Com essa estratégia, fica todo mundo "fresco"...
sábado, janeiro 31, 2009
Como dormir no calor...
Banheiro vermelho
Dando uma olhada na internet, vi que muita gente gosta de banheiro vermelho. E, ao contrário do que eu pensava, os banheiros não precisam ser grandes para serem pintados desta cor... na verdade, o povo não está nem aí.
Caprichar no banheiro é, para mim, uma grande prova de amor próprio, porque a gente precisa de paz quando está no banheiro, principalmente, quando se dá ao luxo de tomar um banho demorado ou até mesmo um banho acompanhado. Desta forma, precisamos lançar uma campanha contra essa gente que projeta box apertado. Box apertado não dá!
Aí estão, dentre os banheiros que encontrei na web, as minhas imagens preferidas...
sexta-feira, janeiro 30, 2009
É isso que dá ficar de sacanagem de baixo da mesa...
Muito boa essa propaganda, né?
E repara só a cara de desgosto da mãe, a "dona de casa"!
quarta-feira, janeiro 28, 2009
Quando a gente põe a cabeça pra pensar...
Aquele filme, "Fuga das Galinhas", foi mesmo uma grande lição pra nós, do mundo animal! Saca só o olhar de solidão e frustração dos demais companheirinhos de cela!
terça-feira, janeiro 27, 2009
Bonequinhas
Pole Dancer
Cat Girl
Cheias de charme, né?
Pondo um sorriso no rosto de uma criança
Ela desceu as escadas do metrô no Largo da Carioca e lá estava ele. Sentiu que não poderia passar impune por aquela cena, e parou. Olhou bem pra ele e viu como ele era pequenino. Dava uns seis anos, e só.
Estava sentado no segundo lance de escadas. Uma caixinha de drops lhe fazia companhia. Ele abraçava os joelhos e soluçava. Ela se abaixou para falar com ele olho-no-olho, encostou de leve na sua perninha e perguntou: por que você está chorando?
Ele a olhou meio desconfiado, com medo. Na certa, ela pensou, toda vez que ele é abordado, é pra tomar esporro. Ninguém deve falar com ele carinho.
Ele, com a boca entreaberta, respondeu baixinho e agoniado: É que eu quase não vendi nada hoje...
E ela não teve como não pensar no mal-caráter que coloca uma criança desse tamanho na rua pra vender bala. E sofreu com ele pela pressão psicológica que ele devia sofrer. Toda criança merece brincar, não é mesmo? Toda criança merece receber os cuidados dos pais, né?
E aí, ela disse pra ele: Deixa a tia ver uma coisa aqui. E abriu a bolsa e procurou um trocado. Só encontrou dez reais. Não pensou duas vezes, deu os dez reais pro menino. E pediu a ele: Não chora mais não, tá?
E ele secou suas lágrimas com a pequena camiseta. E esboçou um sorriso. Lindo.
Ela se levantou e continuou a descer as escadas. Nunca dava esmolas pra ninguém. Mas, para ver um sorriso naquele rosto, valeu a pena. Ela sabia que era só naquele dia e que, no dia seguinte, o problema estaria de volta.
E concluiu que, se pudesse, o teria levado para casa com ela e o teria feito seu filho, um menino feliz.
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OBS.: As fotos são da Children at Risk Foundation, no Flickr.
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Rebecca também sonha
O nome da música é Her Morning Elegance, do cantor Oren Lavie. Ele é israelense, mas mora nos Estados Unidos. Um barato esta técnica de stop motion que eles usaram para ilustrar a canção, né? A direção foi do próprio Lavie em parceria com Yuval & Merav Nathan. A fotografia é de Eyal Landesman e a modelo do clipe é Shir Shomron.
Para acompanhar com a letra da música...
Her Morning Elegance
Sun been down for days
A pretty flower in a vase
A slipper by the fireplace
A cello lying in its case
Soon she's down the stairs
Her morning elegance she wears
The sound of water makes her dream
Awoken by a cloud of steam
She pours a daydream in a cup
A spoon of sugar sweetens up
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rainAs it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows
Sun been down for days
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rainAs it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows
And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
Where people are pleasently strange
And counting the change
And She goes...
