Estava ali tentando deixar uma mensagem naquela caixa postal quando o seu celular apitou duas vezes. Era ele telefonando do outro lado da linha. Sempre se enrola na hora de desligar o celular para atender a chamada em espera. Mas, conseguiu. Ele falou, falou, falou. Disse todas as verdades as quais está acostumado. Como se pode conviver com alguém tão cheio de verdades? Ela, permaneceu quieta. Ele repetiu me fala tudo, me fala tudo, desconfiando da verdade dela. Ela simplesmente não quis falar. Estava de saco cheio. Ele então comunicou sua decisão solene: vou desligar. Ela consentiu com um tá. Ele desligou. Ela preferiu o silêncio.
O silêncio é de ouro.
quinta-feira, dezembro 16, 2010
terça-feira, dezembro 07, 2010
Como queimar seu filme em poucas, mas perfeitas, lições
Não precisa dizer mais nada... (mas o que é essa sunga frouxa, heim!?)
_____________________
PS.: A propósito, a gente lembra de tudo na propaganda, menos qual é a cerveja... Sei não!
domingo, dezembro 05, 2010
Fluminense campeão
Meu amigo argentino deve estar feliz... ele é Fluminense, e ama o Conca... tem até um pequeno muralzinho de idolatria dele lá no trabalho...
Ai, ai, amanhã, o dia vai ser cheio...
Ai, ai, amanhã, o dia vai ser cheio...
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Definição do Rio, na visão do meu amigo argentino
"Esse lugar é engraçado... é um lugar onde cafetão sente ciúme, puta goza, e traficante é viciado!"
Pois é...
Mas, pelo menos, o crime é organizado... até pra fugir, eles têm Plano de Contingência...
Pois é...
Mas, pelo menos, o crime é organizado... até pra fugir, eles têm Plano de Contingência...
Proibiram o "Proibidão"
Agora lá no Alemão, proibiram o "Proibidão", um baile funk que acontecia aos sábados no alto do morro, com a escolta dos traficantes, regado a álcool, pó, maconha, crack, balinha e tudo que o povo tinha direito...
O baile incomodava não só pelo barulho, mas porque "cachorras" e "cachorros" faziam sexo ao ar livre, nas vielas do morro, em cima das lajes e, depois, de manhã, os donos das casas tinham que recolher as camisinhas... quando eles lembravam de usar...
Agora, o Governo do Estado do Rio está prometendo o "Permitidão"... será que vai ter tanta 'graça"?
Esse é o Rio que amamos!
O baile incomodava não só pelo barulho, mas porque "cachorras" e "cachorros" faziam sexo ao ar livre, nas vielas do morro, em cima das lajes e, depois, de manhã, os donos das casas tinham que recolher as camisinhas... quando eles lembravam de usar...
Agora, o Governo do Estado do Rio está prometendo o "Permitidão"... será que vai ter tanta 'graça"?
Esse é o Rio que amamos!
domingo, novembro 28, 2010
Quer ver o que está acontecendo?
Teme que a Globo esteja fazendo um BBB do crime no Alemão?
Olha só isso:
http://terratv.terra.com.br
É real. É aqui na Cidade Maravilhosa...
Olha só isso:
http://terratv.terra.com.br
É real. É aqui na Cidade Maravilhosa...
domingo, novembro 21, 2010
Todo momento pode ser especial...
Adoro a música, adoro fotografia, adorei o romantismo da idéia. Veja, você vai gostar também!
domingo, novembro 14, 2010
Do Nelson Freitas no Faustão
"Esse país é engraçado: existe uma lei do IBAMA que proíbe que se faça bolsa com couro de jacaré, mas não existe lei que proíba que se faça Bolsa Família com o couro da classe média".
-- disse tudo!
Por que nunca se deve assustar uma mulher na TPM
Acordei cedo, tomei meu café, um banho rápido e tratei de colocar o vestido que havia deixado esticadinho, passadinho, no dia anterior. Estava me sentindo ótima naquela roupa nova, comprada para uma ocasião especial. Neste caso, iríamos receber uma consultora internacional, então eu achei que eu merecia estar bem, visto que tinha grandes chances de acabar ciceroneando o evento.
Escolhi um casaquinho que combinasse e saí, de vestido preto, sapato-boneca e bolsa verdes e tudo em cima, com maquiagem caprichada. Só que eu me dei conta de que estava irritada, por causa da TPM. Respirei fundo e fui pro trabalho.
O transito estava ótimo, cheguei em quinze minutos no trabalho, bem a tempo de receber a consultora, que chegou com um colega.
A reunião foi ótima, melhor que a encomenda, gastei meu inglês direitinho, as pessoas gostaram, tiraram proveito da mesma, a consultora realmente sabe do que está falando, durou o tempo que deveria durar e, para celebrar, resolvemos convidá-la para um almoço no Da Silva, restaurante português que fica na Av. Graça Aranha.
Na volta, caminhávamos muito tranquilos pela rua (éramos em sete), eu conversava com uma amiga de outra área, quando um camelô nos abordou aos berros:
- Vai um catchup aí, dona?
Se a intenção dele era nos assustar, conseguiu, pois o pânico de ficar com a roupa suja foi maior do que qualquer bom senso que uma mulher na TPM podia ter.
Eu enfiei a mão no camelô...
A única coisa que eu me lembro de ter dito foi:
- Ai, moço, não me assusta! e dei-lhe um tapão no braço, daqueles que deixam a nossa mão doendo...
E ele ficou lá, gritando:
- Calma, dona, calma, dona, pelo amor de Deus, é só brincadeira...
Ô brincadeira sem graça! Por isso que não se deve assustar mulher na TPM, corre-se risco de vida! E a minha amiga ficou tirando uma com a minha cara, cantando:
- Ai, ai, elas estão descontroladas...
Escolhi um casaquinho que combinasse e saí, de vestido preto, sapato-boneca e bolsa verdes e tudo em cima, com maquiagem caprichada. Só que eu me dei conta de que estava irritada, por causa da TPM. Respirei fundo e fui pro trabalho.
O transito estava ótimo, cheguei em quinze minutos no trabalho, bem a tempo de receber a consultora, que chegou com um colega.
A reunião foi ótima, melhor que a encomenda, gastei meu inglês direitinho, as pessoas gostaram, tiraram proveito da mesma, a consultora realmente sabe do que está falando, durou o tempo que deveria durar e, para celebrar, resolvemos convidá-la para um almoço no Da Silva, restaurante português que fica na Av. Graça Aranha.
Na volta, caminhávamos muito tranquilos pela rua (éramos em sete), eu conversava com uma amiga de outra área, quando um camelô nos abordou aos berros:
- Vai um catchup aí, dona?
Se a intenção dele era nos assustar, conseguiu, pois o pânico de ficar com a roupa suja foi maior do que qualquer bom senso que uma mulher na TPM podia ter.
Eu enfiei a mão no camelô...
A única coisa que eu me lembro de ter dito foi:
- Ai, moço, não me assusta! e dei-lhe um tapão no braço, daqueles que deixam a nossa mão doendo...
E ele ficou lá, gritando:
- Calma, dona, calma, dona, pelo amor de Deus, é só brincadeira...
Ô brincadeira sem graça! Por isso que não se deve assustar mulher na TPM, corre-se risco de vida! E a minha amiga ficou tirando uma com a minha cara, cantando:
- Ai, ai, elas estão descontroladas...
quarta-feira, novembro 10, 2010
Nostalgia nonsense...
Quando eu estava na faculdade de Engenharia, vivi uma sina. Volta e meia estava envolvida em um assalto. Daqueles que davam estórias pro "Retrato Falado", que a Denise Fraga apresentava no Fantástico.
Tinha sempre comigo um amigo, pequenino, que vou me furtar de dizer o nome (vai que ele se reconhece aqui) e que sempre me dizia: "De novo, não!?"
Fomos assaltados várias vezes. Várias.
Numa delas, quatro caras e duas mulheres entraram num 326 (Castelo - Bancários) atolado de gente e começaram a apalpar todo mundo. As mulheres possuíam bolsas de palha enormes, e tudo que os caras tiravam das pessoas colocavam naquelas bolsas.
Quando percebi o movimento, comecei a gritar: Cambada de otários!!! Nós somos muitos, nós podemos com eles, olhem só o que eles estão fazendo.
Eles limparam todo mundo, menos a doida aqui, que eu não deixei ninguém meter a mão na minha bolsa. Até porque eu era estudante, e o que eu tinha era muito pouco e se levassem, ia me fazer uma falta danada... Nem HP eu tinha, que o professor tinha mandado comprar, mas eu não tinha dinheiro. Trabalhei, trabalhei, trabalhei, e nunca comprei a tal HP 12C. Nunca foi minha prioridade.
Ah, o meu amigo se virou pra mim e disse: "De novo, não!?"
Ele tinha mais medo de mim do que dos assaltantes.
Um outro dia, quando embarcávamos num 605 (Rodoviária - Méier) na Leopoldina, com destino ao Maracanã, um casal me imprensou na roleta, que naquela época ficava nos fundos do ônibus. Eu tinha uma mochila jeans da Cantão, com bolso de camurça preta, que era o meu orgulho, e o cara meteu a mão no meu bolso. Eu gritei: "Tira a mão daí. Não tem nada aí pra você. O motorista, pára essa porcaria de ônibus que eu vou descer (detalhe, o ônibus estava parado)"...
Meu amigo, ainda na calçada, dizia: "Ah, não, de novo? Eu não vou mais andar com você. Você só arruma encrenca!"
Acho que por ele, eu seria sempre assaltada. Entregaria tudo, sem reclamar. Fala baixinho pra não incomodar o assaltante!
Mas, isso não começou aos dezoito, não. Com treze, andava com a minha irmã de volta pra casa pela Rua Doutor Satamini, quando dois moleques pediram o relógio dela na mão grande. Eu os fiz devolver o relógio, aos gritos.
O fim da picada foi quando, voltando da praia, fomos assaltadas no 433 (Barra - Rodoviária), eu, minha irmã e Clarice. Os garotos entraram no ônibus vazio e chegaram pedindo os anéis e o dinheiro. Eu, com a minha barraca de praia, resolvi enfrentá-los. Um deles me dizia que estava armado, e eu segurando a barraca, dizia que também estava. Queria partir pra luta armada, olha só.
Havia uma senhorinha no ônibus, que se fêz de surda, e ficou imóvel, como se nada estivesse acontecendo. Dela, nada levaram. Vovó esperta! 70 anos de praia! De mim, levaram um anel de prata lindo, que na verdade era da minha mãe, e que eu tinha "pego emprestado" para tirar onda na praia. E eu ainda tive que ouvir que "como patricinhas, nós estávamos muito sem dinheiro pro gosto deles".
Por incrível que pareça, eu sinto falta do tempo em que se roubava na mão grande e que dava pra gente gritar "pega ladrão!". Hoje, eu tenho medo. Está todo mundo armado. Nós, que entregamos as armas, estamos por nossa conta e risco. Até que uma bala perdida nos encontre.
Tinha sempre comigo um amigo, pequenino, que vou me furtar de dizer o nome (vai que ele se reconhece aqui) e que sempre me dizia: "De novo, não!?"
Fomos assaltados várias vezes. Várias.
Numa delas, quatro caras e duas mulheres entraram num 326 (Castelo - Bancários) atolado de gente e começaram a apalpar todo mundo. As mulheres possuíam bolsas de palha enormes, e tudo que os caras tiravam das pessoas colocavam naquelas bolsas.
Quando percebi o movimento, comecei a gritar: Cambada de otários!!! Nós somos muitos, nós podemos com eles, olhem só o que eles estão fazendo.
Eles limparam todo mundo, menos a doida aqui, que eu não deixei ninguém meter a mão na minha bolsa. Até porque eu era estudante, e o que eu tinha era muito pouco e se levassem, ia me fazer uma falta danada... Nem HP eu tinha, que o professor tinha mandado comprar, mas eu não tinha dinheiro. Trabalhei, trabalhei, trabalhei, e nunca comprei a tal HP 12C. Nunca foi minha prioridade.
Ah, o meu amigo se virou pra mim e disse: "De novo, não!?"
Ele tinha mais medo de mim do que dos assaltantes.
Um outro dia, quando embarcávamos num 605 (Rodoviária - Méier) na Leopoldina, com destino ao Maracanã, um casal me imprensou na roleta, que naquela época ficava nos fundos do ônibus. Eu tinha uma mochila jeans da Cantão, com bolso de camurça preta, que era o meu orgulho, e o cara meteu a mão no meu bolso. Eu gritei: "Tira a mão daí. Não tem nada aí pra você. O motorista, pára essa porcaria de ônibus que eu vou descer (detalhe, o ônibus estava parado)"...
