quinta-feira, dezembro 22, 2011

Constatação

- E você, está feliz na nova função, na nova gerência?

- Sabe que eu não posso dizer nem que sim, nem que não?!

- Por que? O que está diferente? Não está gostando?

- Eu estou diferente. Estou mais focada no resultado do meu trabalho que nas pessoas...

- É, depois de tanta porrada, a gente muda, né?

- É.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

O "eu" no centro do Universo


Eu posso, eu quero, eu faço, eu mando, eu sei, eu entendo... veja o que eu vejo... o "Eu" no centro do Universo.

Estou - definitivamente - muito cansada disso tudo. "Quem é o responsável? Quem é o culpado?" Na hora de colher os louros, só existe um responsável, o coordenador, o dono do projeto... se o caso é de culpa, dane-se!, a equipe que não trabalhou direito.

De novo, o mote gira em torno do egoísmo, do egocentrismo, porque se não formos egoístas e virmos nosso lado primeiro, antes dos lados de todos os outros 'eus', não conseguimos evoluir na carreira... quem disse isso? Quem se outorgou o direito de sair por aí apregoando isso?

Vem cá, quantos vão ser presidentes da empresa mesmo? Quantos chegarão a ocupar um cargo de Diretor? E de gerente, vai lá, quem se arrisca a dizer que chegará lá? Vamos combinar que não tem espaço pra todo mundo... a estrutura é piramidal mesmo, as posições diminuem a medida que a gente sobe nos níveis hierárquicos e não adianta tentar usar os outros de escada, assim nós certamente não chegaremos muito longe.

Sempre achei que o grande trunfo das organizações era conseguir colocar seus empregados / colaboradores para trabalhar em dupla, em equipe. Não dá para registrar todo o conhecimento destas pessoas? Que seja, que pelo menos esse conhecimento seja coletivo, que mais de um saiba do que se trata aquele projeto estratégico e que, por isso, o outro possa desligar seu celular de vez em quando. Que se possa tirar férias. Que se possa viajar sem ser incomodado o tempo todo. Que se possa namorar, sem se preocupar se vão ou não achar aquele arquivo importante para a reunião...

Mas, não, estamos sempre brigando pelo que é "nosso", pelo que nos garante status e poder. Dar crédito ao trabalho dos outros nos torna inferiores. Temos que por os outros em desvantagem, temos que expor nossos oponentes perante o chefe em qualquer oportunidade. Porque só quem sabe sou eu, só quem entende sou eu, e a minha palavra tem que ser a última. Isso tudo cansa.

Isso gera energia negativa. Corrói a confiança entre as pessoas e destrói as equipes. Vamos aonde se continuarmos acreditando nisso? A lugar algum. Eu ando muito cansada de não poder dizer que não concordo com quem pensa assim, com quem acha que é o dono-da-verdade. Eu não quero isso pra mim. Não aguento quem comete suicídios profissionais todos os dias, e sempre acha que vai sair impune porque é maior do que tudo, porque se garante... Afinal, quem garante quem nesse mundo? Quem é que vai botar a mão no fogo por alguém na hora em que tiver que salvar a própria pele?

Quero Respeito, quero Autonomia, quero Consideração. Mas, sei que não preciso destruir o entorno para conseguir sucesso. Sucesso se conquista com Reconhecimento, que abre portas que estão fechadas e mantém abertas aquelas que poderiam se fechar atrás de nós.

Ainda bem que eu tenho os meus valores e princípios. Disso eu não abro mão.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

quarta-feira, dezembro 07, 2011

O começo com trilha sonora

Comecei a namorar ao som do Cazuza ('Faz parte do meu show') e do Ivan Lins (todas as românticas possíveis). Meu primeiro namorado gostava de tocar violão, e sempre que tirava uma música, era em minha homenagem. Me lembro dele comprando as revistas com as músicas cifradas para estudá-las... naquela época, ainda não existia internet, coitado.

Desde então, conheci muitas músicas das quais nunca tinha ouvido falar. Foi ele quem me apresentou a tipos bacanas da MPB, como o Ivan, o Milton, o Chico, e alguns de fora, como o Renaissance e o Led Zeppelin. É claro que eu já tinha escutado essa gente toda, mas nunca tinha ouvido com o coração.

Desde então, a música ganhou outro significado pra mim. Curiosamente, eu e meu marido não temos uma "música tema", uma música que nos lembre um do outro... ele diz que sempre lembra de mim quando escuta a Sade, 'Your love is king'. Eu sempre lembro dele quando escuto o Yes, 'The gates of delirium'. Mas, não temos uma música nossa.

Quem sabe isso não seja algo a se descobrir no próximo ano?

Para quem não conhece...

Yes - The Gates of Delirium


Sade - Your Love is King

terça-feira, dezembro 06, 2011

Muda...


Não há nada que doa mais do que o não poder dizer. A gente se sente entalada e nem sabe porquê. O subconsciente fica gritando: "vai, fala, se abre, coloca pra fora, resolve logo isso..." Mas, qual o quê?

Quando crianças, se podia dizer tudo. Não se tinha consciência das consequências, era tudo mais leve. Agora, não. A gente reflete, reflete, pensa no que significa se expor, se abrir, no que isso pode resultar, na catástofre que pode acontecer a partir disso... e não fala.

Eu, que já estou velha, sei que isso causa angústia e muita dor no peito. Mas, que jeito! É assim que eu sou, é assim que eu vou vivendo...

Música do dia - "O Silêncio das Estrelas" - Lenine

domingo, dezembro 04, 2011

Domingo

Separa. Limpa. Arruma. Destina. Descarta. Doa. Guarda. Classifica. Anota. Arruma de novo. Descobre. Redescobre. Encanta. Encontra. Guarda. Classifica. Anota. Monta. Prende. Cola. Guarda. Lava. Seca. Classifica. Anota. Limpa. Limpa. Limpa. Cansa. Cansa muito. Descansa. Levanta. Cansa de novo.

E se dá conta de que não precisa de tudo que acumulou ao longo dos anos. E que muitas pessoas poderão ser felizes com os presentes que vão receber neste Natal.

Música do dia - "Saindo de Mim" - Ivan Lins

Oco

Tenho tido medo de dormir. Nem com terapia, nem pensando muito na vida, com os meus botões, estou dando conta. Muitos, muitos pesadelos. Tudo que não pensa durante o dia, volta durante a noite. A gente se esforça pra crescer, mas tem horas que tudo que se quer é o colo da mãe ou do pai, e um abraço apertado. E talvez, alguém que diga que tudo vai passar e que tudo aconteceu vai perder a importância.

Porque vai. E eu não vou nem lembrar porque sofri. Já me disse a minha irmã.

Me pego chorando à toa. Já nem sei dizer o motivo. São tantos. Era pra estar feliz. Está tudo bem. Mas, não. Tudo que eu quero é esquecer o ano. Só quero me lembrar de endurecer, endurecer e criar um casco tão duro, mas tão duro, que nada nem ninguém mais consiga me machucar tanto, nada mais me tire o chão, nada mais me deixe sem rumo quanto tudo isso que aconteceu esse ano.

Quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja: "eu sou o sol"...

Eu sei que sou. Sou forte, sou guerreira. Sou maior que tudo isso. Está para nascer algo ou alguém que me tire do prumo.


Música do dia

Aretha Franklin

quarta-feira, novembro 30, 2011

Isso é muito lindo!


| Casuarina |


Retalhos de Cetim

Benito di Paula

Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim

Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.

Refrão:
Mas chegou o Carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.

Refrão:
Mas chegou o Carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.

Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim

Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.

Refrão:
Mas chegou o Carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.

Refrão:
Mas chegou o Carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.
Não pensei que mentia a cabrocha que eu tanto amei.

domingo, novembro 27, 2011

Samba

| Teresa Cristina, no Carioca da Gema, dia 25/11 |

Descobri que gosto muito de samba. Eu me acabo. Literalmente. Toda vez que vou a um show de samba, eu canto até não poder mais, a plenos pulmões, sem me incomodar se estão achando ruim ou não a minha pobre voz.

Este final de semana, teve repeteco. Os meus amigos alemães, que estavam no Rio de Janeiro há um tempão, pediram para conhecer outra casa de shows e eu, que já os tinha levado na semana passada ao Rio Scenarium, que eles adoram, aproveitei para ir no bar Carioca da Gema, que sempre quis conhecer, mas nunca tinha tido a oportunidade de ir (nem muito menos pedir ao maridão que fosse comigo).

De novo, dancei horrores. É uma festa. Uma comemoração de final de campeonato. A Lapa está especialmente divertida, com a Mem de Sá fechada ao trânsito e todas aquelas pessoas na rua. Em que outro lugar do mundo você vê um grupo executando uma performance de Thriller, do Michael Jackson, vestidos à caráter, no meio da rua, à 1 da manhã? Improvável, impensável, mas delicioso.

Saber as letras dos sambas é engraçado, eu que quase nunca escuto samba em casa. Mas, descobri que estas músicas me acompanham deste sempre, e que a gente sabe a letra delas de tanto ouví-las por aí... e nem se dá conta. Eu gosto de algumas em especial, e me amarro nas releituras de gente como Luis Ayrão, Agepê e tantos outros que faziam sucesso nas minhas infância e adolescência ("Deixa eu te amar, faz de conta que sou o primeiro...")

O mais estranho é ter que explicar o que significam aquelas letras para os alemães, que não entendem nada... Como explicar "Vou festejar" (Chora! Não vou ligar, Não vou ligar, Chegou a hora, Vais me pagar, Pode chorar, Pode chorar... É, o teu castigo, Brigou comigo, Sem ter porquê... Eu vou festejar, Vou festejar, O teu sofrer, O teu penar...)? Sei lá, na hora me deu na telha de dizer... "it's a song about revenge ..." Espero que eles tenham entendido. Nada melhor do que dar um CD da ilustríssima cantora que dava seu toque especial ao palco do Carioca para eles irem se acostumando ao ritmo do samba e se preparando para o próximo ano, quando voltarem...

Porque, se eu já conheço um pouquinho deles, eles vão voltar, e são capazes de ficar mais do que os 45 dias que ficaram por aqui este ano. Quem sabe na próxima vez não fiquem todo o verão?

Para fechar o final de semana festivo, um pouquinho de Teresa Cristina com Marisa Monte, lindas...



Para ver as meninas
Marisa Monte

Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito

sexta-feira, novembro 25, 2011

Perdas e ganhos

Eu tenho andado muito distante deste blog, eu sei, e os leitores que me acompanham já devem ter percebido isso. A vida anda muito corrida e eu andei um pouco melancólica, e como isso começou a se refletir aqui nos textos que eu estava escrevendo, resolvi que era hora de parar.

Parei, e parei mesmo. Parei de pensar na vida. Outro dia, comentei com a minha terapeuta que se não fosse a hora que tenho com ela toda a semana, teria me abandonado novamente, porque não está dando tempo. As leituras que me acalentavam e me faziam pensar em questões interessantes relacionadas à minha vida, como os três gaúchos que estava lendo (Martha Medeiros, Fabrício Carpinejar e Mario Quintana), ficaram para depois. De vez em quando, eu ainda abro um destes livros e leio um trechinho, mas é tão pouco que quando eu recomeço, acabo sempre tendo que retomar de um pouco antes de onde parei.

Descobri que não sei lidar com perdas. E elas têm sido muitas. Aliás, 2011 foi um ano bem difícil, eu não saberia dizer o que me doeu mais. Recentemente, mais uma me acometeu pelo caminho e fui percebendo que o meu coração está tão dilacerado, que ninguém diz que é colado... mas, em pedaços, muitos pedaços. Fui me fechando de um jeito que eu nem sei mais, convivo com uma dor no externo, no esôfago, e ela vai me impedindo de falar. Falar pra quê?

Prefiro conviver com os meus mortos, as minhas perdas, como se convive com mortes físicas, com a saudade que se sente quando se está longe e se sabe que não se verá mais alguém que foi muito, mas muito importante na nossa vida. A gente se lembra de um sorriso, de uma gargalhada, mas com o tempo, começa a esquecer do rosto, da fisionomia e só se lembra do que vê nas fotos, quando há fotos. Quanto não há, a pessoa se perde na fumaça do tempo, que a tudo apaga.

De real nesta história, foi que o sofrimento me empurrou pra frente. A minha vida mudou completamente, em todos os aspectos... profissionais, pessoais, emocionais... eu me olho no espelho e me vejo como outra pessoa, mais adulta, mais racional, menos infantil e otimista, mas mais realista. Eu realizei muito, fui além das minhas forças, fiz mais do que eu podia, ou tinha condições de fazer, e fiquei feliz pelas minhas conquistas. Se eu posso agradecer por algo a todos que me feriram com mais ou menos intensidade, com intenção ou não de fazer, agradeço por este crescimento. Quando penso em todos a quem me doei, e vejo o abandono que enfrentei ao longo do ano, começo a concluir que, de fato, não devemos fazer nada esperando algo em troca: isso de fato nunca vem. O que vem é sempre o inesperado. Vem de onde menos se espera. A gente tem que fazer de graça mesmo. E fazer menos, quando a iniciativa em ajudar nos exige demais. Não vale o esforço. Os outros têm que entender os nossos limites. Tudo que é demais, é muito, como diria a minha irmã.

O ano nem acabou e quando eu olho pra trás acho tudo muito pequeno, muito insignificante. O que ganhei em experiência, em razão, em qualidade dos meus relacionamentos, não tem preço.

“É tempo de me fazer, eu sei. E sei que é bom ser ainda indefinido. Pelo menos as deformações não calaram fundo, não se afirmaram em feições. É bom, sim, mas ao mesmo tempo é terrível. Porque me vem o medo de estar agindo errado, de estar gerando feições horríveis, que mais tarde não sairão com facilidade. Não, não é fácil ser a gente da cabeça aos pés, da unha do dedo mindinho até o último fio de cabelo”.

– Caio Fernando Abreu, Limite Branco, 2007.



domingo, outubro 30, 2011

Será que eles ainda estão juntos?



Are they still together?




Música do dia...

