Viva Jorge Ben Jor!
Viva o Monobloco, que reinventou tudo isso!
quinta-feira, dezembro 31, 2009
quarta-feira, dezembro 30, 2009
Eu quero ser diferente! Eu quero ver diferente!
Eu quero um ano pra cima, de festa! Eu quero me acabar na pista, suar, despentear o cabelo! Lá vou eu...
E aí, você vai tentar me segurar?
E aí, você vai tentar me segurar?
terça-feira, dezembro 29, 2009
Olhando bem pros presentes fofíssimos que eu ganhei...
... acho que faltou um!
(Essa música é mesmo uma delícia!)
(Essa música é mesmo uma delícia!)
Eu quero um 2010 de Verdade!
Assim como canta o Zeca, eu quero um ano poderoso, regido por Vênus e Iemanjá, um ano de Verdade!
E você, como quer o seu ano?
E você, como quer o seu ano?
segunda-feira, dezembro 28, 2009
Reflexões de final de ano
Final de ano é tempo de reflexão. Ele, tentando refletir sobre alguma coisa, ficou pensando na droga do ano que tinha vivido e pensou graças-à-Deus-estou-de-férias-e-não-tenho-que-acordar-cedo-amanhã. Foi o máximo de reflexão que conseguiu fazer. Depois, abriu mais uma cerveja, e virou no copo, meio sem vontade, mas já que tinha cerveja na geladeira, vamos-tomar-que-senão-estraga!
Ela ficou olhando pra ele, enquanto isso. Pensava no quê ele estaria pensando. Ela, que estava ali, há muito tempo sem querer estar, olhando aquele copo de cerveja encher e esvaziar, e depois encher e esvaziar, pensava consigo mesma como ele podia não agradecer por todas as dádivas que tinha recebido ao longo desse ano e como-Deus-tinha-sido-generoso-com-ele, apesar dele desdenhar do bom e do melhor que ganha ano após ano.
A mulher do outro lado da sala olhava para os dois e pensava em-como-eram-felizes-aqueles-dois. Sempre cuidando um do outro, sempre atentos um com o outro, ele sempre simpaticão, ela sempre cuidadosa com ele. Tolinha!
O cara sentado na bergère do cantinho da sala olhava para aquele grupo e pensava o quão loucos eram todos eles, convivendo sem vontade, se reunindo, mês após mês sem saber porquê, sem assunto, sem intimidade, só para manter um convívio que eles nem sabiam porquê sustentar...
A mocinha no sofá pensava no porquê sua mãe sempre insistia em fazê-la participar destas festas, principalmente a de final de ano, porque essa turma era insuportável, era sempre o mesmo assunto, e ela não tinha idade, nem saco pra ficar aturando aquele papo...
Enquanto isso as crianças corriam pela sala e enlouqueciam os adultos, uns ainda gritavam cuidado-menino-não-esbarra-aí-que-essas-coisas-quebram!
A vida é tudo uma questão de ponto de vista. O que é ruim pra um é ótimo pros outros. E vice-versa.
Ela ficou olhando pra ele, enquanto isso. Pensava no quê ele estaria pensando. Ela, que estava ali, há muito tempo sem querer estar, olhando aquele copo de cerveja encher e esvaziar, e depois encher e esvaziar, pensava consigo mesma como ele podia não agradecer por todas as dádivas que tinha recebido ao longo desse ano e como-Deus-tinha-sido-generoso-com-ele, apesar dele desdenhar do bom e do melhor que ganha ano após ano.
A mulher do outro lado da sala olhava para os dois e pensava em-como-eram-felizes-aqueles-dois. Sempre cuidando um do outro, sempre atentos um com o outro, ele sempre simpaticão, ela sempre cuidadosa com ele. Tolinha!
O cara sentado na bergère do cantinho da sala olhava para aquele grupo e pensava o quão loucos eram todos eles, convivendo sem vontade, se reunindo, mês após mês sem saber porquê, sem assunto, sem intimidade, só para manter um convívio que eles nem sabiam porquê sustentar...
A mocinha no sofá pensava no porquê sua mãe sempre insistia em fazê-la participar destas festas, principalmente a de final de ano, porque essa turma era insuportável, era sempre o mesmo assunto, e ela não tinha idade, nem saco pra ficar aturando aquele papo...
Enquanto isso as crianças corriam pela sala e enlouqueciam os adultos, uns ainda gritavam cuidado-menino-não-esbarra-aí-que-essas-coisas-quebram!
A vida é tudo uma questão de ponto de vista. O que é ruim pra um é ótimo pros outros. E vice-versa.
Eu vou pra Maracangalha, eu vou...
E vou com o Diogão, porque eu quero um 2010 muito "bão"!
Ele não é demais?
Ele não é demais?
domingo, dezembro 27, 2009
Andança noturna
Enfiou-se sob a ducha gelada e sentiu a água cair sobre o corpo, arrepiando-lhe os pêlos. Temperou a água, abrindo a torneira de água quente, pois preferia um banho morno. Começou o processo ensaboando o braço esquerdo, o ombro, o pescoço, como fazia sempre, todas as vezes. Envolveu os seios na espuma fresca do sabonete novo e percebeu seu entumecimento. Estava sozinha em casa, pensou, e de novo. Percorreu seu ventre e esfregou suas pernas e pés, dando graças por tê-los saudáveis e fortes.
