quarta-feira, outubro 29, 2008

Melancolia

Hoje, acordei com a enxaqueca de ontem. O corpo todo mareado por causa da dor de cabeça e uma melancolia enorme no coração.

Tudo por causa de uma foto. O que uma foto não faz com a gente? A gente olha a foto, vê quem está nela e aí fica triste, amoado, querendo voltar no tempo. E não há o que se faça para essa melancolia passar.

Fotos são boas para que lembremos do passado. Às vezes, olhar para este passado dói. Mas, a vida é assim, né? Fazer o quê?

domingo, outubro 26, 2008

Deu Eduardo Paes

Eu não gostei. Não foi o meu candidato. Estou frustrada, mas, fazer o quê?

Tenho que confessar que o outro também não era meu candidato. Não, fiquem tranquilos, eu não fui uma dos muitos que votou nulo! Fiz voto útil no primeiro e no segundo turnos. Um saco! Mas, é que alguma coisa me incomodava ali, e não era minha caretice, não! Era que eu achava que não dava para uma pessoa que já cometeu um crime hediondo - sequestro, lembram? - ser prefeito de uma cidade. Tudo bem, tinha uma causa. Mas, eu ainda acho que não justifica cometer um sequestro, virar terrorista, essas coisas.

Ele já pagou pelo crime, ficou exilado. Tudo bem. Mas, eu achava que alguma coisa estava errada ali.

Bom, eu só sei que não gostei. Mas não sei se teria gostado se o resultado tivesse sido outro.

Apenas amigos

Ontem, tive insônia novamente, e o sono só veio às 4:35 da manhã. Fiz o que os médicos recomendam, não fiquei na cama. Hoje, coloquei o despertador para às 9:00 da manhã, para me forçar a levantar cedo e consequentemente, ter sono cedo. Fiquei o dia inteiro brigando com o sono, mas resisti.

Mas, de madrugada, zapeando pela tv, me deparei com um daqueles filmes água com açúcar americanos, acho que no Telecine Light, chamado "Apenas Amigos". A cena era de um gordinho que tentava se declarar para sua melhor amiga, era rejeitado, saia da cidadezinha onde morava, pequenina, e dez anos depois, estava gatérrimo, se dando bem com modelos e atrizes em Los Angeles. Você já viu esse filme? Não? Ah, mas com certeza deve ter visto alguma coisa parecida.

O filme não era lá grandes coisas, mas ajudou a me entreter. No entanto, eu fiquei pensando nesta história. Acho que todo mundo, alguma vez na vida, já deve ter se apaixonado por um grande amigo(a) e ter ficado sem jeito em se declarar. Talvez seja pelo medo de perder a amizade, quando ela é algo que vale à pena.

O próprio Cazuza traduziu este sentimento muito bem quando escreveu, junto com a Bebel Gilberto e o Dé, a letra de "Preciso dizer que te amo", música que eu adoro!

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Muitos gravaram esta música: Cássia, Marina, o próprio Cazuza... ela já embalou muitas noites em claro...

Agora, por que nada funciona quando se trata do melhor amigo? Por que os truques não dão certo, por que ele não cai na tua lábia? Por que é tão difícil dizer o que se sente e todas as teorias parecem idiotas? Acho que a resposta é: porque ele te conhece! Ele sabe quem você é! Ele já te viu tão de perto que às vezes não enxerga o que você está tentando mostrar.

Tem horas que desencanta, e o amor acontece, noutras, parece que você caiu numa teia de onde não vai conseguir sair. Nestas últimas, o tempo é o melhor remédio mesmo. Faz a manutenção da amizade, de repente pinta outro lance e aquela paixão toda passa.

Agora, se não passar, lembre-se que uma reposta negativa você já tem. Um "eu te amo" pode sempre pintar se você se lançar rumo a este futuro desconhecido!

Aviso aos navegantes

Este blog nasceu de uma brincadeira. Eu e minha amiga Flor de Lótus lemos um conto fantástico do Sam Shepard e resolvemos brincar de escrever um outro final. Daí, resolvemos fazê-lo a quatro mãos. Eu escrevia um pedaço, mandava para ela, ela escrevia outro, mandava para mim. E eu fui postando tudo no blog. Isso em 2005. As peças do quebra-cabeças iam revelando coisas que estávamos vivendo.

Alguns amigos sabiam que estávamos fazendo a brincadeira, e conhecendo o endereço do blog, vinham nos visitar. Por isso, as partes não eram identificadas: porque queríamos que eles matassem a charada e descobrissem quem tinha escrito que pedaço. Até hoje, eu não dei os créditos.

Quem quiser brincar, basta acessar o arquivo de 2005, e ver se quem escreveu cada pedaço da história foi a Flor de Lótus ou a Rebecca Leão. Para começar, vá em:

http://rebeccaleao.blogspot.com/2005/11/briga.html

e leia de trás para frente. Divirta-se!

Sobre a maturidade...

Duas frases me comoveram sobre o tema.

A primeira é de Arturo Graf, um poeta italiano que morreu em 1913:
"Triste é o homem em que nada fica do menino".