Por que?

Por que é mais fácil mentir do que dizer a verdade?

Por que tem tanta gente capaz de fazer muita m...,
mas incapaz de pedir desculpas?

Por que?


Música do dia...

segunda-feira, outubro 24, 2011

Tudo que eu quero

Melancolia de primavera

Queria ter de volta meus vinte anos...

Para andar de patins despreocupada, até cansar, curtir minha bicicleta sem me preocupar tanto com os meus joelhos e soltar do guidon as mãos para curtir o vento numa tarde fresca de primavera às margens da lagoa,

Para saltar de asa delta, paraquedas, parapente, gritando a plenos pulmões, e desfrutando a paisagem em segundos de emoção...

Queria os beijos apaixonados na juventude, num corpo jovem, com viço, capaz de tudo.

Queria um retrato sem rugas, sem a flacidez do pescoço, sem as marcas do tempo.

Queria que as marcas que trago na alma e no corpo fossem simplesmente resultado de um aprendizado e que esse aprendizado me permitisse errar menos, ou ao menos, errar diferente.

Queria hoje uma boca de batom bem vermelho, mas com a insegurança que eu tinha aos 25 anos.

Queria um espelho que me rejuvenescesse e me permitisse viver tudo de novo, com menos pressa, sabendo que há um dia após o outro, sempre,

E que todo mundo é mortal, que a gente é eterno enquanto dura, e que os sentimentos precisam ser intensos, precisam de calor, para valerem à pena. E que você precisa dizê-los, para que eles façam sentido, para dar-lhes significado.

Queria de vonta os meus vinte anos e também os amigos que se foram... Os que se perderam pelo caminho e os que entenderam errado algo que eu tenha ou que eu não tenha feito. Queria de volta a memória perdida para lembrar do nome dos meus professores e também de todos os amigos da foto da escola.

Queria um trago do cigarro de palha, do ilícito, aquele que eu não dei quando fazia sentido. Queria apertar o oferecido sem medo de perder o domínio e o controle sobre mim mesma. Quanto tempo perdido!

Queria a cantada do estranho, e o corpo seco e bonito que exibia sem força, nem malhação. Queria a liberdade do biquini feito em casa e os desejos de menina que emergiam naquele corpo queimado pelo sol. Queria de volta a paciência de ir à praia de ônibus, sacudindo por horas no engarrafamento, sabendo que a volta seria infame, e correndo todos os riscos, do acidente ao assalto, sem que nada disso fosse problema.

Queria menos indiferência e intolerância, queria o olhar de preocupação do outro que houve um dia, queria a solidariedade perdida, a solidariedade que não temos mais com o outro há muito tempo.

Queria cuidado e consideração, queria que as pessoas olhassem menos para seus umbigos e para a sua urgência em ser feliz, e pensassem que toda escolha tem um ganho... e uma perda. E que nem sempre dá para ter tudo ao mesmo tempo. Queria mais verdade, e menos mentiras. Queria que quem diz que confia, simplesmente confiasse, sem se perder em considerações sobre o que pode e o que não pode ser dito.

Queria de volta o tempo que eu não tenho mais e o meu descompromisso com a vida, além daquela certeza que eu tinha que tudo ia dar certo.

Queria a fé nas pessoas, e que elas merecessem que eu botasse fé nelas. Queria uma paz, que não está em lugar nenhum. Queria me livrar desse engasgo que me faz chorar às vezes...

Queria essas palavras, que eu trago presas na garganta, bem soltas, livres, encontrando a expressão de surpresa ou agradecimento ou mesmo ira de quem as recebe, sem que eu me prendesse na expectativa da dor que me causaria uma reação inesperada.

Queria...


Música do dia...

sábado, outubro 15, 2011

Cada um que aja de acordo com a sua consciência

Essa é a frase preferida do síndico aqui do prédio. Morador e proprietário de um apartamento na cobertura, ele não paga duas cotas de condomínio para ser síndico. É o que ele ganha. Basicamente, ele administra as contas e cobra multas dos condôminos atrasados. Mais não faz. Nunca vi ele comprar plantas novas pro jardim. Nunca vi ele mandar pintar o prédio internamente. Nunca vi ele mandar lavar a fachada de pastilhas do prédio. É fazer o mínimo e desaparecer sempre que possível para evitar reclamações.

Da última vez que achamos legítima a nossa indignação e resolvemos procurá-lo, a causa foi a construção irregular, sem o aval de um Responsável Técnico, de mais um andar no apartamento da cobertura da nossa coluna. Não fosse a perda de iluminação, porque o proprietário do referido apartamento prolongou o telhado, não fosse uma rachadura que apareceu no meu quarto e outra na saída do apartamento no corredor interno do prédio, não fosse a sujeirada que os empregados dexiaram na área interna, nós nem tínhamos nos dado conta da obra. Mas, aumentar a carga de um prédio construído num local de solo mole, do qual nós não sabemos como são as fundações, é preocupante, e por isso, só por isso, queríamos uma avaliação técnica da possibilidade daquela obra. Sem falar que isso representa aumento de IPTU, que ninguém quer pagar.

Nosso síndico encheu a boca e disse:
"Cada um que aja de acordo com a sua consciência!!!!"

Foi mais ou menos o equivalente a dizer: "Eu não me meto nessa história." Para quê, não é mesmo? Afinal, ele também fez o mesmo no apartamento dele e o prédio não caiu... Por enquanto...

Nós, então, resolvemos que íamos denunciar a Prefeitura, e assim o fizemos. Desconfiamos que o fiscal esteve aqui e, infelizmente, levou uma graninha do novo vizinho. O máximo que conseguimos foi o dito vizinho se dependurar na janela e gritar a plenos pulmões que:
"São todos uma cambada de invejosos!"

Ora, bolas, eu não invejo quem mora na cobertura do meu prédio. Invejo quem mora numa cobertura em Ipanema ou no Leblon, com aquele ar fresquinho da praia batendo, podendo caminhar à noite pelo calçadão, com um mar de bons restaurantes para escolher, noite fervilhante a apenas alguns passos... Não aqui. Sorry, sinto muito decepcioná-lo, vizinho!

A minha preocupação era legítima. Ninguém mais pode ter uma?

Isso me veio a cabeça por causa do infeliz acidente que ocorreu no Centro do Rio de Janeiro esta semana, no restaurante "Filé Carioca". A explosão, que mandou tudo pelos ares e matou, de cara, três pessoas, além de deixar 17 feridos, foi causada pelo uso de gás de botijão onde não era permitido.

Como diria meu síndico:
"Cada um que aja de acordo com a sua consciência!"

Mas, então, se algum dos vizinhos teve medo, preocupação e se deu conta de que estava em cima de uma bomba relógio, não podia reclamar? A quem ele reclamaria? Como garantir que alguma coisa seria feita para evitar aquele acidente? Como garantir que as leis seriam cumpridas, que alguém agiria para por um pouco de consciência na cabeça daquele proprietário, que ficou passando mal três dias por causa do absurdo e das consequências de seu ato irresponsável? Como garantir que o fiscal não levaria uma propina e ficaria tudo por isso mesmo?