Cuidou do rosto, limpando olhos maquiados, têmporas e toda a zona T, usando uma loção adstringente que importara na última viagem. A noite caía rapidamente enquanto ela se dava conta do quão cansada estava, depois daquele dia árduo de trabalho.
Em minutos, lá estava ela caminhando pela rua de paralelepípedos. Seus sapatos apertavam-lhe os pés e ela se esforçava para caminhar na ponta. Mas, não estava só, seu pai estava com ela. E também sua mãe, sua irmã e avó paterna, esta já falecida. Evitavam as calçadas estreitas, tomadas por carros. Seu pai caminhava junto ao trilho do bonde, atento a todos os sons, esperando que o veículo se aproximasse a qualquer momento. Tinha se encarregado de avisar ao grupo de sua chegada, mantê-las atentas, já que a noite caía vigorosamente e, aos poucos, o céu ensolarado dava lugar a um manto negro e estrelado que tornava perigosa a noite mal iluminada daquelas vielas.
Sentia-se cansada, ofegante, com dor nos pés, esperando pelo milagre de um táxi vazio para levá-los para casa. Não havia. Caminhavam desconhecendo o caminho, liderados pelo pai-marido-filho, confiantes no seu discernimento e senso de direção.
Ao virarem uma esquina, depararam-se com uma rua estreita, ladeada por um grande muro, do qual pendiam copas de árvores baixas. Nela, ao longo da via, estavam sentados sobre caixotes de feira, quatro homens negros. Um deles afiava uma faca, de cabeça baixa. Ao sentir a presença daquele grupo insólito, tão díspar dos demais habitantes daquele lugar, o homem parou o serviço e olhou na direção do pai, que imediatamente parou a caminhada e fez um sinal silencioso com a mão para que o grupo também parasse. A avó foi a última a entender que tinha que parar.
Conversaram brevemente em murmúrios e decidiram retornar. Buscando por outros caminhos, deram com uma outra rua estreita e comprida. De onde estavam, podiam ver toda a sua extensão. Porém, antes de prosseguir, viram que a rua era sem saída, procurando se certificar com transeuntes que aquele caminho não daria em lugar algum.
De repente, ao buscar por seu pai, se deu conta que ele não estava mais ali, nem suas mãe e irmã, coadjuvantes da cansativa caminhada. Viu apenas a avó falecida a postos, cabelos brancos a lhe entregar uma vela com a imagem de Santa Rita de Cássia, apontando-lhe, ao mesmo tempo, a mesa onde deveria acendê-la. Rezou um Pai Nosso e uma Ave Maria, conversou um pouco com ela, que respondeu às suas preces com sorrisos francos e serenos. Por fim, virou-se em direção à porta da Igreja, já iluminada pela luz do sol, que nascia pleno.
Angustiada com o caminho estranho e um pouco atormentada, esforçou-se para levantar o corpo. E acordou assustada e ofegante, mas pronta para encarar um novo dia.
Cuidou do rosto, limpando olhos maquiados, têmporas e toda a zona T, usando uma loção adstringente que importara na última viagem. A noite caía rapidamente enquanto ela se dava conta do quão cansada estava, depois daquele dia árduo de trabalho.
...........
Em minutos, lá estava ela caminhando pela rua de paralelepípedos. Seus sapatos apertavam-lhe os pés e ela se esforçava para caminhar na ponta. Mas, não estava só, seu pai estava com ela. E também sua mãe, sua irmã e avó paterna, esta já falecida. Evitavam as calçadas estreitas, tomadas por carros. Seu pai caminhava junto ao trilho do bonde, atento a todos os sons, esperando que o veículo se aproximasse a qualquer momento. Tinha se encarregado de avisar ao grupo de sua chegada, mantê-las atentas, já que a noite caía vigorosamente e, aos poucos, o céu ensolarado dava lugar a um manto negro e estrelado que tornava perigosa a noite mal iluminada daquelas vielas.
Sentia-se cansada, ofegante, com dor nos pés, esperando pelo milagre de um táxi vazio para levá-los para casa. Não havia. Caminhavam desconhecendo o caminho, liderados pelo pai-marido-filho, confiantes no seu discernimento e senso de direção.
Ao virarem uma esquina, depararam-se com uma rua estreita, ladeada por um grande muro, do qual pendiam copas de árvores baixas. Nela, ao longo da via, estavam sentados sobre caixotes de feira, quatro homens negros. Um deles afiava uma faca, de cabeça baixa. Ao sentir a presença daquele grupo insólito, tão díspar dos demais habitantes daquele lugar, o homem parou o serviço e olhou na direção do pai, que imediatamente parou a caminhada e fez um sinal silencioso com a mão para que o grupo também parasse. A avó foi a última a entender que tinha que parar.