Eu conheço um monte de gente triste assim.

A outra é de Bertrand Russel, filósofo que faleceu em 1970:
"A maturidade só chega quando se perdoa os pais".

O pior é sentir a maturidade chegando com toda força, se revelando no espelho, não como velhice, mas como algo irreversível...

O Debate

Odiei o debate de anteontem. Que saco! Quero PROPOSTAS, chega de enrolação!

Que perda de tempo!

Viver não é preciso...

Hoje, me lembrei de novo do Pessoa...

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,

transformada a forma para casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;

ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue

o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.


Tenho andado medrosa. Da rocha segura que eu aparento, por dentro tenho muito pouco. Às vezes, me dá vontade de chorar, mas os tempos imprecisos andam me deixando seca.

Primeiro foi a mamãe, e eu me vi leoa, enfurecida, querendo resolver as coisas no grito naquele hospital. Mas isso eu já sei que não funciona.

Depois, foi a mana que baixou o hospital, e me fez ver que as pessoas estão pouco se lixando para o seu problema. E elas quase me tiraram do sério.

O corpo andou pedindo arrego, pois a pressão no trabalho anda grande, e a porcaria da blefarite cismou em reaparecer.

E, quando eu pensei que o meu outubro negro já havia passado, o tio do meu marido teve um infarto. E ele agora está na UTI de um hospital, bem, mas em observação, vai fazer a segunda angioplastia na segunda-feira.

Quero a força dos marinheiros que tinham a consciência da imprecisão da vida. Quero não ter tanto medo. Quero que esta força me sustente.

De onde ela vem? Ainda não sei. Quero para mim o mesmo que o Pessoa, o espírito daquela frase. Se os marinheiros se recusavam a viajar durante a guerra e precisavam da frase para seguir adiante, também preciso eu de um mantra que me embale, e que me leve longe.

Quero para os meus a calma, a serenidade e a certeza de que a vida há de ser melhor.

quarta-feira, outubro 22, 2008

O Rio de Janeiro em 360 graus

Adoro as fotografias do Luiz Cláudio Lacerda e Rogério Randolph. Tanto, que até tenho uma em cima da minha cama, como cabeceira. É o Rio todo se descortinando sobre os meus lençóis, como uma prova de esperança que ele ainda pode dar certo.

Em tempo de eleições, deixo aqui uma homenagem a esta cidade.

Quer ver mais? Clique em http://www.360imagens.com.br/linha.asp!

Pequenos milagres

Saiu do Centro Cultural Banco do Brasil, onde dava aula, e dobrou na Avenida Primeiro de Março. Eram cinco e meia da tarde e ela resolveu apertar o passo para ver se ainda encontrava a livraria do Paço Imperial aberta. Ela adorava uma livraria e, uma vez lá dentro, sabia que o gerente só poderia fechar suas portas depois que o último cliente - quem sabe, ela? - saísse.

Aquele era um horário de muito movimento. Pelas calçadas, pessoas andavam apressadas, sem se darem conta uma das outras. Tráfego intenso nas ruas, carros "costurando" o trânsito, guiados por seus condutores ansiosos, tudo isso era percebido por ela. Havia muita pressa em chegar por todos, mas sabe-se lá em que lugar!

De repente, ela, que subia a rua pela calçada da antiga farmácia Granado, atravessou em direção à igreja da Nossa Senhora do Carmo, subitamente atraída para o seu interior. Desviou-se do seu caminho para o Paço e, entrando na igreja, sentou-se e ficou admirando o altar. Percebeu que aquela igreja que ela não conhecia era realmente muito bonita, mas precisava de uma boa reforma, de reparos, de cuidado. Ficou olhando as imagens por breves cinco minutos e, do nada, o padre saiu da sacristia e veio em sua direção, dizendo:

- Oh! Que bom que você veio! Estávamos te esperando!

Ela olhou para os lados, para trás, e não havia ninguém, só ela. Então, concluiu, era com ela mesmo que aquele padre desconhecido estava falando. Ela nada respondeu, apenas levantou-se, permanecendo imóvel naquele lugar. O padre se aproximou dela e a abraçou, agradecendo a sua visita mais algumas vezes. Depois, tirou uma medalhinha da Nossa Senhora do Carmo do bolso da batina marrom e prendeu em sua blusa, do lado esquerdo, um pouco acima de seu coração, com a ajuda de um pequeno alfinete de fralda dourado. Não pediu doação alguma em troca, nem ela fez alguma menção de abrir a carteira. Apenas agradeceu. Disse-lhe que fosse com Deus, que já era hora, e que Nossa Senhora estaria sempre com ela. E ela foi.

Deixando a igreja, ela se deparou com uma cena inusitada. Um motociclista perdeu o equilíbrio e caiu com a moto no meio da avenida, na pista da esquerda, junto a calçada em que ela se encontrava esperando para atravessar. Sem pensar nas consequências, ela se jogou na frente dos carros para impedir que o rapaz fosse atropelado. Foi um ato-reflexo. Literalmente, ela parou o trânsito. Outros transeuntes ajudaram o rapaz a se levantar e levaram-no para a calçada, junto com a motocicleta avariada. Ela correu junto ao grupo para checar se ele estava bem, mas logo viu que ele já estava sendo assistido por aquelas pessoas solidárias. Despediu-se do grupo, ainda sem entender a gravidade do que fizera, e voltou-se para atravessar a rua em frente a igreja.

