Eu já tinha contado do assalto que sofri no post "Primeiro da Abril". Segui a orientação do meu chefe e fiz um relato por e-mail para a segurança da empresa, que estranhamente, só foi encaminhado esta semana. Sabe o que mais? Perdeu o efeito.
Eu não fui na delegacia fazer o boletim de ocorrência (ou registro, sei lá como chamam isso agora!) e os meninos continuam lá nos intimidando.
Eu estou ficando covarde. Ontem, tive um pico de pressão, acho. A cena e o medo me deram logo dor de cabeça. Há alguns anos, eu sairia de peito aberto, pronta para a briga. Hoje, eu me encolho e tenho vontade de sair correndo. Ontem, pedi ajuda ao prancheteiro do ponto de táxi enquanto esperava meu marido chegar. Era quase "pânico", e essa minha reação me deu muito medo. Medo de mim mesma.
A gente vê na tv todos os dias eles falando da "Cracolândia", da prostituição dos menores, da vida que eles levam, do abandono das autoridades. Eu não tenho mais pena deles. Não daqueles que levam da gente coisa que batalhamos para conquistar. Meu professor de espanhol foi roubado semana passada no mesmo lugar que eu, na Avenida Chile. Ficou sem seus pertences e seu dinheiro, que só eu sei o quanto ele batalha para conseguir. Tem uma filha pequena e eu sei que esse dinheiro deve estar fazendo falta. Rodrigo, meu amigo, seu dinheiro virou pó, ou crack. Está sendo consumido nos cachimbos dos meninos embaixo dos Arcos da Lapa.
Até quando vamos ter que viver assim? Até quando vamos viver nesta apatia, covardes que somos?
Um comentário:
Eu acho que as pessoas que pudessem deveriam sair do Rio de Janeiro.
Infelizmente a cidade não tem mais jeito.
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