Hoje, ao chegar no curso de Inglês, me deparei com a coordenadora. Eram nove horas da manhã e ela já foi se levantando da mesa do café (é, porque meu curso de Inglês é "fancy" e tem um bistrozinho pegado à recepção) e me disse: "I'm here to apply your oral test". Eu pensei: "É hoje!"
Ela então me perguntou em que sala eu tinha aula: na 12, Tânia, na 12. "In English, please".
A criatura é da Macedônia, então eu demoro um pouco para entender o que ela fala. Mas, depois que eu engreno, fica tudo tranquilo.
Quando a prova começou, foi uma loucura. Ela ficou me perguntando do meu problema de saúde, ficou falando dos benefícios da Homeopatia, disse que eu tinha que procurar desestressar, que tudo ia correr bem e blá, blá, blá...
Falou mais de meia hora: S-O-Z-I-N-H-A! Eu passei a maior parte do tempo só olhando aquela louca, mas, falar que era bom, não tinha espaço. Ela simplesmente não deixava. Chegou a buscar a agenda para me passar o contato da sua fabulosa homeopata, pode?
No fim, me perguntou como se chamava aquele tipo de conversa que estávamos tendo. Eu confesso que já tinha ido à Lua e voltado e não me lembrava o nome que se dava àquele tipo de conversa. "Small talk", ela disse.
Depois, me perguntou o nome que se dava às situações de happy hour nas quais as pessoas continuavam a falar sobre suas carreiras e trabalho. Eu disse: "Nightmare". Ela riu e corrigiu: "Shop talk". "Ah, não ferra", pensei.
Então ela perguntou sobre o que não se deveria conversar em small talks. E eu respondi: "Politics, religion and, nowadays, Big Brother". E ela me olhou com cara de quem estava espremendo uma espinha do tamanho de um furúnculo...
E depois de não me deixar falar por quase toda prova, disse que eu precisava melhorar o meu vocabulário, que a minha fluência não estava legal, que eu não estava entendendo o que ela dizia (hellooooooooô, eu estava entendendo....!), e que ela ia me dar 8,5.
Agora, que diferença faz pra minha vida saber o que é small talk ou shop talk? Ai, meu Deus, tenho que ter mesmo paciência. É cada uma que me aparece, que parecem duas.
No final, ela se disse adepta à teoria do abraço, e me deu um, bem apertado. Foi a história do dia.
Um comentário:
Manucú pra maluca!
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