Fiquei muito tempo sem ter coragem para escrever neste blog. Há momentos na vida da gente em que a ficção se confunde muito com a realidade, ou melhor, a realidade torna-se tão dura que não há coração puro que se permita sonhar e imaginar histórias... principalmente, histórias que encantam os outros.
A Bia, da outra história, acordou, mas ficou catatônica, com o olhar perdido, enquanto Marco lutava desesperadamente para ajudá-la, tendo que lidar com a impotência e a dor de se perceber amando alguém que não pode corresponder a esse amor porque não consegue responder à vida.
Eu estava mais ou menos assim nesse período, achando que a vida tinha parado, que estava tudo muito ruim. Ruim no trabalho, ruim em casa, ruim comigo mesma.
Parei um processo terapêutico de cinco anos. Nem aquilo para mim estava progredindo. Fiquei desiludida com os rumos que o meu país estava tomando. Não, não sou militante, nem de direita, nem de esquerda. Mas, achei o processo eleitoral terrível, a desconstrução de algo que eu considero tão caro, que é a reputação das pessoas.
Mas, em tempos de internet, quem precisa de reputação?
Depois, cheguei a conclusão de quem ninguém mais lê blog. Ou pelo menos, ninguém mais lê esse blog aqui.
Então, resolvi dar um tempo. Marco e Bia estão lutando pelo amor deles. Eu ainda acredito que um dia, vou viver um grande amor. E terei um coração transbordante de paixão que voltará a se inspirar e escrever por aqui.
À medida que ia ao Souza Aguiar visitar a Bia na UTI, Marco familiarizava-se com rostos e expressões dos enfermeiros e médicos daquele lugar. Um deles ficou especialmente cativado com o amor de Marco. Era uma enfermeira e se chamava Marisa.
Toda vez que Marisa estava de plantão, e Marco passava lá para ver a Bia, ela dava um jeito de espiar pela porta, enquanto ele parecia rezar, e nunca saia do quarto sem antes arrumar seus cabelos.
Conversava com os médicos, perguntava porque Bia não tinha acordado ainda, agarrava-se a qualquer fio de esperança que pudessem lhe dar. Marco era maduro, já tinha vivido muita coisa nesta vida, mas não sabia como lidar com aquela impotência que lhe deixava um gosto amargo na boca.
Marisa sempre lhe dava atenção e buscava tranquilizá-lo, dizendo-lhe que seria uma tortura breve, que logo Bia estaria acordada ao seu lado. Marco já pensava em pedí-la em casamento, tudo havia mudado depois daquele acidente. Não queria mais viver longe dela, tinha a sensação de que haviam sido feitos um para o outro, que deveriam cuidar um do outro por toda a vida...
Um dia, encheu-se de coragem e pediu a Marisa que anotasse seu telefone. Podia ligar a hora que fosse para avisá-lo de qualquer mudança no estado de Bia. Queria ser avisado em primeira mão, e não pelo médico do hospital, que entre telefonar para um amigo, quase namorado, optaria por avisar a família.
Um dia, depois de negociações e reuniões estressantes, Marco estava mais uma vez divagando em seus pensamentos, com o olhar perdido naquela paisagem da janela do escritório, quando recebeu uma ligação:
Depois de muito rodar aquele centro da cidade, Marco atinou que Bia poderia ter sido levada para o Souza Aguiar. Lá, confirmou o que imaginava: o acidente foi muito mais grave para o motorista do taxi do que para ela.
No entanto, ela estava em coma induzido. Tinha batido a cabeça várias vezes por dentro, na lateral do carro, enquanto ele rodava e os médicos temiam algo mais grave. Marco então decidiu que esperaria que Bia acordasse.
Ele esperou. Duas semanas. Bia não acordava.
Foi o pior tempo do mundo para Marco. Vivia uma agonia, com uma sensação de impotência. Nada a fazia acordar, parecia que ela queria continuar dormindo. Os médicos foram diminuindo a sedação e nada...
Ele já não trabalhava direito, parava no meio do dia, olhava perdido pela janela aquela vista que lhe fazia tão bem em outras épocas.
A vista da minha janela já não me acalmava mais...
Bia precisava retomar sua vida. Ele também. Esperaria a vida toda por aquela mulher, mas de repente, uma pergunta começou a lhe incomodar:
Hoje eu estou sozinho
Você está na minha
Não adianta se esconder
Já não tem mais jeito
Tudo está perfeito
Agora é só eu e você
Juntos na mesma estrada
Atravessando a madrugada
Pra ver o sol nascer
E em nossa aurora perceber
A delícia de viver
Tudo que a gente sempre quis
Olhar nos olhos de alguém
E conseguir dizer:
Estou feliz
Fica comigo
Namora comigo
Casa comigo
Viva comigo até o fim
Eu sou seu abrigo
Não tem mais perigo
Fica comigo
Namora comigo até o fim
Enquanto o carro rodava, ela ouvia uma voz ao longe chamando por ela. Era Marco, ao telefone, chamando Bia, Bia, Bia... Isso de alguma forma a mantinha viva, alerta, ciente da vontade de estar de novo nos braços daquele homem.