Nobody knows
Recomendo uma visita ao site dele para conhecer as outras músicas: http://www.orenlavie.com/book.html
domingo, janeiro 25, 2009
Sol da meia-noite
Porém, uma delas me impressionou bastante. Trata-se de uma foto do sol da meia-noite, na Noruega.
É ou não uma coisa muito louca um sol à meia-noite? Eu, que não consigo dormir com uma frestinha de luz no meu rosto, não conseguiria dormir neste lugar, com o sol batendo e quiçá, esquentando tudo.
Pesquisei na Wikipedia e descobri o seguinte. O sol da meia-noite é um fenômeno que ocorre nas latitudes para além do círculo polar ártico ou do círculo polar antártico, quando o Sol não se põe durante pelo menos 95 horas seguidas. Em latitudes superiores a 80 graus, o Sol não se põe por mais de setenta dias sem o verão, ou seja, não há noites durante mais de dois meses. Na região da Lapônia central (Finlândia), durante o escuro Inverno, o sol permanece abaixo da linha do horizonte durante 51 dias, o que dá origem ao fenômeno da noite polar, a que os finlandeses chamam "kaamos". Mesmo no sul do país, o sol brilha no inverno (Dezembro) só umas quatro horas por dia. Entretanto, o pôr-do-sol é lento (inclinado) e por isso nunca chega a escurecer totalmente a noite (ocorrem as chamadas noites brancas).
Daí, você tenta dormir e fica uma frestinha de luz te incomodando sempre. É por isso que quando a gente faz uma longa viagem de avião, e vê aquelas criaturas bem branquinhas dormindo com tapa-olhos na maior tranquilidade, não entende como eles conseguem, por aquilo é muito desconfortável.
Lembrei também de um filme com esse nome, que também me impressionou bastante, apesar de eu, sinceramente, não me lembrar mais da história. No elenco, havia o Mikhail Baryshnikov e a Isabella Rossellini, e eles davam um show. O Mika, principalmente, porque tinha umas cenas de dança fantásticas.
É incrível perceber que um filme como esse é tão pouco reapresentado na tv. Aliás, esse tempo que eu fiquei de férias, e o pouco que eu percebi da sessão da tarde, vi que as reapresentações de filmes mais novos são bem comuns, ao passo que os mais antigos não tem mais vez. E esse aí nem é tão antigo assim, é de 1985. Só deve passar no Telecine Cult.
Mas, voltando ao sol da meia-noite, será que são essas variações do tamanho do dia e da noite que provocam tantas crises de depressão nos povos daqueles países?
quinta-feira, janeiro 22, 2009
Homenagem a Lady Shady
Durex, que a gente conhece como fita adesiva, é uma marca de camisinhas conhecida no mundo todo. A nova campanha publicitária da marca mostra uns cachorrinhos feitos com camisinhas (parecidos com aqueles feitos com bexigas em festas infantis) fazendo sexo. É um vídeo, na verdade, para adultos. É o maior sucesso na web… Lady Shady, lembrei de você...
Fonte: Bombounaweb
Para os muito românticos
Eu adorei. Então, aqui está ela.
Para cantar junto...
She may be the face I can't forget
The trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She may be the song the summer sings
May be the chill the autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day
She may be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams
The smile reflected in a stream
She may not be what she may seem inside her shell
She who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so crowded and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
But I'll remember till the day I die
She may be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough in many years
Me, I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is she
She
She
Vamos lá, menina, solta esse gogó!
The Evolution of Dance
Eu recebi este vídeo uma vez por e-mail e achei o cara sensacional, além da trilha sonora ser muito bacana. A gente reconhece vários cantores e grupos e tem vontade de dançar junto.
Quem nunca viu, pode vê-lo aqui.
Vai dizer que o cara não está se divertindo muito?