Conversaram brevemente em murmúrios e decidiram retornar. Buscando por outros caminhos, deram com uma outra rua estreita e comprida. De onde estavam, podiam ver toda a sua extensão. Porém, antes de prosseguir, viram que a rua era sem saída, procurando se certificar com transeuntes que aquele caminho não daria em lugar algum.
...........
De repente, ao buscar por seu pai, se deu conta que ele não estava mais ali, nem suas mãe e irmã, coadjuvantes da cansativa caminhada. Viu apenas a avó falecida a postos, cabelos brancos a lhe entregar uma vela com a imagem de Santa Rita de Cássia, apontando-lhe, ao mesmo tempo, a mesa onde deveria acendê-la. Rezou um Pai Nosso e uma Ave Maria, conversou um pouco com ela, que respondeu às suas preces com sorrisos francos e serenos. Por fim, virou-se em direção à porta da Igreja, já iluminada pela luz do sol, que nascia pleno.
Angustiada com o caminho estranho e um pouco atormentada, esforçou-se para levantar o corpo. E acordou assustada e ofegante, mas pronta para encarar um novo dia.
Que venha 2010!
De hoje até o final do ano, vou postar aqui as músicas que eu quero que embalem o novo ano, um ano leve, cheio de alegrias!
Lá vai a primeira, aliás, as duas primeiras! Vai Monobloco!
Aproveitem!
Lá vai a primeira, aliás, as duas primeiras! Vai Monobloco!
Aproveitem!
sábado, dezembro 26, 2009
"Quando se parte rumo ao nada..."
Acordei com um trecho da música do Moska na cabeça:
Esses versos são muito intensos. Desde que os ouvi pela primeira vez, tive a sensação de uma música feita especialmente para mim, apesar de nunca ter sido.
Qual é mesmo a graça de se saber o fim da estrada se ela não dá em lugar nenhum?
Fico pensando que é isso que fazemos das nossas vidas, transformamo-nas em grandes esperas, como se alguma força divina fosse modificá-la radicalmente e o nosso destino, ora fadado a ser nada, passasse a ter alguma relevância. Não tem, a menos que esta força seja interna, esteja dentro de nós.
Final de ano, Natal, a tv está repleta de exemplos de gente que buscou significado, conceito por trás de seus atos, criou eventos dignos de Deus, ajudando aos outros, dando-lhes paz, um pouco de conforto e, principalmente, oferecendo-lhes o pão e o lúdico, o sonho e a esperança.
Enquanto isso, prostamo-nos aqui a esperar o milagre. A esperar uma nova tomada de consciência, uma revelação que conduza a uma mudança, um amparo que seja.
Apelamos a Ele, ou ao Noel, que representa essa festa, e pedimos a realização de um amor. Impossível. É a meta de uma seta no alvo que não a espera. E não há graça alguma em se saber que nesta estrada, a escolhida, não há destino possível, só o sonho, irrealizável e inebriante, que mascara a realidade e a torna quase insuportável.
Não há destino provável e o presente, esse não vem. Nem na forma de carta, nem em sms, nem num telefonema fortuito. Não vem porque não tem que vir. Não vem porque não é certo, é deserto: árido e seco. Não tem sentimento, nem emoção. Só uma nuvem de poeira que penetra em todos os espaços, todos os poros.
Por outro lado, o que molha também entorpece. Molha a garganta e entorpece a alma. Atrai para si toda a sorte de más vibrações e se revela em arrogância e agressividade. Rouba do presente todas as possibilidades de projetos futuros em comum, e nos faz preferir o sonho, aquele do caminho que não leva a nada.
E se a estrela cadente nos pudesse conceder um pedido, que tal um destino para a seta, um alvo a esperá-la? Ou mesmo, o apagar das folhas rabiscadas deste diário virtual, um caderno em branco, onde se pudesse fazer uso desta força interior, estranha, para se ter um pouco de coragem, e escrever um futuro diferente?
"É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada..."
Mas o alvo na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada..."
Esses versos são muito intensos. Desde que os ouvi pela primeira vez, tive a sensação de uma música feita especialmente para mim, apesar de nunca ter sido.
Qual é mesmo a graça de se saber o fim da estrada se ela não dá em lugar nenhum?
Fico pensando que é isso que fazemos das nossas vidas, transformamo-nas em grandes esperas, como se alguma força divina fosse modificá-la radicalmente e o nosso destino, ora fadado a ser nada, passasse a ter alguma relevância. Não tem, a menos que esta força seja interna, esteja dentro de nós.
Final de ano, Natal, a tv está repleta de exemplos de gente que buscou significado, conceito por trás de seus atos, criou eventos dignos de Deus, ajudando aos outros, dando-lhes paz, um pouco de conforto e, principalmente, oferecendo-lhes o pão e o lúdico, o sonho e a esperança.
Enquanto isso, prostamo-nos aqui a esperar o milagre. A esperar uma nova tomada de consciência, uma revelação que conduza a uma mudança, um amparo que seja.
Apelamos a Ele, ou ao Noel, que representa essa festa, e pedimos a realização de um amor. Impossível. É a meta de uma seta no alvo que não a espera. E não há graça alguma em se saber que nesta estrada, a escolhida, não há destino possível, só o sonho, irrealizável e inebriante, que mascara a realidade e a torna quase insuportável.