Meu amigo, ainda na calçada, dizia: "Ah, não, de novo? Eu não vou mais andar com você. Você só arruma encrenca!"
Acho que por ele, eu seria sempre assaltada. Entregaria tudo, sem reclamar. Fala baixinho pra não incomodar o assaltante!
Mas, isso não começou aos dezoito, não. Com treze, andava com a minha irmã de volta pra casa pela Rua Doutor Satamini, quando dois moleques pediram o relógio dela na mão grande. Eu os fiz devolver o relógio, aos gritos.
O fim da picada foi quando, voltando da praia, fomos assaltadas no 433 (Barra - Rodoviária), eu, minha irmã e Clarice. Os garotos entraram no ônibus vazio e chegaram pedindo os anéis e o dinheiro. Eu, com a minha barraca de praia, resolvi enfrentá-los. Um deles me dizia que estava armado, e eu segurando a barraca, dizia que também estava. Queria partir pra luta armada, olha só.
Havia uma senhorinha no ônibus, que se fêz de surda, e ficou imóvel, como se nada estivesse acontecendo. Dela, nada levaram. Vovó esperta! 70 anos de praia! De mim, levaram um anel de prata lindo, que na verdade era da minha mãe, e que eu tinha "pego emprestado" para tirar onda na praia. E eu ainda tive que ouvir que "como patricinhas, nós estávamos muito sem dinheiro pro gosto deles".
Por incrível que pareça, eu sinto falta do tempo em que se roubava na mão grande e que dava pra gente gritar "pega ladrão!". Hoje, eu tenho medo. Está todo mundo armado. Nós, que entregamos as armas, estamos por nossa conta e risco. Até que uma bala perdida nos encontre.
terça-feira, novembro 09, 2010
Meus ídolos, hoje e sempre
Adoro o Lulu. Meu pai é Lulu. Sempre chamaram ele assim. Lulu pra mamãe. Tio Lulu, pros meus primos. Pra mim nunca foi, mas sempre foi meu ídolo. Adoro ele. Adorava ver F1 com ele no domingo e curtir o Airton, outro cara que eu amei muito como ídolo.
Adoro o Lulu. O cantor. Todas as músicas, todas as fases, todos os shows.
Pro meu Lulu, uma música linda do outro Lulu, o Santos.
Certas Coisas
Lulu Santos
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta
Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
Adoro o Lulu. O cantor. Todas as músicas, todas as fases, todos os shows.
Pro meu Lulu, uma música linda do outro Lulu, o Santos.
Certas Coisas
Lulu Santos
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta
Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...
Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
segunda-feira, novembro 08, 2010
Braba
Meu marido diz que sou braba. Minha sogra diz que tenho que aplicar botox na testa para desmanchar a terrível ruga de expressão da brabisse. Meus amigos sabem quando estou danada só de olhar pra mim.
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Acho que tenho que fazer yoga...
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Acho que tenho que fazer yoga...
Encosto: meu dia de Saraiva (ah, se eu tivesse uma arma!)
Sábado passado foi o dia do encosto. A galera resolveu se encostar em mim. Sabe como é? Ficar na aba do teu chapéu? Pois é...
Começou por volta da hora do almoço. Tolinha que sou, pensei que fosse apenas um instante passageiro. Mal sabia que duraria o dia inteiro.
Cheguei em casa do curso de inglês, e fui correndo na "5àsec" antes que fechasse, para deixar duas camisas. Não estou mais à fim de gastar minhas unhas e meu tempo no tanque e no ferro de passar. Cansei! A lojinha da lavanderia aqui perto de casa é minúscula. Não, deixa eu corrigir, o espaço para os clientes é minúsculo, quando entra um, o outro tem que esperar do lado de fora. Lá estávamos portanto, eu e meu marido (que foi junto pois dali íamos almoçar) esperando do lado de fora, como se fôssemos um par de "dois de paus", enquanto uma senhora retirava de uma sacola de pano enoooooorrrrrme do Carrefour da França um monte de roupas e ainda, umas cortinas de linho, daquelas que encolhem mesmo. O atendimento à senhora não terminava e nós dois engrenamos num papo animado, sem deixar de notar, é claro, o que ela estava deixando para lavar (é que eu fiquei chocada quando, dias antes, a moça da lavanderia me contou que a galera deixava calçinhas e soutiens para lavar também)...
De repente, uma moça com o cabelo muito vermelho (natural, diga-se de passagem), chegou e entrou, sem pedir licença nenhuma aos dois patetas que aguardavam do lado de fora. E ficou esperando - do lado de dentro - para ser atendida, espremendo a outra senhora, que quase não conseguia se movimentar. Eu disse pro meu marido:
"Deixa, então, eu entrar porque senão outra vai chegar e passar a minha frente!"
Quanto a senhora saiu, a atendente virou-se pra mim e perguntou: "Pois não?"
A outra reclamou. Ela então disse que eu já estava esperando há mais de dez minutos. A vermelhuda então disse que não me viu. E eu descobri que sou invisível. Perguntei a ela se por acaso ela achava que eu estava ali, do lado de fora, olhando pra porta, como se fosse um cachorro hipnotizado em frente a uma padaria, esperando o frango assado ficar pronto!?
A mulher não respondeu. Tá certo, eu fui grossa à beça, mas dizer que não me viu foi o Ó!
Resolvida a questão lavanderia, fomos ao restaurante. Meu marido adora comer um galetinho no sábado. Isso começou tem pouco tempo e eu não sei até quando vai durar. Só sei que eu odeio comer em restaurante em beira de calçada. Mas, como ele anda bonzinho, não quero desagradá-lo. Estávamos bem no final do galetinho, uma delícia, vale registrar, no restaurante da esquina da Rua Campos Sales com Doutor Satamini -que eu não sei o nome -, quando chegaram duas senhoras.
Uma delas caminhava com dificuldade entre as mesas, toda tremula, segurando a bengala. A outra seguia analisando as mesas e vendo quem já estava acabando. Quando chegou ao nosso lado, parou e ficou atrás de mim (encostada, que fique bem claro!), esperando que acabássemos. Foi o meio copo de coca zero mais demorado que eu tomei na vida! Até que elas desistiram e foram em busca de outra mesa, por que tinha, lá isso tinha.
Pois é, segundo encosto.
Eu fiz questão de dizer ao meu marido que se eu ficar pentelha assim quando ficar velha, que ele me interne, pois eu não gosto de "secar" o almoço de ninguém em restaurante, prefiro procurar por outro. Mas, do jeito que eu estava "tolerância zero", fiquei foi com medo dele querer me internar agora, isso sim...
Mas, a saga continua.
À noite, fomos ao MOMIX. Maravilhoso espetáculo. Lindo demais. Merece um post a parte. O Municipal está que é uma beleza, mas a frequência da galera, não se pode dizer o mesmo.
Chegamos cedo, passeamos pelo teatro, sentamos na ponta, como meu marido gosta, e eu percebi que éramos responsáveis pela separação de uma família. Três estavam do nosso lado (o marido, o filho - de cinco anos! - e a esposa) e um outro casal, na fila de baixo. Eu até olhei para ver se a localização deles era tão boa quanto à nossa, mas temia que não fosse, então não sugeri ao marido que trocássemos de lugar. Só que, como sábado era dia do encosto, é lógico que os três do meu lado acharam que aquilo ali era um estádio de futebol. O menino falou o balé inteiro... as duas horas de espetáculo! O pai comentou cada cena, além de enchê-lo de beijos, o que era muito bonitinho no começo, mas fazia com que ele não parasse quieto um minuto sequer, e o tempo todo me enfiasse o pé na calça de seda.
Por fim, o garoto disse que estava com sono, e para ninar o pequeno, colocou-o no colo, sem esquecer de posicionar os pés do garoto em cima da minha calça. Vem cá, eu sou da família? Tenho alguma coisa a ver com isso? Dá pra mudar de lugar que o senhor está me incomodando? E ele foi pro lugar do garoto, dizendo que eu era uma intolerante. Agora, alguém garante que aquele garoto veio de casa até o teatro no colo e que aqueles tênis estavam limpos? Onde foi parar a educação das pessoas? Eu preciso pedir este tipo de consideração ou isso não deveria ser default? Tem que levar uma criança de cinco anos para um espetáculo de balé às nove da noite, sabendo que vai durar duas horas e meia? Deixa a p... do garoto dormir um pouco, cara!
A minha vontade era quebrar meu guarda-chuva na cabeça daquele pai, mas eu respirei fundo... (estava chovendo à beça lá fora...)
Na hora dos aplausos, a velha (outra!) que estava atrás de mim, me deu um cutucão porque eu resolvi aplaudir de pé. Eu queria mandar aquela velha tomar no olho retrovisor, que é cego, mas aguentei firme, e sentei, pra pobre poder ver alguma coisa. Afinal, todos estavam em pé e eu não preciso ver os bailarinos mesmo, não é? Isso é um detalhe que não faz a menor diferença...
Agora, pensa que acabou?
Pra coroar a noite, pegamos o metrô de volta pra casa. Quando eu achava que nada mais ia me acontecer, a moça do banco de trás se "aninhou" nas minhas costas pra tirar uma sonequinha! Comigo não, violão! Te avia! Levantei imediatamente e só ouvi o som oco da cabeça da folgada batendo na parede do metrô... Eu lá tenho cara de almofada?
Ou está todo mundo muito folgado e mal educado, ou o mundo está se acabando! É por isso que eu não posso andar armada...seria um perigo!
Começou por volta da hora do almoço. Tolinha que sou, pensei que fosse apenas um instante passageiro. Mal sabia que duraria o dia inteiro.
Cheguei em casa do curso de inglês, e fui correndo na "5àsec" antes que fechasse, para deixar duas camisas. Não estou mais à fim de gastar minhas unhas e meu tempo no tanque e no ferro de passar. Cansei! A lojinha da lavanderia aqui perto de casa é minúscula. Não, deixa eu corrigir, o espaço para os clientes é minúsculo, quando entra um, o outro tem que esperar do lado de fora. Lá estávamos portanto, eu e meu marido (que foi junto pois dali íamos almoçar) esperando do lado de fora, como se fôssemos um par de "dois de paus", enquanto uma senhora retirava de uma sacola de pano enoooooorrrrrme do Carrefour da França um monte de roupas e ainda, umas cortinas de linho, daquelas que encolhem mesmo. O atendimento à senhora não terminava e nós dois engrenamos num papo animado, sem deixar de notar, é claro, o que ela estava deixando para lavar (é que eu fiquei chocada quando, dias antes, a moça da lavanderia me contou que a galera deixava calçinhas e soutiens para lavar também)...
De repente, uma moça com o cabelo muito vermelho (natural, diga-se de passagem), chegou e entrou, sem pedir licença nenhuma aos dois patetas que aguardavam do lado de fora. E ficou esperando - do lado de dentro - para ser atendida, espremendo a outra senhora, que quase não conseguia se movimentar. Eu disse pro meu marido:
"Deixa, então, eu entrar porque senão outra vai chegar e passar a minha frente!"
Quanto a senhora saiu, a atendente virou-se pra mim e perguntou: "Pois não?"
A outra reclamou. Ela então disse que eu já estava esperando há mais de dez minutos. A vermelhuda então disse que não me viu. E eu descobri que sou invisível. Perguntei a ela se por acaso ela achava que eu estava ali, do lado de fora, olhando pra porta, como se fosse um cachorro hipnotizado em frente a uma padaria, esperando o frango assado ficar pronto!?
A mulher não respondeu. Tá certo, eu fui grossa à beça, mas dizer que não me viu foi o Ó!
Resolvida a questão lavanderia, fomos ao restaurante. Meu marido adora comer um galetinho no sábado. Isso começou tem pouco tempo e eu não sei até quando vai durar. Só sei que eu odeio comer em restaurante em beira de calçada. Mas, como ele anda bonzinho, não quero desagradá-lo. Estávamos bem no final do galetinho, uma delícia, vale registrar, no restaurante da esquina da Rua Campos Sales com Doutor Satamini -que eu não sei o nome -, quando chegaram duas senhoras.
Uma delas caminhava com dificuldade entre as mesas, toda tremula, segurando a bengala. A outra seguia analisando as mesas e vendo quem já estava acabando. Quando chegou ao nosso lado, parou e ficou atrás de mim (encostada, que fique bem claro!), esperando que acabássemos. Foi o meio copo de coca zero mais demorado que eu tomei na vida! Até que elas desistiram e foram em busca de outra mesa, por que tinha, lá isso tinha.