Só lembrou que estava sem o cinto. Agarrou o celular com força, que caíra entre suas pernas, e contraiu o corpo, escondendo a cabeça entre os joelhos. Esperou pela pancada, o sacolejo, a batida, o barulho final... Sabia que não queria morrer, não agora...
Do outro lado do telefone, Marco sentia pela primeira vez o desespero da perda. Não queria, nem podia perdê-la, não agora. Sentia-se um tanto ridículo e egoísta por pensar assim, mas queria aquela mulher na sua cama, queria tudo que ela podia lhe proporcionar, o prazer de estar com ela, sentir sua pele, a respiração, os pêlos, ainda não era amor, mas se era possível dar um nome pra aquilo tudo, era paixão, com certeza. Uma paixão muito louca... E a possibilidade da perda e a impotência causada por não saber onde ela estava e por não poder protege-la, ouvindo o acidente acontecer, causava em Marco uma angústia...
Bia sentiu o carro rodar uma vez, depois mais uma... E mais uma. Até encontrar o poste. De repente, ficou tudo escuro.
Ao ouvir o barulho, Marco desligou o telefone, pegou as chaves do carro e saiu.
Passou dias pensando nele. E nela. E neles juntos. Morreu de saudades. Queria vê-lo, queria saber dele, observar seus movimentos... Ao invés disso, optou por um distanciamento seguro. Não quis voltar a vê-lo como se nada houvesse acontecido.
Enquanto isso, ensaiou textos de despedida. Pensou em como poria os "pingos nos is". Precisava ouvir algo dele que desse significado ao que sentia.
Viu que ele ligou, uma, duas, três, ..., dez vezes. Ela não atendeu a nenhuma das chamadas. Ele parou de ligar. Orgulhoso, ela pensou, não ligaria mais. Então, o movimento tinha que vir dela.
Pois, depois de quinze dias sumida, sem dar notícias, ela resolveu ligar enquanto rumava de táxi de seu escritório para outra base da empresa. Era um trajeto bem curto. Entrou no carro, avisou ao motorista que era um trajeto curto, combinaram o melhor caminho e partiram. Ela se ajeitou no banco e pegou no celular para falar com Marco. Bia estava bonita, era dia de reunião. Sentia que ele quase podia vê-la.
Respirou fundo, enquanto esperava que Marco a atendesse. Ele atendeu. E já foi resmungando... Pôxa, por onde é que você andou todo esse tempo? Fiquei preocupado, sabia?
Ela esboçou um sorriso e puxou papo. Mas, não deu tempo. Viu o carro que vinha na outra pista dirigir-se na direção deles sem nenhum controle. Soltou o telefone, que caiu em seu colo, e gritou pro motorista: Cuidado, moço. E contraiu o corpo, procurando proteger-se, já que tinha o péssimo hábito de não colocar o cinto quando viajava no banco de trás.
Marco ouviu o grito. Segundos depois, ouviu também o tranco, a batida. E ficou chamando por Bia. Nenhuma resposta. O carro rodara diversas vezes e acabara no poste. Ninguém estava acordado para responder qualquer coisa.
Depois daquela tarde, de pernas e cheiros entrelaçados, de amores roubados, de ausência de promessas e declarações de amor, só corpo, só sexo, só o lado animal ali presente, Marco e Bia ficaram mais próximos um do outro. E também mais distantes.
Falavam-se todos os dias, compartilhavam acontecimentos rotineiros, trocavam confidências e segredos, abriam um para o outro seus ideais como se fossem parceiros de um crime que seria cometido em breve. Ou de um plano muito bem arquitetado.
No entanto, como se aquilo que viveram tivesse sido muito mais forte do que podiam suportar, não tocaram mais no assunto. Ainda avaliavam, cada um a sua maneira, se o custo de mudança seria mesmo bem maior do que o custo de oportunidade. Queriam repetir a dose, mas tinham medo das consequências.
O fato é que a dúvida que cultivavam os mantinha próximos, mas não o suficiente para torná-los amantes. Cúmplices, sim, mas não amantes.
De vez em quando, Bia se via perdida em seus pensamentos repassando aquela tarde saborosa, em que se sentiu amada como nunca, desejada como nunca, viva, finalmente! Estava nos braços do homem que queria, do seu homem! Não sabia como voltar àquele ponto. Tinha perdido o timming? Não acreditava! Mas, não sabia qual era o caminho para o coração de Marco.
Todas as tardes, enquanto dirigia para casa, Marco cumpria o ritual de ligar para Bia e saber como tinha sido o seu dia. Ouvir a voz daquela mulher, doce, o chamando de "meu amor", o fazia retornar àquela tarde, em que havia sido o melhor homem que uma mulher pode ter na cama. Ele sabia disso, ela sabia disso. Tinha medo de causar expectativas na Bia, sabia que ela tinha muito o que mudar na sua vida e não queria ele ser responsável por tanta mudança. E o pior de tudo, ele estava satisfeito com a vida que levava, não queria mudar nada, quando muito, ter com a Bia várias tardes como aquela. E seguia o caminho perguntando a si mesmo se estava sendo egoísta ou mesquinho... ou ainda, omisso.
