Depois, fiquei ali parada esperando um táxi e não parava nenhum. Em seguida, chegou um casal e se posicionou na minha frente e então, tive que esperá-los conseguir um táxi para então retomar a minha busca por um que me levasse para casa. Já estava pensando num plano B, quando de repente, sem que eu tivesse feito sinal, me parou um táxi arrumadinho, novinho, da cooperativa. E o cara ficou me esperando entrar no carro.
Tive alguns segundos para pensar se ia ou não ia. E fui. Quando entrei no carro, me dei conta de que conhecia ele, o motorista. Ele se virou pra mim e disse: "você vai pra onde?" E encerrou a pergunta com o meu nome. Eu me assustei. Eu então disse pra ele: "sei que eu te conheço, mas não me lembro de onde". E ele então disse seu nome, refrescando a minha memória. Começou a me perguntar um monte de coisas, e me proporcionou uma volta ao passado. Mais de vinte anos que eu não o via. Ele me contou que casou e teve três filhos e que, agora, mora pertinho de mim. O mundo é mesmo engraçado, eu tinha que entrar naquele táxi.
Agora, o que me surpreendeu é que tivemos um amigo em comum, de quem gostamos muito. Ele sofreu um grave acidente de carro, no qual morreu seu melhor amigo, e nós nos reunimos ao seu redor para confortá-lo. De repente, o destino nos afastou. Esse motorista de táxi era muito seu amigo naquela época. Agora não é mais. Esse cara se tornou diretor de uma grande multinacional e foi morar em São Paulo, aparecendo no Rio de Janeiro muito esporadicamente.
Eu me lembrei o quanto eu senti saudade dele quando nossos destinos se separaram, mas vi que a ambição, por vezes, determina o que somos e quem deixamos pelo caminho. Permanecer humilde é coisa rara, difícil mesmo. Eu espero, do fundo do meu coração, que esse meu antigo amigo tenha sido feliz, e que tenha encontrado sinceridade no caminho que ele escolheu.
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