É por estarmos apáticos, o tempo inteiro evitando as brigas e indisposições, com medo que o vizinho tenha uma arma e queira nos matar por nada, é que nos calamos. Nos calamos por tudo. E não é nada, não é nada, a vida vai ficando mais difícil. Ninguém mais quer seguir regras, só vale a "Lei do Gerson", onde cada um quer levar "vantagem em tudo", e que cada um aja de acordo com a sua consciência.

Eu tenho mais medo da apatia do que das bombas-relógio. Porque assim, vamos mal. Não chegaremos a lugar nenhum. Códigos de postura foram feitos para serem seguidos, leis e regulamentos técnicos também. Ensinem isso às novas gerações. Se queremos questionar alguma coisa, que o façamos nos órgãos corretos, junto às entidades competentes. Tudo bem, construir mais um andar num prédio todo mundo pode, mas se o prédio cair, se a laje ceder, se alguém se ferir, basta dizer que não sabia que não podia e ficar dias passando mal?

Não me convence. Convence a você?


Música do dia...

segunda-feira, outubro 10, 2011

A um amigo descrente

Meu amigo,

Vi que você está descrente da vida. Que é chegada a hora de repensar suas escolhas. Que, depois de tudo o que você fez, de tudo que você investiu, você acha que não recebeu o reconhecimento merecido.

Pode não parecer, mas eu sei bem pelo quê você está passando. Não que eu tenha enfrentado situação igual, mas vi meu pai sofrer na pele a crise da Construção Civil, na década de 1980. Ele, profissional dedicado, projetista que participou de grandes projetos como a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipú, de repente, teve que se reiventar. Reconheço nas suas palavras a tristeza que via no olhar do meu pai, uma tristeza recheada de preocupação, aquela preocupação que os homens têm ao se deparar com a dura realidade de não saber como botar dinheiro em casa e sustentar a família.

A palavra é essa, meu amigo: Reinvenção. Você precisa se descobrir. Tirar esse tempo, ou algum tempo, para olhar para dentro e descobrir do quê você ainda gosta de fazer. Pensar em outras possibilidades, olhar para o lado, buscar por analogias, ser criativo. Esquecer um pouco talvez daquilo que você mais domina e pensar no quê você poderia investir para começar de novo.

Sim, amigo, porque nunca é tarde para começar de novo. Você mesmo, já recomeçou tantas vezes, já venceu batalhas duríssimas, essa é só mais uma. Pense assim: "um dia ainda vou dar muita risada de tudo isso" ou "como eu cresci naquele tempo em que eu achava que não tinha nenhuma perspectiva".

Sim, porque você tem perspectivas, poder até parecer que não, mas tem. Essas perspectivas, você as cria, tenho certeza, você se remodela, se molda a outro negócio, se inspira em outros caminhos... É só começar, é só sair da inércia, que tudo dará certo.

Use seu tempo para escrever no seu blog. Escreva tudo aquilo em que você acredita. Escreva para deixar como legado tudo aquilo que você viveu como executivo. Vai ser bom pra você. Mas, antes, sacode a poeira da melancolia e respira fundo. Encare tudo isso como uma viagem, uma viagem ao seu mundo interior.

Todos nós vivemos crises em setênios. Elas vêm, de sete em sete anos, para nos fazer repensar a vida. Em ciclos de sete em sete anos, não necessariamente numa idade exata, mas pelo menos uma vez, nos deparamos com algumas questões clássicas. E são essas questões que nos impulsionam, nos fazem caminhar, nos levam adiante. É o ciclo da vida, como diz a Antroposofia.

Aos sete, quando aprendemos a ler e escrever e descobrimos um mundo novo. Aos catorze, com os nossos hormônios em ebulição. Aos vinte e um, quando entramos na idade adulta e nos vemos lá, quase acabando a faculdade, nos deparando com a pergunta: E agora? Como será sair debaixo da asa dos meus pais?

Aos vinte e oito, já empregados, tendo que dar saltos quânticos na carreira para provar nossa competência. Aos trinta e cinco, quando, muitas vezes, assumimos a responsabilidade de gerenciar equipes. Aos quarenta e dois, quando começamos a sentir o peso da idade e da desaceleração de nosso metabolismo (e vemos o quão necessário são os exercícios físicos para nos mantermos saudáveis).

Aos quarenta e nove, quando começam a achar que estamos em declínio, apesar de nos sentirmos plenos e aptos para encarar qualquer desafio. E então, começamos a nos deparar com questões muito voltadas para a espiritualidade, porque a curva já está começando a declinar mesmo, o corpo está ficando frágil (ao pó voltaremos, não é mesmo?) e as questões da alma passam a ser muito mais importantes.

E quando estamos prontos para curtir a vida (quando nos aposentamos - se é que não curtimos antes), essas questões estão latentes: De onde eu vim? O que fiz da minha vida? Para onde eu vou? O que deixo de herança?

A minha dica para você, meu amigo, é só uma: não pense muito, não! Viva o presente. Mas, lembre-se de uma coisa. Quando estamos no avião, a aeromoça sempre diz, em seu briefing de segurança: "em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão em sua direção. Coloque a sua máscara, ajuste o elástico e depois auxilie quem está ao seu lado"... Ou seja, é tempo de cuidar de você, tempo de olhar para você, e pensar que talvez haja ao seu lado alguém de máscara pronto para te ajudar. Ah, e esse oxigênio metafórico está dentro de nós. Busque aí dentro a sua força, ela está aí, não se perdeu.

Sei que você vai conseguir.

Um beijo da amiga muito crente em você.
R.


Música do dia...

domingo, outubro 02, 2011

Paz

Não há paz dentro de mim.
Há um mar revolto, em plena ressaca, com ondas de 2, de 3 metros, quebrando raivosas e destruindo calçadas, assolando uma praia deserta tomada por um vento frio e cortante.

Não há paz dentro de mim.
Há um vendaval persistente, que destelha casas, que arranca do chão árvores centenárias por suas raízes, que derruba postes e destrói sonhos e esperanças.

Não há paz dentro de mim.
Há uma chuva intensa, constante, assoladora, que inunda ruas, isola casas e pessoas, transborda rios, destruindo pavimentos e tudo o mais que se pensava sólido e indestrutível.

Não há paz dentro de mim.
Há apenas um sol escaldante, um tempo seco e árido, sem umidade, sem saliva, sem lágrima. Um tempo tórrido, a esturricar pensamentos, tecidos e pele, a tornar a pele seca e áspera. Um ar sufocante.

Não há paz dentro de mim.
Há uma voz que quer virar grito, que está travada na garganta, que impossibilita o diálogo, que dissimula sentimentos, que não se expande, não cresce, não vira eco, e que encobre qualquer sensação de calmaria que alguém pode ter.

Não há paz dentro de mim.
Há uma ausência do toque, do carinho e da atenção dos seres humanos. Uma ausência que preenche espaços internos de solidão vasta e agúda, uma ausência da palavra, do contato, do amor fraterno com o qual deveríamos nos tratar a todos.