Até que um dia, Bia não atendeu o telefone... e não retornou. E também não atendeu no dia seguinte...
Estive na Argentina mês passado e uma das coisas que mais me impressionou foi a lata de lixo. Imaginar uma cidade que recolhe seu lixo sem precisar de caminhões é realmente um luxo!
Latas de lixo (ou seriam coletores?) inteligentes
Tirei uma foto para mostrar a simplicidade. Três coletores colocados lado a lado, numa rua estreita, onde não passaria um caminhão, em pleno centro da cidade. O detalhe: à medida que elas enchem, um sistema movido a ar comprimido suga o lixo por meio de dutos ligados a uma central. Não há contato humano com o que fica ali depositado.
É ou não é um sistema inteligente? Um amigo inovador ainda pensou na possibilidade de haver um outro duto adicional ligado a este, em toda a extensão do trajeto, coletando o gás metano gerado pela decomposição do lixo e devolvendo este gás para a rede de abastecimento da cidade. Acho que ia ser show de bola!
Não há dificuldade nas coisas, o que há é falta de vontade política.
Acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei...
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos.
Haviam se passado cinco meses. Cinco longos meses sem vê-lo. A lua estava diferente. Os dias estavam diferentes. No início, tudo parecia meio nublado, mas agora, o sol voltava a dar a sua cara e iluminava as manhãs outonais de modo especial.
De repente, um convite dele. E uma recusa dela. Um novo convite. E ela, respondeu com um "talvez, quem sabe".
Queria o quê ele agora? Queria a oportunidade de encenar a cena derradeira, na qual ele olharia para ela compadecido de tamanho amor não correspondido? Queria palco para ser novamente aplaudido pela sua "fã de carteirinha"? Ou então queria um tempo com ela para olhar em seus olhos e enxergar o tamanho da sua perda?
Sim, ele perdeu talvez aquela que tenha sido a sua maior amiga... sua companheira de jornada....
Ela, uma criatura indomável, que não aceitava cabresto de pai, mãe, namorado, marido, e que tinha escolhido ser dele, deixar-se domar por ele, estava agora recusando seus convites, seus chamados. Mudara de ideia. Não queria mais. Estava feliz e liberta sem a sombra daquele amor em sua vida. Tinha resolvido viver e sentir tudo de uma só vez, intensamente, e finalmente, percebera o quão ilusório era aquele amor. Havia optado por amar a si mesma. Corria leve pelos campos, ciente de sua força, capaz de mover montanhas e impulsionar o mundo... Corria leve, solta e feliz...
Por que então voltaria ao cárcere de livre e espontânea vontade? Não, não tinha porquê. O tempo de sombras e dúvidas havia passado. Só ele, o amor tão Barba Azul, não percebera. De todas as suas maldades, mantê-la à sua disposição sem lhe oferecer nada em troca foi a pior. Ela, que sempre quis tão pouco.
Mas, muito é muito pouco quando se trata de amor. E ela estava agora em busca de amor. Não seria uma migalha o suficiente para trazê-la de volta.
Por isso, um "talvez, quem sabe", com uma profunda certeza de "jamais"...
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!
Amanheceu um dia escuro. Levantou-se com calma, com medo de não achar os chinelos, e caminhou em direção ao banheiro. Pegou a escova de dentes e iniciou a escovação com sua pasta preferida. Notou que havia algo diferente na imagem refletida no espelho. Passou a mão pelos cabelos, estava tudo normal. Sentiu seu rosto, olhos, nariz, boca... tudo normal. De repente, se deu conta. No peito, um buraco ao invés do coração. Foram tantas cicatrizes que o coração resolvera partir. Foi-se embora. Deixou apenas o espaço onde costumava bater. Não queria mais golpes, não queria mais as dores de sempre. Cuspiu a água misturada ao creme dental e enxaguou a boca. Tomou seu banho e vestiu uma roupa bem comportada. Tudo para tapar aquele buraco que agora ocupava o espaço de seu velho coração.
Num domingo de calor, combinamos de fazer um passeio que nós, apesar de nascidos no Rio de Janeiro, nunca tínhamos feito: fomos conhecer a Vista Chinesa. O lugar é mesmo lindo.
A ideia era começar o dia com um refrescante banho de cachoeira. Subimos o Horto para conhecer a cachoeira do Chuveiro ou dos Primatas. É super fácil de chegar. Para chegar ao início da trilha, fomos pela Jardim Botânico até entramos na rua Lopes Quintas e viramos a esquerda, na placa que apontava a subida para a Vista Chinesa. Subimos a
Rua Pacheco Leão até o final e viramos à direita na
Estrada Dona Castorina. Após uma guarita informando o início do Parque
Nacional da Tijuca, dirigimos por mais um tempo
até a entrada que aparece à direita. A nossa dica é ir de carro até a cachoeira, pois tem onde estacionar e o movimento é tranquilo. E para subir a pé, só se a pessoa tem algum preparo físico (nós não temos e sofremos um pouco).
