Ele aparece com uma bandeja, com algumas comidinhas que ele pescou na geladeira, torradas, queijo branco, leite, suco de frutas, geléia, enfim, tudo o que comporia um delicioso café da manhã... às cinco da tarde de sábado.
Ela se surpreende, mas fica feliz com aquele mimo todo. Vê que ele está com a calça de linho branco que estava ontem, mas que a mesma está hiper-amarrotada, por conta do estrago da chuva. Ele senta na cama com aquela bandeja, e começa a passar geléia na torrada.
De repente... toc, toc, toc... alguém bate na porta. É Cecília. Ela se levanta correndo e coloca o roupão de banho, primeira peça à mão. "Fica aqui", ela diz pra ele.
"Oi, Cissa, você está aí?", ela pergunta sem jeito. "Claro que estou", reponde Cecília, "quem é que está aí com você? São dele aquelas roupas que estão no tanque?" "São dele sim", ela responde.
"Nós não tínhamos combinado que não colocaríamos homem dentro de casa?", Cecília argumenta.
"Sim, tínhamos, mas foi uma situação excepcional. Estava chovendo muito ontem quando saímos do show. Ele não poderia ir de moto até Jacarepaguá. Era perigoso", ela insiste.
Cecília então diz, enfática e chateada: "Fosse com ele para um motel! Você conhece bem esse cara? O que você sabe dele? É solteiro? É separado? Qual o sobrenome dele?"
Ela então completa: "Oliveira. O sobrenome dele é Oliveira. Acho que ele é separado, mas não sei se teve uma, duas, mil mulheres. Não me interessa. Interessa que ele está comigo agora, na minha cama, comendo o café da manhã que ele preparou e está me esperando. Dá para deixar essa conversa para outra hora?"
"Dá, né? Tudo tem que ser do seu jeito. Só espero que você não se arrependa depois. É muito cedo para ir para a cama com o cara, vocês só saíram uma vez. Sabe-se lá se ele não é um tarado?", Cecília recomeça a ladainha.
"Tá, Cissa, já entendi, me deixa voltar pro quarto. Vê se não corta a minha onda, pode ser?"
Ela retorna ao quarto e tranca a porta novamente. Ele percebe que ela ficou amoada com a conversa e pergunta: "Está tudo bem"? Ela faz que sim com a cabeça, mas fica com a questão levantada por Cecília lhe incomodando ("O que você sabe dele?").
Ele então puxa ela em sua direção e lhe dá um beijo longo... ela fica toda derretida. Ele então diz a ela para darem uma volta, porque ele logo, logo vai precisar devolver a moto ao seu irmão. Ela diz prontamente: "Me arrumo rapidinho". Ele finge que acredita e sorri.
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6 comentários:
Que saco essa Cissa!
A história está muito boa. Acho que ficou faltando explorar mais esse primeiro encontro deles, tão esperado por ela. O clima estava perfeito e o o tema é sempre importante para aprofundar (e apimentar) o conto.
Interessante como a maioria dos romances começa assim mesmo: homem meio desconhecido, não fala muito de si, joga charme todo o tempo até a conquista. Depois... é uma incógnita. Estou gostando muito. Parabéns!
Essa Cecília não trepa há séculos,of course!!!!!
Pra ter colega de AP assim, prefiro morar com minha mãe que pelo menos pagaria minhas contas e faria 'janta' pra mim.
hehehehe!
Ué, mas se eles não sabem muito a respeito um do outro, ela também não é desconhecida pra ele? Bjs, Rebecca
Ah, saudades da janta de mama...bjs
Obrigada Rebecca.
Por que eu me sinto tão próxima à vc? rs...
Talvez porque tenhamos a mesma paixão por escrever... tudo parece tão simples, tão fácil quando se escreve!
beijo
vc escreve muito bem!
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