Quando você me olha e me vê sorrir, não vê essa falta de paz. Não vê esse vazio que, volta e meia, me toma de assalto e me faz chorar baixinho. Sorrindo, eu te transmito uma paz que há muito tempo eu já não sei onde achar.

Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2011.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Perdendo o medo de cara feia

Estou relendo o livro “Coragem de Crescer”, da psicóloga Maria de Melo Azevedo, da USP. Comprei este livro em 2006, e não me lembro mais o que me atraiu nele: o título, a simplicidade da capa, ou alguma coisa que li...

A autora faz uma discussão em tornos de relatos de casos de pessoas que ela trata, não divulgando os nomes dos pacientes, é claro. E em cada caso, há, inevitavelmente, algo com o que me identifico.

Ontem, estava lendo á respeito de uma paciente que tinha medo das caras feias do pai. Eu tive medo das caras feias do meu pai durante um tempo na minha vida, acho que da pré-adolescência a adolescência, especialmente quando se tratava das notas na escola. Eu era muito fraca em História e Geografia, e papai não admitia notas como 7,0, 7,5. Então, cada vez que eu tirava uma nota dessas, era um sufoco (sim, porque nota vermelha nem pensar). Mas, não eram caras de desprezo, eram caras de reprovação, caras de quem dizia: "você pode fazer melhor!". Um dia, eu me libertei disso, e consegui ir adiante, sabendo que as minhas notas, ou qualquer coisa que eu fizesse na vida, eram de minha inteira responsabilidade e que não adiantava lamentar ou ralhar, o caso era tocar em frente e seguir adiante, para reverter a situação, se fosse possível.

Mas, algumas caras feias ficam. As que a Maria de Melo relata no livro. O trecho é tão bom que vou me permitir reproduzir aqui, com meus comentários.

“(...) Medo de que, afinal, eu insistia (...) Em primeiro lugar, de caras feias (...) Dessa estratégia de apequenar os outros por meio de expressões faciais, “caras e bocas”, como se diz. É uma tática sempre muito eficiente, mesmo com adultos. Imagine então com crianças, como era o seu caso com o pai, na infância. Preste atenção quando estiver com alguém que usa esse recurso. Ele é forte, funciona. A gente diz algo a uma pessoa. Ela fica imóvel, não mexe um músculo. Não dá resposta alguma, nos deixa no vazio. A gente não tem nenhum indício de como lhe chegou aquilo que dissemos. Este conjunto já sinaliza que não estamos agradando muito, joga um pouco de água fria no nosso movimento. Diminui nossa excitação, desvitaliza. Mas a gente agüenta e segue adiante, agora com mais força, colocando ainda mais energia, desejando muito conseguir tocar o tal sujeito, o nosso interlocutor. Aí ele faz algo mais forte: uma cara toda especial, torce o nariz, a boca, numa expressão de quem sente cheiro de merda em algum lugar... E aí, batata! Se você não estiver muito preparada pela vida, começará a cheirar seu sapato para verificar se não pisou no cocô do cachorro. Na próxima tacada do rei em questão, cuidado! Você pode instintivamente cheirar a manga da sua blusa, ou sei lá o quê... As caras dele vão lhe informando que você só fala merda. E em seguida, repentinamente, ele vai mudar de assunto, como se você não existisse e não tivesse falado aquelas besteiras. Como se lhe desse uma chance, apagando generosamente suas ações incompetentes, apagando você! E, é claro, a postura dele indica que a resposta correta de sua parte é agradecer a gentileza... Aí você já estará pequena como um grãozinho de arroz, ou de gente. Gente, a esta altura, você já nem se sente. Encolheu-se toda. E o rei lá em cima, enorme, inatingível. Agora imagine esse tipo de treinamento a vida toda, desde o berço! (...)

O segundo medo é o de abandono (...) Ou seja: as caras feias expressam desprezo. E contêm algo mais perigoso: a ameaça de abandono. Uma chantagem afetiva é jogo duro. Se bobear, (...) é descartada do jogo da vida como um traste qualquer. (...)”

Pensando a respeito, vou me dando conta de que nasci numa família onde muitas pessoas estão habituadas a fazer isso. Não falo de meus pais, que são pessoas tranquilas, e arrisco a dizer, sofrem com isso tanto quanto eu, mas de todo o resto. Eles sempre dão um jeito de te mostrar que você não vale o pão que come, que só fala besteira, que é melhor ficar calada(o). Outro dia, fui a uma reunião de família, uma comemoração de aniversário, e ao chegar em casa, meu marido me perguntou porque eu estava tão calada. Eu disse a ele que havia desistido de falar, que era muito sacrifício tentar ser ouvida. Ora, isso não acontece em nenhuma outra situação, em nenhum outro núcleo. Aliás, quando há pessoas de fora da família, o papo rola solto. Mas, com meus ‘parentes’, o que se recebe de volta é sempre uma cara de quem comeu pudim de limão, quando a gente fala. E isso cansa. Ainda mais se você não está habituado a pagar na mesma moeda. Aí vira monólogo, só o ‘interessante’ pode falar, você não. Então, é melhor ficar quieto, observando os tais a fazer o mesmo com os outros e vendo como as pessoas ficam desconcertadas nestas situações. Eles deviam ser filmados e depois, obrigados a assistir as atitudes perversas com as quais agem neste pequeno clã.

O mesmo acontece no trabalho. Uma ou duas criaturas agem do mesmo jeito. A tudo que falamos, a todas as contribuições que damos, a resposta é sempre uma careta, uma cara de nojo. Como incomoda! Dá vontade de perguntar: “Está com fome?” Porque cara feia para mim é fome...

Eu fico me perguntando como é que se aprende a ser assim. Acho que é uma estratégia de defesa, que alguns adotam e outros não. Começa com alguém muito importante, egocêntrico e egoísta, o “rei” daquela casa, ou daquele ambiente de trabalho, e se propaga para todos os que precisam se defender dele e que vão impondo esse comportamento aos demais.

Ainda bem que sou transparente e segura o suficiente para mostrar às pessoas, respeitosamente, que não concordo com os seus argumentos, e que tenho os meus, para sustentar uma discussão saudável e produtiva.

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MELO, Maria de. "A coragem de crescer - Sonhos e histórias para novos caminhos". Rio de Janeiro: Ed. Record, 2005.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Colecionadora de receitas


Quando eu casei, aos 28 anos, ninguém me disse que a vida seria procurar por receitas. Naquela época, eu mal sabia fritar um ovo, passar um café... e tive que encarar as dores e as delícias da vida a dois.

Eu pensava que tinha alguma sorte porque quando casei meu marido tinha 35 anos e vivia desde os 18 anos sozinho. Então, ele sabia como fazer... arroz, feijão e tudo o mais (naquela época, eu ainda estava interessada em aprender apenas o trivial variado, para dar conta de um cardápio de dia-a-dia). Mas, ele não me ajudou muito não. Aliás, devagarzinho, foi deixando todas as responsabilidades da casa para mim. E nós nunca tivemos uma pessoa para nos ajudar, era tudo comigo e com ele (mais comigo do que com ele).