Cachoeira do Chuveiro ou dos Primatas
Tomar um banho nesta cachoeira foi revigorante. Quando estivemos lá, havia bastante gente. Recomendo que se inicie o passeio um pouco mais cedo, por volta das 8 horas, para evitar a quantidade de gente que nós encontramos e aproveitar melhor o banho.
Depois disso, já devidamente secos, resolvemos ir até a Vista Chinesa. O caminho foi todo reformado pela Wöllner (valeu, Wöllner!) e a estrada está uma graça. Olha só!
Rio, eu amo, eu cuido!
Encontrar uma paisagem do Rio tão bem cuidada desse jeito dá uma felicidade! Nem te conto! E o melhor de tudo, nos sentimos muito seguros! Olha que gracinha que está o mirante, e veja como estava lotado de gente!
Mirante em estilo chinês que se localiza na chamada "Vista Chinesa"
A vista lá de cima é mesmo incrível. Do Cristo Redentor, ao Morro do Vidigal, com a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Pão de Açúcar, quase todos os cartões postais do Rio de Janeiro se pode ver lá de cima.
Que visual!
Mas, não ficamos por aí não! Fomos um pouco mais adiante e conhecemos o mirante da Mesa do Imperador. Lá, pudemos ver mais um pouquinho dessa beleza que é o Rio de Janeiro de cima.
Fonte do Imperador
A vista do Mirante da Mesa do Imperador
Olha a Mesa do Imperador ali à esquerda.
A nossa pedida foi descer pelo caminho que leva à São Conrado. Viemos pela estrada Lagoa-Barra de volta à Botafogo, onde aproveitamos para almoçar, na Cobal do Humaitá, um peixinho que estava delicioso. Pronto, estava feito o nosso domingo.
E você, já experimentou um passeio-delícia assim?
Em breve, posto outras dicas de programas para fazer aqui pelo Rio de Janeiro.
Passou anos e anos de sua vida carregando um segredo. Dissimulando, fingindo, atuando. Tinha que ser a mais perfeita, mais bacana, mais inteligente, mais incrível. Agiu assim por tanto tempo, que chegou a acreditar ser quem fingia ser. Às vezes, tinha dúvidas.
Fingia para os que lhe eram mais caros, aquele a quem amava e o que não amava mais. Importava-se com os dois. Mas, não sabia mais quem era quem.
O segredo de não poder sentir o que sentia, de saber o que sabia e de não ser quem de fato era causava-lhe dor. Não era mais uma dor emocional, era uma dor física. Alguns conseguiam enxergar essa dor, e viam em suas expressões um fundo de sofrimento.
Um dia, despejou o segredo por toda parte. Vomitou-o com vontade, de modo a espalhá-lo por todo lado. O que era velado passou a ser de conhecimento de todos. Escancarou a fraude, mostrou seu íntimo, sem importar-se com o que pensariam uns, outros e os demais. Importava-se apenas com o que pensava, e buscava avidamente sua libertação.
Deixaria para trás as máscaras que carregava há anos. Um dia feliz, noutro triste. Um dia comédia, outro tragédia. Estava cansada desta bipolaridade. Queria apenas a paz.
Segredo revelado, não podia mais voltar atrás. Sua vida estava irremediavelmente mudada. Os que, outrora, percebiam tristeza, passaram a notar novamente ali uma luz. Ela havia voltado.
Estava gradativamente renascendo. Só não entendia porque havia demorado tanto.
Ao contrário do que todo turista pensa, a Praia da Barra também é uma delícia durante a semana... ou seja, o Rio de Janeiro não se restringe a Ipanema e Leblon...
Quer glamour? Vai para um resort!
Glamourosa? Só no resort.
As cadeiras e barracas da praia são mais simples, e custam R$ 5,00 cada o dia de aluguel. Vale, né?
Na praia da Barra da Tijuca, a sugestão é o bom e velho mate Leão e o biscoito Globo. Eventualmente, um sorvetinho passa.
Meu ponto de praia fica ali, na Avenida Lúcio Costa, entre o Windsor Barra Hotel e o Sheraton Barra. Um lugar calmo, tranquilo, repleto de locais e limpo, o que é o mais bacana. O local é point de Stand Up Paddle. A galera fica o dia todo remando, e o mar anda favorecendo. Não sabe o que é? É isso aqui ó.
Stand up paddle - a última moda! Reforça pés e braços!
Essa praia anda ajudando, né?
Dá para fazer o stand up paddle de joelhos (para os iniciantes), ou em pé. E eu fico me perguntando, quando é que eu começo?!
Além disso, praia durante a semana tem suas vantagens. Você pode comprar o Biscoito Globo na promoção (2 por R$5,00, enquanto que no finde é R$ 4,00 cada)...
Eu gosto do salgado!
Pode curtir aqueles aviõeszinhos tradicionais de propaganda, que alegram céu e ar e fazem a alegria da garotada...
"Puro leite é mococa"
... Mas tem que estar atento ao aviso dos bombeiros. A praia da Barra tem fortes correntezas, porque é mar aberto. É mais limpa, mas pode ser mais perigosa. Não dá para descuidar!