Lembrou-se de agradecer a Deus pela proteção ao chegar à livraria, já que ela poderia ter sido atropelada, não fosse por Ele (ou por essa força que rege o mundo terreno). Levou a mão à medalhinha presenteada e descobriu que não havia medalha, nem alfinete, nem furo em sua roupa. Surpresa, retornou à igreja. No caminho, procurou pela medalha no asfalto, nas calçadas, e nada.

Retornando à igreja, ela já estava fechada, aliás, como se nunca estivesse estado aberta. Há anos aguardava por verbas para uma reforma total.

Milagres acontecem?, ela se perguntou. E seguiu para casa sem resposta, mas com uma sensação de calor no coração.

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Este fato aconteceu comigo em 2001. Não é ficção. A igreja estava fechada mesmo há muitos anos. No dia 11 de agosto de 2006, foi assinado um contrato entre a Prefeitura do Rio de Janeiro – por meio da Secretaria Extraordinária do Patrimônio Cultural e Secretaria das Culturas – e a Fundação Roberto Marinho para a realização do projeto de revitalização da igreja. Nesta ocasião, também foi assinado um termo de cooperação técnica que envolveu, além das duas instituições, a Mitra Arquidiocesana e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A igreja ficou muito bonita depois de recuperada e hoje, há uma grande fila de espera de noivos que querem realizar sua cerimônia de casamento nela.

sábado, outubro 18, 2008

Heart attack?

Tum... tum... tum tum... tum tum... tum tum tum... tum tum tum... tum tum tum...

Mãos invisíveis apertam o esôfago... dói...

O peito parece pequeno para tanto barulho interno... dói...

Aí vem a tosse... 1a. vez... 2a. vez...

Tum tum tum... tum tum tum... tum tum tum...tum tum tum...

Falta ar... tenta respirar fundo... tira essa roupa... tá tudo muito apertado...

Tum tum tum... tum tum tum... tum tum tum...tum tum tum...

Ela explode num choro compusivo... melhor botar para fora toda esta angústia...

Tum tum tum... tum tum tum... tum tum tum...tum tum tum...

A cabeça parece cheia de sangue... começa a doer, numa enxaqueca terrível...

Tum tum tum... tum tum tum... tum tum tum...tum tum tum...

Respira mais um pouquinho, outra vez, outra vez, calma, tenta se acalmar...

Tosse de novo, tosse, vai!

Tum tum... tum tum... tum... tum...tum... tum...

tum... ... ... tum... ... ... tum... ... ... tum... ... ...

Enfim, passou...

sexta-feira, outubro 17, 2008

Deu no jornal de hoje

Ela abriu o jornal como faz todas as manhãs antes de ir para o trabalho e foi logo olhar o obituário. Seus amigos dizem que isso é coisa dos mais velhos, que procuram por amigos mortos. Ela não concorda. Foi olhando o obituário que descobriu a morte do seu hematologista. E depois, do seu gastroenterologista. Foram antes de mim, graças à Deus, ela pensou.

Agora, que seu jornal preferido tinha dado espaço para os eventos terríveis de sua cidade, mortes, assassinatos, chacinas, atropelamentos e execuções estavam na ordem do dia. Ela passava os olhos por eles, mas tentava não se deter, pois não era lá um jeito muito gostoso de começar o dia.

Só que especialmente hoje, uma notícia lhe chamou a atenção:

Amante traído mata o novo amante a tiros
Mulher casada tinha caso com assassino há 2 anos, mas
há 3 meses, havia arranjado outro
Num bairro de São João de Meriti, o Bigorrilho, 45 anos, foi preso por ter matado
o novo amante, de 49 anos, da sua amante, de 39. Os três mantinham um
triângulo amoroso, apesar de serem casados.
(Mas, então não era um pentágono? Ou um hexágono?, não ficou claro!)
Segundo Bigorrilho, sua amante estava conversando com o outro amante e
caminhando em direção a um motel, na Estrada São João Caxias. Segundo a mulher,
Bigorrilho perguntou quem era o homem ao seu lado e, como não obteve
resposta, descarregou o revólver calibre 38 no cara.
(Como assim um assassino chamado Bigorrilho? Catar os amantes na estrada?)
De acordo com o delegado da 64 DP, Bigorrilho cometeu homicídio qualificado
por motivo fútil e pode receber de 12 a 30 anos de prisão.
(Vai sair da cana com, pelo menos, 51 anos! Quanto tempo perdido por nada!
E o marido da Dona, é corno duas vezes?)

