sexta-feira, novembro 06, 2015

Um casal que se merece

Um homem centralizador. Uma mulher que, com o tempo, se tornou imprestável. Não consegue decidir a comida que vai dar aos próprios filhos. Tudo pergunta a ele.  Por incrível que possa parecer, isso existe, em pleno século XXI. Interioranos sim, mas viajados. Viajam o mundo todo. Mas de fato são dois "bois de botas". Ela ocupa um cargo de gestão numa grande multinacional, mas não consegue decidir a posição da vírgula. Tudo divide com ele. E ele, decide por ela. Cada vez que ele fala com ela ao telefone e ordena alguma coisa, sinto que a desmerece. Ele a torna tão pequena, tão dependente, que dá dó. 

Eu não tenho nada a ver com isso. Não são meus amigos, não tenho convivência. Mas me irrito. Ela é uma afronta à classe. Ela joga fora todos os dias a luta das que queimaram os sutiãs e foram atrás de sua independência, de suas escolhas, do seu caminho, do seu dinheiro, sem precisar do cabresto de macho algum. É, acho que é por isso que eu me irrito.
 
A propósito, como minha avó sempre disse: "só fazem com a gente o que a gente permite".