Ontem, depois de muito tempo, assisti ao filme "A Rainha". Comprei o dvd há um tempo e esqueci na estante. Como tenho muitos, fui assistindo um por um aos poucos e deixei este para lá. Eu queria mesmo era ter visto esse filme no cinema, mas muito rapidamente ele saiu de cartaz, aliás, como vem acontecendo com a maioria dos filmes.
Fiquei muito impressionada com o filme. Primeiro, com a semelhança obtida pela caracterização da Helen Mirren. Ela está a cara da Rainha da Inglaterra. Depois, porque achei que seria muito difícil escrever um roteiro sobre uma pessoa ainda viva. E atuar então, nem se fala, pois guardar as semelhanças com este personagem vivo e ouvir suas críticas não deve ter sido fácil para quem estava atuando.
Mas, acho que o que mais me impressionou foi o fato do filme tratar de um tema tão recente, e tão vivo ainda nas nossas lembranças, como foi a morte da Princesa Diana. Não faz muito tempo, nós a adorávamos. Eu assisti pela televisão as imagens de seu casamento com o feioso do Príncipe Charles e amei cada centímetro daquele véu que ela usou, enorme e exuberante. Ao mesmo tempo, ela parecia uma princesa de contos de fada. Depois, vimos pela tv as cenas de seu funeral, e acompanhamos o desdobramento do inquérito sobre a sua morte, que recaiu sobre os ombros dos paparazzi que a seguiram. Enfim, tudo tão fresco na memória, que chega a assustar. As imagens reais intercaladas com o filme davam um ar de documentário muito louco, e me fizeram chorar muito.
Ver que, na Inglaterra, a rainha do coração era a Lady Diana, e que a Rainha Elizabeth e sua família eram vistas apenas como um bando que têm que ser sustentado pelo povo é chocante. Uma instituição como aquela parece tão sólida e tão adorada, que nos custa acreditar que não seja querida por seu povo.
Estive recentemente na Inglaterra, como você pode ter visto em posts anteriores, e visitei uma exposição sobre esta rainha, sua coroação, e tive a chance também de ver suas jóias, suas louças e suas roupas. Ela era tão garota quando tornou-se rainha! Não sabia nada da vida. Teve que aprender a carregar este peso muito cedo, não do manto, mas do cargo. Me peguei pensando no que deve ter sido a vida dela, sempre muito sozinha e, ao mesmo tempo, solitária.
Cada vez mais me convenço que a gente não pode julgar o que a gente desconhece. A vida tem muito mais mistérios do que sonha nossa vã filosofia - mesmo!
Um comentário:
Me lembro de um comentário do Jabor sobre a morte de Lady Diana, ele dizia que a história é o conto de fadas mais bizarro que conhecia, pois o príncipe encantado se casou com com a princesa, mas na verdade era apaixonado pela bruxa e terminou com ela (a bruxa).
Eu tenho medo da ilha da Elizabeth, mas gosto dela...
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