Tem gente que apronta no Natal. Bebe muito, come muito, sai da dieta. Eu também aprontei esse ano. No dia 24, enquanto dava os últimos retoques nos presentes, tomei um tombo. Um verdadeiro estabaco. Estava com inveja de Caetano, caí da cadeira, enquanto tentava pegar umas caixas que estão numa prateleira que quase ninguém alcança. Por que será que a gente faz isso, né?
Saldo do dia 24: me ralei toda! Fiquei com dor nos braços, na perna e principalmente na banda-da-direita-da-minha-bunda, que ficou toda arranhada. Mas, como eu estava com um vestido novo, e não queria descer do salto, aguentei firme.
No dia 25, estava encarregada de fazer o arroz de passas, que minha mãe pediu. Fui pra cozinha e fiquei logo pensando em que pirex eu colocaria o bendito arroz, já que, como somos só eu e meu marido, não temos recipientes muito grandes. Antes de ligar pra minha mãe, pedindo "arrego", eu havia até escolhido um pirex para esta finalidade, mas depois que ela me disse que eu levasse o arroz na panela porque ela tinha um maior, resolvi guardá-lo de volta no armário. E foi aí que eu vi que sou cabeça dura.
A cena foi daquelas em que você sabe o que vai acontecer. Tudo começa a cair na sua cabeça. E você só pensa que seria bom que você tivesse oito braços e oito mãos para segurar todos os itens que insistem em cair. Pois é, hoje, a minha garrafa de suco caiu e se quebrou no meu côco. Nunca vi coisa pra doer tanto. Se fosse só isso, estávamos no lucro. Mas, como gatilho que é gatilho nunca vem sozinho, junto com ela, caíram mais um monte de coisas, o que transformou o chão da minha cozinha em um monte de cacos de vidro.
Saldo do dia 25: um galo na cabeça e a certeza de que eu preciso de mais armários na cozinha, para evitar esse tipo de coisa.
Conversando com a minha prima, ela me disse pra eu acender um defumador, que é bom. Deve ter algum moleque matreiro querendo me pregar uma peça. Ou sou eu mesma querendo voltar a ser criança.
Esta história toda me fez lembrar da vez que eu abri a cabeça, li-te-ral-men-te! Estava estudando na sala de jantar, ainda pequena, na casa dos meus pais, quando a borracha caiu próximo à arca onde minha mãe guardava a louça da casa. Cada porta possuía uma chave. Eu simplesmente não quis me levantar para pegar a borracha e fiz balanço com a cadeira para conseguir alcançá-la. Resumo da história: dei com o côco na chave e ela fez um "pequeno" rombinho.
O mais interessante foi quando chegamos no ambulatório da clínica que mamãe levava a gente, perto de casa. O médico disse que ia ter que costurar. Não ia doer nada, ia ser uma raspadinha em volta, para tirar o cabelo e "pá-pum". Só que na cabeça não se dá anestesia, ainda mais no alto do côco. Então, enrolamos uma toalha para eu morder e foi no susto mesmo.
Até hoje me lembro daquele dia... hoje em especial, porque o côco está doendo até agora.
Memórias... a vida é muito curta para que se tenha medo dela!
Nenhum comentário:
Postar um comentário