Seria cômico se não fosse trágico! Ela não teve como não lembrar da música do Bigorrilho:

Lá em casa tinha um bigorrilho
Bigorrilho fazia mingau
Bigorrilho foi quem me ensinou
A tirar o cavaco do pau
Trepa Antônio
O siri tá no pau
Eu também sei tirar o cavaco do pau
Dona Dadá, Dona Didí
Seu marido entrou aí
Ele tem que sair, ele tem que sair.
E procurando pelo significado desta palavra, descobriu que Bigorrilho é um indivíduo reles, desprezível. Fechou o jornal, e foi trabalhar.

Papo de Barbearia

O cliente senta na cadeira e o barbeiro vai logo puxando conversa:

- O senhor sabe, quando Jesus andou sobre as águas do mar da Galiléia, o que foi que ele e Pedro conversaram?

O cliente, profundo conhecedor da história das religiões, olhou para a tesoura, pro pente, e perguntou:

- Quê que eles conversaram?, meio desconfiado do papo.

No que o barbeiro respondeu:

- Pedro, vendo que Jesus andava sobre as águas e que os demais morriam afogados quando tentavam imitá-Lo, perguntou ao seu Mestre: - Jesus, o senhor não vai lhes ensinar o caminho das pedras? - E o senhor sabe o que Jesus respondeu a Pedro?

- Hã?, contestou o cliente.

- Eu, não, Eu lá sou homem de dar asa a cobras?

quinta-feira, outubro 16, 2008

Só para matar a sua curiosidade...

Não há nada mais gostoso do que andar por aí com uma calcinha velhinha e um sutien idem, sem apertos, com o elástico já "pedindo para sair"... Ninguém confessa isso, mas é verdade!

Estes elásticos apertam muito, doem, deixam o corpo da gente todo marcado. No verão, então, nem se fala.

Mas, no país da bunda enorme, mulher melancia etc, e dos peitos siliconados, todo mundo anda apelando, usando aramados para dar sustentação e enchimento. E calcinhas com aquele up na almofadinha!

Pois bem, uma amiga que é médica e que trabalha num PS de um hospital público me confessou: eles realmente não têm como atender a todo mundo. Não têm recursos, não têm médicos disponíveis. Enfim, tem que haver uma triagem.

Vocês sabem por onde eles começam a fazer a triagem? Se está todo mundo grave, eles olham as calcinhas e sutiens. Roupa íntima furada, rasgada ou detonada, significa "final da fila". Está bom para você?

Calcinha furada nunca mais!!!! Afinal, você nunca sabe quando pode precisar de um hospital público, né?

Quem é você? E o que fazes por aqui?

Andando pelos corredores do metrô de Londres, nos deparamos com um par de botas abandonado. Elas estavam lá, largados, como se seu dono um dia tivesse ficado um bom tempo olhando para a parede, onde havia uma exposição sobre os operários que construíram aquele metrô. Tudo muito velho, a exposição permanente e as botas.

Passei por elas e elas me chamaram tanta atenção que eu as fotografei. Sou louca? Não, as botas abandonadas me causaram um baita estranhamento. Por que alguém largaria botas naquela posição? Veja a foto aí de cima...

Eu me admiro muito das pessoas que só tem um sapato. Meu professor de inglês é um deles. Ele diz que usa o sapato até acabar. Será que os sapatos masculinos são melhores? Porque os meus acabam rapidinho! E eu tenho vários. Se eu usasse todos os dias o mesmo sapato, estava ferrada da Silva.

As botas aí da foto, além de abandonadas de "cara" para a parede, estão todas detonadinhas. O mais engraçado é que ninguém leva! Elas ficam lá, todo mundo passa, olha e não leva. Nem o lixeiro!
Essa minha cabeça louca ficou logo imaginando o Curumim, com os pés invertidos, largando o sapato que apertava para fazer uma festa pela Floresta.


Repare a extensão do corredor. Para que tantos caminhos? Não é a toa que lá em Londres eu me senti no mundo de Alice: aquilo lá é verdadeiramente o País das Maravilhas, com todos os seus personagens.


Um sapato diz realmente muito sobre o seu dono. Dizem que não adianta você estar bem vestido se o sapato está detonado. Depois da histórias das calcinhas e sutiens, agora a do sapato bom? Ah, você não conhece essa também? Fica para um outro post.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Ser ou não ser - depois da Martha, a casa dos espelhos

Estou eu aqui, devorando o livro da Martha Medeiros, relendo crônicas que eu já havia lido no jornal O Globo. Gosto muito do positivismo dela e da maneira leve como ela faz suas análises e olha a vida. "Doidas e Santas" é realmente um livro para se guardar, porque nos permite ter, como coleção, aquelas estórias do jornal, sem ter que lidar com o papel de tinta ruim que solta toda na sua mão.

Na crônica do dia 19 de novembro de 2006, Martha fala de Volver, um filme do Almodovar que tinha acabado de estrear nos cinemas e que eu vi várias vezes. Meu professor de castellano, um espanhol radicado no Brasil, não gosta do diretor. Como ele pode? Eu comprei este filme para ter em casa, assim como a caixa de filmes do Almodovar que, já sei, não vou poder utilizar como matéria-prima em sala de aula.