Pois é, segundo encosto.
Eu fiz questão de dizer ao meu marido que se eu ficar pentelha assim quando ficar velha, que ele me interne, pois eu não gosto de "secar" o almoço de ninguém em restaurante, prefiro procurar por outro. Mas, do jeito que eu estava "tolerância zero", fiquei foi com medo dele querer me internar agora, isso sim...
Mas, a saga continua.
À noite, fomos ao MOMIX. Maravilhoso espetáculo. Lindo demais. Merece um post a parte. O Municipal está que é uma beleza, mas a frequência da galera, não se pode dizer o mesmo.
Chegamos cedo, passeamos pelo teatro, sentamos na ponta, como meu marido gosta, e eu percebi que éramos responsáveis pela separação de uma família. Três estavam do nosso lado (o marido, o filho - de cinco anos! - e a esposa) e um outro casal, na fila de baixo. Eu até olhei para ver se a localização deles era tão boa quanto à nossa, mas temia que não fosse, então não sugeri ao marido que trocássemos de lugar. Só que, como sábado era dia do encosto, é lógico que os três do meu lado acharam que aquilo ali era um estádio de futebol. O menino falou o balé inteiro... as duas horas de espetáculo! O pai comentou cada cena, além de enchê-lo de beijos, o que era muito bonitinho no começo, mas fazia com que ele não parasse quieto um minuto sequer, e o tempo todo me enfiasse o pé na calça de seda.
Por fim, o garoto disse que estava com sono, e para ninar o pequeno, colocou-o no colo, sem esquecer de posicionar os pés do garoto em cima da minha calça. Vem cá, eu sou da família? Tenho alguma coisa a ver com isso? Dá pra mudar de lugar que o senhor está me incomodando? E ele foi pro lugar do garoto, dizendo que eu era uma intolerante. Agora, alguém garante que aquele garoto veio de casa até o teatro no colo e que aqueles tênis estavam limpos? Onde foi parar a educação das pessoas? Eu preciso pedir este tipo de consideração ou isso não deveria ser default? Tem que levar uma criança de cinco anos para um espetáculo de balé às nove da noite, sabendo que vai durar duas horas e meia? Deixa a p... do garoto dormir um pouco, cara!
A minha vontade era quebrar meu guarda-chuva na cabeça daquele pai, mas eu respirei fundo... (estava chovendo à beça lá fora...)
Na hora dos aplausos, a velha (outra!) que estava atrás de mim, me deu um cutucão porque eu resolvi aplaudir de pé. Eu queria mandar aquela velha tomar no olho retrovisor, que é cego, mas aguentei firme, e sentei, pra pobre poder ver alguma coisa. Afinal, todos estavam em pé e eu não preciso ver os bailarinos mesmo, não é? Isso é um detalhe que não faz a menor diferença...
Agora, pensa que acabou?
Pra coroar a noite, pegamos o metrô de volta pra casa. Quando eu achava que nada mais ia me acontecer, a moça do banco de trás se "aninhou" nas minhas costas pra tirar uma sonequinha! Comigo não, violão! Te avia! Levantei imediatamente e só ouvi o som oco da cabeça da folgada batendo na parede do metrô... Eu lá tenho cara de almofada?
Ou está todo mundo muito folgado e mal educado, ou o mundo está se acabando! É por isso que eu não posso andar armada...seria um perigo!
domingo, novembro 07, 2010
Trilha sonora
Sempre achei que a minha vida deveria ter trilha sonora, ou seja, aquela música da novela ou do filme que fica o tempo inteiro ilustrando o estado de espírito dos protagonistas. Hoje acordei péssima, com uma dor de cabeça terrível, náuseas, enfim, o fígado estava "gritando". Logo eu, que já tinha programado estrear minha bicicleta se fizesse sol, passei o dia vomitando e lutando contra a enxaqueca.
Agora que já estou melhor, fui atrás da música, a grande inspiração. Eu A-D-O-R-O essa música. Acho-a simplesmente maravilhosa! Ela ficou ecoando na minha cabeça o dia todo...
Agora que já estou melhor, fui atrás da música, a grande inspiração. Eu A-D-O-R-O essa música. Acho-a simplesmente maravilhosa! Ela ficou ecoando na minha cabeça o dia todo...
Ao contrário do que possa parecer, eu não estou deprimida. Não estou mal, acho esse piano e esse saxofone incríveis. O dvd do show (Pulse, para quem não sabe), nós também temos, e já cansamos de tanto revê-lo. É lindo. É Pink Floyd. Simples assim.
Us and Them
Pink Floyd
Composição: Waters, Wright
Us, and them
And after all we're only ordinary men.
Me, and you.
God only knows it's not what we would choose to do.
Forward he cried from the rear
and the front rank died.
And the general sat and the lines on the map
moved from side to side.
Black and blue
And who knows which is which and who is who.
Up and down.
And in the end it's only round and round.
Haven't you heard it's a battle of words
The poster bearer cried.
Listen son, said the man with the gun
There's room for you inside.
"I mean, they're not gunna kill ya, so if you give 'em a quickshort,
sharp, shock, they won't do it again. Dig it? I mean he get off
lightly, 'cos I would've given him a thrashing - I only hit him once!
It was only a difference of opinion, but really...I mean good manners
don't cost nothing do they, eh?"
Down and out
It can't be helped but there's a lot of it about.
With, without.
And who'll deny it's what the fighting's all about?
Out of the way, it's a busy day
I've got things on my mind.
For the want of the price of tea and a slice
The old man died.
Nós somos apenas pessoas comuns. Fora do caminho, meus dias têm sido movimentados. Mas, como eles, eu tenho muitas coisas em mente para fazer!
Us and Them
Pink Floyd
Composição: Waters, Wright
Us, and them
And after all we're only ordinary men.
Me, and you.
God only knows it's not what we would choose to do.
Forward he cried from the rear
and the front rank died.
And the general sat and the lines on the map
moved from side to side.
Black and blue
And who knows which is which and who is who.
Up and down.
And in the end it's only round and round.
Haven't you heard it's a battle of words
The poster bearer cried.
Listen son, said the man with the gun
There's room for you inside.
"I mean, they're not gunna kill ya, so if you give 'em a quickshort,
sharp, shock, they won't do it again. Dig it? I mean he get off
lightly, 'cos I would've given him a thrashing - I only hit him once!
It was only a difference of opinion, but really...I mean good manners
don't cost nothing do they, eh?"
Down and out
It can't be helped but there's a lot of it about.
With, without.
And who'll deny it's what the fighting's all about?
Out of the way, it's a busy day
I've got things on my mind.
For the want of the price of tea and a slice
The old man died.
Nós somos apenas pessoas comuns. Fora do caminho, meus dias têm sido movimentados. Mas, como eles, eu tenho muitas coisas em mente para fazer!
terça-feira, novembro 02, 2010
O cara
Ainda sobre o impacto do Coronel Nascimento,o cara, já coroa, bonitão, grisalho, e do filme "Tropa 2", resolvi postar a letra da música "O Calibre", do maravilhoso Herbert Vianna, outro "cara" que ainda está entre nós (que, aliás, decidiu ficar mais um pouco, um herói, como o Dinho, do Capital, ah, que geração bacana!)...
Essa música fecha o filme... causa um impacto ainda maior do que quando a gente a ouve pela primeira vez...
O Calibre
Os Paralamas do Sucesso
Composição: Herbert Viana
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)
Por que caminhos você vai e volta?
Aonde você nunca vai?
Em que esquinas você nunca pára?
A que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu
E a vida já não é mais vida
No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
Perdido em números de guerra
Rezando por dias de paz
Não vê que a sua vida aqui se encerra
Com uma nota curta nos jornais
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)
Essa música fecha o filme... causa um impacto ainda maior do que quando a gente a ouve pela primeira vez...
O Calibre
Os Paralamas do Sucesso
Composição: Herbert Viana
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)
Por que caminhos você vai e volta?
Aonde você nunca vai?
Em que esquinas você nunca pára?
A que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu
E a vida já não é mais vida
No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
Perdido em números de guerra
Rezando por dias de paz
Não vê que a sua vida aqui se encerra
Com uma nota curta nos jornais
Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)
segunda-feira, novembro 01, 2010
Filosofia Seinfeld: Perfumes!
"Adoro ver mulheres botando perfume. Elas são muito cuidadosas. Tem pequenas áreas estratégicas. Sempre botam no pulso. Elas estão convencidas de que esta é a área de mais ação do corpo. Por que? É em caso de darem um tapa no cara?
PLAF!
Ele se vira. "Hum... Chanel."
...
"Qual é a idéia por trás destas fragrâncias? Será que nós achamos que as pessoas vão achar que nós temos mesmo esse cheiro?
Um dia, me deram um desses conjuntos de presente. Tem colônia, loção pós-barba, sabonetinhos presos numa cordinha. Eu preciso muito de sabonetinhos numa cordinha. Toda hora eu vou tomar banho e quero me enforcar.
Veio até aquele desodorante com cheiro de água de colônia. Para que cheiro de colônia no sovaco? Quando a mulher estiver com o nariz no seu sovaco, é porque o processo de sedução já acabou há muito tempo. Será que nós somos feito cachorros, tendo que cheirar cada centímetro quadrado do outro antes de tomar uma decisão?
Até os cachorros, de vez em quando, passam um pelo outro sem dar muita bola."
____________________
Jerry Seinfeld. "O melhor livro sobre o nada", pg. 43. 2001.
PLAF!
Ele se vira. "Hum... Chanel."
...
"Qual é a idéia por trás destas fragrâncias? Será que nós achamos que as pessoas vão achar que nós temos mesmo esse cheiro?
Um dia, me deram um desses conjuntos de presente. Tem colônia, loção pós-barba, sabonetinhos presos numa cordinha. Eu preciso muito de sabonetinhos numa cordinha. Toda hora eu vou tomar banho e quero me enforcar.
Veio até aquele desodorante com cheiro de água de colônia. Para que cheiro de colônia no sovaco? Quando a mulher estiver com o nariz no seu sovaco, é porque o processo de sedução já acabou há muito tempo. Será que nós somos feito cachorros, tendo que cheirar cada centímetro quadrado do outro antes de tomar uma decisão?
Até os cachorros, de vez em quando, passam um pelo outro sem dar muita bola."
____________________
Jerry Seinfeld. "O melhor livro sobre o nada", pg. 43. 2001.
domingo, outubro 31, 2010
Missão dada...
Fomos ver "Tropa de Elite 2" na última sexta-feira. Eu, que não vi o primeiro por medo da tal da denúncia, sabia o que me esperava. Depois de ouvir o comentário unânime de todo mundo que eu conheço (o público desse filme já são 6 milhões de pessoas), dizendo que o filme "É demais!", "É uma p...denúncia!", "Tem cenas incríveis", ele não podia ser nada menos do que isso...
O que mais me amedrontava no que eu ia ver era que se tratava do Rio de Janeiro, cidade onde eu nasci e que eu amo tanto. E olha que eu saí do cinema muito mais triste do que eu imaginei que ia sair.
Não, o filme não é ruim! Ao contrário, ele é ótimo! Muito bem feito, digno de indicação para o Oscar, ao contrário do "Lula, o filho do Brasil". Cá pra nós, né?
Como disse a minha irmã, o Wagner Moura carrega o filme nas costas. Ele está muito bem mesmo. O drama do policial que vive alheio ao convívio com o filho, que é criado por um padrasto que o critica o tempo todo, que critica a sua profissão e que o chama de assassino "pra-baixo", comove a gente... (Mas, a propósito, ele é o que mesmo? Ele foi treinado pra que mesmo? Ah, pra matar, né, gente? ok!)
A gente está precisando de quem nos defenda... só posso concluir isso. Me lembra da época da escola, quando vivíamos com medo dos meninos que desciam o morro e nos roubavam quando saíamos da escola. Quando eles eram pegos, nós urrávamos com uma combinação de alegria-e-raiva que nos fazia quase seres irracionais. Era a nossa vingança contra os "pivetes" (tolos que éramos). O fato é que com dez, onze anos de idade, e em desvantagem (porque nós nem sabíamos o que era aquela violência toda - arrancar lóbulo de orelha pra roubar brinco era algo surreal!), nós só queríamos que alguém nos protegesse, sem entender que o problema da diferença de classes era algo muito mais grave e ainda é... Político nenhum tinha, e ainda não tem coragem de botar a "mão naquela cumbuca"...
A gente fica com vergonha de quem permite que certas ações sérias, que envolvem a vida (e a morte) das pessoas, decida tudo com base na política. E o pior é ir identificando os governantes que estão por aí nos personagens retratados na tela. E isso porque o filme começa com aquela frase clássica "esse é um filme de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência"(ou algo parecido).
