sábado, janeiro 31, 2009

Como dormir no calor...

Se você é do tipo que não liga o ar condicionado nem por um decreto para dar uma economizadinha, mesmo quando está 35/37 graus a noite, e gosta de dormir no calor... aqui vai uma dica duma menininha esperta...

Com essa estratégia, fica todo mundo "fresco"...

Banheiro vermelho


Quando eu tinha 15 anos (já faz um bom tempo, gente), eu fui na casa de uma amiga da escola que morava no Horto, no Rio de Janeiro. Esse é um bairro bastante sossegado, que fica atrás do fabuloso Jardim Botânico e cujas edificações são, na sua maioria, casas confortáveis e frescas. Algumas, como a da minha amiga, são grandes, o que ainda representa uma benção extra, nesta cidade de moradias caras e apertadas.

Na casa da minha amiga (o nome dela era Márcia e ela era uma exímia nadadora), me impressionei ao ver um banheiro vermelho. Na verdade, aquilo não era um banheiro, era uma sala de banho. Quando eu entrei naquele banheiro, parecia que estava num universo paralelo, que tinha entrado direto numa cena de Hollywood, que aquilo não era real. A sala de banho tinha um quê de camarim, uma banheira que se parecia com uma piscina, algo como as jacuzzis e os ofurôs de hoje, só que maior. Eu, que estive lá poucas vezes, nunca mais me esqueci daquele banheiro.

Dando uma olhada na internet, vi que muita gente gosta de banheiro vermelho. E, ao contrário do que eu pensava, os banheiros não precisam ser grandes para serem pintados desta cor... na verdade, o povo não está nem aí.

Caprichar no banheiro é, para mim, uma grande prova de amor próprio, porque a gente precisa de paz quando está no banheiro, principalmente, quando se dá ao luxo de tomar um banho demorado ou até mesmo um banho acompanhado. Desta forma, precisamos lançar uma campanha contra essa gente que projeta box apertado. Box apertado não dá!

Aí estão, dentre os banheiros que encontrei na web, as minhas imagens preferidas...







Nota dez para o bom gosto destes decoradores - profissionais ou não - e para as novas banheiras antigas, um verdadeiro charme! Quem sabe um dia eu não terei um banheiro vermelho, heim?

sexta-feira, janeiro 30, 2009

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Quando a gente põe a cabeça pra pensar...

... consegue fazer coisas incríveis. Mesmo quando, dizem, somos seres irracionais.

Aquele filme, "Fuga das Galinhas", foi mesmo uma grande lição pra nós, do mundo animal! Saca só o olhar de solidão e frustração dos demais companheirinhos de cela!

terça-feira, janeiro 27, 2009

Bonequinhas

Estou apaixonada pelas ilustrações do Steve Scott, um ilustrador radicado em Londres que faz um trabalho muito bacana. Eu acho que já vi uns desenhos dele em propagandas da Nokia.
Veja que barato as suas pin-ups.

Lady Killer



Pole Dancer


Cat Girl

Cheias de charme, né?

Pondo um sorriso no rosto de uma criança



Ela desceu as escadas do metrô no Largo da Carioca e lá estava ele. Sentiu que não poderia passar impune por aquela cena, e parou. Olhou bem pra ele e viu como ele era pequenino. Dava uns seis anos, e só.

Estava sentado no segundo lance de escadas. Uma caixinha de drops lhe fazia companhia. Ele abraçava os joelhos e soluçava. Ela se abaixou para falar com ele olho-no-olho, encostou de leve na sua perninha e perguntou: por que você está chorando?

Ele a olhou meio desconfiado, com medo. Na certa, ela pensou, toda vez que ele é abordado, é pra tomar esporro. Ninguém deve falar com ele carinho.

Ele, com a boca entreaberta, respondeu baixinho e agoniado: É que eu quase não vendi nada hoje...

E ela não teve como não pensar no mal-caráter que coloca uma criança desse tamanho na rua pra vender bala. E sofreu com ele pela pressão psicológica que ele devia sofrer. Toda criança merece brincar, não é mesmo? Toda criança merece receber os cuidados dos pais, né?

E aí, ela disse pra ele: Deixa a tia ver uma coisa aqui. E abriu a bolsa e procurou um trocado. Só encontrou dez reais. Não pensou duas vezes, deu os dez reais pro menino. E pediu a ele: Não chora mais não, tá?

E ele secou suas lágrimas com a pequena camiseta. E esboçou um sorriso. Lindo.

Ela se levantou e continuou a descer as escadas. Nunca dava esmolas pra ninguém. Mas, para ver um sorriso naquele rosto, valeu a pena. Ela sabia que era só naquele dia e que, no dia seguinte, o problema estaria de volta.

E concluiu que, se pudesse, o teria levado para casa com ela e o teria feito seu filho, um menino feliz.

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OBS.: As fotos são da Children at Risk Foundation, no Flickr.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Rebecca também sonha

A personagem principal do clipe é igualzinha a mim, ela é quase uma cópia da Rebecca Leão que vos fala - metaforicamente, é claro. E também sonha. A música é uma gracinha. Olha só o clipe.

O nome da música é Her Morning Elegance, do cantor Oren Lavie. Ele é israelense, mas mora nos Estados Unidos. Um barato esta técnica de stop motion que eles usaram para ilustrar a canção, né? A direção foi do próprio Lavie em parceria com Yuval & Merav Nathan. A fotografia é de Eyal Landesman e a modelo do clipe é Shir Shomron.

Para acompanhar com a letra da música...