Mas, continuando. Nesta crônica, Martha fala da cena inicial do filme, das mulheres lavando os túmulos dos seus homens no cemitério. Eu sublinhei no texto dela: "todas sobreviveram a eles". A gente até podia dizer há um tempo atrás que as mulheres morriam mais que os homens, mas agora, com esse papo de mulher executiva, sei não.

No meu caso, várias cenas me impressionaram, mas tenho que confessar que, como boa engenheira, fiquei encantada com os moinhos de vento ladeando a estrada. Esta cena me gerou um interesse que me levou a buscar mais informações sobre os países que estam investindo nesta tecnologia de geração de energia, como o nosso faz, muito timidamente.

Martha diz ainda que "mulher é sempre real, comoventemente real". Será que foi por isso que eu me comovi e me encomodei tanto com os espelhos que me puseram a frente? De fato, eu me senti na Casa dos Espelhos, procurando um que não exacerbasse os meus defeitos ou qualidades, ou outro que não diminuísse tanto o meu lado bom. Enfim, um espelho que me refletisse, eu praticamente não encontrei, e não é que eu estivesse me recusando a ver, eu estava aberta. É que acho que não houve interesse genuíno pelo outro e seu desenvolvimento (como os consultores gostam tanto de frisar lá no curso).

Na crônica de 11 de novembro de 2007, Martha fala ainda de flexibilidade, que "é preciso ter certa flexibilidade para evoluir e se divertir com a vida". Eu sinto que ainda isso que me falta. Ser flexível: não é fácil! Segundo ela, "o fato de transgredirmos nossas próprias regras só demonstra que estamos conscientes de que a cada dia aprendemos um pouco mais, ou desaprendemos um pouco mais, o que também é amadurecer. Não estamos congelados em vida". Talvez tenha sido essa a grande lição da imersão no sítio:
F-L-E-X-I-B-I-L-I-D-A-D-E!

Difícil, mas possível. Cada vez mais possível com o amadurecimento.

A Moebius Trip, revisitando em homenagem à Clarisse

Five years. There she was, alone again. After five years of a solid (?) relationship, Valentina was – not-naturally – alone. And she didn’t know what to do. She was totally lost. When she looked back, she didn’t find the reasons that lead to that break-up. She knows that she had something to learn with that so fool-end, but what? And much worse than this was to look ahead and not knowing what to do and how to re-start. Why now, if everything seemed to be ok?

During that time she spent with Peter, she passed through moments of hapiness, but also, through moments of a completely loneliness, even when they were together. It was always too uncomfortable, but now, time has changed and she was feeling actually abandoned. In those moments with Peter, she felt that he didn’t know her and also what she wanted. Now alone, she was in a more terrible situation: it was like she didn’t know herself.

Maybe it was just a case of therapy. She should ask for a meeting with her therapist, talk about her feelings, fears and any sort of silly stuffs she could think about that email. Yes, my dear, it’s true: he broke up by sending me an email. Few words, but a lot of poverty. She knows that the best medicine to this kind of problem was talking about, speak with someone who could listen and help to understand all the whys involved. However she feels a kind of inactivity; she didn’t manage even to hang up the phone.

Her life was not simple and she spent a lot of years to understand that things would not come easy to her. Some of the most important men of her life gone away in an un-waited unwanted way, without any signs. Some times, she felt like being in a Moebius strip, with no beginning and no ending, like a curved road. The fact was that she was not prepared to that separation.

She had made a lot of plans for their future, she had talked about all of them in details to him, she had reserved money to implement them, and he did not say anything. In what moment he had changed his mind? She couldn't had noticed his change… she couldn’t had noticed anything.

She knows that Peter was important to her for a lot of reasons, for being her best friend, for being her support in the most difficult moments, even contributing with money when she needed, helping her to pay for the apartment she was living now. Peter was a good man, polite, fair, honest, but a little selfish and self-centered. Sometimes, she could feel that he didn’t need anyone else to be happy, just himself, his CDs, his DVDs and books. He was so material! He was not a person who enjoyed going out in a Saturday night to see and be seen. And she feels like he wouldn’t ever change his behavior. Most of those times, Valentina feels like having stolen moments.

What am I to him?, Is he ashamed to go out with me?, she asked herself a lot of times. She loved him a lot, exactly the way he was, with all those qualities and faults. But it has been a hard job to stand by all those strong characteristics, without complaining, and having to say yes to some unacceptable things. She used to imagine him looking at her like a mother or a courtesan, even like a sister, but never as a lover, as his lover. Why it was so hard to him to love me in the way I wanted? Why it was so difficult to him to look after me, to show me that he was concerned about me? Why is so important to me to find an answer to all these questions?

Valentina was now a 35 year-old woman, with no marriage, no babies, and no expectations for her future. It was time to be an easy rider, time to be free, to meet a lot of new people, to see a lot of new movies and plays, to find new places to go, to look for new friends and also for the oldest ones, to take care of herself, to spend her now big earnings. She knows everything about the magic formula to forget a man, but it seemed to be impossible. Not that man, my man.