Agora diversão a valer conseguiu esta galera no metrô de Londres. A história foi a seguinte:
A operadora de telefonia celular T-Mobile, que atua na Europa e nos Estados Unidos, organizou uma ação muito bacana na Liverpool Street Station, uma grande estação de metrô em Londres. O intuito era gravar uma propaganda com o lema “Life’s for Sharing” (A vida é para compartilhar). Cerca de 350 dançarinos profissionais fizeram uma performance de três minutos apresentando vários ritmos musicais. Muita gente que estava na estação dançou junto. A operadora anunciava uma ação em seu canal no YouTube, sem dizer exatamente o que aconteceria. Por isso, várias pessoas se programaram para ir ao local acompanhar. As cenas foram gravadas na quinta-feira passada (dia 15) por câmeras escondidas na estação. (Fonte: Bombounaweb)
Eu amei!
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Novo blog
Espero que vocês gostem e que as informações sejam úteis a todo mundo. Adoraria também receber contribuições.
Beijos, Rebecca
Conversa de criança
No meio da conversa, Lucas disse:
- Mãe, sabe a Luciana, da minha sala? Hoje ela me levou no banheiro, abriu bem as pernas e me mostrou a "úvula" (sic).
A mãe fez a maior cara de espanto do mundo.
Foi quando a Fernanda retrucou:
- Não é "úvula", é vulva, seu Mané.
E a mãe pensou: Ai, meu Deus.
Terapia
Sempre que tinha que esperar pela consulta, ficava observando cada detalhe daquele consultório pequenino na General Roca. A parede era revestida de tijolinhos. Os quadros na parede eram meio surreais, alguma coisa parecida com a pintura de Salvador Dali. Havia um banheiro e ela às vezes o usava, apenas para ver se as toalhas eram as mesmas ou se a terapeuta havia trocado o sabonete líquido. Não havia secretária, pois nem havia espaço para isso. Sua terapeuta era adepta da secretária eletrônica, que checava de tempos em tempos. Se estivesse aflita em receber alguma ligação, checava a secretária no meio da consulta, o que ela sempre achou muito estranho. Quando ficava ali, naquela sala de espera, raramente lia uma revista. Preferia ouvir ao rádio, que vez ou outra tocava uma música do seu agrado.
Naquele dia esperou por quarenta e cinco minutos, até que a porta se abriu e de dentro do consultório saiu uma moça jovem, com os olhos inchados de tanto chorar, lenço nas mãos, enxugando o nariz, e o rosto borrado de rímel. Ela se viu ali, naquela moça, como tantas e tantas vezes havia acontecido. Mas, ela, naquela altura, não chorava mais.
Carminha, a terapeuta, disse algumas palavras à moça e se despediu, acompanhando-a até a porta. Depois, virou-se para ela e a cumprimentou, orientando-a a entrar. Fechou a porta atrás dela e perguntou:
- Você não quer deitar?
Ela odiava deitar naquele divã e ficar de costas para a terapeuta. Tinha a impressão de que nesta posição, a terapeuta tinha mais liberdade para fazer caras de aprovação e de desaprovação, enquanto ela falava e, neste momento, ela preferia observá-la. Mas, tinham combinado que ela ia começar a deitar, que era importante confiar na terapeuta e em si própria e se preparar para devanear, dizendo tudo que lhe viesse à cabeça. Ela então deitou, apesar do desconforto.
- Como foi a viagem?, Carminha perguntou.
Ela não queria falar sobre a viagem, mas, de repente se deteve em um ponto importante... para ela.
- Você sabe, há algum tempo um fantasma habita a minha cabeça e a minha alma. De vez em quando, eu o vejo em outras pessoas e fico desconcertada...
Fez uma pausa longa, quando então Carminha perguntou:
- Onde você o viu desta vez?
- Desta vez, eu o vi no avião, “incorporado” em um homem alto, cabelos levemente grisalhos, óculos Ray-Ban modelo aviador, muito falante. Lembrou tanto, mas tanto, o meu fantasma particular, que chegou a me dar uma gastura. Eu olhava pra ele e meu cérebro me dizia que não era ele... nem as mãos, nem a voz, nem o rosto eram parecidos. Mas o jeito, ah, o jeito era igual.
Carminha tomou algumas notas. E perguntou:
- Como ele lhe chamou a atenção?