Her Morning Elegance

Sun been down for days
A pretty flower in a vase
A slipper by the fireplace
A cello lying in its case

Soon she's down the stairs
Her morning elegance she wears
The sound of water makes her dream
Awoken by a cloud of steam
She pours a daydream in a cup
A spoon of sugar sweetens up

And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rainAs it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows

Sun been down for days
A winter melody she plays
The thunder makes her contemplate
She hears a noise behind the gate
Perhaps a letter with a dove
Perhaps a stranger she could love

And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rainAs it pours
And she fights for her life
As she goes in a store
With a thought she has caught
By a thread
She pays for the bread
And She goes...
Nobody knows

And She fights for her life
As she puts on her coat
And she fights for her life on the train
She looks at the rain
As it pours
And she fights for her life
Where people are pleasently strange
And counting the change
And She goes...
Nobody knows

Recomendo uma visita ao site dele para conhecer as outras músicas: http://www.orenlavie.com/book.html

domingo, janeiro 25, 2009

Sol da meia-noite

Recebi do meu pai um daqueles PPS que mostram as imagens mais belas do mundo, como se isso fosse possível. Basta dar uma olhadinha do Flickr que a gente vê que, a cada dia que passa, existem mais e mais pessoas se encarregando de fotografar as imagens mais belas do mundo.

Porém, uma delas me impressionou bastante. Trata-se de uma foto do sol da meia-noite, na Noruega.



É ou não uma coisa muito louca um sol à meia-noite? Eu, que não consigo dormir com uma frestinha de luz no meu rosto, não conseguiria dormir neste lugar, com o sol batendo e quiçá, esquentando tudo.

Pesquisei na Wikipedia e descobri o seguinte. O sol da meia-noite é um fenômeno que ocorre nas latitudes para além do círculo polar ártico ou do círculo polar antártico, quando o Sol não se põe durante pelo menos 95 horas seguidas. Em latitudes superiores a 80 graus, o Sol não se põe por mais de setenta dias sem o verão, ou seja, não há noites durante mais de dois meses. Na região da Lapônia central (Finlândia), durante o escuro Inverno, o sol permanece abaixo da linha do horizonte durante 51 dias, o que dá origem ao fenômeno da noite polar, a que os finlandeses chamam "kaamos". Mesmo no sul do país, o sol brilha no inverno (Dezembro) só umas quatro horas por dia. Entretanto, o pôr-do-sol é lento (inclinado) e por isso nunca chega a escurecer totalmente a noite (ocorrem as chamadas noites brancas).


Daí, você tenta dormir e fica uma frestinha de luz te incomodando sempre. É por isso que quando a gente faz uma longa viagem de avião, e vê aquelas criaturas bem branquinhas dormindo com tapa-olhos na maior tranquilidade, não entende como eles conseguem, por aquilo é muito desconfortável.

Lembrei também de um filme com esse nome, que também me impressionou bastante, apesar de eu, sinceramente, não me lembrar mais da história. No elenco, havia o Mikhail Baryshnikov e a Isabella Rossellini, e eles davam um show. O Mika, principalmente, porque tinha umas cenas de dança fantásticas.

É incrível perceber que um filme como esse é tão pouco reapresentado na tv. Aliás, esse tempo que eu fiquei de férias, e o pouco que eu percebi da sessão da tarde, vi que as reapresentações de filmes mais novos são bem comuns, ao passo que os mais antigos não tem mais vez. E esse aí nem é tão antigo assim, é de 1985. Só deve passar no Telecine Cult.

Mas, voltando ao sol da meia-noite, será que são essas variações do tamanho do dia e da noite que provocam tantas crises de depressão nos povos daqueles países?

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Homenagem a Lady Shady

Sexo selvagem entre cachorrinhos de borracha

Durex, que a gente conhece como fita adesiva, é uma marca de camisinhas conhecida no mundo todo. A nova campanha publicitária da marca mostra uns cachorrinhos feitos com camisinhas (parecidos com aqueles feitos com bexigas em festas infantis) fazendo sexo. É um vídeo, na verdade, para adultos. É o maior sucesso na web… Lady Shady, lembrei de você...

Fonte: Bombounaweb

Para os muito românticos

Quem gosta da música She, com o Charles Aznavour, deve ter gostado da regravação que o Elvis Costelo fez para o personagem da Julia Roberts em "Um lugar chamado Notting Hill".

Eu adorei. Então, aqui está ela.



Para cantar junto...

She may be the face I can't forget
The trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She may be the song the summer sings
May be the chill the autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day

She may be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams
The smile reflected in a stream
She may not be what she may seem inside her shell

She who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so crowded and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
But I'll remember till the day I die

She may be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough in many years
Me, I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is she
She
She

Vamos lá, menina, solta esse gogó!

The Evolution of Dance

Quando li na revista Época desta semana que o vídeo do Judson Laipply já tinha sido visto no You Tube 1,6 milhões de vezes, resolvi vê-lo novamente.

Eu recebi este vídeo uma vez por e-mail e achei o cara sensacional, além da trilha sonora ser muito bacana. A gente reconhece vários cantores e grupos e tem vontade de dançar junto.

Quem nunca viu, pode vê-lo aqui.



Vai dizer que o cara não está se divertindo muito?

