domingo, junho 30, 2013

Um pouco de poesia pra você

Num domingo de futebol no Maracanã e manifestações pelas ruas, não podia deixar de desejar poesia  para todos nós e muito amor no coração!


Foto: The Grosby Group

sexta-feira, junho 28, 2013

quinta-feira, junho 27, 2013

Variações sobre o prazer


Estou lendo o livro do Rubem Alves. Como gosto dele!

Está, logo no primeiro capítulo, a discorrer sobre a dificuldade de terminar um 'livro sério'. Diz sobre isso o seguinte:

"A vida nunca é terminada. Ele termina sempre sem que se tenha escrito o último capitulo. (...) Mas nossa vida não é como uma sonata. Ela é interrompida antes da hora. Muita coisa fica para ser dita.
A vida é assim: a gente escolhe um caminho na esperança de que ele vá nos conduzir a um lugar de alegria. Tolos, pensamos que a alegria está no final do caminho. E caminhamos distraídos, sem pensar atenção. Afinal de contas, caminho é só caminho, passagem, não é ponto de chegada. Com freqüência, a gente não chega lá, porque morre antes. Mas há uns poucos que chega ao lugar sonhado - só para descobrir que a alegria não mora lá. Caminharam sem compreender que a alegria não se encontra ao final, mas às margens do caminho. Não foi isso que disse Riobaldo? 'O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para agente no meio da travessia"'.

Rubem Alves não está falando nada demais, nada que a gente não conheça, não tenha ouvido falar. Por que então é tão difícil por em prática?  Por que é que simplesmente não somos ensinados a enxergar beleza na travessia, ao invés de focar o tempo todo nas metas? Sim, porque a chegada é a meta, e é com se somente ela tivesse valor e não o aprendizado com a travessia. O próprio Dalai Lama já dizia o mesmo, que vivemos ansiosos, a base de remédios, por conta de não saber o que fazer com o tempo que precisamos para concluir o percurso.

E você, já pensou sobre isso?

Que delicia de livro...

Falsos convites

Você abriu a porta do seu mundo iluminado
E me deixou botar o pé, meio corpo, dar uma espiada.
Quando pensei que poderia entrar,
Sair do meu reino escuro e sombrio,
O que era um arremedo de porta sumiu
Diante dos meus olhos.
Virou fumaça.

...
E você ficou daí, do outro lado, a rir de mim...

Grafites nos muros do Rio de Janeiro

Há tempos que eu ando louca pelos grafites do Rio, porque eles têm sido uma das melhores coisas que nos aconteceram nos últimos tempos. Eu ficava chateada por conta das pichações em lugares inimagináveis e agora, ando perdida observando as paredes.

Vou destacar algumas aqui de uns grafiteiros que eu curto muito...

Grafite maravilhoso do @Rafo_Castro!


 O eternamente queixudo do @Marcelo_Eco!


 Os desenhos freestyle do @Marcelo_Ment!


 Os desenhos freestyle do @Marcelo_Ment!


A parede colorida na região portuária do @Toz!


 Detalhe da parede colorida na região portuária do @Toz!

E o @Toz ainda espalha suas bonequinhas pelos muros cinzas da cidade...

Mas, não são só eles não... Não é porque eu ainda não identifiquei os artistas que eu seja ainda menos apaixonada por esses desenhos...

Uma empena cega colorida por este maravilhoso desenho na Rua do Mercado, centro do Rio.

 
Uma princesa sendo coroada em plena Av. Chile, centro do Rio.



Um samurai e sua gueixa nos muros da Av. Heitor Beltrão, na Tijuca.


 
 O rei está nu e de fraldas, andando de bike, na Rua do Riachuelo, na Lapa.



 O nordeste do Brasil se faz representado neste desenho de cachorro sertanejo na Rua Lúcio de Mendonça, na Tijuca.


 Em tempos de revolução, por que não ir para as ruas e gritar sua indignação? 
Neste grito, a dor do povo na Av. Heitor Beltrão, na Tijuca.


Este lindo desenho de mulher de um grafiteiro chamado Noé Two... será isso? 
Na Av. Heitor Beltrão, na Tijuca.



 Um surrealismo digno de Dalí, nas paredes do Catete.


 Os muros tatuados com rosas e caveiras na Av. João Paulo II, na Praça da Bandeira.


 Uma carpa estilizada nas paredes do nosso Jóquei Clube Brasileiro, no Jardim Botânico.


Como não se apaixonar por estas paredes? E você, o que me diz?

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PS.: A propósito, a Galeria Movimento vende o trabalho e toy arts do @Toz!


terça-feira, junho 25, 2013

Antes da Meia-Noite

Desde que o filme foi lançado e começou a badalação nos festivais de cinema mundo a fora, eu estava com vontade de assistí-lo. Resolvi essa questão no último final de semana.