Não há destino provável e o presente, esse não vem. Nem na forma de carta, nem em sms, nem num telefonema fortuito. Não vem porque não tem que vir. Não vem porque não é certo, é deserto: árido e seco. Não tem sentimento, nem emoção. Só uma nuvem de poeira que penetra em todos os espaços, todos os poros.
Por outro lado, o que molha também entorpece. Molha a garganta e entorpece a alma. Atrai para si toda a sorte de más vibrações e se revela em arrogância e agressividade. Rouba do presente todas as possibilidades de projetos futuros em comum, e nos faz preferir o sonho, aquele do caminho que não leva a nada.
E se a estrela cadente nos pudesse conceder um pedido, que tal um destino para a seta, um alvo a esperá-la? Ou mesmo, o apagar das folhas rabiscadas deste diário virtual, um caderno em branco, onde se pudesse fazer uso desta força interior, estranha, para se ter um pouco de coragem, e escrever um futuro diferente?
sexta-feira, dezembro 25, 2009
Natal 2009
Tem gente que apronta no Natal. Bebe muito, come muito, sai da dieta. Eu também aprontei esse ano. No dia 24, enquanto dava os últimos retoques nos presentes, tomei um tombo. Um verdadeiro estabaco. Estava com inveja de Caetano, caí da cadeira, enquanto tentava pegar umas caixas que estão numa prateleira que quase ninguém alcança. Por que será que a gente faz isso, né?
Saldo do dia 24: me ralei toda! Fiquei com dor nos braços, na perna e principalmente na banda-da-direita-da-minha-bunda, que ficou toda arranhada. Mas, como eu estava com um vestido novo, e não queria descer do salto, aguentei firme.
No dia 25, estava encarregada de fazer o arroz de passas, que minha mãe pediu. Fui pra cozinha e fiquei logo pensando em que pirex eu colocaria o bendito arroz, já que, como somos só eu e meu marido, não temos recipientes muito grandes. Antes de ligar pra minha mãe, pedindo "arrego", eu havia até escolhido um pirex para esta finalidade, mas depois que ela me disse que eu levasse o arroz na panela porque ela tinha um maior, resolvi guardá-lo de volta no armário. E foi aí que eu vi que sou cabeça dura.
A cena foi daquelas em que você sabe o que vai acontecer. Tudo começa a cair na sua cabeça. E você só pensa que seria bom que você tivesse oito braços e oito mãos para segurar todos os itens que insistem em cair. Pois é, hoje, a minha garrafa de suco caiu e se quebrou no meu côco. Nunca vi coisa pra doer tanto. Se fosse só isso, estávamos no lucro. Mas, como gatilho que é gatilho nunca vem sozinho, junto com ela, caíram mais um monte de coisas, o que transformou o chão da minha cozinha em um monte de cacos de vidro.
Saldo do dia 25: um galo na cabeça e a certeza de que eu preciso de mais armários na cozinha, para evitar esse tipo de coisa.
Conversando com a minha prima, ela me disse pra eu acender um defumador, que é bom. Deve ter algum moleque matreiro querendo me pregar uma peça. Ou sou eu mesma querendo voltar a ser criança.
Esta história toda me fez lembrar da vez que eu abri a cabeça, li-te-ral-men-te! Estava estudando na sala de jantar, ainda pequena, na casa dos meus pais, quando a borracha caiu próximo à arca onde minha mãe guardava a louça da casa. Cada porta possuía uma chave. Eu simplesmente não quis me levantar para pegar a borracha e fiz balanço com a cadeira para conseguir alcançá-la. Resumo da história: dei com o côco na chave e ela fez um "pequeno" rombinho.
O mais interessante foi quando chegamos no ambulatório da clínica que mamãe levava a gente, perto de casa. O médico disse que ia ter que costurar. Não ia doer nada, ia ser uma raspadinha em volta, para tirar o cabelo e "pá-pum". Só que na cabeça não se dá anestesia, ainda mais no alto do côco. Então, enrolamos uma toalha para eu morder e foi no susto mesmo.
Até hoje me lembro daquele dia... hoje em especial, porque o côco está doendo até agora.
Memórias... a vida é muito curta para que se tenha medo dela!
Saldo do dia 24: me ralei toda! Fiquei com dor nos braços, na perna e principalmente na banda-da-direita-da-minha-bunda, que ficou toda arranhada. Mas, como eu estava com um vestido novo, e não queria descer do salto, aguentei firme.
No dia 25, estava encarregada de fazer o arroz de passas, que minha mãe pediu. Fui pra cozinha e fiquei logo pensando em que pirex eu colocaria o bendito arroz, já que, como somos só eu e meu marido, não temos recipientes muito grandes. Antes de ligar pra minha mãe, pedindo "arrego", eu havia até escolhido um pirex para esta finalidade, mas depois que ela me disse que eu levasse o arroz na panela porque ela tinha um maior, resolvi guardá-lo de volta no armário. E foi aí que eu vi que sou cabeça dura.