Ainda me lembro do dia em que, sentada no chão da sala do nosso pequeno apartamento alugado de 58 m2, eu liguei aos prantos para a minha avó e pedi que ela me ensinasse a fazer um arroz... soltinho. Lembro do desespero ao ouvi-la dizendo para eu fazer um refogado (o que era isso, meu Deus?) e para colocar água até que o arroz cozinhasse... Como assim? O quanto de água? Tinha que ser água fervente? Era muita informação para uma menina que tinha passado a vida dando aula para crianças* e, quando estava em casa, pouco levantava a bunda do sofá.

Depois de casada, uma coisa que a gente aprende é que não vai ter muito tempo de esquentar a bunda no sofá, e começa a ter uma saudade danada dos paparicos de mamãe. Logo que me casei, não tinha essa de buscar receitas na Internet. Então eu comprei um caderno de capa dura, assim como a minha mãe tinha o seu, e comecei a anotar tudo nos mínimos detalhes. Até o que era refogado. Demorei muito tempo para ter coragem de fazer um feijão na panela de pressão, não tive uma dessas até que achei que podia dominá-la, tinha medo que explodisse...

E com a internet, as receitas foram aparecendo, eu as fui colecionado, e hoje, cá estou, com um certo domínio dessa disciplina, me arrisco a fazer até sopa de ervilha na panela de pressão, mesmo a mamãe dizendo que a ervilha faz a panela explodir, sei lá porquê...

Sinto que passei a colecionar receitas, depois de casada. Receita de como equilibrar as minhas vontades com as vontades do marido - e às vezes até com as vontades de papai e mamãe e do resto da família. Receita de como demonstrar ao marido que estou a fim de namorar... aliás, muito a fim, porque quando é só um pouquinho, ele não enxerga! Receita de como ouvir certos desaforos em casa e não levar a ferro e a fogo, porque não tem jeito, a gente traz pra casa os problemas do dia-a-dia no trabalho, invariavelmente. Receita de como lidar com um telefone que não pára de tocar, e que meu marido não se habilita a atender, nem pra evitar que eu acorde.

Enfim, a gente acorda um dia e se vê responsável pela roupa de cama, de mesa e de banho. Tem que pensar no cardápio da semana e fazer a lista do supermercado. Tem que passar a roupa bem passada e ver o que tem que ser levado para a lavenderia. Tem que trocar os lençóis, pôr as toalhas pra lavar e ver se tem mancha no colarinho da camisa do marido. E não ganha nada por isso.

Ainda esses dias, de molho em casa, eu me dei conta de que, aos poucos, à medida que eu ia melhorando, essas responsabilidades iam voltando a cair sobre os meus ombros. Hoje, ouvi do marido que "tenho ainda uma semana para curtir minhas férias"... e que "ele não ia ficar em casa... mofando!" Vem cá!? Eu não estou de férias!!!! É a eterna busca por uma receita que nos faça compreender como lidar com essas palavras desagradáveis, esses sinais de intolerância de quem convive conosco, os atos de impaciência para com quem está doente em casa, entediado, vendo a vida pela janela da varanda e da internet.

Talvez eu esteja mesmo mofando. Tenho sentido mais frio do que o normal, tenho falado com as paredes, tenho tentado arrumar o que está fora do lugar. Mas, não consigo. Não, as coisas só ficam arrumadas até que ele chegueem casa. Aí, quando todas estão fora do lugar, o meu "marido-criança-grande" reclama que está tudo bagunçado. Desfarço, finjo que não entendi e sigo a vida mofada. Mas, como uma mulher que se preze, eu tenho até tentado manter as unhas feitas, o cabelo arrumado, uma roupinha descente. Tenho aturado a faxineira e seu rádio de oração todas as 5as. feiras, mas ela não me faz companhia. Coitada, ela mal enxerga onde está sujo e eu odeio dar ordens.

Só sei que preciso tirar um aprendizado disso. Percebi que conseguiria fazer um monte de coisas que nunca tive coragem, como costurar, por exemplo. Preciso achar qual a receita para os próximos anos.

Ah, e acho que tem muita senhora idosa, que vemos retratadas na tv, que já acharam uma outra receita-de-ouro: abaixar o volume do aparelho para surdez toda vez que a conversa não lhe interessa... Acho que vou ser uma dessas...

______________________
* Eu sustentei as duas faculdades que fiz (condução + livros) dando aula particular. Fazia Engenharia de manhã, dava aula de 1 às 5 da tarde e depois emendava com a Administração das 6 às 10 da noite. Era barra. Mas, eu adorava. Ainda lembro muito dos meus meninos, e até da garotinha chinesa que alfabetizei, a Wenjin. Com saudades!

quinta-feira, setembro 15, 2011

Presente da mamãe


Adorei!

Agradável surpresa de uma tarde chuvosa

Ontem, zapeando impaciente com meu controle remoto, enquanto esperava um retorno da médica, me deparei com um filme fofo no Telecine Pipoca. Eu recomendo. Para aqueles dias em que não se quer sofrer, pensar, refletir, quando tudo o que se quer é apreciar uma comedinha romântica que, de quebra, nos apresenta uma criança pra lá de fofa, que faz um personagem "mega perturbado"...

O nome do filme? "Coincidências do Amor"... com a Jennifer Aniston (de Friends) e o Jason Bateman (um ator que eu ainda não conhecia, mas que, por coincidência - ou não - me lembrou muito uma pessoa...)... E o menino? Chama-se Thomas Robinson. Taí o cartaz do filme.



Ele foi lançado em 2010 e, sinceramente, não sei se foi um grande sucesso no cinema. Não ligo para esse tipo de filme e raramente me lembro de algum, tempos depois que vi o trailler. Mas, esse me chamou a atenção, mais pelo ator desconhecido (por motivos óbvios, já que eu disse que ele me lembrava uma pessoa) do que pela Jennifer e seus personagens todos-iguais.

A história trata de uma mulher (Kassie) na casa dos 40 anos, sem namorado ou marido, que quer ter um filho e que resolve pagar a um doador pelo seu sémen e fazer uma inseminação artificial. Ela resolve então dar uma festa, chamando todos os seus amigos, inclusive o perturbado e tímido Wallie. Todos bebem muito, enquanto o doador está fazendo o serviço no banheiro. Mais tarde, quando Wallie vai ao banheiro "tirar-água-do-joelho", descobre aquele pote com o "ouro-mágico" da amiga, fica supercurioso e resolve dar uma conferida no material (olha a cara dele na foto acima). Só que, nem tudo é perfeito, o pote cai aberto na pia, e seu conteúdo escorre junto com a água pelo ralo abaixo. O amigão (!!!) não vê outra alternativa a não ser substituir o material do doador pelo seu... e daí se desenrola toda a história.


Mas, o máximo é o Sebastian, o garoto, o filho dos dois, que Wallie só vai conhecer seis anos depois, quando Kassie volta à NY. Ele é demais. Perturbado. Colecionador de porta-retratos, cria histórias com os personagens das fotos que vêm com eles, e ali estão um avô, um tio, enfim, uma família fictícia.