- Ele estava conversando com uma moça que havia acabado de conhecer ali no avião, pude perceber pela conversa. Pareceu-me um gêmeo, alguém tão parecido que só podia ter sido gerado do mesmo ventre da mesma mãe.
Carminha então respondeu, como boa terapeuta lacaniana, que conversa:
- Os fantasmas são assim mesmo, só aparecem quando querem. Por mais que saibamos que eles estão “mortos” e lá no fundo do nosso coração, os queiramos “mortos e enterrados”, eles insistem em aparecer por muito tempo, em nos fazer lembrar deles. É uma armadilha da nossa cabeça.
- Eu sei, eu sei. Quanto mais a gente vive, mais a gente sabe que tentar esquecer alguém, alguma coisa ou um fato, é apenas uma maneira eficiente de lembrar, de mantê-la dentro da nossa cabeça, em “banho-maria”, até que a gente descubra uma maneira de tornar a pessoa, a coisa, ou o evento menos importantes, quase irrelevantes. Eu sei que o tempo ajuda muito nisso, mas como dói. Conforme o tempo passa, menos a gente se incomoda e mais facilmente a gente lida com esses fantasmas.
Carminha então aproveitou a deixa e perguntou: - O que você sentiu ao vê-lo, além do incômodo?
- Um certo ciúme, como se ele estivesse ali, jogando charme para a moça. Ele, que era meu fantasma, não poderia estar fazendo isso. Tinha que estar pensando em mim. Mas, nem era ele, meu Deus. E nessa hora, pensei que pudesse estar ficando louca, pois tenho ciúme de uma ficção, mas não da vida real.
- Laura, faz muito tempo que você vem aqui. Você já se separou deste homem há três anos. Está certo, você vem tentando superar isso. Eu sei o quanto você sofreu quando soube que ele ia se casar novamente, mas está na hora de reagir. Você não pode esquecer que sua vida está passando. Você tem que ajudar o tempo a tirá-lo de dentro de você. Existem coisas que podem despertar o seu interesse e tornar este amor mais brando, menos sofrido. Fico imaginando o que você faria se o encontrasse na rua... sorte que vocês não tiveram tempo de ter filhos.
Laura então parou por um instante para refletir. E ficou pensando na última frase de Carminha. Ela era sua terapeuta ou já tinha virado uma amiga? Não estaria falando demais?
- Carminha, os meus fantasmas, eu sei, vivem apenas na minha cabeça, na minha imaginação. Eu já nem sei o quanto ele mudou, envelheceu... A minha obrigação é deixa-los quietos. De preferência, sem cutucar a onça com a vara curta. Eu sei que procurar por eles, buscá-los no fundo das “gavetas” do meu cérebro, só me traz mais tristeza, mais amargura, mais ansiedade. Eu sei que eu não era a mulher perfeita para ele, tanto que ele me deixou. Mas, eu sei também que vou sobreviver a isso, que eu sou uma sobrevivente e que um dia, ele vai deixar de existir. E se tivermos um encontro real, eu já não vou mais me importar tanto... (nesse momento uma lágrima escorreu no rosto de Laura, mas ela tratou de não deixar que Carminha a visse chorando). Levantou-se altiva, com o nariz empinado e disse a Carminha: - É isso por hoje.
Carminha respirou fundo e disse a Laura: - Pense mais sobre este episódio. Voltamos a falar nele na semana que vem, se você quiser. Uma ótima semana pra você.
E acompanhou Laura até a porta, deu-lhe dois beijos e lhe disse: - Até a volta.
terça-feira, janeiro 20, 2009
Felicidade
Sensacional. Uma delícia de vídeo, né?