As correntezas podem ser perigosas!
Enfim, vale ou não vale experimentar outros ares além da muvuca de Ipanema e Leblon? De onde eu moro até lá, são 30 minutos pelo Alto da Boa Vista... Ainda curto um visual incrível da Floresta da Tijuca...
um visual incrível, e uma temperatura bem mais baixa que o resto da cidade...
Enfim, segunda-feira também pode ser dia de praia. Aliás, qualquer dia é dia!
Eu sou carioca de nascimento, mas acho que nunca aproveitei tanto a minha cidade quanto nestas férias. Deixa eu explicar. A programação era dez dias no Uruguai (Colônia de Sacramento, Montevidéo e Punta del Leste) e depois, Argentina (Buenos Aires). Deu tudo errado. Para não sair no prejuízo, resolvi levar a risca a pergunta:
"Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?"
E daí, vi que faltava fazer muita coisa na minha cidade, que eu vivia adiando. Nada melhor do que o período das férias para resolver isso!
tem cidade mais bonita do que essa?
Pensando nisso, começamos uma programação intensa por lugares que a maioria dos turistas conhecem, mas os cariocas não: Vista Chinesa, Cachoeiras do Horto, Paineiras, Parque da Catacumba... além de praia, muita praia.
E são essas as primeiras dicas que eu vou postar aqui no blog, dando continuidade a série "Por onde andei".
Espero que vocês gostem das dicas, de uma carioca apaixonada pelo Rio de Janeiro!
Dez dias haviam se passado desde que recebera aquela carta, na qual ela revelava todo o seu amor, bem como o sofrimento que havia passado tentando ser apenas sua amiga a vida inteira. Dez dias nos quais tudo havia mudado: a forma como pensava nela, o modo de vê-la, o jeito como ele próprio enxergava a si mesmo.
Será que havia estimulado esse sentimento em algum momento? Será que tinha dado a ela alguma esperança de que a relação deles podia ser diferente da amizade que sempre tiveram?
Ao mesmo tempo, sentia que tinha rejuvenescido uns 30 anos com aquela carta. Na sua idade, saber que havia uma mulher inteligente e bonita apaixonada por ele era realmente um bálsamo rejuvenescedor. O que ela tinha escrito, da forma como tinha escrito, com tanta emoção, tanta paixão, tornou-o bastante invaidecido. Sentia pena por não poder viver isso, não ter como retribuir tanto amor.
Passados dez dias, ela ainda permanecia em seu pensamento. A pergunta maldita que a torturava todo esse tempo ("E se...?"), passava agora a torturá-lo também. "E se minha vida fosse com ela, como seria? E se eu tivesse tentado quando pude? E se...?"
Tentava pensar num meio de contatá-la, de se reaproximar dela, pois gostava dela, não a queria longe como ela pedia, tinha vontade de tê-la ao seu lado, mas parecia impossível. Era como se ela tivesse fechado novamente uma porta entre eles, e não quisesse mais abrí-la.
Mas, ela tinha deixado uma brecha ("não me chame; se você chamar, não sei se consigo resistir")... E se ele pudesse usar esta brecha? Até onde teria que ir para tê-la ao seu lado?
Vivia corroído pelas dúvidas, e temia compartilhar com alguém essa história e ser mal compreendido. Tinha agora uma ideia do que ela tinha passado todo esse tempo. Procupava-se com ela, mas tinha medo de que qualquer passo seu fosse mal visto. Até por ela.
Eu amo essa música. Desde que vi o filme, "Bodyguard", com o Kevin Costner e a querida e saudosa Whitney Houston, amo de paixão, pela letra e pela interpretação dela. Eu tinha apenas 22 anos e estava saindo de um relacionamento de 6 anos, que eu achava que ia ser para a vida inteira.
Sei que não é uma unanimidade, que tem gente que detesta o jeito exagerado dela, mas o que importa? Importa que eu gosto e fico emocionada todas as raras vezes que ela ainda toca no rádio.
Run to you
I know that when you look at me There's so much that you just don't see But if you would only take the time I know in my heart you'd find Oh a girl that's scared sometimes Who isn't always strong Can't you see the hurt in me I feel so all alone
I wanna run to you I wanna run to you Won't ya hold me in your arms and keep me safe from harm I wanna run to you But if I come to you Tell me will you stay Or will you run away
Each day, each day I play the role Of someone always in control But at night I come home and turn the key There's nobody there, no one cares for me Oh woah what's the sense of trying hard to find your dreams Without someone to share them with Tell me what does it mean
I wanna run to you I wanna run to you Won't ya hold me in your arms and keep me safe from harm I wanna run to you But if I come to you Tell me will you stay Or will you run away
Run away, no I need you here I need you here to wipe away my tears To kiss away my fears No if you only knew how much I wanna run to you Ya know I wanna run to you
Won't ya hold me in your arms and keep me safe from harm I wanna run to you But if I come to you Tell me will you stay Or will you run away
Whitney canta lindamente, e interpreta a dor de uma mulher que se apaixona por um homem e não sabe se ele quer estar com ela ou vai fugir quando souber do tamanho do seu amor. Quantos de nós já não vivemos isso?
