Estou lendo o livro do Rubem Alves. Como gosto dele!
Está, logo no primeiro capítulo, a discorrer sobre a dificuldade de terminar um 'livro sério'. Diz sobre isso o seguinte:
"A vida nunca é terminada. Ele termina sempre sem que se tenha escrito o último capitulo. (...) Mas nossa vida não é como uma sonata. Ela é interrompida antes da hora. Muita coisa fica para ser dita.
A vida é assim: a gente escolhe um caminho na esperança de que ele vá nos conduzir a um lugar de alegria. Tolos, pensamos que a alegria está no final do caminho. E caminhamos distraídos, sem pensar atenção. Afinal de contas, caminho é só caminho, passagem, não é ponto de chegada. Com freqüência, a gente não chega lá, porque morre antes. Mas há uns poucos que chega ao lugar sonhado - só para descobrir que a alegria não mora lá. Caminharam sem compreender que a alegria não se encontra ao final, mas às margens do caminho. Não foi isso que disse Riobaldo? 'O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para agente no meio da travessia"'.
Rubem Alves não está falando nada demais, nada que a gente não conheça, não tenha ouvido falar. Por que então é tão difícil por em prática? Por que é que simplesmente não somos ensinados a enxergar beleza na travessia, ao invés de focar o tempo todo nas metas? Sim, porque a chegada é a meta, e é com se somente ela tivesse valor e não o aprendizado com a travessia. O próprio Dalai Lama já dizia o mesmo, que vivemos ansiosos, a base de remédios, por conta de não saber o que fazer com o tempo que precisamos para concluir o percurso.
E você, já pensou sobre isso?
Que delicia de livro...
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