O que mais me amedrontava no que eu ia ver era que se tratava do Rio de Janeiro, cidade onde eu nasci e que eu amo tanto. E olha que eu saí do cinema muito mais triste do que eu imaginei que ia sair.
Não, o filme não é ruim! Ao contrário, ele é ótimo! Muito bem feito, digno de indicação para o Oscar, ao contrário do "Lula, o filho do Brasil". Cá pra nós, né?
Como disse a minha irmã, o Wagner Moura carrega o filme nas costas. Ele está muito bem mesmo. O drama do policial que vive alheio ao convívio com o filho, que é criado por um padrasto que o critica o tempo todo, que critica a sua profissão e que o chama de assassino "pra-baixo", comove a gente... (Mas, a propósito, ele é o que mesmo? Ele foi treinado pra que mesmo? Ah, pra matar, né, gente? ok!)
A gente está precisando de quem nos defenda... só posso concluir isso. Me lembra da época da escola, quando vivíamos com medo dos meninos que desciam o morro e nos roubavam quando saíamos da escola. Quando eles eram pegos, nós urrávamos com uma combinação de alegria-e-raiva que nos fazia quase seres irracionais. Era a nossa vingança contra os "pivetes" (tolos que éramos). O fato é que com dez, onze anos de idade, e em desvantagem (porque nós nem sabíamos o que era aquela violência toda - arrancar lóbulo de orelha pra roubar brinco era algo surreal!), nós só queríamos que alguém nos protegesse, sem entender que o problema da diferença de classes era algo muito mais grave e ainda é... Político nenhum tinha, e ainda não tem coragem de botar a "mão naquela cumbuca"...
Essa cena do helicóptero sobrevoando o morro Santa Marta é mesmo fantástica, como o Padilha disse na tv, mas muita coisa passou pela minha cabeça naquela hora. Todo moleque correndo no morro na hora do tiroteio é bandido? Todo mundo que está na linha de tiro tem que ser morto? Que justiça é essa dos que entram no morro "para resolver"? Onde está a nossa capacidade de se indignar com isso? Por que a gente continua apoiando aqueles que dizem que "bandido bom é bandido morto"?
Na hora da raiva, na hora que somos assaltados, na hora que eles fazem arrastão, bonde, e tudo mais, a gente só quer mesmo vê-los mortos, mas esse nosso comportamento (o famoso "tapar o sol com a peneira") é solução para um problema crônico? Essa história de UPP funciona mesmo? Já ouvi taxista dizendo que a boca continua funcionando nas comunidades que têm UPP... e então, é tudo história pra boi dormir? Pra gringo ver? Dá pra acreditar nisso?
Não está na hora de pensarmos numa solução de verdade pra esse problemão do Rio de Janeiro?
A gente fica com vergonha de quem permite que certas ações sérias, que envolvem a vida (e a morte) das pessoas, decida tudo com base na política. E o pior é ir identificando os governantes que estão por aí nos personagens retratados na tela. E isso porque o filme começa com aquela frase clássica "esse é um filme de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência"(ou algo parecido).
Pra finalizar, o que é essa criatura (o ator André Mattos) gritando "Imperador, fecha o close! Close em mim, Imperador! Isso não é possível?" Te lembra alguém?
Esmalte do dia
Hoje é aniversário do maridão. Para comemorar a data, comprei um vestido muito bonitinho, do jeitinho que eu gosto. De malha, mas com o tom de jeans.
Chegando no trabalho outro dia, por coincidência, Cacau me presenteou com um vidro do esmalte "Jeans", da Colorama. A cor do vestido.
Eu não resisti e pintei a unha hoje, pra combinar com o vestido.
Pras meninas do Esmaltes S.A., blog que é uma graça e muito bem humorado. Um dia, mostro a vocês as minhas caixinhas!
Chegando no trabalho outro dia, por coincidência, Cacau me presenteou com um vidro do esmalte "Jeans", da Colorama. A cor do vestido.
Eu não resisti e pintei a unha hoje, pra combinar com o vestido.
Pras meninas do Esmaltes S.A., blog que é uma graça e muito bem humorado. Um dia, mostro a vocês as minhas caixinhas!
quarta-feira, outubro 27, 2010
Eleição presidencial 2010
Do Zé Simão hoje na Band News: os eleitores do Serra estão todos em Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte. São cidades-sem-praia! Por isso, ele pede que o povo vote e depois viaje no feriadão! Está apavorado!
Eu estou com nojo desta campanha!
Alguém por acaso já viu o acampamento dos pró-Dilma, os bolsa-tudo, no viaduto-passarela entre Petrobras e BNDES?
Ninguém faz nada, ficam deitados o dia todo! E o mal cheiro?! Aff...
Eu já não quero mais votar em ninguém... pena que o voto é obrigatório!
Eu estou com nojo desta campanha!
Alguém por acaso já viu o acampamento dos pró-Dilma, os bolsa-tudo, no viaduto-passarela entre Petrobras e BNDES?
Ninguém faz nada, ficam deitados o dia todo! E o mal cheiro?! Aff...
Eu já não quero mais votar em ninguém... pena que o voto é obrigatório!
terça-feira, outubro 26, 2010
Aprendizados dos últimos dias
"Um dia a gente perde a inocência... pode demorar, mas a gente perde, ô se perde!"
"Não está morto quem peleia" (numa referência a historinha contada pelo meu marido sobre uma ovelinha desgarrada perdida no meio de cem lobos ferozes!)
"Não está morto quem peleia" (numa referência a historinha contada pelo meu marido sobre uma ovelinha desgarrada perdida no meio de cem lobos ferozes!)
segunda-feira, outubro 25, 2010
Cateribúnticos - saudades
Paulinho parou com o blog. Enjoou.
Eu, que dava risada cada vez que entrava no blog dele, fiquei órfã. Paulinho já era ácido nos comentários, mas PRG era mais.
Agora, eu quero que ele volte. Estou com saudade do blog!
Saudade mata a gente, PRG!
Eu, que dava risada cada vez que entrava no blog dele, fiquei órfã. Paulinho já era ácido nos comentários, mas PRG era mais.
Agora, eu quero que ele volte. Estou com saudade do blog!
Saudade mata a gente, PRG!
Um viva a uma nova vida - um presente de aniversário!
Vida de esperança. Duas músicas, um só cantor. Lindas, lindas. Eu o adoro, ele é demais.
Seu nome? Jason M'raz! Um presente pra mamãe e pra titia que fazem aniversário hoje!
Seu nome? Jason M'raz! Um presente pra mamãe e pra titia que fazem aniversário hoje!
domingo, outubro 24, 2010
Keep_moving...
Gostei do conselho que a Fernanda Souza publicou em seu blog sob a forma de imagem, então, cá está ela...
Eu me sinto como alguém que misturou "Jonnie Walker" com "Activia"! Estou c... e andando!
Palavras
Palavra que eu não sei o que foi que eu fiz.
Eu juro.
Numa só semana, ouvi tudo de bom que há.
E o que há de pior.
Saldo: fiquei com as coisas boas.
Ontem, a fala da médica na Clínica foi como uma injeção de ânimo.
Está tudo bem, temos chances aqui.
Muito bom para alguém com 40 anos.
A palavra é poderosa.
Eu senti isso. Aquela fala me
deixou bem um sábado inteiro,
como há muito tempo eu não me sentia.
Quanto as palavras ruins, elas estão aqui dentro.
Estão me pedindo desesperadamente: mude.
Faça mais por você do que faz pelos outros, o tempo todo.
Ouça o que o seu coração diz, o que o seu coração quer.
Mude já. Transforme-se. Mas, não abra mão de seus valores.
Não aceite mais nenhum tipo de abuso.
Mesmo que venha de 'amigos' que só querem o seu bem.
Não aceite.
Não aceite esmolas. Nem as financeiras, nem as afetivas.
Você não precisa disso.
Santas palavras ruins. Só elas para te fazerem ver a verdade.
Eu juro.
Numa só semana, ouvi tudo de bom que há.
E o que há de pior.
Saldo: fiquei com as coisas boas.
Ontem, a fala da médica na Clínica foi como uma injeção de ânimo.
Está tudo bem, temos chances aqui.
Muito bom para alguém com 40 anos.
A palavra é poderosa.
Eu senti isso. Aquela fala me
deixou bem um sábado inteiro,
como há muito tempo eu não me sentia.
Quanto as palavras ruins, elas estão aqui dentro.
Estão me pedindo desesperadamente: mude.
Faça mais por você do que faz pelos outros, o tempo todo.
Ouça o que o seu coração diz, o que o seu coração quer.
Mude já. Transforme-se. Mas, não abra mão de seus valores.
Não aceite mais nenhum tipo de abuso.
Mesmo que venha de 'amigos' que só querem o seu bem.
Não aceite.
Não aceite esmolas. Nem as financeiras, nem as afetivas.
Você não precisa disso.
Santas palavras ruins. Só elas para te fazerem ver a verdade.
quarta-feira, outubro 20, 2010
Virar a página
Como o jornalista que de uma hora pra outra decide investir numa floricultura. Ou o engenheiro que resolve cuidar de cachorros. Ou a psicóloga que compra um restaurante. A gente é livre pra mudar. Todo dia, toda hora. A vida é um caderno onde só se escreve a caneta. Não dá para apagar, sem deixar a marca do liquid-paper, nem rasurar o texto, sem lembrar que há um erro, uma escolha, um outro caminho ali embaixo.
Eu quero rasgar a página. Arrancar tudo o que vivi nestes últimos dois meses de dentro do meu coração. Eu não mereço isso, não quero ouvir ecoando e se repetindo aqui dentro tudo o que ouvi. Mas, o fato é que eu não paro de ouvir as insanidades que ouvi vezes e mais vezes. Como vaca que rumina o pasto, como os mineiros chilenos que ficaram presos 69 dias sem saber se o terreno não ia ruir sobre suas cabeças, antes que fossem salvos.
Não estou sendo dramática, só sei que tudo é muito perdoável quando não é com a gente! Quando é na pele do outro que arde, você até pode se indignar, mas não o suficiente para conclamar os demais a fazer alguma coisa. E quem bate, esquece rapidamente. Quem leva, não esquece nunca.
Sei que só fazem conosco o que permitimos que façam. Sei que pra tudo há um limite. E eu sou teimosa. Não, meu caro, isso não é um defeito. É uma qualidade. Nunca vão tirar de mim o meu orgulho, isso não. Eu sou mulher-valente-sem-medo-do-perigo. Há um preço a pagar? Eu sei. Tô pagaaaaando... Minha liberdade de escolha não tem preço. É priceless.
A minha boiada já está na briga faz tempo. O boi que eu quis dar pra não entrar na briga, virou churrasco!
Eu quero rasgar a página. Arrancar tudo o que vivi nestes últimos dois meses de dentro do meu coração. Eu não mereço isso, não quero ouvir ecoando e se repetindo aqui dentro tudo o que ouvi. Mas, o fato é que eu não paro de ouvir as insanidades que ouvi vezes e mais vezes. Como vaca que rumina o pasto, como os mineiros chilenos que ficaram presos 69 dias sem saber se o terreno não ia ruir sobre suas cabeças, antes que fossem salvos.
Não estou sendo dramática, só sei que tudo é muito perdoável quando não é com a gente! Quando é na pele do outro que arde, você até pode se indignar, mas não o suficiente para conclamar os demais a fazer alguma coisa. E quem bate, esquece rapidamente. Quem leva, não esquece nunca.
Sei que só fazem conosco o que permitimos que façam. Sei que pra tudo há um limite. E eu sou teimosa. Não, meu caro, isso não é um defeito. É uma qualidade. Nunca vão tirar de mim o meu orgulho, isso não. Eu sou mulher-valente-sem-medo-do-perigo. Há um preço a pagar? Eu sei. Tô pagaaaaando... Minha liberdade de escolha não tem preço. É priceless.
A minha boiada já está na briga faz tempo. O boi que eu quis dar pra não entrar na briga, virou churrasco!
segunda-feira, outubro 18, 2010
Guanabara, tudo por você!
O pai do Fiuk e da Cléo Pires, sensação da Playboy e da nova novela das seis, está fazendo charminho pra cantar a música do comercial do supermercado na tv.
"Guanabara, tudo por você!"
Olha pra câmera com olhar 43 que o consagrou nas novelas, nosso eterno "Jorge Tadeu" das plantas encantadas e eróticas.
Em nada lembra aquele hippie de "Ciranda, cirandinha", nem o mauricinho de "Cabocla", época em que pegou a Glória!