Agora diversão a valer conseguiu esta galera no metrô de Londres. A história foi a seguinte:

A operadora de telefonia celular T-Mobile, que atua na Europa e nos Estados Unidos, organizou uma ação muito bacana na Liverpool Street Station, uma grande estação de metrô em Londres. O intuito era gravar uma propaganda com o lema “Life’s for Sharing” (A vida é para compartilhar). Cerca de 350 dançarinos profissionais fizeram uma performance de três minutos apresentando vários ritmos musicais. Muita gente que estava na estação dançou junto. A operadora anunciava uma ação em seu canal no YouTube, sem dizer exatamente o que aconteceria. Por isso, várias pessoas se programaram para ir ao local acompanhar. As cenas foram gravadas na quinta-feira passada (dia 15) por câmeras escondidas na estação. (Fonte: Bombounaweb)



Eu amei!

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Novo blog

Eu gosto tanto do tema "Responsabilidade Social e Ambiental" que criei um blog com este tema. É o Eco, lógico!, e eu gostaria de receber a visita de vocês.

Espero que vocês gostem e que as informações sejam úteis a todo mundo. Adoraria também receber contribuições.

Beijos, Rebecca

Conversa de criança

Lucas, 6 anos, e Fernanda, de 8, estavam conversando com a mãe sobre o dia na escola, enquanto jantavam.

No meio da conversa, Lucas disse:

- Mãe, sabe a Luciana, da minha sala? Hoje ela me levou no banheiro, abriu bem as pernas e me mostrou a "úvula" (sic).

A mãe fez a maior cara de espanto do mundo.

Foi quando a Fernanda retrucou:

- Não é "úvula", é vulva, seu Mané.

E a mãe pensou: Ai, meu Deus.

Terapia

Chegou no consultório às 17 horas. Com trinta minutos de antecedência, ficou se perguntando por quanto tempo teria que esperar pela consulta. Era comum esperar trinta, quarenta e, às vezes, uma hora, mas sua terapeuta dizia que esse tempo de espera fazia parte do processo de análise. Muitas vezes, se pegou pensando no assunto que iria tratar na sessão e, então, começou a se questionar se não inventava os seus problemas para fazer valer o dinheiro gasto com cada consulta. Até que ponto aquele tratamento estava dando resultado, ela não sabia, mas sabia que sentia uma vontade imensa de se conhecer melhor.

Sempre que tinha que esperar pela consulta, ficava observando cada detalhe daquele consultório pequenino na General Roca. A parede era revestida de tijolinhos. Os quadros na parede eram meio surreais, alguma coisa parecida com a pintura de Salvador Dali. Havia um banheiro e ela às vezes o usava, apenas para ver se as toalhas eram as mesmas ou se a terapeuta havia trocado o sabonete líquido. Não havia secretária, pois nem havia espaço para isso. Sua terapeuta era adepta da secretária eletrônica, que checava de tempos em tempos. Se estivesse aflita em receber alguma ligação, checava a secretária no meio da consulta, o que ela sempre achou muito estranho. Quando ficava ali, naquela sala de espera, raramente lia uma revista. Preferia ouvir ao rádio, que vez ou outra tocava uma música do seu agrado.

Naquele dia esperou por quarenta e cinco minutos, até que a porta se abriu e de dentro do consultório saiu uma moça jovem, com os olhos inchados de tanto chorar, lenço nas mãos, enxugando o nariz, e o rosto borrado de rímel. Ela se viu ali, naquela moça, como tantas e tantas vezes havia acontecido. Mas, ela, naquela altura, não chorava mais.

Carminha, a terapeuta, disse algumas palavras à moça e se despediu, acompanhando-a até a porta. Depois, virou-se para ela e a cumprimentou, orientando-a a entrar. Fechou a porta atrás dela e perguntou:

- Você não quer deitar?

Ela odiava deitar naquele divã e ficar de costas para a terapeuta. Tinha a impressão de que nesta posição, a terapeuta tinha mais liberdade para fazer caras de aprovação e de desaprovação, enquanto ela falava e, neste momento, ela preferia observá-la. Mas, tinham combinado que ela ia começar a deitar, que era importante confiar na terapeuta e em si própria e se preparar para devanear, dizendo tudo que lhe viesse à cabeça. Ela então deitou, apesar do desconforto.

- Como foi a viagem?, Carminha perguntou.

Ela não queria falar sobre a viagem, mas, de repente se deteve em um ponto importante... para ela.

- Você sabe, há algum tempo um fantasma habita a minha cabeça e a minha alma. De vez em quando, eu o vejo em outras pessoas e fico desconcertada...

Fez uma pausa longa, quando então Carminha perguntou:

- Onde você o viu desta vez?
- Desta vez, eu o vi no avião, “incorporado” em um homem alto, cabelos levemente grisalhos, óculos Ray-Ban modelo aviador, muito falante. Lembrou tanto, mas tanto, o meu fantasma particular, que chegou a me dar uma gastura. Eu olhava pra ele e meu cérebro me dizia que não era ele... nem as mãos, nem a voz, nem o rosto eram parecidos. Mas o jeito, ah, o jeito era igual.

Carminha tomou algumas notas. E perguntou:

- Como ele lhe chamou a atenção?
- Ele estava conversando com uma moça que havia acabado de conhecer ali no avião, pude perceber pela conversa. Pareceu-me um gêmeo, alguém tão parecido que só podia ter sido gerado do mesmo ventre da mesma mãe.

