domingo, fevereiro 01, 2009

A história de Genésio, ou a diferença entre um aposto e um vocativo

Quando eu e meu marido nos mudamos para este apartamento, nos surpreendemos com a quantidade de porteiros. Eram 4 no total, e a gente sabia que teria dificuldades para decorar o nome de todos eles.

O da noite, muito simpático, nos chamou logo de "patrão" e de "patroa" (um artifício chato para não ter que decorar o nome de todo muito, o esperto). A primeira vez que o vi, estava chegando em casa com meu pai e ele estava assumindo o posto da noite. Fêz questão de se apresentar:

- Eu sou o Genésio, a mulher do vizinho...

Meu pai e eu nos entreolhamos e ficamos pasmos com a sua fala... se ao menos ele tivesse feito uma pausa, ou tivesse cantarolado a segunda parte de sua apresentação...

Mas, não. Acho que ele confundiu um aposto com um vocativo. Na letra de "Kid Cavaquinho", de João Bosco, o autor parece estar conversando com um tal Genésio, sobre a mulher de um vizinho que sustenta um vagabundo (e ele deixa a cargo do ouvinte interpretar se o vagabundo em questão é o próprio Genésio). Veja só:

Kid Cavaquinho
João Bosco

Óia que foi só pega no cavaquinho
Pra nego bater
Mas se eu contar o que é que pode um cavaquinho
Os "home" não vai crer

Quando ele se fere fere firme
Dói que nem punhal
Quando ele invoca até parece
Um pega na geral (2x)

Genésio, a mulher do vizinho
Sustenta aquele vagabundo
Veneno é com o meu cavaquinho
Pois se eu tô com ele encaro todo mundo

Se alguém pisa no meu calo
Puxo o cavaquinho pra cantar de galo

Bom, está aí a letra. Uma figura esse tal Genésio. Só sei que nunca mais esqueci o seu nome. Nem da falta que faz estudar Português.

2 comentários:

Clarisse Bronté disse...

Genésio é 10!
Quanto ao português...Bem com reforma que está em vigor, estou bem socrática: "sei que nada sei".

Bjss

Lady Shady disse...

Óóóóóótimo o Genésio!