Each time Valentina started to think about the whys and all that stuff, Peter seemed to be even more special to her. With a little detail: he was the man that broke up with me by email. He has been coward since then. He didn't give her a single call. He didn't appear to talk, to explain his decision, to tell her his reasons. He made nothing.

She tried to be with any sort of people, she also tried the new way of meeting: the blind date. And it was terrible. Even though she knew that she had to be patient, as long as the time was going by, Valentina felt that hers was ending. Just five years have passed, how can things change so much? What are the new codes? How can I see a man and notice that he is interested on me? How can I establish contact?

One day, when she didn’t expect anything else from Peter, he appeared in her front door. It was another silly situation she wasn’t prepared to face. Knoc knoc knoc. Valentina, are you there?, he asked loudly. Valentina couldn’t answer, she didn’t know anymore if her feelings were the same they were before. Valentina, will you not open this door? , Peter seemed to know everything he wanted now. Valentina opened the door and gave her back to him, walking toward the window in the wall in front. She was not prepared to that, but she could listen to him.

Valentina, I thought a lot about us… I'd like you to forgive me… I want to come back home; I need to be with you, in your life. Is it possible to think about my proposal? May I come back? Are you hearing? You’ve to remember our love, our good moments. I know you must be sad about the way I left, but I was afraid of not being as good as you wanted me to. Can you forgive me?

What seemed improbable finally happened. He was there, asking, needing, begging. Valentina didn’t have any reaction, didn’t say any word, didn’t look at his face. Peter left in the same way he arrived: fast. Valentina felt reborn. She had learned. She forgot him.

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Escrevi esta história e a postei neste blog em agosto de 2007. Não fazia previsões. Ao contrário, quisera eu que ela fosse só ficção e que nenhuma mulher do mundo precisasse passar por isso. Mas, nossas histórias só fazem retratar a vida, que às vezes é bonita, mas que também pode ser bem feia.

Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa - precisa mais?

domingo, outubro 12, 2008

Ser ou não ser - eis a questão!

Sempre soubera que tinha uma personalidade forte. Não era do tipo mimada, apenas não gostava de ser mandada sem razão ou motivo. Era do tipo que nunca levava desaforo para casa. Nunca! Como dizem por aí, dava um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair dela.

Vivia isso na vida pessoal, e na profissional também. Sua família já sabia, quando ela ficava muito calada e séria, a chapa estava esquentando. Mas, no fundo, sempre fôra uma pessoa boa, com um coração enorme, do tipo sempre cabe mais um. Rexona, sabe?

Os amigos abusavam. Quem a conhece bem, sabe que seu coração é mole. Que uma hora ele amolece e ela cede.

Ao pegar antipatia por alguém, ela ficava braba. E não se esforçava para disfarçar seus sentimentos, fazia questão de não ser falsa. Porque falsidade dá dor de estômago, ela dizia.

Até que um dia ela se deparou com a maioria. E com um diabo de um processo chamado Feedback (que no caso de ser bom é floresback e, se ruim, é fodeback mesmo!). A maioria não se fêz de rogada e detonou geral! Ela, como boa leonina que é, ficou abalada. Se olhou no espelho e se perguntou: mas, em toda a minha vida eu fui assim, e as pessoas gostavam de mim assim!? O que hoje eles apontam como defeito sempre foi visto como qualidade: iniciativa, determinação, foco no cliente, conteúdo! Por que então a maioria anda me vendo desse jeito? Onde está a falta de foco nesta fotografia, que eu não consigo enxergar?

Voltou para casa pensando na maioria, e no Nelson Rodrigues (minha filha, toda unanimidade é burra! - dizia para si mesma). Estaria apenas procurando uma maneira de se perdoar, ou se convencer que não era bem assim? De quem era a reponsabilidade por aquilo tudo? Podiam os professores se eximir dela e deixar o circo pegar fogo?

Ficou se perguntando o que era mais imperioso: seu direito de ser como é ou o dever de não ser (para agradar a maioria)! Ao final, concluiu que nem sempre quem tem que mudar é quem incomoda. Aliás, os incomodados que se mudem!

E seguiu a sua vida feliz, esquecendo-se do drama daquela temporada no sítio. Voluntariosa, determinada e consciente das suas possibilidades e limites!

quarta-feira, outubro 08, 2008

Saudades

Ando sofrendo de saudades agúdas. E parece que a minha vida tem trilha sonora, meu rádio interno está sempre ligado. No meu iPod, enquanto viajo e estou longe de tudo, da TV, do jornal e da vida lá fora, com esse tempo passando tão devagar e, ao mesmo tempo, tão rápido, não pára de tocar uma música do Jota Quest, que me encanta e emociona. Reedito um post antigo, no qual a publiquei. Sempre a terei no fundo do coração, com muito carinho, assim como tenho a pessoa de quem ela me lembra.


Só Hoje
JotaQuest

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal

Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
Que te faça rir

Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios
e dormir em paz

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre, sempre

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje

segunda-feira, outubro 06, 2008

Campanha eleitoral

Confesso que me emocionei ao ver Caetano cantando Amanhã, na campanha eleitoral de Gabeira. É um tanto mais esperançoso que a outra letra do post anterior.