Gasta a voz de "Pai" e "Enrosca" no jingle do supermercado popular, emoldurado pela presença das moças do balé do Faustão ao fundo e pela companhia do sertanejo que também busca um momento de fama no palco do Guanabara. Fim de linha. Derrota.
Ai, eu acho terrível essa propaganda! Ainda mais quando ouço a voz do locutor dos preços dos produtos - Antônio Carlos, locutor de AM, que faz uma locução cafona até para dizer "Papel Higiênico, R$ 2,99" e no rádio arremata a propaganda com um "Vai lá, eu vou!".
Arght!
Preconceituosa, eu? Não, realista, meu bem!
Quem diria? Greta Garbo acabou no Irajá!
sábado, outubro 16, 2010
Como tornar o Rio de Janeiro uma cidade horrorosa
Bom, que os nossos governantes são doidos de carteirinha a gente já sabe há muito tempo. Desde os tempos do Obelisco de Ipanema, a gente pensava que nada de pior poderia acontecer a nossa cidade. Não sabe do que estou falando? Ah, que isso?! É dessa coisa horrorosa aqui...
A gente devia ter desconfiado desse arco terrível ligando nada a lugar nenhum e esse falo, cosmeticamente em nada ajudou a região, ao contrário. Se o prefeito queria ser lembrado por alguma coisa, como esquecê-lo ao olhar para aquele 'monumento'?
Mas, não bastasse a coisa horrorosa, ele construiu a Cidade da Música, uma obra que ficou inacabada e assusta qualquer um que passe pelas imediações, como já comentei em outro post tempos atrás.
Só que não ficou por aí. Vieram os jogos PanAmericanos e as autoridades acharam que tinham que construir um 'senhor' estádio de futebol. E então, fizeram o Engenhão! Olha os arcos aí, gente! Chora, cavaco!
A gente pode até ter dúvida se ficou bonito ou não, mas quando se começa a espalhar arcos inacreditáveis por todos os cantos...
Tem o arco do viaduto do Metrô, na altura do Viaduto dos Marinheiros, que foi carinhosamente apelidado de "penteadeira de puta" quando ainda tinha uma iluminação roxa de assustar os piores vampiros cariocas.
E agora, num arroubo de insanidade que ninguém entende, eles estão fazendo uma passarela sobre a Av. Presidente Vargas, na altura do Teleporto, que é medonha!
Aliás, por que eles querem mesmo derrubar a Perimetral? É pra deixar o Rio de Janeiro mais bonito? Sei não, acho que só camisa-de-força resolve! Isso não é coisa de engenheiro, nem de arquiteto. Isso é coisa de gente que está muito-de-mal-com-a-vida!
E você, o que achou?
A gente devia ter desconfiado desse arco terrível ligando nada a lugar nenhum e esse falo, cosmeticamente em nada ajudou a região, ao contrário. Se o prefeito queria ser lembrado por alguma coisa, como esquecê-lo ao olhar para aquele 'monumento'?
Mas, não bastasse a coisa horrorosa, ele construiu a Cidade da Música, uma obra que ficou inacabada e assusta qualquer um que passe pelas imediações, como já comentei em outro post tempos atrás.
Só que não ficou por aí. Vieram os jogos PanAmericanos e as autoridades acharam que tinham que construir um 'senhor' estádio de futebol. E então, fizeram o Engenhão! Olha os arcos aí, gente! Chora, cavaco!
A gente pode até ter dúvida se ficou bonito ou não, mas quando se começa a espalhar arcos inacreditáveis por todos os cantos...
Tem o arco do viaduto do Metrô, na altura do Viaduto dos Marinheiros, que foi carinhosamente apelidado de "penteadeira de puta" quando ainda tinha uma iluminação roxa de assustar os piores vampiros cariocas.
E agora, num arroubo de insanidade que ninguém entende, eles estão fazendo uma passarela sobre a Av. Presidente Vargas, na altura do Teleporto, que é medonha!
Aliás, por que eles querem mesmo derrubar a Perimetral? É pra deixar o Rio de Janeiro mais bonito? Sei não, acho que só camisa-de-força resolve! Isso não é coisa de engenheiro, nem de arquiteto. Isso é coisa de gente que está muito-de-mal-com-a-vida!
E você, o que achou?
quarta-feira, outubro 13, 2010
Mudando o layout
Cheguei no escritório hoje e lá estava a terra arrasada, tudo mudado, novo cenário. Meu cantinho, uma toca horrorosa. Odiei. De frente pra mim, um muro, tornando o mundinho novo mais pavoroso. Me senti em Berlim, mas precisamente na "Berlim Oriental". Sabe o que de fato acontece por lá? De vez em quando, jogam umas batatas do outro lado do muro e a gente se alimenta. Ou então, abrem a portinha pra que a gente faça compras da Ka De Ve. Nada além disso.
Na "Berlim Ocidental", tudo acontece. Moda, babados, todo o povo gossip e VIP está por lá. Meu chefe me perguntou na-cara-dura se eu gostei de não ter que olhar mais pra cara dele todos os dias. Claro-que-não, ora bolas! Se antes já era impossível conversar com ele, agora então, piorou. Vai ser dureza chegar todos os dias no trabalho e ter que me deparar com aquele cenário pavoroso.
O que o povo não sabe é que, nos áureos tempos do Muro, havia na Berlim Oriental umas modas muito loucas, tipo praia de nudismo o tempo todo, dia-das-mulheres (onde os homens cuidavam dos afazeres domésticos e elas ficavam de perna pro ar)... Se a gente resolve se inspirar e armar uma revolução... Até que eu ia gostar...
Aliás, estou começando a ver o circo pegar-fogo! Como diz a minha mãe, essa é a grande alegria do palhaço. Já que me fizeram de palhaça durante todo esse tempo, acho que chegou a hora de eu começar a me divertir... he he he
_________________
PS.: Sabe a história da Ka De Ve? Hoje, ela é uma grande loja de departamentos em Berlim, com marcas excelentes. Mas, antigamente, parecia mais com um supermercado, e os berlinenses que viviam fora do muro podiam ir a Ka De Ve uma vez por ano para fazer umas comprinhas, comprar biscoitos (os últimos lançamentos), potes de sopa, amaciantes de roupa e sabão em pó, essas coisas... Depois, tinham que voltar pro seu mundinho atrasado.
Na "Berlim Ocidental", tudo acontece. Moda, babados, todo o povo gossip e VIP está por lá. Meu chefe me perguntou na-cara-dura se eu gostei de não ter que olhar mais pra cara dele todos os dias. Claro-que-não, ora bolas! Se antes já era impossível conversar com ele, agora então, piorou. Vai ser dureza chegar todos os dias no trabalho e ter que me deparar com aquele cenário pavoroso.
O que o povo não sabe é que, nos áureos tempos do Muro, havia na Berlim Oriental umas modas muito loucas, tipo praia de nudismo o tempo todo, dia-das-mulheres (onde os homens cuidavam dos afazeres domésticos e elas ficavam de perna pro ar)... Se a gente resolve se inspirar e armar uma revolução... Até que eu ia gostar...
Aliás, estou começando a ver o circo pegar-fogo! Como diz a minha mãe, essa é a grande alegria do palhaço. Já que me fizeram de palhaça durante todo esse tempo, acho que chegou a hora de eu começar a me divertir... he he he
_________________
PS.: Sabe a história da Ka De Ve? Hoje, ela é uma grande loja de departamentos em Berlim, com marcas excelentes. Mas, antigamente, parecia mais com um supermercado, e os berlinenses que viviam fora do muro podiam ir a Ka De Ve uma vez por ano para fazer umas comprinhas, comprar biscoitos (os últimos lançamentos), potes de sopa, amaciantes de roupa e sabão em pó, essas coisas... Depois, tinham que voltar pro seu mundinho atrasado.
terça-feira, outubro 12, 2010
Estou torcendo por eles...
Depois de 68 dias confinados a mais de 600 metros de profundidade num cantinho de 50 m2 numa mina no Deserto do Atacama, os mineiros chilenos podem começar a ser resgatados hoje às 18 horas da tarde. Bacana por parte do Governo de não ter desistido. Bacana terem sido inventivos para bolar soluções para tirá-los de lá. Como diz o maridão, aprendeu-se muito com essa experiência terrível, nas áreas de Biologia, Medicina, Psicologia, Tecnologia etc. Usaram técnicas de exploração de petróleo para construir o estreito poço por onde eles passarão em segurança, se Deus quiser.
Que dê tudo certo. Estamos torcendo por eles.
Dica de make-up
Para quem acha dificílimo fazer uma boa sombra esfumaçada (como eu!), achei no Youtube alguém com disposição e competência para ensinar. Ela começa logo com uma sobra azulão, da coleção Outono Inverno da Lancôme, chamada Índigo Blue (linda!).
Fiquei me perguntando sobre a cor do batom, talvez eu usasse alguma coisa tipo cor da pele, ou nude, como o pessoal chama agora. Vou experimentar, depois conto se ficou parecido!
Fiquei me perguntando sobre a cor do batom, talvez eu usasse alguma coisa tipo cor da pele, ou nude, como o pessoal chama agora. Vou experimentar, depois conto se ficou parecido!
segunda-feira, outubro 11, 2010
Clarice?
Há muito tempo, recebi um e-mail que atribuía um texto incrível a maravilhosa Clarice Lispector. Até hoje, não sei se o texto é dela, mas acho o maior barato.
O incrível do texto é que ele tem um significado se lido de cima pra baixo e outro, se lido de baixo pra cima.
Será que é da Clarice?
"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."
O incrível do texto é que ele tem um significado se lido de cima pra baixo e outro, se lido de baixo pra cima.
Será que é da Clarice?
domingo, outubro 10, 2010
Restaurante em SP
Semana passada, estive em São Paulo. Fui conhecer a minha nova sobrinha, Luana, com 1 dia de vida. Uma graça, já tentando ficar toda durinha, um berreiro só. Eu achei ela tão lindinha, com os olhos bem azuis, uma fofa.
Aproveitando a ocasião, fomos conhecer, por indicação de papai Hélio orgulhoso, o Restaurante 348, no Itaim Bibi, bem perto da maternidade São Luiz, no Itaim, onde mamãe Thaís e a fofa da Luana estavam "hospedadas".
Uma delícia de restaurante, me senti na Argentina. A carne era simplesmente divina, os acompanhamentos, idem. A gente sempre vai a São Paulo e nunca tem uma dica quente para conferir. Eu já tinha conversado com o maridão que não tem comparação o Ráscal de São Paulo com o do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. Lá é muito melhor, e eu falo do Ráscal Itaim, que é um charme.
Mas, o 348, nossa, eu adorei. Serviço, comida, ambiente, aquela coisa bem família. O preço é que é um pouco acima da média, mas vale cada centavo. Sugiro uma visita ao site deles.
Aproveitando a ocasião, fomos conhecer, por indicação de papai Hélio orgulhoso, o Restaurante 348, no Itaim Bibi, bem perto da maternidade São Luiz, no Itaim, onde mamãe Thaís e a fofa da Luana estavam "hospedadas".
Uma delícia de restaurante, me senti na Argentina. A carne era simplesmente divina, os acompanhamentos, idem. A gente sempre vai a São Paulo e nunca tem uma dica quente para conferir. Eu já tinha conversado com o maridão que não tem comparação o Ráscal de São Paulo com o do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. Lá é muito melhor, e eu falo do Ráscal Itaim, que é um charme.
Mas, o 348, nossa, eu adorei. Serviço, comida, ambiente, aquela coisa bem família. O preço é que é um pouco acima da média, mas vale cada centavo. Sugiro uma visita ao site deles.
John Lennon
Se fosse vivo, ontem faria 70 anos. Vi um programa da Marina Person na MTV sobre ele, que me surpreendeu. A imagem que eu tinha dele era a de um chato ciumento que tinha escrito "Imagine" e cantava a música-hino com voz anasalada.
Mas, não é que o pobre coitado foi abandonado pelo pai e em seguida pela mãe quando ainda tinha 5 anos? Fiquei com pena. Ele ficou com a tia. Então, quando tinha 16 anos, a mãe dele se arrependeu e buscou uma reaproximação, dando-lhe uma guitarra. Só que, por ironia do destino, ela morreu atropelada e John não pôde usufruir de sua companhia.
Para os pais, ele fêz "Mother", que eu finalmente entendi e passei até a gostar, porque é de um sentimento de rejeição incrível... Vejam a letra... coitado do cara!