Esse menino lembra demais o pai-personagem, age da mesma maneira, tem os mesmos trejeitos, é hipocondríaco como o pai, não gosta muito de contato físico, é esquisitíssimo... uma gracinha. Na cena abaixo, ele se recusa a comer pato, porque leu na internet o que fazem com os patos quando se produz patê de foie gras. Ah, as crianças de hoje e o excesso de informação ao qual estão expostas diariamente...! Estamos nós criando pequenos-monstrinhos!



A mãe sabe quase nada de como é lidar com uma criança inteligente desse jeito e vai cedendo às chantagens do garoto. Mas, é tudo muito leve, a gente se pega dando muita risada várias vezes. Ela se mete em um monte de confusões, mas acho que a cena mais bacana é quando o amigo-pai (ainda sem que os outros saibam dessa paternidade) é convocado de emergência para salvar o garoto que está com a cabeça infestada de piolhos. Ver aquele cara esquisito catando piolhos é surreal... Quantos homens assim não existem por aí... eles só precisam de alguém (pequenino) que lhes toque o coração... E depois do pente fino, o garoto ganha um pote de vidro, cheio de piolhos (já mortos, é claro), que ele leva pra ver televisão, tomar café da manhã... essas coisas de criança maluca...



Bom, o final... o final você já pode imaginar. Eu não vou contar, mas é tão óbvio! O legal é ver o menino finalmente tendo a oportunidade de comemorar seu aniversário do jeito que quer. E, é claro, sem deixar de fazer uma chantagenzinha básica.

Vale à pena, numa tarde chuvosa, é melhor que "Sessão da Tarde". Com direito à pipoca e tudo...


terça-feira, setembro 13, 2011

Tecendo saberes na primavera...

Quem quer, arruma um jeito.
Quem não quer, arruma uma desculpa.

Caio Fernando Abreu

Música do dia

Aliás, e a propósito, a música do dia hoje é...



... porque eu fiquei sozinha o dia todo com meus pensamentos!

Moda nas unhas

Empolgada com a chuva de tendências que tenho visto nas revistas, e com as explicações de craques da moda de como utilizá-las, como o estilista Reinaldo Lourenço, na Revista UMA de agosto de 2011, resolvi que já era hora de experimentar e sair dos tradicionais rosas, vermelhos, marrons e corais.



Passando por uma loja O Boticário, não resisti e comprei o esmalte azul turqueza da segunda foto abaixo. Custa R$ 9,90, preço um pouco acima do mercado de esmaltes, mas nada comparado a um Chanel ou Lancome. O esmalte é de boa qualidade e seca super rápido (nem precisa usar olho secante). Pintei as unhas no sábado para um almoço no domingo. E fui de roupa básica, para não brigar com o cintilante do esmalte.



Na segunda-feira de tarde, já tinha tirando o tal esmalte. Sabe o que é? É cintilante demais. Muito aceso. Eu bem que tentei, mas voltei pro meu rosinha, que está aqui nas minhas unhas, tranquilo, tranquilo.

Um dia, quem sabe, consigo fazer até uma inglesinha, que eu achei demais...



Enfim, fazendo uma pequena busca na internet, deu pra ver que o povo inventa, viu? Ô, se inventa. Mas, como sou eu mesma que faço minhas unhas (não tenho paciência pra fofoca do salão, nem pros bifes que tiram da gente), eu tenho que aprender a ter coordenação motora para caprichar na mão direita (já que eu sou destra).

Se conseguir, posto as fotos aqui.

34/45

O tempo está passando bem devagar. Nossa! Tem dias que penso que vou enlouquecer. Desde que resolvi desligar a tv, melhorei. Me dei conta de que a tv é uma máquina de criar malucos, de endoidecer gente. Aproveito agora para não ouvir nada, nem rádio. É bom. No silêncio, só o barulho do teclado, das minhas próprias ideias, me acompanha.

Já que eu não conseguia ler, por uma incrível falta de concentração, encomendei uma caixa de dvds, com filmes que há muito tempo eu queria ver. Foi uma ótima pedida. Mas, a cada filme que vejo, me dou conta que há outros tantos que ainda não assisti e que eu ainda quero assistir, ou que já vi no cinema, e quero ver de novo. Estou pensando em testar o Netflix, pois assim não preciso ocupar espaço físico em casa com as embalagens. Ou talvez, eu abra uma vídeo-locadora depois, com tanto filme por aqui... prometo que faço um preço baratinho...

A lista da semana passada foi a seguinte:

  1. "Frida" - com a Salma Hayek;
  2. "A Vida é Bela" - com o Roberto Benigni;
  3. "Snatch - Porcos e Diamantes" - com o Brad Pitt e o Benicio Del Toro;
  4. "Os homens que encaravam cabras" - com o George Clooney;
  5. "Coração Louco" - com o Jeff Bridges;
  6. "O Turista" - com o Johnny Depp e a Angelina Jolie;
  7. "Minhas Mães e Meu Pai" - com a Julianne Moore e a Annette Bening;
  8. "De Pernas pro Ar" - com a Ingrid Guimarães e a Maria Paula.

Já assisti à três deles, nesta ordem:

"De Pernas pro Ar" - que decepção, muito careta!

"Os homens que encaravam cabras" - indicação de meu amigo argentino, é tão louco, tão louco, que é imperdível!

"Minhas mães e meu pai" - lança umas questões interessantes sobre a constituição familiar contemporânea, mostrando como é complicado para um casal de meio-irmãos adolescentes ter duas mães, como é estranho encontrar o doador de sémen, como a traição é vista num relacionamento gay, enfim, é um filme para pensar. E a Annette Bening está perfeita.

Mas, como eu disse no início do post, já quero comprar mais filmes... da lista dos que quero muito ver estão "Além da Vida" e "O pequeno Nicolau".

A conclusão que eu cheguei nestas duas últimas semanas reclusa é que eu preciso ir mais ao cinema. Pronto, falei.

A propósito, eu tenho ido aqui e ali, devagarzinho, encontrando pessoas, retomando as minhas atividades, terapia, acupuntura. É difícil, cansa. Dá vontade de deitar, no meio da rua. Se eu pudesse carregar comigo um sofá portátil, seria ótimo. É tão diferente de férias, a gente se sente inútil. Mas, vai passar...


Cena de "Minhas mães e meu pai"... elas estão fantásticas...


E aí, você me indica mais algum para a lista? Thanks!

quinta-feira, setembro 08, 2011

29/45

Hoje é meu 29o. dia de prisão domiciliar. Esta semana foi mais folgada. "Obtive" do maridão alguns alvarás de soltura e fui à rua sozinha. Confesso que ainda tenho um pouco de medo de sair sozinha, de cair de joelhos, como vinha acontecendo antes. Então, dei uma de Angélica e fui de táxi.

Consegui retomar minhas seções de acupuntura, voltei à terapia, fui fazer os exames de sangue sozinha. Ontem, fui ao shopping. Queria dar um presente pro maridão, já que a loja que ele gosta estava com uma super promoção de 70%. Confesso que, combinando feriado e shopping cheio, eu fiquei muito, mas muito cansada. Olha que não andei quase nada, estava com ele, que me deu o braço e tomou conta de mim o tempo inteiro... mas, o fato é que ainda não estou pronta para essas estripulias. Tenho mesmo é que ficar em casa. Full time. O resultado é que peguei um resfriado, não sei como, mas também não preciso saber... agora não estou podendo pegar nada...

