"É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada..."
Mas o alvo na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada..."
Esses versos são muito intensos. Desde que os ouvi pela primeira vez, tive a sensação de uma música feita especialmente para mim, apesar de nunca ter sido.
Qual é mesmo a graça de se saber o fim da estrada se ela não dá em lugar nenhum?
Fico pensando que é isso que fazemos das nossas vidas, transformamo-nas em grandes esperas, como se alguma força divina fosse modificá-la radicalmente e o nosso destino, ora fadado a ser nada, passasse a ter alguma relevância. Não tem, a menos que esta força seja interna, esteja dentro de nós.
Final de ano, Natal, a tv está repleta de exemplos de gente que buscou significado, conceito por trás de seus atos, criou eventos dignos de Deus, ajudando aos outros, dando-lhes paz, um pouco de conforto e, principalmente, oferecendo-lhes o pão e o lúdico, o sonho e a esperança.
Enquanto isso, prostamo-nos aqui a esperar o milagre. A esperar uma nova tomada de consciência, uma revelação que conduza a uma mudança, um amparo que seja.
Apelamos a Ele, ou ao Noel, que representa essa festa, e pedimos a realização de um amor. Impossível. É a meta de uma seta no alvo que não a espera. E não há graça alguma em se saber que nesta estrada, a escolhida, não há destino possível, só o sonho, irrealizável e inebriante, que mascara a realidade e a torna quase insuportável.
Não há destino provável e o presente, esse não vem. Nem na forma de carta, nem em sms, nem num telefonema fortuito. Não vem porque não tem que vir. Não vem porque não é certo, é deserto: árido e seco. Não tem sentimento, nem emoção. Só uma nuvem de poeira que penetra em todos os espaços, todos os poros.
Por outro lado, o que molha também entorpece. Molha a garganta e entorpece a alma. Atrai para si toda a sorte de más vibrações e se revela em arrogância e agressividade. Rouba do presente todas as possibilidades de projetos futuros em comum, e nos faz preferir o sonho, aquele do caminho que não leva a nada.
E se a estrela cadente nos pudesse conceder um pedido, que tal um destino para a seta, um alvo a esperá-la? Ou mesmo, o apagar das folhas rabiscadas deste diário virtual, um caderno em branco, onde se pudesse fazer uso desta força interior, estranha, para se ter um pouco de coragem, e escrever um futuro diferente?
Um comentário:
Rebecca, minha amiga!! Que saudade!!!
Que 2010 seja dez, mil, para você. Que todos os dias sejam como esta música do Black Eyed Peas: um sentimento que o dia, a noite, será boa!!!
Beijos
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