Mother
John Lennon
Mother, you had me, but I never had you
I wanted you, you didn't want me
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Father, you left me, but I never left you
I needed you, you didn't need me
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Children, don't do what I have done
I couldn't walk and I tried to run
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Mama don't go
Daddy come home
(repeat 9 more times)
Mas, não é que o pobre coitado foi abandonado pelo pai e em seguida pela mãe quando ainda tinha 5 anos? Fiquei com pena. Ele ficou com a tia. Então, quando tinha 16 anos, a mãe dele se arrependeu e buscou uma reaproximação, dando-lhe uma guitarra. Só que, por ironia do destino, ela morreu atropelada e John não pôde usufruir de sua companhia.
Para os pais, ele fêz "Mother", que eu finalmente entendi e passei até a gostar, porque é de um sentimento de rejeição incrível... Vejam a letra... coitado do cara!
Mother
John Lennon
Mother, you had me, but I never had you
I wanted you, you didn't want me
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Father, you left me, but I never left you
I needed you, you didn't need me
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Children, don't do what I have done
I couldn't walk and I tried to run
So I, I just got to tell you
Goodbye, goodbye
Mama don't go
Daddy come home
(repeat 9 more times)
sábado, outubro 09, 2010
Meus medos
Tenho vários. Medo de mudança é um deles. Mas, acho que tenho mais medo de mim, do que vai aqui dentro. Eu acredito muito que ter liberdade é ter auto-controle. Ai, como eu tenho tido que segurar meus instintos nos últimos dias! Todos eles. Já foi o tempo em que a menina-adolescente fazia o que queria sem medir as consequências. Hoje, não dá mais.
Tem horas que tenho vontade de regurgitar verdades em cima das pessoas. Por que você me abraça se não me quer por perto? Por que demonstra tanta consideração se não vai me poupar para salvar sua pele? Por que tenho que ter cuidado com você, ser afetuosa, se no primeiro instante em que preciso de ti você não está ali? E então, eu me seguro.
Essas são apenas algumas das coisas que eu queria dizer, para estravazar toda essa mágoa que eu tenho aqui dentro e que só tem saído em forma de água pelos meus ensopados canais lacrimais. Não, eu não tenho pena de mim mesma. Não, eu não quero que você tenha. Quero apenas que você me admire pela minha força, pela minha coragem. E reconheça que em alguns momentos eu tenho direito a ser frágil. Sei o que diz o livro de estratégia: para ganhar a guerra, às vezes, temos que entregar algumas batalhas. Mas, não me peça para te ser infiel, não queira que eu te traia, não me veja como uma hipócrita. Eu não sou. O que eu não consigo fazer, eu sigo tentando. Para me redimir, para ser menos perfeita e mais humana. Que é tudo o que eu quero ser.
Tem horas que tenho vontade de regurgitar verdades em cima das pessoas. Por que você me abraça se não me quer por perto? Por que demonstra tanta consideração se não vai me poupar para salvar sua pele? Por que tenho que ter cuidado com você, ser afetuosa, se no primeiro instante em que preciso de ti você não está ali? E então, eu me seguro.
Essas são apenas algumas das coisas que eu queria dizer, para estravazar toda essa mágoa que eu tenho aqui dentro e que só tem saído em forma de água pelos meus ensopados canais lacrimais. Não, eu não tenho pena de mim mesma. Não, eu não quero que você tenha. Quero apenas que você me admire pela minha força, pela minha coragem. E reconheça que em alguns momentos eu tenho direito a ser frágil. Sei o que diz o livro de estratégia: para ganhar a guerra, às vezes, temos que entregar algumas batalhas. Mas, não me peça para te ser infiel, não queira que eu te traia, não me veja como uma hipócrita. Eu não sou. O que eu não consigo fazer, eu sigo tentando. Para me redimir, para ser menos perfeita e mais humana. Que é tudo o que eu quero ser.
sábado, outubro 02, 2010
Dúvidas
Sabe quando tudo que você queria pra você acontece e você só consegue achar que está tudo acontecendo no momento errado? Tempo de escolhas, de encruzilhada. Tomada de decisão: se você pula da janela do apartamento, existirão os que te acharão corajoso e outros que verão em você um covarde.
Eu me lembro dos últimos acontecimentos e algumas palavras ficam latejando na minha cabeça: "seja corajosa", "as pessoas esperam isso de você", "essa é uma oportunidade que você não pode desprezar", "é a sua carreira, cuide dela", "não atrele a sua felicidade a ninguém, ela está dentro de você"... São coisas que eu já sei, que estão no meu manual de auto-ajuda há muito tempo. Só que eu tenho a sensação de que agora não é a hora. Só que se eu recuar, pode ser que essa hora nunca mais chegue, nunca mais aconteça.
Fico pensando no meu sonho de ser mãe. Hoje, peguei minha sobrinha no colo, com apenas um dia de vida. Juro que não senti inveja da minha cunhada, mas pensei que aquela ali podia ser eu, como eu queria também viver isso. Sei que tenho poucas chances, mas são algumas chances, melhor do que nenhuma. E daí eu fico pensando se vou mais uma vez fazer o que todo mundo quer, para dar o sangue e o suor pela empresa, e adiar mais uma vez um sonho que eu não sei se vou ter tempo de realizar depois...
Tá bom, a chance é boa. Tá bom, seria um salto para o meu currículo, mas, de fato, o que eu vou pensar de mim daqui há dez anos? Que eu me vendi, que eu me corrompi pelo trabalho, que eu vivo pro trabalho e esqueço que o que eu quero é equilibrar a minha vida, curtir as pessoas, ter uma família?
Estou cheia de dúvidas, não sei mais o que pensar, nem o que decidir... queria acordar só depois que tudo estivesse resolvido, mas isso eu preciso pensar por mim...
Eu me lembro dos últimos acontecimentos e algumas palavras ficam latejando na minha cabeça: "seja corajosa", "as pessoas esperam isso de você", "essa é uma oportunidade que você não pode desprezar", "é a sua carreira, cuide dela", "não atrele a sua felicidade a ninguém, ela está dentro de você"... São coisas que eu já sei, que estão no meu manual de auto-ajuda há muito tempo. Só que eu tenho a sensação de que agora não é a hora. Só que se eu recuar, pode ser que essa hora nunca mais chegue, nunca mais aconteça.
Fico pensando no meu sonho de ser mãe. Hoje, peguei minha sobrinha no colo, com apenas um dia de vida. Juro que não senti inveja da minha cunhada, mas pensei que aquela ali podia ser eu, como eu queria também viver isso. Sei que tenho poucas chances, mas são algumas chances, melhor do que nenhuma. E daí eu fico pensando se vou mais uma vez fazer o que todo mundo quer, para dar o sangue e o suor pela empresa, e adiar mais uma vez um sonho que eu não sei se vou ter tempo de realizar depois...
Tá bom, a chance é boa. Tá bom, seria um salto para o meu currículo, mas, de fato, o que eu vou pensar de mim daqui há dez anos? Que eu me vendi, que eu me corrompi pelo trabalho, que eu vivo pro trabalho e esqueço que o que eu quero é equilibrar a minha vida, curtir as pessoas, ter uma família?
Estou cheia de dúvidas, não sei mais o que pensar, nem o que decidir... queria acordar só depois que tudo estivesse resolvido, mas isso eu preciso pensar por mim...
domingo, setembro 19, 2010
Esquizofrênicos
O grupo vem caminhando animado na volta do restaurante, em direção ao prédio da empresa. Quando param, outras pessoas se aproximam, até que uma outra pessoa chega, empolgadíssima. Cumprimenta dois deles, seus clientes internos anteriormente, e os que foram seus antigos colegas de Departamento, ah, esses, ela os ignora solenemente.
Todos se entreolham esperando ao menos um "Boa tarde", como diz a boa educação. Mas, ela somente se preocupa em ficar bem na "fita" com os "clientes". Até que seus colegas pedem licença e entram, deixando-a em liberdade para continuar o papo.
No dia seguinte, um deles está na Copa para um café quando a mulher chega. E pede desculpas por não tê-lo cumprimentado no dia anterior. Ele a olha com cara de espanto, "é isso mesmo?" Pra quê tanta hipocrisia, ele se pergunta?
E voltam os dois para os seus lugares, com uma sensação que ali dentro só há esquizofrênicos...
Todos se entreolham esperando ao menos um "Boa tarde", como diz a boa educação. Mas, ela somente se preocupa em ficar bem na "fita" com os "clientes". Até que seus colegas pedem licença e entram, deixando-a em liberdade para continuar o papo.
No dia seguinte, um deles está na Copa para um café quando a mulher chega. E pede desculpas por não tê-lo cumprimentado no dia anterior. Ele a olha com cara de espanto, "é isso mesmo?" Pra quê tanta hipocrisia, ele se pergunta?
E voltam os dois para os seus lugares, com uma sensação que ali dentro só há esquizofrênicos...
quarta-feira, setembro 15, 2010
Bolas, ora bolas
Hoje, perdi a hora. Acordei mais lenta do que o normal, às 7:20. Podia ter tomado um banho, colocado qualquer roupa, e saído. Mas, não. Decidi que tinha que me dar um tempo. Tomei meu café da manhã, que preparei delicadamente. Escolhi uma roupa e fui desamassá-la do aperto do armário. Tomei meu banho, mas não sem antes ler o jornal. Vi uns trechos do Bom Dia Brasil. E só saí de casa 9:10. Já atrasada. Dane-se o mundo, que meu estômago não está bem.
Ontem, voltando de viagem, de carro, três horas, tive náusea, mal estar, dor de cabeça, e acabei a noite com uma enxaqueca terrível, que só passou a base de muito Digesan e Neosaldina e um quarto escuro. Anteontem, na estrada, cinco horas de viagem de ônibus, cheguei a jurar que estava pagando meus pecados -- T-O-D-O-S! Foi pior. Quando chegamos, o motorista nos deixou no meio da rua, a 1 km de distância do hotel, e ainda tivemos que arrastar aquela mala pelo caminho, de salto alto. Pelo menos, não quebrei minha unha, coisa que sempre acontece quando manuseio malas. (Mentira, ainda bem que não fui assaltada, em se tratando de uma cidade violenta como Macaé). Mas, tudo era ruim. As instalações do curso, nossa. A comida do restaurante, péssima. Não sei como não peguei uma desinteria. Pensando bem, acho que fiquei enjoada por causa da comida pesada que insisti em comer. E aí, hoje, resolvi chegar atrasada.
Estou preocupada com estas bolinhas que ando tomando. O médico disse que rapidamente cura essa minha deprê, mas eu não queria me tornar uma quimico-dependente. É difícil parar depois. Hoje, eu experiementei não tomar o remédio. E só chorei, a manhã inteira, a tarde inteira. Estou cansada, estou exausta. A minha terapeuta não se cansa de me ouvir dizer isso.
Precisava de um pouco de paz. Só um pouco.
Do site Toothpaste for Dinner. Vale à visita.
quarta-feira, setembro 08, 2010
Praga de amor cola?
Estava ouvindo o meu iPod esses dias e me deparei com uma gravação belíssima de "Detalhes", com a Gal Costa e o 'tremendão' Erasmo Carlos. É essa aqui...
Não dá pra não pensar no tamanho da praga que o Rei e o Tremendão estavam pensando contra a tal mulher quando escreveram essa música, porque a letra é linda, mas é de lascar!
Veja só esse trecho...
"Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim..."
Eu me peguei pensando em outras 'pragas' incríveis que marcaram a minha vida e, lógico, me lembrei do Sting... "every breath you take" é realmente uma praga homérica. O cara pensa numa música que seja 'chiclete' o bastante para fazer um sucesso monumental, tocar horrores no rádio e fazer a mulher pensar nele o tempo inteiro... Será que ele mesmo não enjoou de tanto ouvir essa dor de amor sendo disseminada aos quatro ventos?
E olha que a praga pegou... veja só a música nada sutil...
"Every breath you take
Every move you make
Every bond you break
Every step you take
I'll be watching you
Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you..."
O Phil Collins também era outro que gostava de bater na mulher e depois ficava lá, com aquela cara de bundão, cantando "take a look at me now, cause has just an empty space "... Essa "Against all odds" fez muito sucesso como a trilha sonora de um filme do mesmo nome e, arrebentou de tanto tocar no rádio, fazendo muita gente da minha geração chorar de amor...
Dá pra dizer que é um certo tipo de praga, pois o cara está tentando colocar a maior culpa na moça porque ela se cansou do relacionamento e foi buscar coisa melhor... Ah, como ele é coitadinho!!!
"I wish I could just make you turn around,
turn around to see me cry
There's so much I need to say to you,
so many reasons why
You're the only one who really knew me at all
So take a look at me now, 'cause has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Just take a look at me now,
'cause there's just an empty space..."