Aproveite para curtir o clipe, com a história do filme...
- Peraí, peraí... está tudo muito bom, mas você não pode sair me agarrando desse jeito depois de ficar meses sem nem bem falar comigo... Primeiro você vai ter que me explicar o que que houve, caso contrário, eu vou ficar maluca, ou achando que você é bipolar... - Tá bom, eu vou explicar, estou aqui pra isso... Só não sei se você vai gostar, Bia... - Qualquer explicação é melhor do que nada, Marco, e o seu comportamento esses meses todos foi muito estranho... eu chegava perto, você fugia, ou fingia indiferença... Como é que agora vem me beijando e diz que está com saudades? - Mas, eu estou mesmo. Estava louco para ficar assim... sozinho com você... Você não estava? - Sim, mas eu quero que você diga o que aconteceu, diz logo...
Marco parou para pensar nas palavras, na forma como ia dizer a Bia que foi orientado pelo chefe a se afastar dela. Como ia dizer a Bia que estava preocupado com a carreira, que o cara tinha induzido ele a pensar que caso se mantivesse próximo passaria a constar no hall dos "desprezíveis" e que, provavelmente, isso tinha origem num ciúme danado que o chefe tinha dela? E que a maioria dos colegas creditava a este sentimento todos os benefícios, promoções e viagens que ela tinha conseguido ao longo dos anos...? Engasgou, tossiu, ficou com a boca seca...
- Tá bom, eu vou dizer... mas, antes, vem aqui...
E puxou Bia novamente, dando-lhe outro longo e demorado beijo,...
Mal entraram no carro de Marco, na garagem do edifício onde trabalhavam, e ele perguntou à Bia...
- Posso passar num lugar antes?
- Pode, claro. Não tenho pressa em chegar em casa. O compromisso que eu tinha, já cancelei.
Marco então mudou o trajeto que sempre fazia e embicou num edifício garagem que havia ali perto. Foram para o último andar.
Bia então surpresa com o local inusitado, perguntou se o motivo da escolha daquele local era a conversa que Marco pretendia ter com ela...
- Também...
Marco nunca foi de falar muito.
Ao estacionar o carro, Marco virou-se para Bia e disse:
- Desculpa o mal jeito, estava morrendo de saudades de você...
Bia então resolveu perguntar:
- Mas, afinal, o que houve? - Calma, calma, eu vou te contar. Mas, antes, chega aqui...
E, finalmente, o que era apenas um desejo, virou realidade. E o beijo quente que trocaram correspondeu em gênero e grau a tudo que um esperava do outro.
O verão me remete ao vermelho. Vermelho, como está a minha pele agora, nos pedaços em que não espalhei decentemente o bloqueador solar.Vermelho do sol e do céu de verão.
É ou não é uma beleza esse cenário quente?
Como não ser feliz no Verão Vermelho?
Vermelho dos corações apaixonados, que ficam trocando confidências em plena luz do dia, espalhando felicidade pelas praças das cidades...
Vermelho do coração apaixonado...
Vermelho do tesão, das bocas pintadas com os batons mais bonitos, das unhas mais vermelhas possíveis, das mulheres prontas para seduzir qualquer um com suas armas vermelhas...
Vermelho nas bocas e unhas...
Vermelho da cabeça aos pés...
Vermelho nos maiôs das mulheres que não temem em exibir seus corpos aos olhares dos mais ávidos e famintos...
Vermelho nos maiôs...
Vermelho nas pipas das crianças a colorir o céu, mesmo quando ele já não reluz o vermelho do sol...
Vermelho das pipas...
Que estação maravilhosa é o Verão. Mesmo que soframos com o calor intenso, que as cidades não tenham infra-estrutura para lidar com tantos banhos e tantos aparelhos de ar-condicionado ligados em potência máxima, é no Verão Vermelho que estamos na rua.
Percebendo a indiferença de Marco, Beatriz tratou de se afastar dele. Era duro, estar com ele era o que ela mais queria, mas ele não respondia mais com alegria aos seus "bons dias" e saía sempre para almoçar antes do horário, para não correr o risco de encontrá-la no elevador ao meio-dia. Também não ficava mais depois do horário, e quando ficava, parecia estar sempre tão concentrado que não ouvia, nem respondia, quando ela se despedia.
Foram tempos difíceis. Pior do que perceber que algo está acontecendo é não saber porque está acontecendo.
Beatriz tentou algumas vezes. Se aproximou, puxou conversa. Nem quando eles tinham que estar juntos na mesma reunião, ele se dirigia a ela, e quando o fazia, era sempre muito formal. Ela foi desistindo, desistindo, quando desistir era a última coisa que ela queria fazer mas, ... não tinha jeito.
Tinha decidido que não alimentaria mais nada que não fosse recíproco.
E você, alimenta?