Amanhã será um lindo dia, da mais louca alegria
Que se possa imaginar,

Amanhã redobrada a força
Pra cima que não cessa,
há de vingar

Amanhã mais nenhum mistério,
acima do ilusório
O astro rei vai brilhar,

Amanhã a luminosidade
Alheia a qualquer vontade,
há de imperar, há de imperar

Amanhã está toda a esperança
por menor que pareça
O que existe é pra vicejar,

Amanhã apesar de hoje
Ser a estrada que surge, pra de se trilhar

Amanhã mesmo que uns não queiram
será de outros que esperam
Ver o dia raiar,
Amanhã ódios aplacados temores abrandados
Será pleno, será pleno...

Mana não gosta do Guilherme Arantes, mas eu acho que ele foi muito feliz ao escrever esta letra. Me lembro que, ainda criança, curtia essa música... ela embalava a história da personagem de Sônia Braga, Júlia Matos, uma ex-presidiária, apaixonada pelo Antônio Fagundes, na novela Dancing Days...
Eu não tinha mais de dez anos e ainda lembro da emoção que eu sentia ao ouvir a música e associá-la a alguém que ganha de volta a sua liberdade. Nem sei de onde eu tirava essa consciência toda...

Ainda sobre eleições

Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem...

As notícias parecem boas... Eduardo Paes e Gabeira no 2o. turno. Meu coração se acalma enquanto não leio o nome do Crivella na relação... será que é só isso?...

Não, não é só isso. O povo tem os governantes que merecem. Campos: Rosinha Garotinho eleita prefeita da cidade. Uma das cidades que mais recebe royalties do petróleo nesse país. Resultado da eleição:

Campos
Votos válidos...............149.846
Votos nulos...................122.511
Votos em branco.........5.183

Prefeita Rosinha...........78% dos votos válidos, i.e, 116.880 votos. Número inferior aos dos votos nulos. Será que isso não significa, enfim, alguma coisa?

Eu sei o que é bom
Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem
Apenas sei de diversas harmonias possíveis sem juízo final
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...

E o pior... tem mais! Além da Rosinha, outra Garotinho se elegeu: Clarissa, filha do casal. 42.062 eleitores votaram nesta pessoa. Por que?

Eu não me conformo! Depois do incidente com o delegado, da prisão da candidata, do pai ter sido flagrado em uma reunião de milícia, vemos eleita a Carminha Jerominho. Estamos todos errados, eles que estão certos.

Apenas sei de diversas harmonias possíveis sem juízo final
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...

domingo, outubro 05, 2008

Música do dia...



Perfeita a letra, sempre, em qualquer ocasião...



Quem de nós dois...
Ana Carolina

Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer

Se eu disser que já nem sinto nada
Que a estrada sem você é mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara

Eu já conheço o teu sorriso, leio teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
E eu já nem preciso

Sinto dizer
Que amo mesmo, tá ruim pra disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos

E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra-mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida

Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar
Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Leu no meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
Por que eu já nem preciso
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais . . .

Literatura

Outro dia, li no jornal que mais de 70% de tudo que se encontra a venda numa livraria não é Literatura. Confesso que fiquei chocada: como assim não é Literatura? Mas, afinal, o que é Literatura?

Fui procurar na Wikipedia e encontrei a seguinte definição:

Literatura é:
1) a arte de compor ou estudar escritos artísticos;
2) o exercício da eloquência e da poesia;
3) o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época;
4) a carreira das letras.

A palavra Literatura vem do latim "litterae" que significa "letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa etc.

Então, o que estamos produzindo atualmente não é Literatura? Apenas o que produzimos no passado dentro de um contexto estético ultrapassado (ou datado, melhor dizendo!)? E o que fazemos hoje, no presente, não conta? Quem vai dizer ou não que o que se faz atualmente é ou não ARTE?

Ai, fiquei confusa! Será que temos que associar a produção literária ao nome, história e curriculum de quem escreve ou o mais louco dos escritores nunca vai ser considerado um artista literário?

A qualidade do que está escrito não depende intrinsecamente de quem lê? Não acredito que a gente possa ser assim tão assertivo ao dizer que o que se escreve é tão ruim que não pode ser considerado literatura. Se assim o fosse, as listas de mais vendidos não trariam um rol sem-fim de escritores contemporâneos que se destacam e são consumidos vorazmente por seus leitores.
Fica o dilema: Paulo Coelho é literatura? Ué, mas, ele não é o escritor brasileiro mais lido do mundo?

Santinhos

Hoje, quando eu cheguei para votar no Club Municipal, na Tijuca, vi que havia muita gente distribuindo santinhos em frente aos pontos de votação, andando com bandeiras, passando com carros de som, em plena votação, o que é proibido por lei.

No momento em que assinava o livro de votação, vi que a polícia chegou e levou presa metade da galera infratora. Tá certo, eles estão fazendo um dinheirinho, quem deveria ir preso era o candidato, vocês vão dizer! Eu não concordo, não dá para esse povo ser conivente com tudo o tempo todo, todo o tempo.