Ouvindo todas essas músicas, me veio uma idéia na cabeça... Nós, moças, somos consideradas, historicamente, mais românticas do que os rapazes. No entanto, percorrendo a trilha sonora da minha vida, e o que toca no meu iPod, notei poucas músicas das meninas no mesmo tom tão desesperado dos meninos...
Será que é só impressão minha? Você se lembra de alguma música cuja intérprete seja uma cantora de respeito que mereça registro como "praga"?
Eu vejo a gente fazendo justamente o oposto... Adoro a letra da música da Ivete que é o tema da novela..."quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja eu sou o sol..." É, ela é quase uma "praga", mas uma "praga" de salto-alto!
"Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...
Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão..."
Bom, no final é tudo "dor-de-cotovelo". Acho que é o que move o mundo!
Não dá pra não pensar no tamanho da praga que o Rei e o Tremendão estavam pensando contra a tal mulher quando escreveram essa música, porque a letra é linda, mas é de lascar!
Veja só esse trecho...
"Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim..."
Eu me peguei pensando em outras 'pragas' incríveis que marcaram a minha vida e, lógico, me lembrei do Sting... "every breath you take" é realmente uma praga homérica. O cara pensa numa música que seja 'chiclete' o bastante para fazer um sucesso monumental, tocar horrores no rádio e fazer a mulher pensar nele o tempo inteiro... Será que ele mesmo não enjoou de tanto ouvir essa dor de amor sendo disseminada aos quatro ventos?
E olha que a praga pegou... veja só a música nada sutil...
"Every breath you take
Every move you make
Every bond you break
Every step you take
I'll be watching you
Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you..."
O Phil Collins também era outro que gostava de bater na mulher e depois ficava lá, com aquela cara de bundão, cantando "take a look at me now, cause has just an empty space "... Essa "Against all odds" fez muito sucesso como a trilha sonora de um filme do mesmo nome e, arrebentou de tanto tocar no rádio, fazendo muita gente da minha geração chorar de amor...
Dá pra dizer que é um certo tipo de praga, pois o cara está tentando colocar a maior culpa na moça porque ela se cansou do relacionamento e foi buscar coisa melhor... Ah, como ele é coitadinho!!!
"I wish I could just make you turn around,
turn around to see me cry
There's so much I need to say to you,
so many reasons why
You're the only one who really knew me at all
So take a look at me now, 'cause has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Just take a look at me now,
'cause there's just an empty space..."
Ouvindo todas essas músicas, me veio uma idéia na cabeça... Nós, moças, somos consideradas, historicamente, mais românticas do que os rapazes. No entanto, percorrendo a trilha sonora da minha vida, e o que toca no meu iPod, notei poucas músicas das meninas no mesmo tom tão desesperado dos meninos...
Será que é só impressão minha? Você se lembra de alguma música cuja intérprete seja uma cantora de respeito que mereça registro como "praga"?
Eu vejo a gente fazendo justamente o oposto... Adoro a letra da música da Ivete que é o tema da novela..."quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja eu sou o sol..." É, ela é quase uma "praga", mas uma "praga" de salto-alto!
"Pra que falar?
Se você não quer me ouvir
Fugir agora não resolve nada...
Mas não vou chorar
Se você quiser partir
Às vezes a distância ajuda
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Só quero te lembrar
De quando a gente
Andava nas estrelas
Nas horas lindas
Que passamos juntos...
A gente só queria amar e amar
E hoje eu tenho certeza
A nossa história não
Termina agora
E essa tempestade
Um dia vai acabar...
Quando a chuva passar
Quando o tempo abrir
Abra a janela
E veja: Eu sou o Sol...
Eu sou céu e mar
Eu sou seu e fim
E o meu amor é imensidão..."
Bom, no final é tudo "dor-de-cotovelo". Acho que é o que move o mundo!
segunda-feira, setembro 06, 2010
Lições de uma pessoinha velha conhecida nossa...
" 'What are you doing here?', he said to the drunkard whom he found sitting silently in front of a collection of bottles, some empty and some full.
'I'm drinking', answered the drunkard lugubriously.
'Why are you drinking?', the little prince asked.
'In order to forget', replied the drunkard.
'To forget what?', enquired the little prince, who was already feeling sorry for him.
'To forget that I am ashamed', the drunkard confessed, hanging his head.
'Ashamed of what?', asked the little prince who wanted to help him.
'Ashamed of drinking!', concluded the drunkard, withdrawing into total silence.
And the little prince went away, puzzled.
'Grown-ups really are very, very odd', he sad to himself as he continued his journey.
_______________________
Gente grande é mesmo muito estranha, Pequeno Príncipe, você tem toda razão!
* "The Little Prince", Antoine de Saint-Exupéry.
domingo, setembro 05, 2010
Tempo
Fui a uma festa ontem, na qual reencontrei pessoas que não via há muito tempo. Meu marido, quando chegou em casa, ponderou que tem coisas que só o tempo para resolver mesmo... e citou Caetano...
Oração Ao Tempo
Caetano Veloso
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...
Oração Ao Tempo
Caetano Veloso
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...
quinta-feira, setembro 02, 2010
Linda demais
Sonhos
Peninha
Tudo era apenas
Uma brincadeira
E foi crescendo
Crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim
Completamente seu...
Vi a minha força
Amarrada no seu passo
Vi que sem você não tem caminho
Eu não me acho
Vi um grande amor
Gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia realmente
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...(2x)
Linda intepretação de Caetano!
Compare com a versão do Paulinho Moska!
Peninha
Tudo era apenas
Uma brincadeira
E foi crescendo
Crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim
Completamente seu...
Vi a minha força
Amarrada no seu passo
Vi que sem você não tem caminho
Eu não me acho
Vi um grande amor
Gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...
Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar...
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia realmente
Fez folia em minha vida
Você veio me contar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa...
Mas não tem revolta não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz...(2x)
Linda intepretação de Caetano!
Compare com a versão do Paulinho Moska!
Quando...
Quando as palavras não fazem mais sentido,
Os olhares trocados não são mais de cumplicidade,
parceria e companheirismo,
não adianta forçar a barra, nem tentar mais um pouquinho.
É só uma corda esticada ao máximo... uma hora ela arrebenta.
Se não tem conserto, melhor virar a página.
Se está tudo errado, mas vale ir cada um pro seu lado
que ficar insistindo...
Não há mais vontade de falar, porque tudo que se diz é
mal-interpretado.
Não há mais vontade de sorrir, porque qualquer sorriso
pode trazer em si um traço de ironia.
Não há mais vontade de ouvir, porque ouvir de fato é muito
mais do que simplesmente escutar.
Quando se ama alguém, esse fim é um turbilhão de emoções.
É muito, muito diferente da indiferença de
quem não sente mais nada.
Nessa hora do Adeus, estamos todos
surdos, mudos, cegos.
Estamos todos de luto,
luto pelo que não foi.
Não adianta velar o morto muito tempo.
Tem que enterrar, senão o corpo começa a feder.
Tem que seguir adiante, deixar pra trás o que ficou pra trás.
E se for possível, trazer consigo um pouco das boas lembranças.
Porque essa é a única coisa que se leva dessa vida.
Porque eu amo essa música...
Por onde andei
Nando Reis
Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Amor eu sinto a sua falta
E a falta
É a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava..
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Nando Reis
Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo
As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Amor eu sinto a sua falta
E a falta
É a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança
Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava..
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...
Flauta de Prata
Luana revirou toda a casa, chamou aos gritos. Em vão. O menino evaporara. Eis que, nariz no vidro da porta da cozinha, deu com os olhos cinco palmos acima da mangueira espraiada no quintal: Vilongo pairava no ar, como se sentado num colchão de vento, e tocava em paz a sua flauta de prata.
O menino escorregou pelos galhos da mangueira ao chamado da mãe. Desculpou-se, oferecendo-lhe u'a manga.
Luana rasgou a casca, chupou a fruta e o caroço se partiu: dentro, havia uma cidade.
___________________________
PS1.: Frei Betto, A Arte de Semear Estrelas. Rocco, 2007.
PS2.: Porque eu queria ter escrito isso.
quarta-feira, setembro 01, 2010
Coisa normal
Liguei pro maridão assim que cheguei no Largo do Machado, para saber se ele estava melhor do resfriado. Não estava. Ele foi logo perguntando "onde é que 'cê 'tá?". E eu fui contando que ia na minha sessão de análise, mas dispensaria o passe no Centro Espírita (dois cuidados com a alma, que me dou ao direito).
Cheguei no consultório atrasada e a minha terapeuta foi logo me mandando entrar, que ela estava me esperando. Falei à beça, chorei, me descabelei, achei que estava ficando louca e saí de lá com a recomendação de procurar por outro médico, porque o buraco estava ficando bem mais em baixo, no meu caso. Deve ser este estado de mulher na menopausa forçada, que me tira do sério, além de proporcionar uns calores horrendos e uma variação de humor sem tamanho.
Quando saí do consultório, achei que o melhor era pegar um táxi para chegar logo em casa (não, não achei. Peguei um táxi porque não estou conseguindo andar de metrô, entrar naquele buraco, e aturar aquele trem cheio de gente que fica me encarando o tempo inteiro e que me dá angústia). Lembrei do marido de uma amiga que é cheio de critérios para pegar táxi, mas fiz sinal apenas pro primeiro táxi novinho que vi (esse foi o único critério que usei, aliás).
O táxi não era de nenhuma cooperativa, e os vidros eram forrados daquele insulfilm bem escuro, o mais escuro que há. Aquilo me deu um certo mal estar. Depois que olhei pro tamanho do motorista (enooooooooorrrrrmmmmmeee e apavorante!), decidi que era melhor manter os vidros da frente abertos. Quando ele me perguntou se eu queria que ligasse o ar, respondi "não, obrigada", com a voz mais doce que eu pude fazer (para disfarçar o meu pânico) e emendei com um "a não ser que você faça muita questão do ar". Ele não fêz e seguimos com os vidros abertos.
Quando saímos do Túnel Santa Bárbara, em direção à Tijuca, ele me perguntou: "Presidente Vargas ou Estácio?"... e eu olhei pro relógio. Pensei comigo mesma, em fração de segundos: "ah, ainda são 19:05, está cedo, vou pelo Estácio". Sugeri então o caminho pelo tobogã, no que ele assentiu e virou o volante, para pegar a direção do Batalhão. Quando começávamos a subir o tal tobogã (é um morrinho que todo mundo conhece por esta alcunha), vi um artefato aceso, com uma luz azul, sendo arremessado na nossa direção. Era uma bomba. Mas, não uma bombinha de São João, nem uma brincadeira qualquer de criança. Era efetivamente uma bomba, que jogaram (!!!!!) na direção do carro. Com que intenção, não sei!
Considerando a aceleração constante do motorista, e a velocidade em que estávamos, calculo que ela tenha estourado uns 30 seg depois que passamos. Só deu tempo de me encolher toda e contrair a barriga, mas ainda fiquei com um pouco de dor nas costas.
O motorista então comentou, com a maior calma, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo: "já imaginou se cai embaixo do carro?" Não, não imaginei. Nem quero imaginar.
Depois do lanche, estava vendo uma reprise de um programa da série "Brava Gente", na tv à cabo, quando o personagem disse: "houve um tempo em que as pessoas do Rio de Janeiro eram tão boas e ingênuas que você precisava importar assassinos de outros cantos do Brasil. Hoje, há um assassino em cada esquina. Tantos, que a gente até exporta..."
Nossa, como eu tive que concordar com a pensata, sem entrar no mérito da questão. O tom era de comédia, mas confesso que não achei graça nenhuma com o que quase aconteceu comigo. Ai, meu Rio de Janeiro...
Em tempo, o motorista do táxi enorme e apavorante era um doce de criatura, e o meu preconceito com a primeira impressão foi pura perda de tempo e energia. Eu cheguei em casa sã e salva!
Hoje, confesso, ao sair de casa, olhei pro Cristo Redentor e pedi proteção. Só assim pra se sentir seguro nesta cidade.
Cheguei no consultório atrasada e a minha terapeuta foi logo me mandando entrar, que ela estava me esperando. Falei à beça, chorei, me descabelei, achei que estava ficando louca e saí de lá com a recomendação de procurar por outro médico, porque o buraco estava ficando bem mais em baixo, no meu caso. Deve ser este estado de mulher na menopausa forçada, que me tira do sério, além de proporcionar uns calores horrendos e uma variação de humor sem tamanho.
