terça-feira, setembro 30, 2008

Meninas, eu vi!

Andando pelo centro da cidade, presenciei esse diálogo incrível.

Um homem brigava com uma mulher, já uma senhora, de forma bem grosseira. Ela então disse para ele: - Carrega a minha bolsa.

Ele respondeu: - Não quero. 'Tá pesada!

Ela então retrucou: - Ué? Só a sua língua é forte para bater nos outos? Se você tem a língua forte, deve ter o braço forte também! Leva a minha bolsa!!!

E ele pegou a bolsa para carregar, sem reclamar.

Pano rápido!

Meninas, eu vi! (2)

Duas loiras conversando, uma delas segura uma régua. Ela pára e olha para a régua. Depois, pergunta para a outra:

- Quanto é 20 mm?

A outra responde:

- Não faço a menor idéia!

Pano rápido - de novo.

domingo, setembro 28, 2008

Madeleine Peyroux

Eu ainda não a conheço, nem sei se ela é mais relax do que o Jack Johnson. Será que sou um E.T.?

Chuva e frio

Para um dia de primavera, até que está muito frio neste Rio de Janeiro. Fiquei pensando nas músicas que retratam estes dias e me lembrei do louco do Lobão... você lembra?


Me chama
Lobão

Chove lá fora
E aqui tá tanto frio
Me dá vontade de saber...

Aonde está você?
Me telefona
Me Chama!
Me Chama!
Me Chama!...

Nem sempre se vê
Lágrima no escuro
Lágrima no escuro
Lágrima!...

Tá tudo cinza sem você
Tá tão vazio
E a noite fica
Sem porque...

Aonde está você?
Me telefona
Me Chama!
Me Chama!
Me Chama...

Nem sempre se vê!
Mágica no absurdo
Mágica no absurdo
Mágica!...

Nem sempre se vê!
Lágrima no escuro
Lágrima no escuro
Lágrima!...

Cadê você?
....................................................................
Uma homenagem a uma amiga que fica paranóica com silêncios inesperados...

Day Spa x Barriga de Chopp (a revolta!)

Estou louca por um "day spa'. Vivo querendo uma boa massagem...

Mulher sofre muito, cara. Sempre. Para ficar bonita, tem que primeiro ser magra (vide post mais abaixo). Depois, manter o cabelo escovado e pintado, sem brancos, unhas dos pés e das mãos feitas, corpo depilado, rosto limpo, sem acne, sobrancelha linda, nem grossa, nem fina, nem muito arqueada para não parecer má...

Agora, além de tudo isso, saiu no jornal hoje uma série de cirurgias plásticas para voltar a ser virgem (leiam a Revista de Domingo do O Globo, que lá você encontra os detalhes)... tem até lipo para a região supra-pubiana, gordinha e flácida em todas as mulheres quando a idade chega...

Quem é que vai cobrar pelo fim das barrigas de chopp dos homens? Hã? Hã? Quem? É muita injustiça!

sexta-feira, setembro 26, 2008

Males do mundo moderno


Meu banheiro é público, pensei. Nele, escuta-se de tudo. Todos os papos, os discursos, as brigas, as reclamações, os banhos demorados, os barulhos esquisitos dos meus vizinhos. Vê-se, inclusive, que eles têm uma vida sexual ativa e que gostam de trepar no banheiro. Tudo isso, graças ao maravilhoso "prisma de ventilação interna".

Se eu ainda fosse engenheira civil, juro que ia abolir estes prismas dos meus projetos. Esta é a pior invenção da Engenharia. Acaba com a privacidade das pessoas, torna tudo um grande big brother. A gente sabe que as pessoas tem um lado "animal" (não, eu não vou escrever as escatologias aqui, vocês podem imaginá-las!), mas elas não precisam se expor.

Comentando isso hoje com uma amiga, ela me contou um causo engraçado, se não fosse trágico.

Disse que tinha um vizinho gordinho que morava no andar de baixo. Ela também ouvia tudo que se passava por lá pela janelinha do banheiro. Contou que este vizinho gostava de ir ao banheiro (provavelmente para um número 2), e ficava papeando com a mulher. Era comum o povo dar uma conferida na conversa de vez em quando.

