Foi com olhar curioso e indiscreto que me deparei com aquela tatuagem. Pulando da nuca da moça, saiu a frase "Ela acreditava em mim". Com letras bem escritas, delineadas, perfeitas, me arrebatou e me deixou mais perplexa do que toda a exposição da Clarice.
O que será que aquilo significava? Quem acreditava nela, no tempo passado? A mãe? A irmã? A amiga? Uma namorada?
Criei um enredo. E descobri que sou dada a enredos, que começam e não têm fim, como os contos de Clarice. Como assim tatuar algo deste tipo na nuca e ainda deixá-la a mostra para que qualquer estranho - como eu - dê uma olhadinha?
Se é alguém que acreditava, não acredita mais. Então, como eu acho que quando nossos entes queridos morrem, continuam olhando por nós, esta pessoa - que acreditava, no passado (pretérito imperfeito) - não está morta. Estarão brigadas? Será ela, ela mesma, numa tremenda crise de auto-estima, quando se tatuou?
Enfim, miserável, você me deixou encafifada! Pena que eu não tive coragem de te cutucar e esclarecer este enigma. Mas, tudo bem, amanhã já esqueci!
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