sexta-feira, novembro 28, 2008

Fatos bizarros

Cheguei no trabalho e fiz uma listinha: dois sutiãs, duas calcinhas, três meias ... estava na hora de renovar minha gaveta de lingerie.

Na hora do almoço, entrei na Lupo e comecei a fazer a minha escolha. Tudo muito caro, mas como dura bastante, eu achei que valiam o preço pedido. Na hora de fazer o pagamento, debrucei-me sobre o balcão, que ficava na diagonal dos provadores. Eu estava preocupada, a máquina do cartão de crédito da loja não funcionava e eu queria chegar logo de volta no escritório porque estava com um trabalho atrasado.

Qual não foi a minha surpresa quando me deparei, de repente, com um tenebroso par de peitos de uma cliente, que faceira, faceira, havia pedido ajuda a uma das vendedoras para abotoar um corselete e, abrindo a porta da cabine, estava, naquele momento, dando um show!!! Eu nunca vi peitos tão grandes e tão caídos. Fiquei muito constrangida, o que a minha irmã ironicamente chamaria de "constrangimento alheio".

A moça que me atendia percebeu o meu constrangimento e correu para, delicadamente, fechar a porta. Eu fiquei pensando se o rapaz que também pagava sua conta havia visto a cena, mas não tive coragem de olhar para ele.

De repente, sem mais nem porquê, voltei no tempo e no espaço uns dezoito anos e me lembrei de algo que vivi naquela época. O cara com quem eu estava saindo recebeu um amigo holandês no Rio e me pediu para ajudá-lo, ciceroneando o rapaz, porque ele achava que meu inglês era melhor do que o dele. Quando perguntamos a ele onde ele queria ir, ele disse que gostaria de comprar uma calça jeans. Mas, não uma calça jeans qualquer, ele queria uma Levi's 505, calça muito fora dos nossos padrões naquela época. Nós o levamos ao Rio Sul, um shopping carioca que possuía a melhor variedade de lojas e que, certamente, tinha uma loja da Levi's.

Quando chegamos, ele foi logo tratando de se entender com a vendedora, explicando que queria a opção de botões e que não queria uma calça muito escura... Não precisou da minha ajuda para nada e, de posse das calças já escolhidas, tirou a roupa, ali, bem no meio da loja. A vendedora levou um tremendo susto. Ficou olhando para aquele holandês alto, louro, de olhos azuis, como se ele fosse um E.T. de cuecas, e, meio sem reação, tratou de pedir a ele que fosse a uma cabine, experimentar as calças.

Ele não entendia o porquê daquela solicitação. Cabine?, perguntava num inglês esquizito, Que cabine?

Nós, eu e meu namorado, custamos a entender que aquele comportamento era comum na sua cultura. O pior é que começou a juntar uma mulherada querendo tirar uma casquinha do holandês - porque olhar não tira pedaço, né?

Meu namorado começou a ficar p*** da vida com a situação e queria matar o cara, que calmamente, escolheu sua calça, pagou com um American Express International, e saiu feliz e contente da loja com a sua sacola, sem se dar conta do buxixo que provocou.

A vida é simples, acho que a gente é que complica.

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