A leitura deste livro nos faz refletir principalmente sobre os momentos de desatenção. Passamos tanto tempo tentando nos concentrar em nós mesmos que às vezes não nos damos conta dos anseios e vontades dos nossos parceiros. E aí, quando o romance acaba, a gente não consegue dizer exatamente como foi, nem porquê foi, nem quando foi que começou a acabar.
Normalmente quando a gente começa a pensar no fim de um amor, a gente quer encontrar os motivos, e tem gente - alguns mais do que outros - que teima em se achar responsável por tudo. Ou, ao contrário, fica com uma raiva danada do parceiro e sai destruindo tudo - roupas, móveis, objetos, cartas de amor, fotografias - que lembre o antigo relacionamento.
Separei um trecho do livro que achei muito interessante. Quando a personagem, Rachel, dá a luz ao seu segundo filho, seu obstetra lhe pergunta se ela acredita no amor. Antes de reponder que sim, ela pensa o seguinte:
"Às vezes eu acredito que o amor morre, mas que a esperança é a última que morre. Às vezes, eu acredito que a esperança morre, mas que o amor permanece. Às vezes, eu acredito que o sexo e a culpa geram o amor, e às vezes, eu acredito que o sexo e a culpa geram um bom sexo. Às vezes, eu acredito que o amor é tão natural quanto as marés, e às vezes eu acredito que o amor é um ato de pura vontade. Às vezes eu acredito que algumas pessoas se saem melhor no amor que outras, e às vezes eu acho que todo mundo está fingindo. Às vezes eu acredito que o amor é essencial e às vezes, eu acredito que o único motivo que o torna essencial é o fato de que, se você não o tem, você passa todo o seu tempo procurando por ele".
Eu já me apaixonei muitas vezes na minha vida. Algumas vezes, senti que seria capaz de estar com aquela pessoa pra sempre. Os amores vieram e se foram, e o tempo me ensinou tudo que eu sei hoje. Tudo passa. Até aquela ferida que custa a cicatrizar um dia se fecha e você nem se dá conta mais dela, quando ela não está mais ali. Mas, amor requer cultivo. É como cultivar uma planta, você tem que olhar pra ela todos os dias, e ver se ela está precisando de adubo, ou de poda, ou de água. Nada na vida é de graça. E o mais gostoso é o que é conquistado com mais esforço. É como uma batalha diária, mas uma batalha de atenção, de cuidado. Saber a medida para não sufocar o outro também é uma arte. E muitos de nós estamos mesmo fingindo, não tem jeito. São os sinais do amor contemporâneo.
3 comentários:
Precisa de cultivo mesmo, afinal só "as flores de plástico não morrem"!
Pois é. Letícia, elas podem até não morrer, mas desbotam com o tempo e também têm que ser substituídas, né?
O amor é efêmero, como tudo na vida.
Tem início, meio e fim.
Isso é fato.
Como diz o poeta: "que seja eterno enquanto dure".
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