Um dia, ele estava lá, concentrado, quando começou a chamar pela mulher, um tanto nervoso. Quando ela apareceu, já com a devida platéia de orelhas aflitas a postos, ele contou que havia entalado. Foi um sufoco, o cara não se soltava, tinha dado vácuo, e o povo rindo no outro andar - de se acabar -, sentados no chão do banheiro, esperando o desfecho!

É ou não é uma derrota total? Banheiro assim dá prisão de ventre! Ô, se dá!

Ela acreditava em mim

Foi com olhar curioso e indiscreto que me deparei com aquela tatuagem. Pulando da nuca da moça, saiu a frase "Ela acreditava em mim". Com letras bem escritas, delineadas, perfeitas, me arrebatou e me deixou mais perplexa do que toda a exposição da Clarice.

O que será que aquilo significava? Quem acreditava nela, no tempo passado? A mãe? A irmã? A amiga? Uma namorada?

Criei um enredo. E descobri que sou dada a enredos, que começam e não têm fim, como os contos de Clarice. Como assim tatuar algo deste tipo na nuca e ainda deixá-la a mostra para que qualquer estranho - como eu - dê uma olhadinha?

Se é alguém que acreditava, não acredita mais. Então, como eu acho que quando nossos entes queridos morrem, continuam olhando por nós, esta pessoa - que acreditava, no passado (pretérito imperfeito) - não está morta. Estarão brigadas? Será ela, ela mesma, numa tremenda crise de auto-estima, quando se tatuou?

Enfim, miserável, você me deixou encafifada! Pena que eu não tive coragem de te cutucar e esclarecer este enigma. Mas, tudo bem, amanhã já esqueci!

Precisa dizer mais alguma coisa?


Contribuição da Juju...

quarta-feira, setembro 24, 2008

Clarice Lispector

Fui vê-la hoje. Marquei um encontro com ela, e não faltei. Coisa rara. Tenho me dado pouco tempo para estar com os queridos. Clarice é uma. Conheci seu trabalho através de minha irmã: A Hora da Estrela, A Paixão segundo G.H, Água Viva, dentre vários outros.

Pesquisando um pouco sobre ela, descobri que, em 14 de Setembro de 1966, ela dormiu com um cigarro aceso, o que provocou um incêndio em seu quarto e a levou a uma internação de três dias na UTI, com várias queimaduras pelo corpo. Depois de dois meses no hospital e de quase ter sua mão direita amputada pelos médicos, entrou em depressão, apesar de todo o apoio que recebeu de seus inúmeros amigos.

Aliás, como no livro Minhas Queridas, os curadores desta exposição sobre Clarice no CCBB mostram que ela tinha muitos amigos e admiradores, e gostava de trocar cartas com eles, assim como gostamos hoje dos e-mails. Passear pela exposição é uma delícia. Ver a Clarice registrada em vídeo, falando da estranheza em relação ao seu Lispector, uma "liz no peito", como ela mesma se define, é muito gostoso e interessante. É como voltar no tempo e ver que uma pessoa tão complexa pode, ao mesmo tempo, ser tão maternal e simples.

Clarice morreu, no Rio de Janeiro, no dia 9 de Dezembro de 1977, às vésperas de seu 57o. aniversário. Morreu cedo, com muito ainda a dizer. A nos dizer e a dizer a ela mesma, aos seus mistérios interiores, aos seus reflexos no espelho.

Eis aqui um interessante pensamento da autora:
"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro". (Clarice Lispector)

Clarice dizia que, ao receber o rótulo de escritora, foi de certo modo isolada pelas pessoas, sentiu-se muitíssimo só. E definiu assim a solidão:
"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite".(Clarice Lispector)
Clarice será sempre Clarice, para os que a amam e os que a odeiam.

O cheiro do lixo

Saiu do cinema depois de ver "O cheiro do ralo", excelente interpretação do Selton Melo, e só pensava no quanto havia gostado do filme: podre, imoral, machista, mas um retrato da nossa hipocrisia.

Estava se habituando a ir ao cinema sozinha e gostava cada vez mais da sua companhia. Pegou um táxi para casa, um carro velho, meio sujo.