quinta-feira, janeiro 15, 2009
A sentença
A frase de Murilo, seu melhor amigo ficou martelando na sua cabeça durante toda a tarde. Tinha se arrependido de ter ido almoçar com ele, pois preferia não ter ouvido nada daquilo e ter ficado com a dúvida. “Ao que ele estava se referindo? O que ele sabia que eu não sei? Já faz tanto tempo, já mudou tanta coisa, por que ele está desenterrando isso?” Ela estava chateada por não ter tido a coragem de perguntar, porque ficou no vácuo mais uma vez, porque sabia que aquele olhar queria dizer alguma coisa, ela só não sabia bem o quê. E ela odiava ficar no vácuo, odiava aquele medo de perguntar as coisas, de se expor. Ficava com um gosto amargo de uma situação na qual a pessoa parecia ter um controle sobre ela, como se conhecesse algum segredo dela, como se a tivesse nas mãos. E ela sabia que Murilo estava falando dele, do Gustavo, um amigo em comum que eles tinham e do amor que ela um dia sentiu por este amigo, um amor que, a custa de muito sacrifício, muita dor, tinha feito de tudo para esquecer, para apagar, para tirar do peito.
Foram anos difíceis aqueles. Anos de distância e proximidade. De saudade e de muito
contato. De uma cumplicidade inexplicável entre os dois, na sombra, no escuro às vezes, sem alarde, para que ninguém soubesse. Tinham muito a perder. Afinal, nem eles mesmos sabiam o que seria de suas vidas.
Mas durante todo esse tempo em que estiveram próximos, acharam que ninguém sabia de
nada, que ninguém percebia o quanto gostavam um do outro. Estavam muito velhos para viver amores platônicos e ninguém, mas ninguém mesmo, acreditaria nisso, que não havia acontecido nada de concreto entre eles. É por isso, por toda essa paixão que ela obrigou a permanecer no passado, que ela considerava aquela sentença muito injusta, pois quem não se permite experimentar, quem não se permite viver um amor, não tem chance de mudar sua história, de se reescrever, de recontar sua vida, de mudar de rota e tentar ser feliz.
Já se iam dez anos desde a última vez que ela vira Gustavo. O destino, esse trapaceiro, fez com que eles não mais se encontrassem, mesmo trabalhando tão próximos. Ela era agora uma mulher de 45 anos, vivida, alguns cabelos brancos e marcas do tempo no rosto, insistindo em mostrar a ela que ele, o tempo, havia passado correndo. Pelas suas contas, ele estaria com 55 anos e só: sobre ele, não sabia mais nada. Nunca tivera coragem de perguntar aos mais chegados, com medo que eles tivessem certeza do que ela um dia sentiu. Certeza, sim, porque, como ela pôde perceber naquele almoço, muitos desconfiavam deles, do que sentiam um pelo outro, do que viveram... daquele amor todo...
Chance de vivê-lo, eles tiveram uma vez. Gustavo era conhecido por emendar um casamento no outro. Um dia, recém separado, ele perguntou a ela o que pretendia fazer da sua vida. Convidou-a para passar uns dias com ele, para viajarem juntos. Ela não foi. Nunca falaram a respeito depois. Ele era do tipo que fazia o convite e se a resposta positiva não viesse de imediato, ele se arrependia e mudava de assunto, como se nunca tivesse proposto nada. Ela se sentia muito insegura com esse jeito dele, era como estar o tempo todo na corda bamba. Por isso ela não foi. Isso foi há doze anos. Dois anos depois, eles se reencontraram e Gustavo disse a Marina que havia se casado novamente.
Agora, uma sentença cruel havia trazido para Marina tudo de volta, como se ela tivesse sido a mulher mais incompetente ao jogar tudo aquilo para debaixo do tapete. Os 20 minutos naquele trem custaram a passar. Deu tempo para ver o filme dos últimos dez anos passar na sua frente, como se não houvesse pessoa alguma ali. Chegando em casa, reparou como tudo estava no mesmo lugar que ela havia deixado quando saiu pela manhã. Mais uma vez, lá estava ela e sua imensa covardia sozinhas naquele apartamento vazio. Marina esquentou um pouco d’água, preparou um chá com torradas e levou para o seu quarto, de onde não pretendia mais sair até o amanhecer. Abriu um pequeno envelope com algumas fotos velhas e amareladas e, por alguns minutos, ficou a admirar um sorriso franco de um homem de braços abertos que nunca foi seu.
terça-feira, janeiro 13, 2009
Preso num elevador por quase 41 horas
Imaginem que coisa sufocante ficar preso num elevador por todo esse tempo. Deve dar fome, dor de cabeça, angústia, mas, principalmente, claustrofobia. Se até esse momento, você não sente isso, passa a sentir medo de locais fechados.