A cena foi daquelas em que você sabe o que vai acontecer. Tudo começa a cair na sua cabeça. E você só pensa que seria bom que você tivesse oito braços e oito mãos para segurar todos os itens que insistem em cair. Pois é, hoje, a minha garrafa de suco caiu e se quebrou no meu côco. Nunca vi coisa pra doer tanto. Se fosse só isso, estávamos no lucro. Mas, como gatilho que é gatilho nunca vem sozinho, junto com ela, caíram mais um monte de coisas, o que transformou o chão da minha cozinha em um monte de cacos de vidro.
Saldo do dia 25: um galo na cabeça e a certeza de que eu preciso de mais armários na cozinha, para evitar esse tipo de coisa.
Conversando com a minha prima, ela me disse pra eu acender um defumador, que é bom. Deve ter algum moleque matreiro querendo me pregar uma peça. Ou sou eu mesma querendo voltar a ser criança.
Esta história toda me fez lembrar da vez que eu abri a cabeça, li-te-ral-men-te! Estava estudando na sala de jantar, ainda pequena, na casa dos meus pais, quando a borracha caiu próximo à arca onde minha mãe guardava a louça da casa. Cada porta possuía uma chave. Eu simplesmente não quis me levantar para pegar a borracha e fiz balanço com a cadeira para conseguir alcançá-la. Resumo da história: dei com o côco na chave e ela fez um "pequeno" rombinho.
O mais interessante foi quando chegamos no ambulatório da clínica que mamãe levava a gente, perto de casa. O médico disse que ia ter que costurar. Não ia doer nada, ia ser uma raspadinha em volta, para tirar o cabelo e "pá-pum". Só que na cabeça não se dá anestesia, ainda mais no alto do côco. Então, enrolamos uma toalha para eu morder e foi no susto mesmo.
Até hoje me lembro daquele dia... hoje em especial, porque o côco está doendo até agora.
Memórias... a vida é muito curta para que se tenha medo dela!
sexta-feira, dezembro 18, 2009
Ela escreveu pro Papai Noel...
... e pediu para que, quando crescesse, continuasse a ter esperanças, fé na vida e fé nos homens. Pediu também uma família bonita, uma relação amorosa em que ambos não precisassem de jogos para conseguir afeto, uma mesa farta onde ao seu redor se sentassem crianças saudáveis e inteligentes, vívidas e espertas, doidas por uma brincadeira.
Pediu para que envelhecesse com sabedoria e não vivesse paranóica com dietas, e tivesse um trabalho que a engrandecesse e a fizesse feliz todos os dias. Plena e realizada.
Pediu forças para poder ajudar aos seus e aos outros, porque sabia que nada nessa vida vale à pena se não for por isso.
E então, entendeu que Papai Noel não existe. Que quando a gente cresce, quem compra nossos "grandes" presentes - os mais simples e os mais desejados - somos nós mesmos...
Pediu para que envelhecesse com sabedoria e não vivesse paranóica com dietas, e tivesse um trabalho que a engrandecesse e a fizesse feliz todos os dias. Plena e realizada.
Pediu forças para poder ajudar aos seus e aos outros, porque sabia que nada nessa vida vale à pena se não for por isso.
E então, entendeu que Papai Noel não existe. Que quando a gente cresce, quem compra nossos "grandes" presentes - os mais simples e os mais desejados - somos nós mesmos...
quarta-feira, dezembro 16, 2009
Amores que vem, amores que vão, amores que vem de novo...
A vida é tão louca que às vezes chega a ser engraçada. Eu andei pensando esses dias na poesia que é amar e deixar de amar, gostar desesperadamente de alguém e depois passar a olhar apenas com uma leve simpatia, quase uma dó.
Eu sou uma pessoa que já vivi alguns amores intensos, alguns realizados, outros não. Sempre achei que o platonismo fosse coisa de adolescente, até que entendi, por meios nada agradáveis, que as pessoas mais velhas, adultas, também podem sofrer deste mal. Querer alguém, e não poder realizar o desejo, é algo por demais dolorido, mas a gente sobrevive.
O que tem me deixado curiosa é o fato, cada vez mais comprovado pelos indivíduos normais através de experiências empíricas, que quando você deixa de amar alguém, esta pessoa então passa a demonstrar estrondoso interesse por você.
Será por que? Será medo de perder aquele que se sabe apaixonado? Será por insegurança? Será que, ao chegarmos a certa idade, temos tanto medo da rejeição que optamos por não nos aventurar? Mas, será que não deveria ser justamente o contrário?
Parece a música do Lulu (posso tratá-lo assim de forma tão íntima porque ele já "cuidou" de mim noites e mais noites com suas músicas incríveis), a vida vem em ondas com um maaaaaaaaarrrrrr... num indo e vindo infinito... É como se alguns se negassem a deixar seu posto de amado, de criatura adorada, e insistissem em permanecer ali, naquele pedestal em que a gente, burra e inutilmente, coloca alguns seres.