Carminha então respondeu, como boa terapeuta lacaniana, que conversa:
- Os fantasmas são assim mesmo, só aparecem quando querem. Por mais que saibamos que eles estão “mortos” e lá no fundo do nosso coração, os queiramos “mortos e enterrados”, eles insistem em aparecer por muito tempo, em nos fazer lembrar deles. É uma armadilha da nossa cabeça.
- Eu sei, eu sei. Quanto mais a gente vive, mais a gente sabe que tentar esquecer alguém, alguma coisa ou um fato, é apenas uma maneira eficiente de lembrar, de mantê-la dentro da nossa cabeça, em “banho-maria”, até que a gente descubra uma maneira de tornar a pessoa, a coisa, ou o evento menos importantes, quase irrelevantes. Eu sei que o tempo ajuda muito nisso, mas como dói. Conforme o tempo passa, menos a gente se incomoda e mais facilmente a gente lida com esses fantasmas.

Carminha então aproveitou a deixa e perguntou: - O que você sentiu ao vê-lo, além do incômodo?

- Um certo ciúme, como se ele estivesse ali, jogando charme para a moça. Ele, que era meu fantasma, não poderia estar fazendo isso. Tinha que estar pensando em mim. Mas, nem era ele, meu Deus. E nessa hora, pensei que pudesse estar ficando louca, pois tenho ciúme de uma ficção, mas não da vida real.
- Laura, faz muito tempo que você vem aqui. Você já se separou deste homem há três anos. Está certo, você vem tentando superar isso. Eu sei o quanto você sofreu quando soube que ele ia se casar novamente, mas está na hora de reagir. Você não pode esquecer que sua vida está passando. Você tem que ajudar o tempo a tirá-lo de dentro de você. Existem coisas que podem despertar o seu interesse e tornar este amor mais brando, menos sofrido. Fico imaginando o que você faria se o encontrasse na rua... sorte que vocês não tiveram tempo de ter filhos.

Laura então parou por um instante para refletir. E ficou pensando na última frase de Carminha. Ela era sua terapeuta ou já tinha virado uma amiga? Não estaria falando demais?

- Carminha, os meus fantasmas, eu sei, vivem apenas na minha cabeça, na minha imaginação. Eu já nem sei o quanto ele mudou, envelheceu... A minha obrigação é deixa-los quietos. De preferência, sem cutucar a onça com a vara curta. Eu sei que procurar por eles, buscá-los no fundo das “gavetas” do meu cérebro, só me traz mais tristeza, mais amargura, mais ansiedade. Eu sei que eu não era a mulher perfeita para ele, tanto que ele me deixou. Mas, eu sei também que vou sobreviver a isso, que eu sou uma sobrevivente e que um dia, ele vai deixar de existir. E se tivermos um encontro real, eu já não vou mais me importar tanto... (nesse momento uma lágrima escorreu no rosto de Laura, mas ela tratou de não deixar que Carminha a visse chorando). Levantou-se altiva, com o nariz empinado e disse a Carminha: - É isso por hoje.

Carminha respirou fundo e disse a Laura: - Pense mais sobre este episódio. Voltamos a falar nele na semana que vem, se você quiser. Uma ótima semana pra você.

E acompanhou Laura até a porta, deu-lhe dois beijos e lhe disse: - Até a volta.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Felicidade

Pode ter coisa mais espontânea do que a carinha de felicidade de uma criança? Veja só a alegria da Duda no balanço...

Sensacional. Uma delícia de vídeo, né?

quinta-feira, janeiro 15, 2009

A sentença

“Você teria trocado seis por meia dúzia”. Ela ouviu a sentença, atônita, e limitou-se a dizer a ele que não sabia a que assunto ele estava se referindo. Marina saiu do escritório no final da tarde e dirigiu-se para a estação de metrô mais próxima. Lembrou-se que não tinha mais crédito no seu cartão de metrô e pensou no tamanho da fila que teria que enfrentar naquele horário. Odiava andar de metrô. Ter que olhar para todas aquelas pessoas, sem a opção da paisagem pela janela era, em alguns momentos, muito constrangedor.

A frase de Murilo, seu melhor amigo ficou martelando na sua cabeça durante toda a tarde. Tinha se arrependido de ter ido almoçar com ele, pois preferia não ter ouvido nada daquilo e ter ficado com a dúvida. “Ao que ele estava se referindo? O que ele sabia que eu não sei? Já faz tanto tempo, já mudou tanta coisa, por que ele está desenterrando isso?” Ela estava chateada por não ter tido a coragem de perguntar, porque ficou no vácuo mais uma vez, porque sabia que aquele olhar queria dizer alguma coisa, ela só não sabia bem o quê. E ela odiava ficar no vácuo, odiava aquele medo de perguntar as coisas, de se expor. Ficava com um gosto amargo de uma situação na qual a pessoa parecia ter um controle sobre ela, como se conhecesse algum segredo dela, como se a tivesse nas mãos. E ela sabia que Murilo estava falando dele, do Gustavo, um amigo em comum que eles tinham e do amor que ela um dia sentiu por este amigo, um amor que, a custa de muito sacrifício, muita dor, tinha feito de tudo para esquecer, para apagar, para tirar do peito.

Foram anos difíceis aqueles. Anos de distância e proximidade. De saudade e de muito
contato. De uma cumplicidade inexplicável entre os dois, na sombra, no escuro às vezes, sem alarde, para que ninguém soubesse. Tinham muito a perder. Afinal, nem eles mesmos sabiam o que seria de suas vidas.

Mas durante todo esse tempo em que estiveram próximos, acharam que ninguém sabia de
nada, que ninguém percebia o quanto gostavam um do outro. Estavam muito velhos para viver amores platônicos e ninguém, mas ninguém mesmo, acreditaria nisso, que não havia acontecido nada de concreto entre eles. É por isso, por toda essa paixão que ela obrigou a permanecer no passado, que ela considerava aquela sentença muito injusta, pois quem não se permite experimentar, quem não se permite viver um amor, não tem chance de mudar sua história, de se reescrever, de recontar sua vida, de mudar de rota e tentar ser feliz.