Meses se passaram, regados a muita frieza. Ela ainda se queixou com alguns colegas da mudança sem motivo de Marco. Todo mundo aconselhou a ela que se afastasse, que Marco não era mesmo muito bom da cabeça. Na verdade, ele não fazia a menor questão de ser um cara querido pelos colegas. Era introvertido, e parecia só se abrir para Bia. Até então.
Um dia, em mais uma das intermináveis reuniões de equipe, na qual só o chefe fala e os demais escutam, Beatriz estava especialmente desatenta e triste. Todos perceberam, o chefe, Marco e os outros colegas. Quando perguntada pelo status do projeto que estava conduzindo, Bia ficou sem resposta. Na verdade, não estava ouvindo. Como um amigo dizia, estava presente em corpo, mas não em espírito.
Queria conversar com Marco, desabafar, entender o que havia acontecido. Ao invés disso, apenas perguntou se podia se retirar da reunião e voltou ao seu lugar, onde passou o resto do dia olhando perdidamente para a tela de seu computador.
Já estava cansada daquele dia que não passava, quando Marco se aproximou dela. E com a mesma doçura de antes, perguntou-lhe:
- Quer carona? Eu te levo em casa. ... Acho que estamos precisando conversar...
O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.
Têm pessoas que nos roubam a alma. Têm o poder de nos tirar o sono, de acabar com a nossa fome de comida. Tudo o que queremos é estar com elas, é respirar o mesmo ar que elas, é fazer parte da vida delas. Estas pessoas nos embaçam a vista, nos fazem perder tempo e energia, tiram a cor das coisas e magia do que vivemos quando não estão conosco. E nem sempre elas estão conosco. E amor, ou paixão, não pode ser isso.
Você valoriza aqueles que ficam?
Não pode mesmo.
O quanto estamos desprezando ou desvalorizando quem preza estar conosco? Você já pensou nisso? Que quanto mais você sente pelos que não podem/querem estar com você, mais você desvaloriza aqueles que querem estar?
Essa é a grande arte da vida. Valorizar o que está perto, o que não é impossível, aquele que está disponível, que topa ir com você para tomar um café no shopping, a um cinema, a China se você chamar...
Quantas e quantas vezes a gente simplesmente não enxerga estas pessoas? Quantas e quantas vezes elas valem muito menos do que deveriam... Valem mais! Estão aqui.
O amor tem que ser com aqueles que ficam, não com aqueles que não te dão bola. O amor tem que ser destinado àqueles que correspondem, não àqueles que se fazem de difíceis e colecionam amantes para pôr na estante.
"Soh me sentirei completa c/ vc ao meu lado" "Deixa de loucura. Vc esperaria a vida toda? ;-)" "Esta e qq outra. Sem vc, meu mundo é vazio" "Vc precisa de alguém q te ame. Eu?" "E vc, ñ me ama? Tem certeza disso..."
A reunião corria solta. Eles teclavam um para o outro. Estavam na diagonal da mesa e, por mais que fossem discretos, já se havia percebido olhares um para o outro e conferidas na tela do celular, que vibrava de dois em dois minutos, ora numa ponta, ora na outra ponta da mesa.
Só não imaginavam o teor da conversa.
"Tem gente aqui que deve estar tramando um complô"... disse ironicamente o chefe, que coordenava a reunião.
"Eu te amo mais do que tudo... amo" "Eu tb ñ consigo ficar mto tempo longe, por mais q resista"
O chefe estava começando a ficar irritado. As mensagens não paravam entre eles, e mesmo que evitassem, não conseguiam deixar de trocar olhares apaixonados e cúmplices. Quanto tempo mais teriam que aturar aquela reunião sem propósito?
Terminada a reunião, na qual mais uma vez nada foi decidido, eles só conseguiam pensar em sair dali. Só que para surpresa deles, ele foi chamado pelo chefe em sua sala. - Pois, não, chefe, em que posso ajudá-lo?
- Sente-se... Eu quero conversar com você. Bem, vou direto ao ponto, será que você pode me explicar o que estava rolando entre você e a Beatriz enquanto a reunião transcorria? - Bom, chefe, acho que o senhor imaginou coisas, não estava acontecendo nada! Estávamos atentos ao que estava sendo discutido. - Pois não parecia. O que me pareceu é que vocês estavam distraídos trocando mensagens pelo celular. Posso saber o teor das mensagens? ... ... - Bem, pelo visto o senhor não vai me dizer, não é mesmo? Bom, quero avisá-lo que , se o senhor tem alguma intenção em subir aqui dentro da empresa, e quero que você saiba que eu acredito muito no seu potencial, terá que se afastar dela, manter-se distante, sem, logicamente, mencionar que tivemos esta conversa. Ela vai sofrer com o seu afastamento, mas será melhor para os dois.
Depois disso, ela, que o esperava no hall do prédio, não entendeu sua estranheza, frieza... O que estaria mesmos acontecendo? Eles foram almoçar, mas ele estava distante, não parecia a mesma pessoa com quem ela vinha se relacionando todo aquele tempo.
Ele queria subir na empresa. Mas, sem ter muita consciência do que estava acontecendo, sentia seu coração acelerar quando olhava para aquela mulher. E como se conhecia bem, achava que gostava dela.