Para tanto, tive que incorrer numa maratona, de modo que eu conseguisse entender a trilogia, que começou em 1995 com o "Antes do Amanhecer", teve sequência em 2004 com o "Antes do pôr-do-sol", e continuou agora, com o filme que está nas telonas.

Na sexta-feira então, aluguei no melhor estilo de cinema on demand, o primeiro deles, "Antes do amanhecer", filme que me provocou uma penca de questionamentos...

... por que não me interessei por este filme em 1995, quando eu tinha 25 anos?

... teria sido muito mais interessante me reconhecer no ideal do amor romântico de encontrar alguém ao acaso a quem se pode reconhecer completamente no primeiro momento e confiar cegamente a ponto de mudar seu caminho para passar um dia-noite-madrugada com um estranho boa-pinta!

... queria eu ter vivido um encontro de amor assim, se não é que todos os nossos encontros de amor não são assim...


Os atores estavam então naquela época tão lindos, tão jovens, como todos nós estamos quando temos 20 e poucos anos, a pele fresca, o corpo cheio de energia... Julie Delpy e Ethan Hawke faziam coisas, como por exemplo fingir que estavam falando ao telefone na frente do outro, só para provocar gargalhadas no parceiro, ah, que eu me lembro de fazer... eram atitudes juvenis, bobas até, que a gente vai perdendo ao longo do tempo, e que nos levam a sentir uma baita saudade de nós mesmos...

Em "Before sunset", ou "Antes do pôr-do-sol", eles já estão mais maduros, 9 anos depois, cheios de histórias para contar um ao outro, do que fizeram, por onde andaram, que caminhos trilharam. O personagem de Hawke, Jesse, ainda guarda a mesma admiração por ela, ainda olha para ela com o mesmo olhar apaixonado, e revela neste filme que havia cumprido o prometido, o que não fora revelado no primeiro filme. A minha impressão é que este filme termina com um tremendo "E foram felizes para sempre...", depois do diálogo "Jesse, você vai perder o vôo...", "Eu sei"...
 


Jesse fica boa parte do filme perguntando a Céline o que teria acontecido com eles se ela tivesse ido a Viena, como haviam combinado. Ele acredita que a vida deles teria sido diferente, que eles não teriam se envolvido com uma série de pessoas apenas para esquecer o ideal de amor romântico que haviam criado com aquele encontro...

"Before Midnight", ou "Antes da meia-noite", tem um baita cheiro de vida real. E aqui, eu vou tentar escrever sem entregar o filme, visto que muita gente ainda não viu. Vários amigos disseram que o filme é arrastado, apesar de ficarmos apenas 1h15min no cinema, que é DR pura, que o casal passa boa parte do tempo discutindo a relação.

A artimanha utilizada neste filme por Céline é típica, ao meu ver, da mulher que está cansada, e mesmo com todo o ambiente propício, não está com a menor vontade de transar. Céline mostra que teve que abrir mão de muita coisa para cuidar da família, e que a mulher de hoje não está mais tão disponível assim, não é tão capaz de abrir mão de seus sonhos profissionais e pessoais para permitir que seu "amado" possa se dedicar ao trabalho (neste caso, um trabalho pra lá de difícil, pois tem a ver com criação).
 



O cartaz em preto-e-branco tem muito mais a ver com o espírito do filme do que o colorido. Neste, apesar deles estarem em família na casa de amigos na Grécia, lugar onde muita gente gostaria de passar as férias, eles estão sem cor, como que se a vida em comum fosse menos atraente, interessante, como se fosse difícil manter o encantamento a dois, ou a 4, ou a 5... E não é este o problema de todos nós?


Os demais atores do filme também são incríveis e suas atuações merecem ser apreciadas.


Céline deixa claro para todos à mesa que se incomoda por ter sido a musa inspiradora de seu marido em seus livros, apesar dele não a levar a sério.


 Enquanto caminham, os dois personagens parecem reencontrar um pouco do que foram, ou o que eram, quando se conheceram. Tão complicado quando a gente perde isso...


É no hotel onde a DR vem à tona, mesmo quando Jesse joga a toalha, e dá a entender que não quer brigar...




No final, aquele amor do início prevalece, sabe-se lá de que jeito...

O tempo não fêz lá muito bem aos dois, mas fica claro que para Julie Delpy ele foi muito mais impiedoso do que para Ethan Hawke.

Não é um filme de trilhas sonoras, se bem que há uma música em comum nos três filmes, fazendo a costura, a amarração. Apesar de difícil, eu gostei.

Mas, sugiro àqueles que não viram os outros filmes, que o façam, para que entendam bem a história...

Moda de inverno

Não, você não está no blog errado. Este não é um blog de moda, muito menos um daqueles que se propõe a revelar tendências.

