia, só pelo medo de perder (!). Onde é que já se viu alguém perder algo que não tem? Não me lembro de ter conseguido manter nenhuma daquelas amizades do tempo da escola... teria sido mais produtivo se eu tivesse dito, quem sabe não teria rolado alguma coisa?

E acabo vendo que as pessoas são assim o tempo todo. Engolem sentimentos, sufocam idéias contrárias, amenizam suas opiniões, com medo do que os outros vão pensar, temendo que não sejam aceitos pelo grupo. Por vezes, o que o grupo quer é apenas ouvir a opinião de alguém que tenha opinião, seja ela favorável ou contrária.

Quando resolvem regurgitar seus motivos numa mesa de bar, acabam fazendo uma besteira ainda maior, entregando a estratégia, mostrando as cartas da manga, aquelas que são sempre usadas nas situações mais inconvenientes para dar uma de "leão-da-montanha", com sua indefectível "saída-pela-direita"!

E assim, quando a gente menos percebe, as pessoas vão se tornando cada dia menos verdadeiras, incluindo o dom da atuação no seu rol de atributos, sem se dar conta que precisa estudo pra ser ator, para produzir um resultado final um pouco menos falso e cafajeste.

A covardia é dolorosa, ela é claustrofóbica. Comprime, incomoda, te torna um derrotado. Ninguém dá o que não tem. Nem acorda diferente do dia pra noite, com o simples toque de uma varinha de condão. Pense nisso...

Para embalar, aqui vai a música...

domingo, novembro 01, 2009

Revelações

Ele entrelaçou seus dedos com os dela.

Ela observou sua mão e sentenciou...

Dedos longos, mãos de pianista.

Ele riu.

Como é que você sabe? Eu toco piano.

Foi a vez dela dizer: quando você olha bem de perto alguma coisa, tudo se revela para você.

Perguntas do Neruda


Onde está o menino que eu fui?

Está dentro de mim ou se foi?

Sabe que jamais o quis
e que tampouco me queria?

Por que andamos tanto tempo
crescendo para nos separarmos?

Por que não morremos os dois
quando minha infância morreu?

E se minha alma se foi
por que me segue o esqueleto?

___________
Do Livro das Perguntas, pág. 44 (tradução do Ferreira Gullar).

Família, dos Titãs! Uma homenagem a esta loucura que é a convivência familiar!

Família! Família!
Papai, mamãe, titia
Família! Família!
Almoça junto todo dia
Nunca perde essa mania...

Mas quando a filha
Quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe
Não dão nem um tostão...

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família!...

Família! Família!
Vovô, vovó, sobrinha
Família! Família!
Janta junto todo dia
Nunca perde essa mania...

Mas quando o nenêm
Fica doente
Uô! Uô!
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenêm é estridente
Uô! Uô!
Assim não dá pra ver televisão...

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...

Família! Família!
Cachorro, gato, galinha
Família! Família!
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania...

A mãe morre de medo de barata
Uô! Uô!
O pai vive com medo de ladrão
Jogaram inseticida pela casa
Uô! Uô!
Botaram cadeado no portão...

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Familia ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...