Hoje, voltando para casa, resolvi tomar um táxi. Chovia, o engarrafamento estava enorme e eu estava saindo do Rio Sul com um sacola. Eu sempre fico apreensiva de pegar ônibus com um sacola. Ainda mais nesta época de Natal. Acho sempre que vou ser assaltada, que a sacola vai chamar a atenção. Tudo bem, era uma sacola da Renner, mas chama a atenção do mesmo jeito (a Renner até que tem umas coisas bem bacaninhas).
Entrei no primeiro táxi que vi. Não era de cooperativa nenhuma, apesar de eu tê-lo tomado no ponto da Sul Táxi, a cooperativa do próprio Rio Sul. Só depois que eu entrei no táxi, é que o motorista comentou que ele não tinha bandeira.
Pois bem, o cara era bem falante e foi logo me dizendo que era solteiro e tinha 43 anos (????? - e eu com isso?). Foi falando das pessoas que entravam no táxi, como elas se comportavam, porque não pegavam qualquer táxi e, de repente, o papo descambou para banho. É isso aí: banho. Ele disse que adorava tomar banho e que se ficasse em casa o dia todo perigava tomar 4 banhos por dia, pelo menos. Ah, e com um detalhe: tudo banho frio. O cara disse que só tomou banho frio a vida inteira e que, por isso, nunca ficou doente, nunca teve nem um resfriado. Todas as doenças da família restaram ao irmão dele, que operou-se sete vezes (eu juro que não perguntei o quê o cara operou!). Outro detalhe, ele quase não come carne vermelha, só frango. Disse que o frango é milagroso e a carne vermelha faz um mal danado. Acho que o cara estava querendo me converter, vai ver era isso.
Eu fiquei me perguntando por que ele estava me contando aquilo tudo, quê que ele tinha visto em mim para sair falando aquelas coisas tão pessoais. Olha que hoje eu nem estava num bom dia! Mas, fiquei lá, ouvindo. Não tinha opção, né?
De repente, a história do banho ficou surreal: o cara resolveu me dizer que, certo dia, faltou água na casa dele e ele queria sair para trabalhar. Como não tinha alternativa, ele se lembrou que um motel perto da casa dele oferecia almoço grátis. Então, resolveu que ia passar um tempo no motel, tomar banho, almoçar, e depois sair para trabalhar. Dito e feito: foi para o motel no táxi, sozinho. O cara da recepção não entendeu nada. Entrou, tomou banho, almoçou, mas como o almoço era para dois, bateu um rango duplo, ficou embuxado. Descansou um pouquinho e depois saiu. Nesta brincadeira, passaram-se 40 minutos e ele saiu do motel, deixando o cara da recepção mais surpreso ainda.
E eu ali, fazendo o maior esforço para não cair na gargalhada, porque o papo era seríssimo! Agora, eu me pergunto, eu tenho cara de quê? Por que esses loucos sempre me acham?
Ah, e para quem achou que isso era uma cantada, eu acho que essa não era sua intenção, mas, se era, o cara seguiu a risca aquele manual do conquistador barato, no que diz respeito ao que não fazer. Vai ver, é por isso que ele tem 43 anos e é solteiro!
Um comentário:
Ai, ai... cada louco!
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