Deu boa noite ao motorista e lhe informou o destino. Ousou até dizer o itinerário que queria, e ele acatou sem reclamar.

De repente, parou atrás de um caminhão de lixo extraordinário. Os vidros do táxi estavam abertos pela metade. Havia um homem pendurado no caminhão, com a cara enfiada na caçamba. Ela teve ânsia de vômito e pensou no filme. Vomitou palavras, já que o estômago estava vazio:

- Quanto tempo será que esse homem teve que conviver com este cheiro até se acostumar a ele?

Não se deu conta que o motorista podia achar que ela estava falando com ele. Mas, se bem que ele achou, e respondeu:

- A gente se acostuma com tudo nesta vida. Só não se acostuma com a morte.

Seguiram em silêncio o resto da viagem.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Fifteen

O Fifteen é um dos restaurantes do Jammie Oliver. Ser Jammie Oliver não é para qualquer um. O cara trabalha à beça, tem um monte de restaurantes, um website, um programa de tv, várias fundações etc, etc.


Meu amigo esteve lá e adorou, voltou cheio de fotos. Disse que o restaurante do cara é o máximo, que a comida é saborosíssima e que o astral é o maior barato. O rango foi salada caprese e risoto. Tudo de primeiríssima, assim, bem superlativo mesmo.

A foto que eu mais gostei foi a das placas indicativas dos toilettes. Muito fofas, não? Adorei a criatividade. Agora, por que será que eles estão apertados, heim?





Meu amigo não viu o Oliver, ele estava cuidando das suas empresas. Mas, adorou a experiência.

Sábado, vendo o programa do Oliver em sua investida pela Itália, vi uma cena que não sai da minha cabeça.

A cena do Oliver matando uma ovelinha, para cozinhá-la para o jantar de uma família local. Tudo muito natural, como ele mesmo disse. Me disseram que a ovelinha não grita quando vai morrer. Mas, ela chora.

Noam Chomsky

Sábado, meu professor de Inglês me apresentou às idéias de Noam Chomsky, um pensador norte-americano, filósofo, professor do MIT e que, segundo ele, é o segundo cara mais citado da História (depois de Jesus). Ele vem causando um certo rebú nos Estados Unidos e Europa por considerar EUA e Inglaterra estados tão terroristas quanto o próprio Afeganistão. E fazer questão de propagar suas idéias em entrevistas, matérias em revistas especializadas e livros de sua autoria.

Nosso exercício de aula foi tentar entender o que o Sr. Noam falava, porque ele fala como o Woody Allen, daquele jeitinho, para dentro.

Hoje, me dediquei a buscar um pouco mais sobre as idéias do Sr. Noam, visto que, segundo o meu professor, era um absurdo eu nunca ter ouvido falar nele.

Para quem quiser conhecê-lo melhor, seu endereço na web é:
Como nada é coincidência nessa vida, como já dizia o meu filósofo particular Alan Kardec, li hoje um provérbio que tem tudo a ver com esta discussão:
"Se alguém não está disposto a aceitar o seu ponto de vista, tente ver o ponto de vista dele".
(provérbio libanês)

Paciência

Vendo o anúncio da grande mineradora brasileira, fiquei emocionada de ouvir a música do magnífico Lenine associada aquelas imagens grandiosas do Brasil.

Por isso, me deu gana de postar sua letra aqui, para que vocês também possam apreciá-la. É de um lirismo incrível, mas é triste, triste...

Paciência
de Lenine e Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

Le podreaux...


Aqui em casa, convencionou-se chamar todo e qualquer restaurante pé-sujo de podrão. Na Universidade, é muito comum encontrar podrões. Na que eu estudei, havia o moscão. Era uma delícia (!!!???) almoçar lá, você só tinha que cuidar para não cair uma mosca na sua comida, ou na sua bebida. Mas, também, você queria o quê: restaurante a R$ 0, 20?

Quando a gente vai a um podrão e sai passando mal, que nem passarinho, louco por uma ida a casinha, dizemos que o feijão estava "ao funghi", o arroz estava "ao funghi", o bife e o purê também! Enfim, tudo muito chique, cheio de fungo, virando fóssil!