Quando saí do consultório, achei que o melhor era pegar um táxi para chegar logo em casa (não, não achei. Peguei um táxi porque não estou conseguindo andar de metrô, entrar naquele buraco, e aturar aquele trem cheio de gente que fica me encarando o tempo inteiro e que me dá angústia). Lembrei do marido de uma amiga que é cheio de critérios para pegar táxi, mas fiz sinal apenas pro primeiro táxi novinho que vi (esse foi o único critério que usei, aliás).
O táxi não era de nenhuma cooperativa, e os vidros eram forrados daquele insulfilm bem escuro, o mais escuro que há. Aquilo me deu um certo mal estar. Depois que olhei pro tamanho do motorista (enooooooooorrrrrmmmmmeee e apavorante!), decidi que era melhor manter os vidros da frente abertos. Quando ele me perguntou se eu queria que ligasse o ar, respondi "não, obrigada", com a voz mais doce que eu pude fazer (para disfarçar o meu pânico) e emendei com um "a não ser que você faça muita questão do ar". Ele não fêz e seguimos com os vidros abertos.
Quando saímos do Túnel Santa Bárbara, em direção à Tijuca, ele me perguntou: "Presidente Vargas ou Estácio?"... e eu olhei pro relógio. Pensei comigo mesma, em fração de segundos: "ah, ainda são 19:05, está cedo, vou pelo Estácio". Sugeri então o caminho pelo tobogã, no que ele assentiu e virou o volante, para pegar a direção do Batalhão. Quando começávamos a subir o tal tobogã (é um morrinho que todo mundo conhece por esta alcunha), vi um artefato aceso, com uma luz azul, sendo arremessado na nossa direção. Era uma bomba. Mas, não uma bombinha de São João, nem uma brincadeira qualquer de criança. Era efetivamente uma bomba, que jogaram (!!!!!) na direção do carro. Com que intenção, não sei!
Considerando a aceleração constante do motorista, e a velocidade em que estávamos, calculo que ela tenha estourado uns 30 seg depois que passamos. Só deu tempo de me encolher toda e contrair a barriga, mas ainda fiquei com um pouco de dor nas costas.
O motorista então comentou, com a maior calma, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo: "já imaginou se cai embaixo do carro?" Não, não imaginei. Nem quero imaginar.
Depois do lanche, estava vendo uma reprise de um programa da série "Brava Gente", na tv à cabo, quando o personagem disse: "houve um tempo em que as pessoas do Rio de Janeiro eram tão boas e ingênuas que você precisava importar assassinos de outros cantos do Brasil. Hoje, há um assassino em cada esquina. Tantos, que a gente até exporta..."
Nossa, como eu tive que concordar com a pensata, sem entrar no mérito da questão. O tom era de comédia, mas confesso que não achei graça nenhuma com o que quase aconteceu comigo. Ai, meu Rio de Janeiro...
Em tempo, o motorista do táxi enorme e apavorante era um doce de criatura, e o meu preconceito com a primeira impressão foi pura perda de tempo e energia. Eu cheguei em casa sã e salva!
Hoje, confesso, ao sair de casa, olhei pro Cristo Redentor e pedi proteção. Só assim pra se sentir seguro nesta cidade.
segunda-feira, agosto 30, 2010
Dúvidas
Quem era aquela que te amou
no sonho, quando dormias?
Para onde vão as coisas do sonho?
Vão para o sonho dos outros?
E o pai que vive nos sonhos
volta a morrer quando despertas?
Florescem as plantas dos sonhos
e amadurecem seus frutos?
_________________
Livro das Perguntas - Pabro Neruda, Ed. Cosacnaif, trad. Ferreira Gullar.
no sonho, quando dormias?
Para onde vão as coisas do sonho?
Vão para o sonho dos outros?
E o pai que vive nos sonhos
volta a morrer quando despertas?
Florescem as plantas dos sonhos
e amadurecem seus frutos?
_________________
Livro das Perguntas - Pabro Neruda, Ed. Cosacnaif, trad. Ferreira Gullar.
domingo, agosto 29, 2010
Moska e Kevin Johansen
Sexta-feira, dia 27/08, foi aniversário do Paulinho Moska e ele festejou a data com um show incrível no Canecão. A banda era fantástica, o som estava incrível, o astral, excepcional. Saí de lá com a sensação de que quem tenta fechar o Canecão não frequenta a casa, pois aquilo é uma senhora casa de show.
Do repertório, destaco algumas pérolas do disco duplo novo "Muito Pouco": Nuven, Waiting for the Sun to Shine, Provavelmente Você, do disco "Pouco", e Quantas vidas você tem?, Muito pouco, Canção Prisão e Soneto do teu corpo, do disco "Muito". Além dessas, Paulinho cantou algumas antigas e levou a platéia ao delírio por poder cantar junto, como Tudo novo de novo, A seta e o alvo, Admito que perdi, Lágrimas de Diamantes...
Paulinho apresentou a platéia a música de Kevin Johansen, um cantor e compositor argentino muito bem humorado. Procurando por mais dele na Internet, ganhei de presente uma mensagem em forma de canção, que me trouxe alegria e um pouco de sol neste final de semana nublado. Olha ela aí...
Do repertório, destaco algumas pérolas do disco duplo novo "Muito Pouco": Nuven, Waiting for the Sun to Shine, Provavelmente Você, do disco "Pouco", e Quantas vidas você tem?, Muito pouco, Canção Prisão e Soneto do teu corpo, do disco "Muito". Além dessas, Paulinho cantou algumas antigas e levou a platéia ao delírio por poder cantar junto, como Tudo novo de novo, A seta e o alvo, Admito que perdi, Lágrimas de Diamantes...
Paulinho apresentou a platéia a música de Kevin Johansen, um cantor e compositor argentino muito bem humorado. Procurando por mais dele na Internet, ganhei de presente uma mensagem em forma de canção, que me trouxe alegria e um pouco de sol neste final de semana nublado. Olha ela aí...
Fin de Fiesta (Lágrimas en Wall Street)
Ya se terminó,
ya se va la gente,
ya sé lo que me vas a decir:
que no hay que llorar,
que son cosas que pasan...
y yo siempre lloré por no reir.
Pero no me queda más memoria
y no hay foto que quiera borrar.
Ya se acabó,
ya es el fin de fiesta,
y nace el tan temido qué dirán.
Si se fue con él,
si ella se fue con ella...
Los que no entregaron, ya lo harán.
Si la vida es una orgía lenta,
lo mejor debe estar por llegar.
Ya se terminó... (repite)
Ya se terminó,
ya se va la gente,
ya sé lo que me vas a decir:
que no hay que llorar,
que son cosas que pasan...
y yo siempre lloré por no reir.
Pero no me queda más memoria
y no hay foto que quiera borrar.
Ya se acabó,
ya es el fin de fiesta,
y nace el tan temido qué dirán.
Si se fue con él,
si ella se fue con ella...
Los que no entregaron, ya lo harán.
Si la vida es una orgía lenta,
lo mejor debe estar por llegar.
Ya se terminó... (repite)
E pra gente curtir um pouco do forte Kevin Johansen, como Paulinho assim o definiu, veja o vídeo dele no Youtube e divirta-se, como eu me diverti!
sábado, agosto 28, 2010
Por onde andei [21] - praia berlinense
Dando um tempo na tristeza e olhando as fotos que ainda tenho no pen-drive, me dei conta de que ainda há muito para mostrar pra vocês. Adorei passear pela praia em Berlim, às margem do rio Spree, ainda mais porque era dia de jogo do Brasil na Copa, e eu estava vestida à caráter, com a camisa do Brasil, o que me aproximava muito das pessoas. Nunca vi tantos desconhecidos me cumprimentando como naquele dia (o Brasil havia ganho a partida, e o clima era de alegria).
Procurei tirar fotos que retratassem aquele clima de descontração, para mostrar como é que se faz uma caipirinha com um limão, pois foi assim que eu percebi os berlinenses naquele verão europeu, como um povo capaz de transformar o nada em coisa à beça.
Aqui vão algumas fotos.
__________________
Fotos de Rebecca Leão. Julho de 2010.
Procurei tirar fotos que retratassem aquele clima de descontração, para mostrar como é que se faz uma caipirinha com um limão, pois foi assim que eu percebi os berlinenses naquele verão europeu, como um povo capaz de transformar o nada em coisa à beça.
Aqui vão algumas fotos.
__________________
Fotos de Rebecca Leão. Julho de 2010.
sexta-feira, agosto 27, 2010
Não preciso explicar...
Todos os lenços de papel não são suficientes para secar as minhas lágrimas, que insistem em rolar minuto após minuto, como se meus canais lacrimais fossem uma torneira defeituosa, que não fecha. As pessoas me olham e perguntam: "o quê que você tem?" Eu não quero explicar. Quero ficar bem quietinha esperando essa dor passar, torcendo para que ela passe logo e que logo chegue o dia em que eu vou me perguntar: "por que que eu sofri tanto mesmo?"
Nem pareço a pessoa que voltou serena de viagem e que estava flutuando de tanta alegria por todas as coisas boas que viveu. Hoje, eu me olho no espelho e não me reconheço. Faço uma prece antes de dormir que não me traz paz. Quase não durmo. E quando durmo, sinto como se não houvesse. E acordo acabada. Vivo com uma angústia que me aperta o peito, mas sei que tenho que me perdoar. Pois sou humana, eu falho como qualquer pessoa. Não sou a dona das palavras, nem tenho os melhores textos. Não sou digna da verdade que não posso dizer. Essa verdade é a razão pro destempêro, pra falta de controle. Quanta coisa eu já tentei dizer e tive que sufocar aqui dentro. Meu coração já não cabe mais em mim. Assim não quero mais brincar...
Se choro com um sorriso, ou com um abraço, ou com palavras duras, ou com conselho dos amigos, é porque estou frágil. Eu sei. A gente cai em certas armadilhas nessa vida que nem sabe como, nem porque. Percebe desde o primeiro minuto que caminha para o precipício, mas não consegue evitá-lo. Ele te chama como um buraco negro que suga e destrói tudo o que há por perto. É como o vício da droga mais pesada. Arrebenta. Dói a cabeça, dói o corpo.
Eu olho a minha volta e vejo outros com o coração tão dilacerado quanto o meu. E me pergunto onde foi parar a nossa serenidade, para onde levaram a nossa paz de espírito, por que é que sofremos tanto?
Se há uma dúvida em mim que não tem resposta, ela está representada pelas palavras de um grande amigo: "Eu acho você uma pessoa formidável e não me conformo de você se doar tanto e pedir tão pouco em troca".
Logo ele, que vive tão longe de mim, parece me conhecer tão bem. Eu sou um ser humano, também sangro, também tenho sentimentos. Tudo dói. Mas, pra quem aprendeu desde cedo a não reclamar, só nos resta lembrar que vai passar. Tudo passa.
Nem pareço a pessoa que voltou serena de viagem e que estava flutuando de tanta alegria por todas as coisas boas que viveu. Hoje, eu me olho no espelho e não me reconheço. Faço uma prece antes de dormir que não me traz paz. Quase não durmo. E quando durmo, sinto como se não houvesse. E acordo acabada. Vivo com uma angústia que me aperta o peito, mas sei que tenho que me perdoar. Pois sou humana, eu falho como qualquer pessoa. Não sou a dona das palavras, nem tenho os melhores textos. Não sou digna da verdade que não posso dizer. Essa verdade é a razão pro destempêro, pra falta de controle. Quanta coisa eu já tentei dizer e tive que sufocar aqui dentro. Meu coração já não cabe mais em mim. Assim não quero mais brincar...
Se choro com um sorriso, ou com um abraço, ou com palavras duras, ou com conselho dos amigos, é porque estou frágil. Eu sei. A gente cai em certas armadilhas nessa vida que nem sabe como, nem porque. Percebe desde o primeiro minuto que caminha para o precipício, mas não consegue evitá-lo. Ele te chama como um buraco negro que suga e destrói tudo o que há por perto. É como o vício da droga mais pesada. Arrebenta. Dói a cabeça, dói o corpo.
Eu olho a minha volta e vejo outros com o coração tão dilacerado quanto o meu. E me pergunto onde foi parar a nossa serenidade, para onde levaram a nossa paz de espírito, por que é que sofremos tanto?
Se há uma dúvida em mim que não tem resposta, ela está representada pelas palavras de um grande amigo: "Eu acho você uma pessoa formidável e não me conformo de você se doar tanto e pedir tão pouco em troca".
Logo ele, que vive tão longe de mim, parece me conhecer tão bem. Eu sou um ser humano, também sangro, também tenho sentimentos. Tudo dói. Mas, pra quem aprendeu desde cedo a não reclamar, só nos resta lembrar que vai passar. Tudo passa.
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