Meu banheiro é público, pensei. Nele, escuta-se de tudo. Todos os papos, os discursos, as brigas, as reclamações, os banhos demorados, os barulhos esquisitos dos meus vizinhos. Vê-se, inclusive, que eles têm uma vida sexual ativa e que gostam de trepar no banheiro. Tudo isso, graças ao maravilhoso "prisma de ventilação interna".
Se eu ainda fosse engenheira civil, juro que ia abolir estes prismas dos meus projetos. Esta é a pior invenção da Engenharia. Acaba com a privacidade das pessoas, torna tudo um grande big brother. A gente sabe que as pessoas tem um lado "animal" (não, eu não vou escrever as escatologias aqui, vocês podem imaginá-las!), mas elas não precisam se expor.
Comentando isso hoje com uma amiga, ela me contou um causo engraçado, se não fosse trágico.
Disse que tinha um vizinho gordinho que morava no andar de baixo. Ela também ouvia tudo que se passava por lá pela janelinha do banheiro. Contou que este vizinho gostava de ir ao banheiro (provavelmente para um número 2), e ficava papeando com a mulher. Era comum o povo dar uma conferida na conversa de vez em quando.
Um dia, ele estava lá, concentrado, quando começou a chamar pela mulher, um tanto nervoso. Quando ela apareceu, já com a devida platéia de orelhas aflitas a postos, ele contou que havia entalado. Foi um sufoco, o cara não se soltava, tinha dado vácuo, e o povo rindo no outro andar - de se acabar -, sentados no chão do banheiro, esperando o desfecho!
É ou não é uma derrota total? Banheiro assim dá prisão de ventre! Ô, se dá!
Um comentário:
Que nooooooooooooojo!
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