Já se iam dez anos desde a última vez que ela vira Gustavo. O destino, esse trapaceiro, fez com que eles não mais se encontrassem, mesmo trabalhando tão próximos. Ela era agora uma mulher de 45 anos, vivida, alguns cabelos brancos e marcas do tempo no rosto, insistindo em mostrar a ela que ele, o tempo, havia passado correndo. Pelas suas contas, ele estaria com 55 anos e só: sobre ele, não sabia mais nada. Nunca tivera coragem de perguntar aos mais chegados, com medo que eles tivessem certeza do que ela um dia sentiu. Certeza, sim, porque, como ela pôde perceber naquele almoço, muitos desconfiavam deles, do que sentiam um pelo outro, do que viveram... daquele amor todo...

Chance de vivê-lo, eles tiveram uma vez. Gustavo era conhecido por emendar um casamento no outro. Um dia, recém separado, ele perguntou a ela o que pretendia fazer da sua vida. Convidou-a para passar uns dias com ele, para viajarem juntos. Ela não foi. Nunca falaram a respeito depois. Ele era do tipo que fazia o convite e se a resposta positiva não viesse de imediato, ele se arrependia e mudava de assunto, como se nunca tivesse proposto nada. Ela se sentia muito insegura com esse jeito dele, era como estar o tempo todo na corda bamba. Por isso ela não foi. Isso foi há doze anos. Dois anos depois, eles se reencontraram e Gustavo disse a Marina que havia se casado novamente.

Agora, uma sentença cruel havia trazido para Marina tudo de volta, como se ela tivesse sido a mulher mais incompetente ao jogar tudo aquilo para debaixo do tapete. Os 20 minutos naquele trem custaram a passar. Deu tempo para ver o filme dos últimos dez anos passar na sua frente, como se não houvesse pessoa alguma ali. Chegando em casa, reparou como tudo estava no mesmo lugar que ela havia deixado quando saiu pela manhã. Mais uma vez, lá estava ela e sua imensa covardia sozinhas naquele apartamento vazio. Marina esquentou um pouco d’água, preparou um chá com torradas e levou para o seu quarto, de onde não pretendia mais sair até o amanhecer. Abriu um pequeno envelope com algumas fotos velhas e amareladas e, por alguns minutos, ficou a admirar um sorriso franco de um homem de braços abertos que nunca foi seu.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Preso num elevador por quase 41 horas

Recebi este vídeo em um e-mail e mesmo correndo o risco de me tornar repetitiva, pois já postei um vídeo no post anterior, arrisquei colocá-lo aqui.


Imaginem que coisa sufocante ficar preso num elevador por todo esse tempo. Deve dar fome, dor de cabeça, angústia, mas, principalmente, claustrofobia. Se até esse momento, você não sente isso, passa a sentir medo de locais fechados.

No caso do elevador em questão, nem parecia um elevador tão antigo assim. Logo, fica difícil aceitar que a manutenção tenha levado tanto tempo para soltar o sujeito. E se o elevador está com outros problemas e despenca de repente? Já estou eu aqui pensando em tragédia...

Será que não valia um processo contra o condomínio do prédio?

Preconceito

Recebi de uma amiga e gostaria de compartilhar com vocês. Parabéns à Anistia Internacional pelo vídeo.

Preconceito em Portugal

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Enquanto isso, em Buenos Aires...


Difusa Fronte(i)ra recomienda:
BRASIL en Palmira Cerro LOS JUEVES DE ENERO Y FEBRERO
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Palmira Cerro - Rafael Nuñez 5948
Rebecca>> ¿Es o no un caso de amor y de odio? ¡Si no fuera el fútbol!

O homem do botão - Quintana

Quando esta velha nave espacial do mundo for um
dia a pique
Não haverá iceberg nenhum que o explique... Apenas
Um de nós, em desespero
- como quem se livra de uma terrível dor de cabeça
com uma bala rápida no ouvido -
Vai apertar primeiro o botão:
Clic!
Tão simples... E os mais espertos venderão,
A preços populares, arquibancadas na Lua
Ou caríssimos camarotes de luxo
Para que possam todos assistir à nossa ÚLTIMA
FUNÇÃO.
O perigo
É que a arquibancada desabe
Ou que a própria Lua venha a cair no caldeirão fervente.
Enquanto isso, Deus, que afinal é clemente,
Põe-se a cogitar na criação, em outro mundo,
De uma nova humanidade
- sem livre-arbítrio -
Principalmente sem livre-arbítrio...
Mas com esse puro instinto animal
Que o homem do botão atribuía apenas às espécies
inferiores.

Mario Quintana. In: Quintana de Bolso - Rua dos Cataventos & Outros Poemas. Porto Alegre, L&PM, 1997.

domingo, janeiro 11, 2009

Blade Runner

Quando este filme foi lançado no Brasil, eu não quis assistí-lo. Nunca fui mesmo muito fã de ficção científica. Sempre fui assistir filmes de ficção científica "motivada" pelos namorados, amigos e depois, meu marido. Mas, não que eu saísse de casa com esse propósito.

Em 2007, quando enfim relançaram o filme com o corte do diretor, eu também não quis assistir. Meu marido sentenciou: "Eu lembro muito bem do filme, o que pode ser diferente? Quero ver não!". E daí, não fui de novo.