O sono agora anda bastante irregular, uma hora durmo muito, na outra tenho insônia. Vida boba essa minha...

Tenho descoberto muita coisa na Internet. Agora que voltei a ler (pois antes não estava conseguindo), retomei alguns dos livros que estavam na cabeceira... e até voltar a trabalhar, espero ter conseguido acabar a leitura.

Estou apaixonada por um site de fotos que está aí, na barra lateral direita (We heart it!)... tem cada imagem linda...

É isso, um tempo de esperar, esperar, esperar... espero pelas ligações dos amigos, pelos e-mails deles, pelos alôs, pelas visitas em casa... espero por qualquer sopro de contato com a realidade, com o mundo lá fora, que continua girando, girando, girando...

Esse tempo reclusa tem me feito pensar nos idosos. Eles ficam tão alheios ao que acontece na vida das pessoas, os mais novos os deixam tão abandonados (e eu me incluo neste grupo), que viver é quase como estar semi-morto. Ver a vida pela janela, pela Internet, ou pela tv, é algo desesperador. Tenho cada vez mais certeza de que, para envelhecer bem, você deve se cercar de atividades e de amigos, evitando a reclusão. O joelho está doendo? Esquece, vai pra rua... Você acordou fraca hoje, busque energia na hidroginástica... Não esmoreça, faça alguma coisa...

Se eu tenho mais uma coisa para aprender desse tempo, é que o corpo só está bem, se a cabeça está bem também!

Música do dia:


PS.: Deixa eu explicar o título do post. Serão 45 dias em casa. Eu já cumpri 29. Sabe o encarcerado que marca na parede cada dia com um tracinho, até formar 5 (4 com um na diagonal), e vai somando de 5 em 5? Estou quase assim... Ninguém merece!

segunda-feira, setembro 05, 2011

Isso é que é presente


Andei fazendo umas compras no meu site favorito, o da Lancome, e dessa vez, na hora de escolher os brindes (sim, porque eles sempre oferecem brindes a quem é cadastrado), eu pude escolher um potinho de Génifique, um creme que eu estava namorando há muito tempo e que nem no ano passado, quando estive na França, tive coragem de comprar, de tão caro.

Não precisa comprar muito para ganhar brindes, mas é lógico que, quanto mais se compra, mais se ganha. Eu estou usando o Génifique desde que chegou aqui em casa, há mais ou menos dez dias. Como eu já tinha lido em resenhas nos jornais e revistas, é realmente maravilhoso. A sensação é de estar com uma base poderosa o dia todo, e ainda com efeito lifting. E olha que eu só passo o creme à noite, antes de dormir, logicamente depois de ter limpado muito bem o rosto das impurezas do dia.

Tenho lá minhas dúvidas se o produto mesmo é tão bom quanto a amostra, porque já vi muita gente reclamando que a amostra era mil vezes superior do que o produto em si. Mas, como a Lancome é uma marca na qual eu confio, e da qual eu sou fã de vários produtos, acho que não vou me decepcionar, não.

Então, quer o seu? Olha, não sei se a promoção ainda está valendo, mas passa lá e faz o seu perfil:
http://www.lancome.com.br

I need too much light

The Laughing Hearts

"your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you."

- Charles Bukowski


Música de hoje:

domingo, setembro 04, 2011

25 dias de prisão domiciliar


É assim que eu me sinto. O dia está lindo, posso ver pela janela. Céu azul, clima ameno, ideal para um passeio ao ar livre. E eu aqui esperando. Esperando o corpo vencer a batalha, para voltar ao meu normal. Não ao normal dos outros. Ao meu.

Enquanto espero, me contento com as ligações que recebo, com as poucas visitas. Elas me acalentam, me mostram algum carinho. Eu ainda me pergunto porquê tudo isso, porque uma crise tão intensa. Por que demoro tanto a ficar bem?

Hoje, abri o "Livro do Desassossego", do Fernando Pessoa, numa página qualquer, e era isso que dizia...

"144. Depois dos dias todos de chuva, de novo o céu traz o azul, que escondera, aos grandes espaços do alto. Entre as ruas, onde as poças dormem como charcos do campo, e a alegria clara que esfria no alto, há um contraste que torna agradáveis as ruas sujas e primaveril o céu de inverno banal. É domingo e não tenho que fazer. Nem sonhar me apetece, de tão bem que está o dia. Gozo-o com uma sinceridade de sentidos a que a inteligência se abandona. Passeio como um caixeiro liberto. Sinto-me velho, só para ter o prazer de me sentir rejuvenescer. (...) Todas essas coisas não têm importância. São, como tudo no comum da vida, um sono dos mistérios e das ameias, e eu olho, como um arauto chegado, a planície da minha meditação. (...)"

A vida é mesmo cheia de mistérios, a sensação que tive foi que, por não ter tamanha competência, havia incomendado esse trecho ao Pessoa para ilustrar o meu 25o. dia de prisão domiciliar.


Música de hoje:

sexta-feira, setembro 02, 2011

Transformando um ursinho

Pegue um ursinho sem graça...


Corte um pedacinho de retalho bem bacaninha, como um quadradinho ...


Use uma tesoura de picote para fazer o acabamento...


Dobre ao meio como um triângulo e vinque à ferro para marcar...


Depois, como uma bandana, coloque na cabeça do ursinho.
Use uma linha para prender atrás e dos lados...



Escolha uma fita que combine e faça um lacinho curto...


E voilà, aqui está meu ursinho surfista de bandana!


Ou, dependendo de quem olha, um chef de cuisine!

Quem disse que eu não tinha habilidades manuais, heim?!


A propósito, esse foi pro meu sobrinho-neto, e por isso, e porque papai surfa, eu me inspirei e usei o tecido da bandana. E também, escolhi cores mais sóbrias. Depois mostro outros inventos!

quinta-feira, setembro 01, 2011

Obscuro objeto do desejo


Eu vi essa revista nas bancas e enlouqueci. Adorei esse vestido. Está certo, é um Carolina Herrera. Mas, eu preciso, eu quero, eu necessito!!!! Sei lá o que passa pela nossa cabeça que nos leva a amar alguma coisa que a gente acabou de ver. Comprei a revista. Nada, nenhuma foto interna para que eu pudesse ver os detalhes. Zero. Que frustração!

Mas, um detalhe, vendo o making off da Alinne no site da Marie Claire, pude ver que as alças são cruzadas nas costas, o que me encanta ainda mais. Adoro vestido assim!

Fazendo uma pequena busca na Internet, encontrei o desfile da coleção Primavera/Verão 2011-12. É um festival de vestidos lindíssimos, cada um mais elaborado que o outro. Olha só:


Cá entre nós, a trilha sonora é meio pavorosa, mas os vestidos são lindos. E nada de achar a origem do meu objeto do desejo.

No site Hoy Moda, lá estava ele, numa outra modelo. Confira aqui. Enfim, é lógico que eu não vou ter um... mas, quem sabe um parecido ou inspirado. Aguardem!