De repente, toca o telefone.
- “Meninas, deixa que eu atendo, deve ser o entregador dos folders, finalmente!”, ela diz para as colegas, que como ela, estavam atoladas de afazeres até tarde da noite.
- “Alô, Tamara falando”, ela diz, “quem é?”
- “Oi, Tamara, o que é que você ainda está fazendo aí essa hora da noite?”, ele pergunta, meio canastrão.
- “Oi, quem está falando? Você me desculpa, mas eu não estou reconhecendo a sua voz”, ela responde.
- “Sou eu, Tamara, João. Já esqueceu da minha voz?”
- “João? Ah, oi, João... Quanto tempo, né, que a gente não se fala? No quê que eu posso te ajudar?”
- “Ajudar? Não, eu não quero a sua ajuda. Quero te ver. Quando podemos nos ver?”
- “Nos ver? Qualquer dia desses, João, qualquer dia desses!”
- “Quando? Amanhã? Poderíamos almoçar juntos, que tal?”
- “Amanhã? Desculpa, João, mas amanhã não vai dar. A propósito, João, você tem certeza que não está precisando da minha ajuda?”
- “Tenho, tenho. Eu só quero te ver. Quando então? Vamos marcar um almoço?”
- “Semana que vem, pode ser?”
- “Quarta-feira está bom para você? Às três e meia?”
- “Três e meia? Impossível, João. Meu horário de almoço vai no máximo até às duas da tarde”.
- “Ah, mas às duas eu não consigo chegar aí. Não pode ser mais tarde?”
- “Então não é almoço, né, João? É qualquer coisa menos almoço, né?
- “Tamara, você não sente saudades de nós dois? Por que a gente não deu certo? Você acha que a gente teria dado certo?”
- “Aaaaaahhh, João. Você acha que vale à pena a gente retomar esta história? Eu acho que não! Eu estou ocupada, João. Não estou aqui no trabalho até essa hora à toa, estou trabalhando. Vamos deixar esse papo para outro dia, vamos?”
- “Tamara, estou com saudades de você”.
- “Quanto tempo tem que não estamos mais juntos, João?! Já passou... já se vão mais de dez anos. A gente sabia que ia ser assim. Desde a última vez que conversamos na faculdade, sabíamos que ia ser assim. João, me deixa ir, eu tenho que desligar agora”.
- “Tamara, eu quero te ver”.
- “João... nesse tempo...você aprendeu alguma coisa? Parece que não. Eu aprendi. Tchau. Beijo”.
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E assim eu encerro esta história e me preparo para outra. Espero ter a companhia de vocês na próxima! Bjs, Rebecca
Um comentário:
Pois é!
O cara mereceu o 'toco'!
Mereceu!
Não pelo passado mas pelo presente mesmo...
Bjs!
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