Nestas férias, resolvi que isso tinha que acabar, pois eu tinha criado uma imagem fantasiosa sobre esse filme que eu queria desfazer. Afinal, o que haveria de tão bacana em Blade Runner que faria uma galera pedir por sua exibição no cinema há duas semanas atrás?

Então, comprei o dvd do filme (eu adoro comprar os dvds dos filmes e guardá-los). Tinha uma coisa boa nesta história de ter o dvd: eu poderia ver também o final que foi exibido em 1982. E aí, fazer as devidas comparações.

Então, ontem, o grande dia aconteceu: me preparei, me ajeitei no sofá, e coloquei o dvd pra rodar. Sem sombra de dúvidas, o grande impacto do filme é a trilha sonora do Vangelis, que graças a um bom home teather, fica um espetáculo. Não fosse a tecnologia de hoje, assistir a esse filme em casa teria sido complicado. O filme é realmente impressionante no que diz respeito ao projeto de futuro apresentado. O diretor e sua equipe estão de parabéns, ao criar um mundo cosmopolita, de carros voadores, onde há pessoas de todas as partes do mundo, com a engenharia genética e a inteligência artificial já inseridas, e animais andróides mais caros do que os verdadeiros. Tudo isso só existia na fantasia dos cientistas naquela época...

Há um detalhe interessante no filme que é a memória, que dota os andróides de humanidade. A decepção que lhes causa saber que aquela vida não é a deles é realmente surpreendente. Eles sofrem ao saber que seu criador lhes projetou uma vida artificial, que nada daquilo é deles, que aquelas fotos não retratam a sua vida. "O pior inimigo é aquele que está do seu lado da trincheira", já dizia o Sun Tzu.

Os personagens são bastante fortes, mas o Harrison Ford, com o seu Rick Deckard, o caçador de andróides, mostra de onde vem a cara de bobão que ele continua fazendo até hoje. Seu embate com o andróide desempenhado por Rutger Hauer (sensacional!) é qualquer coisa: talvez a pior cena do filme. Não há mesmo necessidade de explicação: aquela voz em off do Deckard se perguntando o porquê de não ter sido morto pelo andróide é totalmente desnecessária.

Tive a oportunidade de ver os quatro finais (o americano, o internacional, ambos de 1982, o de 1992 e o de 2007). E notei que já em 1992, o diretor Ridley Scott já pensava em exibí-lo de um jeito mais sombrio, sem aquele final feliz inexplicável. Aliás, como a cidade em que eles se encontram está tão escura, chuvosa e superlotada e eles vão encontrar no norte aquele paraíso verde? Que lugar é aquele? Por que um contra-senso tão grande?

E a explicação no final de que a Rachael viveu mais do que os quatro anos previstos para aquela geração de andróides parece explicação para retardado. Talvez ela tenha sido necessária pelo mesmo motivo que levou a refilmagem de "Asas do Desejo": é difícil para os americanos compreenderem o que é muito subjetivo e visual.

Posso dizer que gostei, mas fiquei um tanto frustrada com o roteiro do filme, meio careta para os padrões atuais. E acabei com a sensação de que a Rachael virou uma escrava do Deckard, encontrando na submissão a ele um jeito de permanecer viva, o que não faz nenhum sentido para o meu marido, que foi categórico e disse que eu não entendi nada desta parte do filme (a gente entende o que quer, né?). Na minha fantasia, o Deckard se descobria andróide também, e sofreria um tremendo conflito ético-moral (existem vários grupos de fãs que discutem essa possibilidade na internet, descobri mais tarde). Engraçado eu nunca ter procurado nada pra ler sobre o filme, só ter lido o que me foi apresentado ao acaso.

Bom, para que nunca viu, como eu (se é que isso é possível), recomendo a experiência. Vale! Quem quiser saber mais sobre o filme, visite:

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Campo de Girassóis



“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.”
João Guimarães Rosa

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Conhecimento é luz

Tempos de guerra esses que vivemos. Guerra entre países, entre povos, entre ideologias, entre diferentes religiões. Guerra por informação. Ganham os informados, os desinformados estão sempre atrás.

Hoje, no Centro do Rio de Janeiro, vi uma cena inspiradora. Uma mulher, que trajava um uniforme, desses de empresas de limpeza contratadas por outras empresas, estava diante de uma banca de jornal. Ela parecia ser bem humilde, difícil dizer o quão culta ela era, o quanto de educação formal ela recebera.

Estava parada diante de uma banca de jornal, uma banca especial, cujo jornaleiro dispõe, diariamente, um conjunto de mapas plastificados no seu exterior. Ela olhava para um Mapa Mundi com uma fome... uma fome de informação impressionante.

Passei devagarinho por trás dela. Notei que ela, com seu dedo indicador, procurava por Israel e a Faixa de Gaza. Ela estava ali, absorvida pela necessidade de saber onde é esse tal Oriente Médio que tanto falamos.

E eu concluí que conhecendo o mundo, abrimos uma porta para um caminho que ilumina as nossas vidas.

terça-feira, janeiro 06, 2009

domingo, janeiro 04, 2009

Amarrações

Eu e minhas amigas estamos sempre atrás de formas novas de amarrar lenços e pashminas. Foi maravilhoso quando a Monica Waldvogel, no Saia Justa apareceu com uma pashmina e ensinou as meninas a fazer uma amarração diferente.