Agora, ver tv também pode ser perigoso: se é o Fantástico então, nem se fala! Ontem, por exemplo, o Dr. Bactéria teve a infeliz idéia de comparar o limão do refrigerante a uma nota de um real suja. E viu que a casca do limão tem mais bactérias. Ô, cara chato, acabou com a minha onda.

Hoje, lá no podrão ao lado do meu trabalho, pedi um Guaraná. Eis que surge um copo com gelo e... UMA RODELA DE LIMÃO! Não é que eu não tive coragem de beber? Além de não combinar muito, é claro, eu confesso: fiquei com nojo!

Acho que vou parar de ver tv: sempre tomei coca-cola com gelo e limão e nunca morri!
A propósito, lição aprendida de hoje:
"O tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está!"

Desilusão

Todo mundo já passou por uma na vida. Você não? Que triste é você!

Tenho lido o blog da Clarisse e pensado no quanto a gente sofre desnecessariamente, por quem não merece.
Hoje, folheando um livro incrível que tenho (Frases geniais que você gostaria de ter dito, do Paulo Burchsbaum) encontrei duas citações que me lembraram minha amiga Clarisse.

A primeira versa sobre a experiência, e diz assim:

"A experiência é um professor implacável; primeiro ele dá o teste, depois a lição" (anônimo). Acho que é por isso que dói, porque a gente sempre quer se sair bem, em todos os testes. Eu juro que o aprendizado é o que menos importa para mim quando estou no meio do teste.

A segunda, é sobre pontos de vista. Perfeita. Me lembrou minha irmã, por que será?

"É preciso aceitar que uns dias você é pombo e outros dias você é a estátua" (Roger Andersen). Eu odeio ser estátua, apesar do aprendizado que uma boa cagada proporciona. Estes dias de estátua, eu passo. Nessas horas, peço para parar o bonde e desço!

Ô, derrota... que esculacho!

Nossos governantes vivem candidatando o Rio de Janeiro a um monte de coisas: sede de jogos pan-americanos, copa do mundo, de olimpíadas etc, etc... De vez em quando, eles até conseguem algum feito incrível, mas sempre deixam para preparar a cidade às vésperas do acontecimento, e a população que se dane!

Chegar no Rio de Janeiro depois de uma longa viagem de avião, e desembarcar no Terminal 1 do Aeroporto do Galeão é uma derrota, como diria a minha irmã. Precisa ter muita paciência. E nestas horas, não adianta ser VIP e ter carteirinha de bicho escr... não! Tem que esperar a mala, por mais de uma hora. Às cinco e meia da manhã, então, o negócio fica divertido. 470 pessoas descendo de um Boeing 747 lotado (o famoso karma coletivo), querendo ir para o freeshop (outra derrota, ô lojinha michurruca!), e correr para casa, para se esticar numa cama macia...

Todo mundo muito mal-humorado se aboleta sobre a esteira... enquanto a minha mala não aparecer, não saio daqui e nem deixo ninguém se aproximar... Só comprando stress-tabs na farmácia para levar numa boa!

Chique mesmo é o aeroporto Charles de Gaulle, de Paris. Muitas lojinhas no freeshop, muitas coisinhas tentadoras, espaço, educação, cordialidade e uma fila de emigração com vários atendentes. Aliás, falando em imigração, voltei sem carimbo no meu passaporte. O cara estava emburrado, puto da cara, e mandou a brasilerada passar. Isso, sem falar na Alfândega. O que teve de gente que teve que pagar por itens que não declarou na ida, foi uma beleza. Ô, povo otário. Saca a filona aí ao lado que a gente teve que encarar, em mais 1 hora de stress.

Daí a gente tenta tomar uma média com pão com manteiga e está tudo fechado na praça de alimentação. Só tem um restaurante aberto, o que nos deixa meio sem opção... fazer o quê, né?

Turismo não é isso que a Dona Marta acha que é.. relaxar e gozar! Turismo é business, é seriedade. Enquanto não entendermos isso, estamos perdidos.

A Paz

De repente, não sei como, nem porquê, ela se faz presente. Nos invade. Chega a nos atormentar de tão intensa, sufocante.