E quando você nem se lembra mais da pessoa, nem se lembra de mandar-lhe um cartão de Natal, nem se lembra de passar um sms pelo seu aniversário (é, meus queridos, porque na vida, tudo passa mesmo), a pessoa reaparece, e te liga com um sorriso de orelha-a-orelha do outro lado da linha (que você não vê, mas sabe que está amarrado que nem um laço, como diz minha amiga Clarice). E te convida para um projeto, um trabalho, um almoço, uma visita a uma exposição daquela artista famosa... e você, que em outros tempos estaria com o coração aos pulos, diz apenas, "é, pode ser, qualquer dia desses, quem sabe?" e fica se olhando no espelho e perguntando: "Cadê aquela mulher apaixonada de anos atrás? Onde é que ela foi parar?"
Então, entende que, na vida, tudo é relativo mesmo. E que é importante relativizar para tornar os amores mais suaves, as paixões menos intensas, as dores mais suportáveis, e a vida mais fácil de viver... porque senão a gente "pira na batatinha", sem direito a "maionese"...
E é tão interessante, tão mesmo esta história de se sentir desejado, ou apenas procurado pelo seu obscuro-objeto-do-desejo, que me faz lembrar uma frase que ouvi recentemente:
Eu sou uma pessoa que já vivi alguns amores intensos, alguns realizados, outros não. Sempre achei que o platonismo fosse coisa de adolescente, até que entendi, por meios nada agradáveis, que as pessoas mais velhas, adultas, também podem sofrer deste mal. Querer alguém, e não poder realizar o desejo, é algo por demais dolorido, mas a gente sobrevive.
O que tem me deixado curiosa é o fato, cada vez mais comprovado pelos indivíduos normais através de experiências empíricas, que quando você deixa de amar alguém, esta pessoa então passa a demonstrar estrondoso interesse por você.
Será por que? Será medo de perder aquele que se sabe apaixonado? Será por insegurança? Será que, ao chegarmos a certa idade, temos tanto medo da rejeição que optamos por não nos aventurar? Mas, será que não deveria ser justamente o contrário?
Parece a música do Lulu (posso tratá-lo assim de forma tão íntima porque ele já "cuidou" de mim noites e mais noites com suas músicas incríveis), a vida vem em ondas com um maaaaaaaaarrrrrr... num indo e vindo infinito... É como se alguns se negassem a deixar seu posto de amado, de criatura adorada, e insistissem em permanecer ali, naquele pedestal em que a gente, burra e inutilmente, coloca alguns seres.
E quando você nem se lembra mais da pessoa, nem se lembra de mandar-lhe um cartão de Natal, nem se lembra de passar um sms pelo seu aniversário (é, meus queridos, porque na vida, tudo passa mesmo), a pessoa reaparece, e te liga com um sorriso de orelha-a-orelha do outro lado da linha (que você não vê, mas sabe que está amarrado que nem um laço, como diz minha amiga Clarice). E te convida para um projeto, um trabalho, um almoço, uma visita a uma exposição daquela artista famosa... e você, que em outros tempos estaria com o coração aos pulos, diz apenas, "é, pode ser, qualquer dia desses, quem sabe?" e fica se olhando no espelho e perguntando: "Cadê aquela mulher apaixonada de anos atrás? Onde é que ela foi parar?"
Então, entende que, na vida, tudo é relativo mesmo. E que é importante relativizar para tornar os amores mais suaves, as paixões menos intensas, as dores mais suportáveis, e a vida mais fácil de viver... porque senão a gente "pira na batatinha", sem direito a "maionese"...
E é tão interessante, tão mesmo esta história de se sentir desejado, ou apenas procurado pelo seu obscuro-objeto-do-desejo, que me faz lembrar uma frase que ouvi recentemente:
"Na vida, não devemos colocar ninguém num pedestal: certamente, esta pessoa terá que olhar pra baixo para falar com você e você terá que olhar pra cima pra falar com ela. É muito perigoso".
(Kent Greenes)
sábado, dezembro 12, 2009
sexta-feira, dezembro 11, 2009
Eu mereço ser feliz
A vida a gente encara de frente. Poético? Não, é que se é inevitável, vai, relaxa e goza.
Fazer análise é como se olhar no espelho. Eu resolvi me olhar no espelho de novo. E deixar de ser covarde, tomar minhas próprias decisões, sem precisar das opiniões e das aprovações dos outros.
Tenho resoluções de fim-de-ano a fazer que não podem ser só resoluções de fim-de-ano. Tem que ser resoluções-de-vida-inteira. Um presente de Natal para mim.
Eu mereço ser feliz. Sem apurrinhações, sem somatizações, sem drama. Só uma vida calma e feliz, uma paz na alma e um sorriso no rosto. E isso não tem que ser máscara, tem que ser real.
Também quero a sorte de um amor tranquilo, nem que pra isso eu tenha que transformar o que eu levo aqui dentro. Quero a paz de não ter mais urgência.
Vou em frente, me cobro, me exijo, me dôo, me espalho, me cato do chão, me fecho, me aqueço, espero o tempo passar, me perdôo e me dou outra chance. Quero viver a vida com o melhor que ela tiver pra me dar.
__________________
Obra da artista Aimee Sicuro.
Fazer análise é como se olhar no espelho. Eu resolvi me olhar no espelho de novo. E deixar de ser covarde, tomar minhas próprias decisões, sem precisar das opiniões e das aprovações dos outros.