Eles aceitam o gato-net, aceitam a luz puxada do poste, aceitam o telefone roubado e nós que pagamos por tudo isso. O cara um belo dia decide que não vai mais pagar por nada, que vai usufruir de tudo às custas dos otários, e fica tudo por isso mesmo (eu não gosto de fazer papael de otário!).

Chegando em casa, eu vi um episódio do Cilada, do Bruno Mazeo, no qual ele interpreta um personagem que, puto da vida com o distribuidor de propaganda na rua, começa a distribuir os
panfletos (era de uma lavanderia) e diz a todo mundo que não use os seus serviços, pois eles são péssimos.

Eu confesso que já tive muita vontade de fazer isso.

Neste período pré-eleição, andei pagando umas broncas na rua, dizendo aos caras que eles estavam sujando tudo, disse que não era obrigada a aceitar aquela porcaria, que eles eram um lixo... enfim, a troco de nada!

Mas, alguém tem que fazer alguma coisa, nem que seja ao menos se indignar!

Lula-lá

Um amigo meu anda dizendo no blog dele que o Lula é macho pra caramba, que foi só ele chamar os americanos na chincha que eles se mexeram para aprovar o Pacotão (bail-out). Fala sério, US$ 750 bilhões é grana pra caramba!

Lulinha paz-e-amor não anda tão bem assim na fita. Adorei o diálogo que meu amigo criou entre Bush e Senhora sobre o Lula-lá. Sensacional (leia aqui...)!

Agora, fuçando um outro blog (eu ando meio voyeur mesmo!), achei um comparativo do nosso presidente muito interessante. Depois do tempo passado, de esconder esta barriga infame, de muito dinheiro no bolso, botox (à pedido da D. Marysa Letícia), você acha que o Lula melhorou ou piorou?

E a propósito, a posição da foto do Lula no post não é sem querer!

Três irmãs - ou a história das heroínas despeitadas

Eu já andava de saco cheio do modelo Danielle Winits! Só peito, peito, peito. Haja silicone para sustentar aqueles peitos todos. A Juliana Paes, além do quadril, também tinha optado pelo modelo air-bag! Uma droga. Como se todos os homens tivessem incapacitados de escolher entre um traveco e uma mulher de verdade - sim, porque estava ficando tudo igual.

Não é que, de repente, mudaram o modelo? Bom, pode ser até que o pessoal ainda não tenha notado, mas pelo menos, estão tentando. Na nova novela das sete, voltada para o público jovem, as três heroínas praticamente não têm peitos! São despeitadas de verdade! A-D-O-R-E-I!

Dora, Suzana e Alma, respectivamente as personagens de Cláudia Abreu, Carolina Dickman e Giovana Antonelli, não fazem o tipo mulherão, mas estão muito bonitas na novela. Aliás, diga-se de passagem, esta novela tem um elenco masculino de respeito, para fazer frente a essas beldades. Ai, o Marcos Palmeira, o que é aquilo tudo do Marcos Palmeira? Tão orgânico!

Enfim, ainda é possível mostrar que o mundo das sem-peitão é tão cor-de-rosa quanto os das mulheres-violão.

Infelizmente, só consigo ver esta novela nos finais de semana, quando dá. Ela passa bem na hora em que estou voltando para casa. Adoro novela com tema praia, é tudo muito cheio de cor, muito vibrante! Mas, fazer o quê, né? Infelizmente, não vou engrossar os índices da audiência todos os dias, mas quando puder...

Um viva as pessoas normais!

Dever cívico

Hoje eu acordei pensando em quem iria votar. Incrível que ainda hoje eu não soubesse para quem iria o meu voto.

Na quinta-feira, fui almoçar com o meu chefe e o meu coach (incrível, mas agora eu tenho um!) e ficamos discutindo o que era melhor para a cidade: o voto de coração ou o voto útil! Eu estava certa de que o que eu podia ter feito, fiz. Vi os programas políticos, acompanhei as propostas dos candidatos na TV e nos jornais, só não entrei no site de cada um para analisar detalhadamente o que eles pretendiam fazer. Eu até queria fazer isso, mas um imprevisto me tirou tempo para tal.

Gostei muito de um candidato engomadinho e de suas propostas. Ele só tinha um grande defeito para mim: era do partido do Governo... aquele, que tanto me decepcionou. Do que os candidatos disseram, ele foi o que mais me impressionou, pela certeza e coerência sempre apresentadas.

Mas, ao decidir, fiz o voto útil, mesmo tendo dúvidas se o líder é melhor do que o síndico. Não fiquei confortável, mas cheguei a conclusão de votar em branco seria covardia, que o que a gente tem que fazer é se mobilizar e cobrar.

Agora, que vai ter segundo turno, eu vou olhar o site deste candidato, para poder cobrar depois. Meus candidatos, eu não os esqueço, porque guardo seus nomes junto ao título de eleitor.

E você, votou consciente?

Entreouvido por aí!

Dois amigos conversando:

- Sabe o George Michael? Viu que ele foi pego com crack num banheiro público de Londres?

- Qual craque? O Ronaldinho?

Pano rápido!