Vem num fio de navalha, retratada em paisagem cortante. Cinza, cheia de fog, muita, mas muita névoa, e chuva. Mas nos mostra, de relance, que está dentro da gente, e que quando menos esperamos, está pronta para se revelar.

Vi a paz neste lugar aí da foto, em Londres, num jardim, ao redor da Catedral de St. Paul, lugar de paz no meio do burburinho da cidade, que você quase não percebe mais quando está aqui. Num lugar limpo, cuidado, tratado, sem insetos (se eles estavam lá, eu não os vi). E não é porque é um jardim de igreja, não! Mas, a paz estava ali, posso te garantir. No silêncio absoluto.

Tão europeu, como se a paz não pudesse estar por aqui, logo ali, na Quinta da Boa Vista, ou no Campo de Santana, ou ainda, na Praça Paris. Quero a paz em todo lugar, sem ter que ficar me cuidando, olhando para os lados, com medo do outro que atravessa a rua em minha direção. Quero poder dar a um estranho meu melhor sorriso, porque com ele sou mais bonita que a mulher amedontrada pela cidade opressora.

Rio, cidade maravilhosa, cidade partida ... e perdida. Já não acredito mais em ti...

Entreouvido por aí...

Conversa entre um carioca e um paulista...

- E aí, cumpadi? Tudo na boa?

- Então...

- E aí?

- Então...

Desafio você a me dizer quem é o carioca e quem é o paulista!

sexta-feira, setembro 19, 2008

Música-chiclete

Ela está grudada na minha cabeça a semanas. Mas, a letrinha é uma delícia e agora rola também no meu iPod. Lá vai ela, solta para o mundo...

I touch myself
Pretenders

I love myself I want you to love me
When I feel down I want you above me
I search myself I want you to find me
I forget myself I want you to remind me


I don't want anybody else
When I think about you I touch myself
Ooh I don't want anybody else

Oh no, oh no, oh no

You're the one who makes me come running
You're the sun who makes me shine
When you're around I'm always laughing
I want to make you mine


I close my eyes and see you before me
Think I would die if you were to ignore me
A fool could see just how much I adore you
I get down on my knees I do anything for you

I don't want anybody else
When I think about you I touch myself
Ooh I don't want anybody else
Oh no, oh no, oh no


I want you I don't want anybody else
And when I think about you

I touch myself
Ooh, ooh, oo, oo. ahh


I don't want anybody else
When I think about you I touch myself
Ooh I don't want anybody else
Oh no, oh no, oh no

quarta-feira, setembro 17, 2008

Fantasmas nas gavetas da vida

Abriu a gaveta e olhou lá para dentro. Lá estava o envelope, repleto de fotos. Seu fantasma particular. Por que ainda guardo isso? O picotador de papel está logo ali...

Fechou a gaveta, de rompante. Não vou mais mexer nisso...

Ela pensou nos "e se?"(s) da sua vida e viu que não havia mais o que fazer. O fantasma estava lá, para lembrá-la da porta que se abriu, do vendaval que passou, e do esforço que ela fez para resistir a ele. Como alguém que procura a calmaria do olho do furacão para se proteger.

No final da tarde, ela voltou a abrir a gaveta, para pegar um documento. Descuidada, deixou que o envelope se abrisse e mostrasse uma pontinha de uma foto. Ela viu o negro do cabelo apontando e sentiu vontade de chorar.

Eu não posso pensar nisso, é passado.

Fechou o envelope correndo, para não ser pega em uma armadilha que ela mesma armou. Fechou de novo a gaveta e continuou seus afazeres.

No final do dia, seu telefone tocou. Os fantasmas sempre aparecem, quando estão vivos.

Oi, pensei em você hoje.

Enquanto ele falava, ela, quieta, sentia as lágrimas escorrerem. Não sabia que ainda sentia tanta emoção em falar com ele. Balbuciou algumas palavras e disse a ele que aquele não era o melhor momento para conversarem, que havia muita gente a sua volta. Desligou o telefone e depois não retornou a ligação. Nunca mais.

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Ainda hoje, quando abre a gaveta, tem que segurar o fantasma que insiste em se expor para ela, como ferida aberta, não cicatrizada. Ainda dói. E ela sabe porquê.

domingo, setembro 14, 2008

Houston, esta semana

Precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém (se bem que eu nunca gostei de canja de galinha)! Por medida de segurança, não vou mais!

