Escolhi esse livro por três motivos. Primeiro, porque ganhei um outro de presente que eu já possuía, e tinha que trocá-lo. Depois, pelo título, já que sou uma romântica inveterada. E terceiro, pela idade do autor, um cara praticamente da minha idade, que vê as dores e os dilemas da minha geração pela ótica da minha geração.
Não me arrependi. A história é realmente interessante. Se passa em Paris, num local decadente, onde o personagem mora em companhia de prostitutas e bêbados, que coabitam o mesmo edifício de pequenos apartamentos.
Virgile é um cara que não se envolve muito e, frequentemente, está platonicamente apaixonado por uma amiga ou outra. Um belo dia, quando chega em casa do trabalho, se depara com uma mensagem na sua secretária eletrônica de uma mulher que ele não se lembra de ter conhecido, de nome Clara, e que está ali, terminando algo que ela define como um relacionamento... e que, para piorar, ele não se lembra de ter vivido.
E então ele pira!
Enquanto lia o livro durante o vôo, ia pensando emVirgile, com suas qualidades e defeitos, vivendo numa cidade que eu ainda não conheço, mas que está no meu imaginário de alguma forma, por ter sido tão retratada em livros e filmes. Olhei pro lado e vi um rapaz moço, dos seus trinta anos, deitado em um conjunto de três assentos, e me dei conta de que o Virgile do livro podia ter a cara dele, o jeito dele, enfim, o seu estereótipo. Um cara todo arrumadinho, meio sistemático, capaz de usar um sapatênis marrom com um friso bege na sola, e uma meia marrom com um friso bege na sola (Eu vi esse detalhe porque num dado momento ele tirou os sapatos para ficar mais confortável !!!). E que no meio da viagem pergunta a comissária de bordo se ela teria um pouco de creme hidratante para lhe emprestar para passar nas mãos. Eu quase ofereci o meu ao rapaz tão fleugmático.
Enfim, nosso personagem pode ter a cara que a gente quiser, basta ter imaginação. Esse é um livro bacana que serve como um excelente passatempo e que a gente devora em um ou dois dias. Recomendo!
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