Tenho resoluções de fim-de-ano a fazer que não podem ser só resoluções de fim-de-ano. Tem que ser resoluções-de-vida-inteira. Um presente de Natal para mim.
Eu mereço ser feliz. Sem apurrinhações, sem somatizações, sem drama. Só uma vida calma e feliz, uma paz na alma e um sorriso no rosto. E isso não tem que ser máscara, tem que ser real.
Também quero a sorte de um amor tranquilo, nem que pra isso eu tenha que transformar o que eu levo aqui dentro. Quero a paz de não ter mais urgência.
Vou em frente, me cobro, me exijo, me dôo, me espalho, me cato do chão, me fecho, me aqueço, espero o tempo passar, me perdôo e me dou outra chance. Quero viver a vida com o melhor que ela tiver pra me dar.
__________________
Obra da artista Aimee Sicuro.
Roubaram meu Carefree
Esta foi uma semana difícil. Aconteceu de tudo. Muito trabalho, participação em bancas, reuniões, volta à análise, chuvarada, almoço e jantar com amigos, teleconferência que não funcionou, apresentação de relatório...
No meio da semana, aconteceu um fato sui generis. No meu trabalho, eu tenho a chave de um armário no banheiro do meu andar, onde coloco umas bugigangas: minha necessaire, que mamãe comprou na Uncle K logo quando fui trabalhar lá e é feita sob medida para caber naquele cubículo, onde eu coloco minhas escovas de dente (sim, no plural, porque tenho várias), creme dental, fio para o aparelho, escovinhas interdentais, enfim, um monte de coisas; duas saboneteiras com sabonetes antissépticos para os dias em que o rosto fica oleoso com o calor do centro da cidade e que não cabem na pequena necessaire que mamãe me deu, um pacote de Sempre Livre sem Abas (eu não-suporto-abas!) e um pacote de Carefree, ambos para emergências.
Todas as meninas da minha equipe sabem que eu tenho estes itens no meu armário e eu já salvei algumas delas de apuros. Tenho alguns remedinhos básicos na gaveta também, mas aí é outra história...
Ocorre que esta semana, o trinco do armário estava desengonçado, eu tentei dar uma consertada, mas nada... e aí, voltando do almoço, me dei conta de que... roubaram meu pacote de Carefree...
Por que? Por que, meu Deus? Ó, vida cruel!
Eu sei lá... com tanta coisa mais interessante dentro do armário, foram roubar logo o meu pacotinho de Carefree! A troco do quê?
As pessoas pegam as coisas dos outros como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, um certo tipo de socialismo que eu não compreendo. Eu sei que o tema não é lá muito relevante, mas isso me fez pensar que já que descobriram que é tão fácil abrir meu armário, em breve sou capaz de ter outra surpresa e, ao abrí-lo, não encontrarei mais nada...
Logo eu, que sou incapaz de roubar qualquer coisa, até as idéias dos outros, eu respeito...ai, ai!
No meio da semana, aconteceu um fato sui generis. No meu trabalho, eu tenho a chave de um armário no banheiro do meu andar, onde coloco umas bugigangas: minha necessaire, que mamãe comprou na Uncle K logo quando fui trabalhar lá e é feita sob medida para caber naquele cubículo, onde eu coloco minhas escovas de dente (sim, no plural, porque tenho várias), creme dental, fio para o aparelho, escovinhas interdentais, enfim, um monte de coisas; duas saboneteiras com sabonetes antissépticos para os dias em que o rosto fica oleoso com o calor do centro da cidade e que não cabem na pequena necessaire que mamãe me deu, um pacote de Sempre Livre sem Abas (eu não-suporto-abas!) e um pacote de Carefree, ambos para emergências.
Todas as meninas da minha equipe sabem que eu tenho estes itens no meu armário e eu já salvei algumas delas de apuros. Tenho alguns remedinhos básicos na gaveta também, mas aí é outra história...
Ocorre que esta semana, o trinco do armário estava desengonçado, eu tentei dar uma consertada, mas nada... e aí, voltando do almoço, me dei conta de que... roubaram meu pacote de Carefree...
Por que? Por que, meu Deus? Ó, vida cruel!
Eu sei lá... com tanta coisa mais interessante dentro do armário, foram roubar logo o meu pacotinho de Carefree! A troco do quê?
As pessoas pegam as coisas dos outros como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, um certo tipo de socialismo que eu não compreendo. Eu sei que o tema não é lá muito relevante, mas isso me fez pensar que já que descobriram que é tão fácil abrir meu armário, em breve sou capaz de ter outra surpresa e, ao abrí-lo, não encontrarei mais nada...
Logo eu, que sou incapaz de roubar qualquer coisa, até as idéias dos outros, eu respeito...ai, ai!
domingo, dezembro 06, 2009
sexta-feira, dezembro 04, 2009
Metade
por Ferreira Gullar
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também
quinta-feira, dezembro 03, 2009
O segredo das mulheres no banheiro
O grande segredo de todas as mulheres com relação aos banheiros é que quando pequenas, quem as levava ao banheiro era sua mãe. Ela ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso e instruía:
"Nunca, nunca sente em um banheiro público"!