Pois bem, por acaso, clicando num daqueles anúncios que alguns blogs colocam nas suas laterais, cheguei ao site da American Apparel, que vende scarfs, um tipo de écharpe de seda ou de malha de algodão que se trata, basicamente, de um retângulo comprido com o qual você pode fazer mil amarrações e inventar blusas e protetores para o cabelo.

Algumas são bem simples. Outras, mais complicadas, fazem um excepcional efeito. Vale à pena conferir os vídeos.

Deixo aqui o endereço:
http://store.americanapparel.net/2445.html

No post Forget-me-not knots, também é possível ver um vídeo de outras amarrações.

E para quem precisa de obscuros objetos do desejo neste início de ano, lá vai:
http://www.susannealweaving.com/
Mas, cuidado! Desejar estas pashminas pode ser algo que tome conta de você.

Divirta-se!

sábado, janeiro 03, 2009

Teatro [2]: Beatles num céu de diamantes

Por indicação de um amigo, resolvemos ver esta peça, antes que ela saísse de cartaz. Fomos para o teatro com a difícil missão de agradar ao maridão, que diz não gostar de teatro. Ele foi contrariado e, por isso, o espetáculo tinha que ser realmente bom.

O último musical que vimos foi em Londres, por indicação deste mesmo amigo, que estava conosco, e que nos incentivou a ver Rei Leão. Amamos, é divino.

Este musical era sobre Beatles. Meu marido, um grande fã dos Rolling Stones, não viu muita graça, mas como fui eu que comprei os ingressos, ele foi.

Eu, que sempre amei os Beatles, estava empolgadíssima, mas confesso que ao pegar o programa, no teatro, fiquei um pouco decepcionada. Tratava-se de uma peça com um fio condutor tênue, onde as músicas construíam os diálogos. Eu pensei: onde será que isso vai dar?

E aí, deu no que deu. Beatles num céu de diamantes é realmente lindíssima. Um musical pra ficar na memória. Causa na gente uma sensação estranha, como se todas aquelas músicas tivessem sido escritas pra estar ali, encenadas por aqueles atores/cantores. Mérito dos roteiristas, da direção e dos arranjadores das músicas, além dos músicos e cantores, é claro. Tudo simples e muito bonito.

Alguns, já conhecidos, não decepcionam, como a Gottsha e a Kacau Gomes, esta última, com uma voz muito bonita. Mas, a alemazinha Tatih Köhler é excepcional. Ela canta as músicas mais bonitas, mais tocantes, aquelas que mais me emocionaram.

Os meninos também cantam muito bem, dão um show mesmo, e a gente se arrepia de tal maneira que, quando vê, está tirando o lencinho de papel de dentro da bolsa pra secar as lágrimas.

Tivemos, eu e meu marido, a mesma sensação, de que passamos a entender melhor as músicas dos Beatles, com letras muito profundas por sinal, ali, naquele contexto. Já havíamos ouvido várias delas muitas vezes, outras nem tanto, outras sabíamos de cór, mas foi incrível perceber o quanto elas se encaixam, e sentir que talvez aquelas músicas todas, compostas em épocas diferentes, por membros diferentes do grupo, talvez tivessem vindo ao mundo para dialogar umas com as outras e, quem sabe, formar uma obra que só pode ser entendida quando lida e interpretada assim, em conjunto.

A cena mais bonita pra mim é quando a Kacau e o Raul cantam juntos Yesterday e Let it Be, como se a segunda música fosse a resposta pra primeira. Veja só como as músicas são complementares...





Beatles num céu de diamantes foi uma grata surpresa, que nos deixou felizes, nos deu contentamento e a certeza de que all we need is love, love, love is all we need, com muita bolha de sabão.

Teatro [1]: um elefante incomoda muita gente!

Ontem, eu e meu marido fomos ao teatro. Meu Deus, como uma ida ao teatro pode ser boa e engraçada!

Fomos ao Teatro Leblon, mesmo com o temporal que caiu e com o medo de enfrentar bolsões d'água na orla da Lagoa. Na chegada ao teatro, passei no meu primeiro teste: não foi nada complicado trocar o código das entradas compradas no Ingresso.com pelos tickets na bilheteria. Ainda bem que fizemos as compras antes, porque se fôssemos deixar pra comprar na hora, seria impossível. O teatro estava lotado e os lugares, esgotados. Sucesso é isso aí!

Nosso segundo teste foram os lugares escolhidos. Se eu conhecesse o teatro, eu não teria escolhido aqueles lugares. Mas, fazer o quê? Pro maridão, era imprescindível sentar na ponta, com facilidade de acesso e, de preferência, sem nenhum vizinho além de mim. Então tá, agradei a ele, estava bom... mesmo que pra isso a minha visão da peça ficasse um pouco comprometida.

Aí, veio a parte engraçada. Na nossa fila, cinco cadeiras. A mais escondida, com menos visibilidade, mais dificuldade de acesso e tudo o mais, coube a um cara bem gordinho. Quando ele chegou ao teatro e viu que aquele era o seu lugar, ele disse à lanterninha:

- Ali eu não sento, me arruma outro lugar!!

Mas, como?, pensamos. Esse teatro não está cheio? O cara disse que não sentava e pronto! A confusão estava formada. A lanterninha, uma nordestina senhora já, andava de um lado pro outro, conferindo junto à bilheteria se alguém havia faltado, se ia sobrar lugar.

De repente, não só eu e meu marido, mas boa parte do teatro já havia tomado conhecimento da história do gordinho, e já estava participando, fazendo caretas, opinando.