Mas, o fato é que este blog é reflexo de tudo que inspira sua autora, e eu gosto muito, mas muito mesmo de moda de inverno. Acho que a gente está sempre mais chique no inverno que no verão. Principalmente, em se tratando de Brasil, ou melhor, de Rio de Janeiro, já que sempre que tentamos nos manter arrumadas no verão sofremos com o calor escaldante.

Por isso, a carioca é tão sedenta de friozinho, para curtir aquelas roupas do guarda-roupa que só são usadas vez ou outra no ano por aqui. Muito diferente de São Paulo, onde as moças podem esbanjar elegância se quiserem!

É lógico que o jeito da carioca é muito mais praiano, afinal isso aqui é um balneário. Somos talvez o único povo (mulheres, diga-se de passagem), que saem às ruas de cabelo molhado. Em nenhum outro lugar do mundo eu vi isso, e confesso, em alguns momentos, me senti bastante incomodada de estar destoando tanto. Lembro-me de chegar ao escritório em Bogotá, na Colômbia, com meus cachinhos úmidos, e as moças me olharem aterrorizadas, pois elas acordam às 5 horas da manhã para ir ao "peluqueiro" (que é o salão de belezas deles).

Bom, mas voltando a moda de inverno. Separei algumas combinações para apreciarmos.



Neste primeiro acima, adorei o casaco, a bota e a bolsa, além do cachecol. As cores combinam muito e, apesar de escuras, dão margem para que o vermelho do cachecol e da  bolsa sobressaia. Isso dá um toque especial. A calça jeans é bem justa. Fiquei me perguntando de não poderíamos usar o mesmo look com uma calça social e se o efeito seria o mesmo.



Neste segundo, gostei da combinação do preto, com o laranja e os acessórios caramelo. Ficou tudo muito lindo. Eu, particularmente, usaria tudo. Só que prefiro a sandália, mas como estou de férias, talvez usasse o mesmo look com a sapatilha sugerida. O certo é que  eu usaria brincos maiores, por conta do meu cabelo.



Acho que eu mesma já usei um look assim. Sou meio antipática em relação a estas bolsas molengas, mas com o passar do tempo elas começam a me conquistar. Gosto de tudo, mas acho que os brincos pequenos sempre deixam a desejar. Pode ser talvez uma boa dica para não poluir demais o visual.
 


Este conjunto acima para mim é perfeito. A mistura de preto com castanho, os brincos e até a maquiagem dão um tom de elegância que deixa a mulher preparada para qualquer evento de fim de tarde e início da noite.



A combinação acima mostra que no inverno também há espaço para looks claros, realçando pernas e braços com o bege da calça e do casaquinho. As botas e bolsas cor de Havana são perfeitas para arrematar a produção. E a blusa de dentro pode ser leve, porque nunca se sabe quando o sol aparecerá e trará o calor de volta.


O jeans escuro (ótimo para trabalhar) combinando ao branco e ao vinho, com elementos de dourado, traz sofisticação a qualquer look mais simples. Mostra a todo mundo que você não precisa estar vestindo seda para estar bem vestida. E o jeans, antes peça associada aos trabalhadores das fábricas, alcança cada vez mais posição de destaque no guarda-roupa feminino da mulher antenada.

Estes visuais foram selecionados da página Beauty and Fashion, do Facebook. São um destaque meu, de peças que fazem o meu estilo. São parecidos? Pode ser. O importante é que consigamos nos sentir confortáveis, da forma que estivermos vestidos.

Aproveito estes meus 18 dias de férias para reavaliar o guarda-roupa e destinar algumas peças para doação. Faz bem! A energia se renova...

domingo, junho 16, 2013

Lei do retorno

Eu ando difícil demais.

Tenho achado as pessoas muito, mas muito abusadas. Ou fui eu a solícita por muito tempo, ou as pessoas perderam a medida.

Eu raramente peço ajuda. Não sou do tipo que incomoda, odeio incomodar os outros. Mas, isso é o que mais acontece comigo. Acho mesmo que acontece o tempo todo.

Ora, se eu sou uma pessoa que não incomoda, por que as pessoas me pedem favores o tempo todo? Ou melhor, deixa eu reformular a minha pergunta: Por que é que as pessoas só me ligam para pedir favores?

Tenho andado cansada desta conversa. Queria fazer valer a lei do retorno.


Algo meio assim: eu não te incomodo, e você faz o mesmo.

Será que custa tanto assim para as pessoas perguntarem coisas do tipo: Oi, tudo bem com você? Como você vai? Você está podendo falar agora?

Mas, sem querer perder nenhum segundo de tempo, vão logo metendo o pé, usando e abusando da falta de educação. Tenho vontade de perguntar como fazia a minha mãe: Qualé, dormiu comigo?

Mas, é em vão... Será que a humanidade está perdida?