No caso do elevador em questão, nem parecia um elevador tão antigo assim. Logo, fica difícil aceitar que a manutenção tenha levado tanto tempo para soltar o sujeito. E se o elevador está com outros problemas e despenca de repente? Já estou eu aqui pensando em tragédia...
Será que não valia um processo contra o condomínio do prédio?
Preconceito
Preconceito em Portugal
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Enquanto isso, em Buenos Aires...
BRASIL en Palmira Cerro LOS JUEVES DE ENERO Y FEBRERO
O homem do botão - Quintana
domingo, janeiro 11, 2009
Blade Runner
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Campo de Girassóis
quarta-feira, janeiro 07, 2009
Conhecimento é luz
Hoje, no Centro do Rio de Janeiro, vi uma cena inspiradora. Uma mulher, que trajava um uniforme, desses de empresas de limpeza contratadas por outras empresas, estava diante de uma banca de jornal. Ela parecia ser bem humilde, difícil dizer o quão culta ela era, o quanto de educação formal ela recebera.
Estava parada diante de uma banca de jornal, uma banca especial, cujo jornaleiro dispõe, diariamente, um conjunto de mapas plastificados no seu exterior. Ela olhava para um Mapa Mundi com uma fome... uma fome de informação impressionante.
Passei devagarinho por trás dela. Notei que ela, com seu dedo indicador, procurava por Israel e a Faixa de Gaza. Ela estava ali, absorvida pela necessidade de saber onde é esse tal Oriente Médio que tanto falamos.
E eu concluí que conhecendo o mundo, abrimos uma porta para um caminho que ilumina as nossas vidas.
terça-feira, janeiro 06, 2009
Scrapbook
Canon Creative Park: http://cp.c-ij.com/en/index.html
Em breve, mostrarei o resto aqui...
domingo, janeiro 04, 2009
Amarrações
Pois bem, por acaso, clicando num daqueles anúncios que alguns blogs colocam nas suas laterais, cheguei ao site da American Apparel, que vende scarfs, um tipo de écharpe de seda ou de malha de algodão que se trata, basicamente, de um retângulo comprido com o qual você pode fazer mil amarrações e inventar blusas e protetores para o cabelo.
Algumas são bem simples. Outras, mais complicadas, fazem um excepcional efeito. Vale à pena conferir os vídeos.
Deixo aqui o endereço:
http://store.americanapparel.net/2445.html
No post Forget-me-not knots, também é possível ver um vídeo de outras amarrações.
E para quem precisa de obscuros objetos do desejo neste início de ano, lá vai:
http://www.susannealweaving.com/
Mas, cuidado! Desejar estas pashminas pode ser algo que tome conta de você.
Divirta-se!
sábado, janeiro 03, 2009
Teatro [2]: Beatles num céu de diamantes
O último musical que vimos foi em Londres, por indicação deste mesmo amigo, que estava conosco, e que nos incentivou a ver Rei Leão. Amamos, é divino.
Este musical era sobre Beatles. Meu marido, um grande fã dos Rolling Stones, não viu muita graça, mas como fui eu que comprei os ingressos, ele foi.
Eu, que sempre amei os Beatles, estava empolgadíssima, mas confesso que ao pegar o programa, no teatro, fiquei um pouco decepcionada. Tratava-se de uma peça com um fio condutor tênue, onde as músicas construíam os diálogos. Eu pensei: onde será que isso vai dar?
E aí, deu no que deu. Beatles num céu de diamantes é realmente lindíssima. Um musical pra ficar na memória. Causa na gente uma sensação estranha, como se todas aquelas músicas tivessem sido escritas pra estar ali, encenadas por aqueles atores/cantores. Mérito dos roteiristas, da direção e dos arranjadores das músicas, além dos músicos e cantores, é claro. Tudo simples e muito bonito.