E, em seguida, mostrava "a posição", que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar sem que, no entanto, o corpo entre em contato com o vaso.
"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, e irá nos acompanhar para sempre. No entanto, ainda hoje, em nossa vida adulta, "a posição" é dolorosamente difícil de manter quando a bexiga está estourando. Quando você TEM que ir ao banheiro público, você encontra uma fila enorme de mulheres. Você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando".
Finalmente chega a sua vez, isso, se não entrar a típica mamãe com a menina que não pode mais se segurar.
Você, então verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. Todos estão ocupados.
Finalmente, um se abre. Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa... você inspeciona a área.. o chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali, então você a pendura no pescoço e é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia de bugigangas que você foi enfiando lá dentro.
Mas, voltando à porta...
Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, abaixa a calcinha e se coloca "na posição"..
Alívio...... AAhhhhhh.....finalmente...
Aí é quando os teus músculos começam a tremer ....
Porque você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas e a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 5 kg pendurada no pescoço. Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico. No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!!!" e, assim, você mantém "a posição" com o tremor nas pernas...
Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, puuuuta que o pariuuuu....! O rolo está vazio...! (sempre)
Então você pede aos céus para que, nos 5kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel. Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção...
E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita OCUPAAADOOOO!!!
Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abrí-la novamente (nisso, as mulheres nos respeitamos muito) e você pode procurar teu lenço sem angústia. Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são nestes casos e você guarda um, por via das dúvidas. Você então começa a contar os segundos que faltam para você sair dali, suando porque você está vestindo o casaco já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo. Sem falar da porrada que você levou da porta, a dor na nuca pela alça da bolsa, o suor que corre da testa, as pernas salpicadas... Afinal você está exausta. Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!...
Você, então, vai à pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então você não pode soltar a bolsa nem por um segundo. Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira, você a toca até conseguir fazer sair um filete de água e estende a mão em busca de sabão. Você se lava na posição de corcunda de notre dame para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água... O secador, você nem usa. É um traste inútil, então você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso.
Você então sai. Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato ou a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, e te deixou com a bunda à mostra!
Nesse momento, você vê o teu carinha que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você.
"Por que você demorou tanto?" pergunta o idiota.
Você se limita a responder: "A fila estava enorme".
E esta é a razão porque as mulheres vão ao banheiro em grupo. Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa, a outra a porta e assim fica muito mais simples e rápido já que você só tem que se concentrar em manter "a posição" e a dignidade.
_____________________
Eu desconheço a autoria, mas assino embaixo. Muito realista!
"Nunca, nunca sente em um banheiro público"!
E, em seguida, mostrava "a posição", que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar sem que, no entanto, o corpo entre em contato com o vaso.
"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, e irá nos acompanhar para sempre. No entanto, ainda hoje, em nossa vida adulta, "a posição" é dolorosamente difícil de manter quando a bexiga está estourando. Quando você TEM que ir ao banheiro público, você encontra uma fila enorme de mulheres. Você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando".
Finalmente chega a sua vez, isso, se não entrar a típica mamãe com a menina que não pode mais se segurar.
Você, então verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. Todos estão ocupados.
Finalmente, um se abre. Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa... você inspeciona a área.. o chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali, então você a pendura no pescoço e é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia de bugigangas que você foi enfiando lá dentro.
Mas, voltando à porta...
Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, abaixa a calcinha e se coloca "na posição"..
Alívio...... AAhhhhhh.....finalmente...
Aí é quando os teus músculos começam a tremer ....
Porque você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas e a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 5 kg pendurada no pescoço. Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico. No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!!!" e, assim, você mantém "a posição" com o tremor nas pernas...
Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, puuuuta que o pariuuuu....! O rolo está vazio...! (sempre)
Então você pede aos céus para que, nos 5kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel. Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção...
E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita OCUPAAADOOOO!!!
Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abrí-la novamente (nisso, as mulheres nos respeitamos muito) e você pode procurar teu lenço sem angústia. Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são nestes casos e você guarda um, por via das dúvidas. Você então começa a contar os segundos que faltam para você sair dali, suando porque você está vestindo o casaco já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo. Sem falar da porrada que você levou da porta, a dor na nuca pela alça da bolsa, o suor que corre da testa, as pernas salpicadas... Afinal você está exausta. Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!...
Você, então, vai à pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então você não pode soltar a bolsa nem por um segundo. Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira, você a toca até conseguir fazer sair um filete de água e estende a mão em busca de sabão. Você se lava na posição de corcunda de notre dame para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água... O secador, você nem usa. É um traste inútil, então você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso.
Você então sai. Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato ou a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, e te deixou com a bunda à mostra!
Nesse momento, você vê o teu carinha que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você.
"Por que você demorou tanto?" pergunta o idiota.
Você se limita a responder: "A fila estava enorme".
E esta é a razão porque as mulheres vão ao banheiro em grupo. Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa, a outra a porta e assim fica muito mais simples e rápido já que você só tem que se concentrar em manter "a posição" e a dignidade.
_____________________
Eu desconheço a autoria, mas assino embaixo. Muito realista!
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