Tks, God!

sexta-feira, setembro 12, 2008

Ike

Destruidor...





Amedrontador...




Acaba de chegar ao continente, agora, sexta-feira, no final da noite. Quem terá coragem de ir ao seu encontro? Que restará destas cidades depois dele?

terça-feira, setembro 09, 2008

O Carluccio's


Para vocês terem uma idéia do que era o restaurante, haviam pequenos livretos na sua entrada que podiam ser levados pelos clientes, com receitas especialíssimas para o preparo das massas.

Os dessa semana em que estivemos lá falavam da Calabria e da Puglia, duas regiões bastante famosas da Itália (se você não sabe onde fica, surpreenda-se: os mapas estão no verso do livreto!).

Dá uma sensação de acolhimento, de que você vai poder comprar aquele Penne Regine e que saberá o que fazer com ele.

Enfim, gente chique é outra coisa.

Só para não deixar todo mundo com água na boca, deixo aqui a receita do livreto da Calabria. Tentem e divirtam-se!

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UNA RICETTA DALLA CALABRIA

BRANZINO CON SALSA E PATATE
Sea bass with tomato salsa and sautéed potatoes

Calabria is a mountainous territory between two seas, with a climate of extreme temperatures. Calabrese history is layered with Greek, Albanian, Spanish and Arabic influences. This recipe offers a classic taste of the region: fresh fish and rich tomatos, simple and roboust flavoours. Match with Gravina Bianco DOC from Puglia, an elegant dry white wine made from Greco and Malvasia grapes.

Serves 4

For the salsa:
250g medium-sized vine tomatoes
100g Spanish onion, finely diced
120ml olive oil
6g garlic (about 2 cloves), finely diced
60ml white wine
1 punnet of cherry tomatoes, cut into halves
160g semi-dried tomatoes
salt and freshly ground black pepper
8g (about 3 tbsp) shredded basil
30g finely chopped chives
20g finely chopped flat-leafed parsley

For the potatoes:
olive oil
24 small new potatoes
80g butter
salt and freshly ground pepper

For the fish:
4 filles of sea bass (about 170g each)
40g plain flour
salt and freshly ground pepper
80g butter
olive oil

Cute the vine tomatoes into quarters and remove the seeds. Cut each wedge into half lenghtways, then thirds, so that you have 6 pieces per quarter. Set aside. Sweat the onion in a little olive oil. When the onion is trnslucente, add the garlic and cook for a minute, then add the dash of wine. Reduce a little before adding the fresh tomatoes. Cook for a minute or two. Add the sun-kissed tomatoes. Season. Allow to cool, then add the herbs and adjust the seasoning.

Deep fry the potatoes in hot olive oil until golden brown, then add the butter asn seasoning to taste.

Season and dust each fish fillet with flour. Heat the butter with a little olive oil. Add the fish, skin side up, and fry until golden on both sides.

On a pasta plate, place a spoonful of salsa on one side with plenty pf juice. Then add a heap of potatoes and lastly the sea bass. Serve straightaway.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Londres :: casas italianas

Mas, como tem restaurante italiano em Londres! Nunca estive na Itália, mas começo a desconfiar que tem mais restaurante italiano em Londres que em Roma!

Comemos em vários deles, a comida é farta, parecida com a nossa e relativamente barata. Um deles, tinha um nome sensacional: Paraíso y Inferno. Você podia escolher, através do Menu, de que maneira gostaria que o seu estômago se sentisse: no paraíso ou no inferno! Eu passei bem, obrigada!


Passamos por um outro restaurante, o Carluccio's, misto de bistrô e mercearia chique, que me encantou profundamente. Tudo delicadamente arrumado, tão arrumado que os preços eram equivalentes à experiência que a casa nos proporcionava com os olhos. Era isso, não precisava nem comer.