Alguns, já conhecidos, não decepcionam, como a Gottsha e a Kacau Gomes, esta última, com uma voz muito bonita. Mas, a alemazinha Tatih Köhler é excepcional. Ela canta as músicas mais bonitas, mais tocantes, aquelas que mais me emocionaram.
Os meninos também cantam muito bem, dão um show mesmo, e a gente se arrepia de tal maneira que, quando vê, está tirando o lencinho de papel de dentro da bolsa pra secar as lágrimas.
Tivemos, eu e meu marido, a mesma sensação, de que passamos a entender melhor as músicas dos Beatles, com letras muito profundas por sinal, ali, naquele contexto. Já havíamos ouvido várias delas muitas vezes, outras nem tanto, outras sabíamos de cór, mas foi incrível perceber o quanto elas se encaixam, e sentir que talvez aquelas músicas todas, compostas em épocas diferentes, por membros diferentes do grupo, talvez tivessem vindo ao mundo para dialogar umas com as outras e, quem sabe, formar uma obra que só pode ser entendida quando lida e interpretada assim, em conjunto.
A cena mais bonita pra mim é quando a Kacau e o Raul cantam juntos Yesterday e Let it Be, como se a segunda música fosse a resposta pra primeira. Veja só como as músicas são complementares...
Beatles num céu de diamantes foi uma grata surpresa, que nos deixou felizes, nos deu contentamento e a certeza de que all we need is love, love, love is all we need, com muita bolha de sabão.
Teatro [1]: um elefante incomoda muita gente!
Fomos ao Teatro Leblon, mesmo com o temporal que caiu e com o medo de enfrentar bolsões d'água na orla da Lagoa. Na chegada ao teatro, passei no meu primeiro teste: não foi nada complicado trocar o código das entradas compradas no Ingresso.com pelos tickets na bilheteria. Ainda bem que fizemos as compras antes, porque se fôssemos deixar pra comprar na hora, seria impossível. O teatro estava lotado e os lugares, esgotados. Sucesso é isso aí!
Nosso segundo teste foram os lugares escolhidos. Se eu conhecesse o teatro, eu não teria escolhido aqueles lugares. Mas, fazer o quê? Pro maridão, era imprescindível sentar na ponta, com facilidade de acesso e, de preferência, sem nenhum vizinho além de mim. Então tá, agradei a ele, estava bom... mesmo que pra isso a minha visão da peça ficasse um pouco comprometida.
Aí, veio a parte engraçada. Na nossa fila, cinco cadeiras. A mais escondida, com menos visibilidade, mais dificuldade de acesso e tudo o mais, coube a um cara bem gordinho. Quando ele chegou ao teatro e viu que aquele era o seu lugar, ele disse à lanterninha:
- Ali eu não sento, me arruma outro lugar!!
Mas, como?, pensamos. Esse teatro não está cheio? O cara disse que não sentava e pronto! A confusão estava formada. A lanterninha, uma nordestina senhora já, andava de um lado pro outro, conferindo junto à bilheteria se alguém havia faltado, se ia sobrar lugar.
De repente, não só eu e meu marido, mas boa parte do teatro já havia tomado conhecimento da história do gordinho, e já estava participando, fazendo caretas, opinando.
E a peça começou a atrasar. A luz acesa, o pessoal de olho no relógio e nada da peça começar. De repente, começaram a achar que o problema era com o gordinho. E as pessoas começaram a bater palmas, inconformadas, agoniadas, chateadas pelo atraso. A lanterninha foi ficando nervosa. Eu confesso aqui, em público, que eu comecei a achar graça. Sabe por que? Porque o gordinho estava acompanhado de um monte de gente, família enorme, e ninguém se dignou a trocar de lugar com ele pro perrengue terminar. Só queriam que ele desse um jeito no problema. Solidariedade zero. Ora bolas, foi aquele lugar que eles compraram, alguém teria que sentar ali, se não estava a fim de sentar, não tivesse comprado.
No meio da algazarra, do povo reclamando impaciente, uma voz, em off, disse que a equipe da peça estava dando um jeito em um problema técnico e que a peça começaria em dez minutos. Depois, a gente veio a saber que o problema era microfonia. Mas, tudo bem, aquela meia hora de espera valeu pela graça.