Passou semanas naquela dúvida, sem saber se compartilhava com Beatriz a conversa que tivera com o chefe. Mas, por que Diabos isso fazia tanta diferença para ele? Por que ele tinha que se afastar dela para conseguir alguma coisa? Nunca ninguém pôs em cheque a sua competência, e nunca um envolvimento com uma mulher fez diferença na sua carreira. Eram solteiros, maiores de idade, por que ele tinha que fazer esta escolha tão difícil?
...
Um dia, estava solitário no horário do almoço depois de tê-la visto passar com a turma sem sequer perguntar a ele se queria almoçar, como fazia há tanto tempo. A amizade deles estava esfriando, e ela ás vezes evitava olhar para ele.
Pensava se ia descer para ao menos tomar um suco quando um colega mais velho perguntou-lhe se queria companhia. Aproveitou aquela oportuidade para abrir seu coração, pois precisava urgentemente de um conselho.
- Ué, você nunca percebeu que o chefe é louco pela Beatriz? Ela é que só o enxerga como amigo, e ele morre por causa disso! Meu Deus, é tão óbvio, por que você não enxerga isso?
- Cara, eu nunca percebi nada. Sei que ele a protege e que a trata de forma diferente dos demais, mas nunca achei que fosse por este motivo. Sempre pensei que ela a visse como filha.
- Que filha que nada! Ele a quer desde que a conheceu, fica babando atrás dela. É por isso que ela ganha todos os aumentos, que ela vai em todas as viagens, que ele a escuta para todas as decisões. Ou você acha mesmo que ela é super competente? Nem eu acredito nisso!
- Isso tudo que você está falando é muito louco. Não posso acreditar que ela tenha consciência disso. Afinal, sempre acreditei na competência da Beatriz. Eu e ela somos muito amigos.
- Marco, eu sei que vocês são muito amigos. Até mais do que isso. Agora, cara, vê bem se você quer se meter neste rolo. É a tua carreira que está em jogo.
...
Morrendo de medo de perdê-la, Marco avisou ao chefe que não estava bem e que precisava ir para casa, e tirou o resto da tarde para pensar...
Incrível como a idade nos traz serenidade. De onde ela vem? Não sei. Há tempos não me sinto tão em paz. Impressiona como os caminhos que traço são fruto de escolhas finalmente feitas. Essa história de deixa a vida me levar é balela. Faz mal!
A vida é boa, mas melhor ainda quando a tomamos as rédeas. Aí sim, ela fica perfeita! "Deixa a vida me levar" é um jeito preguiçoso de não ir a lugar nenhum.
- Para onde você quer ir, Alice? - Ora, não sei. - Então qualquer caminho serve.
(Alice no País das Maravilhas)
Tem diálogo mais sábio do que esse? Acho que não!
Se você não sabe para onde quer ir, nem dê o primeiro passo. Não faça nada por vingança, faça por você!
Meu Caderno das Coisas Boas vem funcionando. Incrível como até agora só valorizei as coisas bacanas que têm acontecido, como estar com meus pais, caminhar ao ar livre, tomar meus banhos de cachoeira, encontrar os amigos...
Nada, mas nada de ruim entra pro caderno. Até do que foi ruim estou extraindo boas coisas, aprendizados, que é para lembrar que todo dia se pode aprender algo!
E aí, a vida vai ficando mais fácil e mais leve... Graças à Deus e a mim!
Toda decisão implica em perda. Não há bifurcação no caminho que não te
leve a escolher alguma coisa em detrimento de outra. Perda é sofrimento.
Quando temos que decidir entre várias opções, o sofrimento vem porque
não sabemos ao certo se a escolha que fizemos foi a melhor diante de
tantas oportunidades. Questiona-se então a qualidade do que escolhemos, e
do que deixamos para trás.
O meu caminho, eu que faço...
Quando a escolha é entre A ou B, é mais fácil ter consciência do que
estamos deixando para trás.
Abrir mão também é uma escolha. Às vezes, é preciso zerar a vida,
rebootar a máquina, começar de novo. Só você e os seus caquinhos.
É importante confiar em mim...
Virada de ano é tempo de reflexão, de olhar para o ano que passou e ver
no que se pôde aprender, e o que ainda requer estudo, aprofundamento.
Eu já sei o que eu não quero para mim: dor, sofrimento, convívio com o
que me tira energia. Mas, ainda não sei bem o que eu quero. Essa dúvida
machuca, e é por isso que eu tomei uma resolução.
Criei o Caderno das Coisas Boas: todos os dias, eu escrevo no caderno
uma coisa boa que tenha me acontecido, ou que eu tenha me proporcionado.
Está sendo muito bom!
Quero ter a alegria de, ao final deste ano, abrir o meu Caderno das Coisas Boas e ver que a vida é mesmo uma coleção de boas e pequenas alegrias! E que essa história de felicidade plena é coisa da sua cabeça. Você pode transformar seus medos em Moinhos de Vento e sofrer com eles, ou deixar a vida leve. A decisão é sua!