Pensei na minha vóvozinha querida, que eu teria contado isso a ela, como ela ficaria contente de ver Londres através dos meus olhos, como ela fêz várias vezes nas minhas outras viagens. Os mais velhos, quando já não podem mais viajar (afinal, quem aguenta aquela classe econômica por mais de dez horas?), vêem o mundo através dos olhos dos mais novos e das histórias que eles contam. Pois eu teria contado tudo isso para a minha avó. E ficaria feliz de vê-la feliz, com suas gargalhadas frequentes.
Ah, e para piorar, ainda tinham os pãezinhos e doces. Uma loucura! Mas, tenho que dizer com orgulho que eu segurei minha onda. Cá estou, com alguns quilos que não ganhei ali.

Huuuuuummmmmm! Que delícia!

Modelos de Negócio

Em Londres, me surpreendeu a diversidade dos modelos de negócio existentes para encantar os consumidores. Em se tratando de comida, então, nem se fala. Como ela é muito cara, a gente acaba cedendo a tentação da fast-food. E aí, meu bem, não há quem não engorde.

Pensando nisso, um cara muito esperto criou uma cadeia de lojas chamada Wasabi. Eles têm um site interessantíssimo na internet (http://www.wasabi.uk.com/), que mostra, inclusive, a etiqueta para se comer sushi: sabia que uma vez que você escolheu o seu sushi ou sashimi, você deve comê-lo por inteiro, sem partí-lo pela metade? Do contrário, é considerado falta de educação.

Só que, apesar de parecer fast-food, porque tudo já está pronto previamente, a proposta desta cadeia de lojas é criar um ambiente de tranquilidade no meio do burburinho londrino (um quê de slow-food). Ao entrar no restaurante, nota-se um ambiente de paz, com um silêncio relativamente razoável, só maculado pelo barulho do trânsito do lado de fora.

O wasabi é um tempero em pasta utilizado na culinária japonesa, feito da planta Wasabia japonica sendo cultivado nos frescos planaltos de Amagi, na península de Izu, Shizuoka, Hotaka e Nagano. A Wasabia japonesa é conhecida também como rabanete japonês ou wasábia. O rabanete japonês apresenta alguma semelhança com a raiz-forte (Armoracia rusticana), mas tem um sabor e aroma mais delicado. Atualmente o rabanete japonês é usado para acompanhar o sushi e o sashimi.

Não é fantástico o cara ter pensado nisso? Num momento em que todo mundo tenta se manter saudável e a comida japonesa tem sido considerada uma fonte de vitalidade, já que aquele povo vive à beça, o cara tirou um coelho da cartola, literalmente! E o melhor, ele ainda entrega em casa - ou no escritório, se você preferir.

Você mete o carão na vitrine, dá uma olhadinha no que já está lá, prontinho, te esperando, bem preparado, bem arrumado, e é impossível não se sentir tentado a comer uma, duas, três, várias peças... ainda mais se elas vêm embaladas uma a uma. Sensacional!

Fiquei me perguntando por que ainda não pensaram em alguma coisa parecida no Rio de Janeiro, ali, no centro da cidade...

Bom, eles não têm os restaurantes à quilo, como nós, que já se arvoram a fazer a comida japonesa, misturando-a com o churrasco.

Uma casa parecida, com este mesmo espírito, é a de rodízio japonês, onde as peças ficam circulando na sua frente e você pode eleger as que quer comer... tudo para a gente relaxar, no meio desse nosso dia-a-dia caótico.

London London

Eu fui conhecer a cidade, à trabalho. Aproveitei para dar umas voltas, vi tudo que eu pude. Foi pouco tempo. Mal deu para respirar.

Não estava sozinha. Me senti sozinha algumas vezes.

Cumpri alguns itens da programação dos turistas, mas me encantei com os hábitos, os transeuntes, a cara da cidade. Vi uma cidade cosmopolita, grande, desordenada em alguns momentos, ordenada em outros. Vi diversidade. Vi até solidariedade.

Mas as pessoas não se olham, principalmente na rua, ou quando estão no transporte público. Talvez para que não sejam acusadas de assédio. Estranho.

É uma cidade bonita. Com poucas lixeiras, é até engraçado. Eles temem as bombas.

Cidade cara, mas limpa. Cidade cinza, chuvosa. Cidade rara.

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Foto Rebecca Leão: London Eye, Big Ben, Parlamento.