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#desabafo #tá_foda!

Esmaltes, muitos esmaltes

De vez em quando, além dos meus contos, eu também gosto de postar temas mais "mulherzinhas"...

Tenho que confessar, adoro cremes... Já andei inclusive falando disso aqui num post que intitulei de "Eu uso cremes e eles funcionam!".

Também sou fascinada por esmaltes. Muito. Tanto que tenho dúzias deles em casa. Isso é uma droga, porque eles estragam, ficam velhos, e nem sempre eu me dou em conta, ou só vou perceber isso quando quero usar uma cor e o esmalte não presta mais.

Estive recentemente nos Estados Unidos e, como não poderia deixar de ser, trouxe alguns esmaltes da Revlon. Paguei bem mais barato do que se os tivesse comprado aqui, lógico, mas o fato é que eu não tenho me entendido bem com eles não! Acho que é alguma química que eles possuem que detona as minhas unhas.



Como elas começaram a descamar, eu resolvi apelar para os esmaltes da Granado, que são considerados hipoalergênicos e têm umas cores incríveis. Confesso que, como sou eu que faço as minhas unhas, não gostei muito do esmalte ser uma única camada. Eu acho que ele borra, precisa muito domínio para pintar direitinho.




Eu acho tão lindo mulher de unhas vermelhas no pé. Essa uma outra questão, na minha opinião, precisa combinar o esmalte dos pés com os das mãos. Como eu não tenho paciência para cuidar das unhas dos pés toda semana, eu opto por fazê-las de 15 em 15 dias, e aí, sou adepta do Renda, ou qualquer branquinho para os pés. Mas, que é lindo é, não é mesmo?



Se eu tivesse grana sobrando, compraria alguns destes, Chanel ou Guerlain... não são maravilhosos?




Estes últimos, lançamento recente da coleção da Guerlain são lindos. Amei os rosas perolados...

Enfim, toda intelectual tem seu momento Deusa. Eu agora vou explorar os mundos dos BB Creams. Depois eu posto aqui!

-- Xo*

sábado, junho 08, 2013

Eu que não sei nada do mar, descobri que não sei nada de mim...

Subiu mais uma vez. Tomou ar. Uma camada espessa de espuma vinha na sua direção. Mergulhou novamente. Sentiu um repuxar da corrente marítima em seus pés, levando seu corpo a chicotear como um pedaço de couro contra o lombo de um cavalo. Todo o corpo doía.

Num esforço gigantesco para não perder os sentidos, relaxou o corpo até que pôde mergulhar mais fundo. Quando praticamente encostou o corpo na areia, no fundo do mar, encontrou calmaria e paz. Foi então que se deu conta que tinha enfrentado algumas grandes ondas e que não tinha mais fôlego.

Podia ouvir o barulho de um helicóptero sobrevoando a praia. Devia estar resgatando banhistas mais próximos a de praia. O perigo era bem real, mas ela não podia sentir medo, não tinha escolha. Precisava salvar a própria vida e, de preferencia, sair ilesa.

Foi então que o viu. Lá estava ele, com longos cabelos loiros, olhos claros, nadando em sua direção, oferecendo-lhe a mão, como Netuno, deus do mar. Com a outra mão, procurava fincar o corpo na areia e resistir aos refluxos do mar revolto. Estava na sua casa, dono do seu mundo, senhor de sua existência. Ela segurou sua mão e com ele saiu nadando por sob o estouro das ondas, alheia a tormenta da superfície. Aos poucos, foi esquecendo-se de que precisava de ar para respirar.

Foi relaxando num ambiente no qual ela percebeu muita calma, muita paz, no qual ela se sentia feliz. Foi se afastando da praia até que, depois das ondas, pôde ver de longe a praia e as pessoas, foi se afastando do burburinho, deixando de ouvir as vozes, o barulho dos carros, foi encontrando o silencio, a calmaria, um movimento de ondas mais tranquilo, que a embalava... E ele foi percebendo isso. Deixou que ela se despedisse do seu mundo real, e tornou a induzir o mergulho, proposta que ela prontamente aceitou...

Mergulharam juntos, de mãos dadas... a caminho de um mundo novo, contemplativo, e ela mal tinha reparado naquele ser que lhe inspirava tanta confiança. Foi se deixando levar por ele, até que mudou a paisagem, o mar clareou, os peixes apareceram, flora ficou mais rica, outros seres deram o ar da graça. E na confusão entre o que era real e o que fantasia era, ela optou por aquela paz de peixe, como que se pudesse nascer um rabo, que lhe tornasse sereia...


...

E encantada com a quase-morte, começou a cantar de uma forma mágica.

...

E até hoje, pescadores que freqüentam aquelas águas se dizem atordoados com um som doce e encantador, e quase irresistível, que os chama para as profundezas do mar...