Ele veio até ela. Com o texto pronto. Havia ensaiado a retórica, de modo a deixá-la sem saída. E agiu como sabia que não devia agir, já que a pior maneira de ameaçar o inimigo é deixá-lo sem saída. Mas, a emoção embaça a vista, que é a janela da alma.
Ela abriu-se para ele. Com o subtexto pronto. Imaginou motivos, entendeu razões não ditas, encontrou nas intenções reprimidas os escapes necessários para aquela armadilha.
Como fêmea que avança para se proteger e proteger seus filhotes, e que escolhe morder seu algoz e lhe arrancar pedaço, ela usou a sinceridade para ferí-lo.
Foi mortal.
Um comentário:
É bom ferir de vez em quando.
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