E a peça começou a atrasar. A luz acesa, o pessoal de olho no relógio e nada da peça começar. De repente, começaram a achar que o problema era com o gordinho. E as pessoas começaram a bater palmas, inconformadas, agoniadas, chateadas pelo atraso. A lanterninha foi ficando nervosa. Eu confesso aqui, em público, que eu comecei a achar graça. Sabe por que? Porque o gordinho estava acompanhado de um monte de gente, família enorme, e ninguém se dignou a trocar de lugar com ele pro perrengue terminar. Só queriam que ele desse um jeito no problema. Solidariedade zero. Ora bolas, foi aquele lugar que eles compraram, alguém teria que sentar ali, se não estava a fim de sentar, não tivesse comprado.

No meio da algazarra, do povo reclamando impaciente, uma voz, em off, disse que a equipe da peça estava dando um jeito em um problema técnico e que a peça começaria em dez minutos. Depois, a gente veio a saber que o problema era microfonia. Mas, tudo bem, aquela meia hora de espera valeu pela graça.

Moral da história: o gordinho acabou arrumando um lugar melhor, mas impediu que a pessoa que estava sentada atrás dele assistisse à peça direito, com aquelas costas largas.

E eu e o maridão resolvemos começar uma dieta já!

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Mudança

frequentemente ideia bocaiuva leem polo pera
averigue plateia joia apoio creem enjoo
hiperinflação subsecretário circuncisão coa
para baiuca feiura paranoia jiboia
heroico assembleia estreia

Frequentemente, quando alguém escrevia demais, dizia-se que a pessoa estava enchendo lingüiça (com trema). Hoje o trema da linguiça caiu. Chega a me dar enjoo (sem "^") saber que eu vou ter que memorizar tudo que mudou até que o software que eu utilizo incorpore todas as mudanças vigentes. Vai ser hiperengraçado (tudo junto) quando a gente se der conta de que as mudanças só servirão para nos dar dor de cabeça (com hífen ou sem hífen?).

Há os que creem (sem acento "^") que esta mudança ortográfica será benéfica. Há também os que pensam que estamos abrasileirando o Português. Que nada: a bicha em Portugal continuará sendo a fila do banco e no Brasil, aquela que faz ponto na avenida à beira mar.

Quem gosta de pera terá que se acostumar em escrever pera sem o circunflexo. E se a gente para (já sem o agúdo) pra pensar, quem sabe ao final, não simplifique?

Vendo o Programa "Entre Aspas", da Globonews hoje, vi um poeta argumentando que a língua pode ser encarada com um artefato (sem o "c" antes do "t") a nosso serviço. É assim que encaram os ingleses e os norte-americanos. Nós deveríamos ser livres para usar a língua como bem quiséssemos, sem termos que estar presos ao que dita uma Academia de Letras (segundo ele, troço inventado pelos franceses). Está bem, a Academia bem que protege o Português, mas, cá entre nós, será que a maior proteção de uma língua não é seu uso contínuo?

Veja aqui um resumo com as principais mudanças.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

O pior filme de Natal

A pesquisa deste final de ano do jornal O Globo (versão online) tratou dos filmes de Natal. Os leitores foram induzidos a opinar sobre qual o pior filme de Natal... de todos os tempos.

Segue a lista dos votados. "O Grinch" foi o eleito! Eu também acho aquele filme horroroso! Aliás, gosto de muito pouca coisa feita pelo Jim Carrey. Aliás, uma amiga minha me garantiu que "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" é bom! Eu não sei: será que dou ou não uma chance ao cara?

Sei, não. Todas as vezes que tentei, me dei mal. "Eu, eu mesmo e Irene" é um desastre. E todas aquelas caretas, o que aquilo significa? Será que o cara se acha engraçado? Olha só essa foto aí do lado!



Bom, eu acho que o jornal O Globo podia abrir uma brecha para os piores filmes do final do ano. Conversando com a minha amiga Clarisse, falamos sobre a sacanagem de exibir Bambi no dia 31/12. O que é isso: o programador da Globo é doente?

Eu confesso: quando vi que era Bambi que ia começar (e começa logo com a cena dele sem mãe, o pai procurando quem cuide da cria), desliguei a tv. Fui fazer coisa melhor.

Bom, uma coisa me consola: esta pesquisa mostra que não sou só eu que não aguenta ficar assistindo a esses mesmos filmes todo Natal. Dá pra mostrar uma coisa alegre, aí, ó meu?

Alegria, alegria

Muito alto astral neste ano em que Plutão começa sua jornada por Capricórnio...mas, lá vem o Sol para esquentar os corações e nos trazer luz...

Veja os prognósticos...

"Depois de anos tão turbulentos, o ano de Sol promete trazer esperança no coração das pessoas. Como o Sol alimenta a semente da vida, novas oportunidades deverão surgir, dando-nos energia e dinamismo para investir na construção de um futuro melhor. O Sol dá otimismo e uma capacidade maior de lutar pelo que acreditamos. Nesse ano haverá uma energia propícia para o desenvolvimento da individualidade, da vitalidade, da expansão, da auto-estima e do nosso poder criativo". (o resto você encontra em http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/17/textos/397/)

E para embalar este ano mais alto astral, eu posto uma musiquinha maneira do Black Eyed Peas, que eu adoooorrrroooo...

Frase do dia (porque o ano está só começando)

"Em algum canto do coração, temos sempre vinte anos".

da avó da Cristina Guerra, Dona Juju.

E eu, só posso dizer que sinto saudades da minha avó, que também carregou esse sopro de juventude com ela sempre.