Moral da história: o gordinho acabou arrumando um lugar melhor, mas impediu que a pessoa que estava sentada atrás dele assistisse à peça direito, com aquelas costas largas.
E eu e o maridão resolvemos começar uma dieta já!
sexta-feira, janeiro 02, 2009
Mudança
Frequentemente, quando alguém escrevia demais, dizia-se que a pessoa estava enchendo lingüiça (com trema). Hoje o trema da linguiça caiu. Chega a me dar enjoo (sem "^") saber que eu vou ter que memorizar tudo que mudou até que o software que eu utilizo incorpore todas as mudanças vigentes. Vai ser hiperengraçado (tudo junto) quando a gente se der conta de que as mudanças só servirão para nos dar dor de cabeça (com hífen ou sem hífen?).
Há os que creem (sem acento "^") que esta mudança ortográfica será benéfica. Há também os que pensam que estamos abrasileirando o Português. Que nada: a bicha em Portugal continuará sendo a fila do banco e no Brasil, aquela que faz ponto na avenida à beira mar.
Quem gosta de pera terá que se acostumar em escrever pera sem o circunflexo. E se a gente para (já sem o agúdo) pra pensar, quem sabe ao final, não simplifique?
Vendo o Programa "Entre Aspas", da Globonews hoje, vi um poeta argumentando que a língua pode ser encarada com um artefato (sem o "c" antes do "t") a nosso serviço. É assim que encaram os ingleses e os norte-americanos. Nós deveríamos ser livres para usar a língua como bem quiséssemos, sem termos que estar presos ao que dita uma Academia de Letras (segundo ele, troço inventado pelos franceses). Está bem, a Academia bem que protege o Português, mas, cá entre nós, será que a maior proteção de uma língua não é seu uso contínuo?
Veja aqui um resumo com as principais mudanças.
quinta-feira, janeiro 01, 2009
O pior filme de Natal
Segue a lista dos votados. "O Grinch" foi o eleito! Eu também acho aquele filme horroroso! Aliás, gosto de muito pouca coisa feita pelo Jim Carrey. Aliás, uma amiga minha me garantiu que "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" é bom! Eu não sei: será que dou ou não uma chance ao cara?
Sei, não. Todas as vezes que tentei, me dei mal. "Eu, eu mesmo e Irene" é um desastre. E todas aquelas caretas, o que aquilo significa? Será que o cara se acha engraçado? Olha só essa foto aí do lado!
Bom, eu acho que o jornal O Globo podia abrir uma brecha para os piores filmes do final do ano. Conversando com a minha amiga Clarisse, falamos sobre a sacanagem de exibir Bambi no dia 31/12. O que é isso: o programador da Globo é doente?
Eu confesso: quando vi que era Bambi que ia começar (e começa logo com a cena dele sem mãe, o pai procurando quem cuide da cria), desliguei a tv. Fui fazer coisa melhor.
Bom, uma coisa me consola: esta pesquisa mostra que não sou só eu que não aguenta ficar assistindo a esses mesmos filmes todo Natal. Dá pra mostrar uma coisa alegre, aí, ó meu?
Alegria, alegria
Veja os prognósticos...
"Depois de anos tão turbulentos, o ano de Sol promete trazer esperança no coração das pessoas. Como o Sol alimenta a semente da vida, novas oportunidades deverão surgir, dando-nos energia e dinamismo para investir na construção de um futuro melhor. O Sol dá otimismo e uma capacidade maior de lutar pelo que acreditamos. Nesse ano haverá uma energia propícia para o desenvolvimento da individualidade, da vitalidade, da expansão, da auto-estima e do nosso poder criativo". (o resto você encontra em http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/17/textos/397/)
E para embalar este ano mais alto astral, eu posto uma musiquinha maneira do Black Eyed Peas, que eu adoooorrrroooo...
Frase do dia (porque o ano está só começando)
da avó da Cristina Guerra, Dona Juju.
E eu, só posso dizer que sinto saudades da minha avó, que também carregou esse sopro de juventude com ela sempre.